terça-feira, agosto 10, 2010

A caminho da guerra total?

Será que a contagem decrescente já começou?


Os incidentes militares no Mediterrâneo, no Índico e no Mar da China multiplicam-se a um ritmo muito preocupante desde o assalto criminoso desencadeado a 5 de Junho passado pelo estado de Israel contra um navio civil que transportava ajuda humanitária à ilegalmente bloqueada Faixa de Gaza.

As frotas de navios de guerra americanos (e da NATO) movimentam-se em direcção aos potenciais teatros do conflito: Mediterrâneo perto da fronteira entre o Líbano e Israel, estreito de Ormuz e Irão, estreito de Malaca, Vietname e Mar do Sul da China, península da Coreia e... Japão. As declarações ostensivas da diplomacia de Obama/Hilary Clinton fazem temer o pior, pois ninguém vê o Irão, e muito menos a China, recuar na defesa dos seus direitos de soberania e salvaguarda de interesses estratégicos.

Estes interesses são aliás os mesmos que deram origem às duas primeiras guerras mundiais: garantir o acesso ao petróleo, minerais e alimentos do mundo. Ou seja, controlar manu militare o Médio Oriente, a Arábia, o Irão, o Iraque, o Mar Cáspio, a despensa brasileira e todos os caminhos de acesso a estas bases materiais da civilização saída de três revoluções industriais. Se a Europa do eixo Paris-Berlim, que criou a União Europeia, ameaça a hegemonia do dólar, há que pedir aos ingleses que ajudem a travar tais ambições, criando um pandemónio financeiro, nomeadamente a Sul. Se a Rússia pretende policiar o Mar Cáspio há que espalhar umas armadilhas nas suas fronteiras e pelo seu território dentro. Se a China cresce demasiado e quer redistribuir internamente um pouco do que criou, prejudicando o chulo americano, pois então há que mostrar-lhe os dentes. Mas poderá um império decadente levar até ao fim a sua agenda de loucura belicista? A história dos impérios mostra que não. Nalgum momento as elites americanas acabarão por compreender que será melhor recompor as suas estratégias de jogo, se não quiserem deitar tudo a perder. Todos, ou quase todos, acreditámos que essa mudança viria de Barack Obama. Mas a desilusão cresce neste momento entre os americanos, entre os aliados, e entre os adversários. O perigo é assim real e espreita toda a humanidade!

Líder cubano antecipa guerra nuclear se os EUA e Israel atacarem o Irão

O histórico líder cubano, que nunca foi substituído na chefia do Partido Comunista, avançou em passos lentos até à tribuna e leu a sua mensagem sobre o perigo de uma guerra nuclear . "Uma vez que o Irão não deverá ceder um centímetro nas negociações com os Estados Unidos e Israel, cabe ao presidente Obama, descendente de africanos e brancos, muçulmanos e cristãos, decidir sozinho se deve, ou não, lançar um ataque contra o Irão. Nesse caso, deverá estar preparado para a resposta violenta dos iranianos."

Fidel disse estar ali para "dar a sua contribuição no sentido de dissuadir quem queira encetar uma guerra". E justificou: "A guerra não é um meio de defender um império. E Obama não é um Richard Nixon (37º presidente dos EUA, entre 1969 e 1974), que era um cínico, nem um Ronald Reagan (40º presidente dos EUA, entre 1981 e 1989), que era um ignorante total". Este apelo directo a Obama foi apenas a sequência lógica de um texto que Fidel já havia publicado na semana passada no site Cubadebate.cu. "Está na suas mãos oferecer à humanidade a única hipótese real de paz." — in Jornal de Notícias/HTS.

Os estrategas americanos dividiram-se até agora entre a necessidade de limitar a expansão da China por vias pacíficas ou desencadear uma guerra preventiva antes que seja tarde — isto é, antes de 2015!

Do ponto de vista económico-financeiro a América de Bush e Obama não poderia estar em pior situação: deve dinheiro a todo o mundo, paga com ficções electrónicas que a todo o momento poderão esfumar-se no vazio conceptual dum qualquer algoritmo monetário tornado obsoleto, deixou de produzir, está viciada no consumo de coisas inúteis, pensa cada vez menos e sofre de uma espécie de bulimia civilizacional: come demais e depois vomita as suas mais nobres e disseminadas convicções.

Fala de paz mas conspira, provoca e mata gente inocente pelos quatros cantos do mundo, como qualquer terrorista vulgar. Quer sujeitar o planeta aos tratados internacionais, mas é a primeira potência (a par de Israel, claro) a ignorá-los. Quer punir o Irão pelo seu eventual desejo legítimo de produzir armas nucleares, sujeitando-o a um cerco ilegal e à ameaça de uma guerra nuclear (punitiva!), mas alimenta diariamente na região uma potência nuclear clandestina chamada Israel (1). Teme pela segurança mundial, mas foi o único país até à data que usou armas atómicas contra populações civis e nunca, que eu saiba, pediu desculpa ao Japão por semelhante holocausto. Pior ainda: ameaça reincidir!

Perante este cenário aterrador, só há uma saída: trabalhar com o povo americano contra a insanidade dos seus dirigentes.

Targeting Iran: Is the US Administration Planning a Nuclear Holocaust?

The US and its allies are preparing to launch a nuclear war directed against Iran with devastating consequences. This military adventure in the real sense of the word threatens the future of humanity.

While one can conceptualize the loss of life and destruction resulting from present-day wars including Iraq and Afghanistan, it is impossible to fully comprehend the devastation which might result  from a  Third World War, using "new technologies" and advanced weapons, until it occurs and becomes a reality. 

The international community has endorsed nuclear war in the name of World Peace. "Making the World safer" is the justification for launching a military operation which could potentially result in a nuclear holocaust.

But nuclear holocausts are not front page news!  In the words of Mordechai Vanunu,

The Israeli government is preparing to use nuclear weapons in its next war with the Islamic world. Here where I live, people often talk of the Holocaust. But each and every nuclear bomb is a Holocaust in itself. It can kill, devastate cities, destroy entire peoples. (See interview with Mordechai Vanunu, December 2005).

Realities are turned upside down. In a twisted logic, a "humanitarian war" using tactical nuclear weapons, which according to "expert scientific opinion" are "harmless to the surrounding civilian population" is upheld as a means to protecting Israel and the Western World from a nuclear attack.

America's mini-nukes with an explosive capacity of up to six times a Hiroshima bomb are upheld by authoritative scientific opinion as a humanitarian bomb, whereas Iran's nonexistent nuclear weapons are branded as an indisputable threat to global security. — in Global Research/Michel Chossudovsky, August 9, 2010.


Global Military Agenda: U.S. Expands Asian NATO To Contain And Confront China

The U.S. ended the four-day Invincible Spirit joint military exercise with South Korea on July 28, which consisted of 20 warships and submarines, 200 aircraft and 8,000 troops "in the sea, shore and the skies" of South Korea and in the Sea of Japan near the coasts of North Korea and Russia.

On the same day the Taiwan News ran a feature entitled "China reports: the US means to set up another NATO in Asia," which cited Chinese news media, scholars and analysts warning that "The US is establishing another 'NATO' in Asia to contain China as evidenced in the ongoing high-profile naval exercise with South Korea and a perceived intrusion in South China Sea affairs. [T]hese moves including explicit intervention in Asian affairs underline the US's schemes to challenge China over its growing presence in this area...." — in Global Research/ Rick Rozoff, August 7, 2010.

 A Pax Americana transformou-se numa guerra sem fim nem moral contra tudo e contra todos. Os Estados Unidos atacaram duas vezes o Iraque para lhes roubar literalmente o petróleo (e manter a Europa, excepto os ingleses, à margem!), destruindo alegremente um país com milhares de anos. A aliança pirata entre os Estados Unidos e a Inglaterra, depois de terem passado todo o século 20 a montar golpes de Estado no Irão, igualmente para lhes roubar petróleo e gás natural, pretende agora ensaiar uma guerra nuclear limitada contra o mesmo Irão, a pretexto de que os seus dirigentes actuais sonham com a possibilidade de montar de uma vez por todas um sistema de defesa estratégico que dissuada quem não tem qualquer intenção de deixá-los em paz. No Leste europeu inventaram uma série de revoluções coloridas com o único fito de dominarem os estados tampão da velha Rússia e os estados que rodeiam a rica região petrolífera do Cáspio, curto-circuitando assim os acessos da Europa, da Rússia e da China às fontes energéticas de que todos dependemos. Nos últimos meses, sem qualquer vergonha, lançaram o maior ataque de sempre ao sistema financeiro europeu, procurando virar europeus contra europeus, e sobretudo desvalorizar o euro. A manobra, que contou com a colaboração das agências de notação e especuladores orquestrados seguramente pela CIA (de que alguns políticos europeus altamente colocados serão, muito provavelmente, agentes infiltrados) não surtiu o efeito esperado. Soberanias falidas são efectivamente as que dependem da Casa Branca e do Palácio de Buckingham. E agora, como vai ser? Quem irá salvar os sistemas financeiros americano e britânico, hã?! O BCE não será certamente. Os árabes, duvido muito. Os chineses, depois das recentes provocações americanas no Mar da China, nem mortos! Quem pagará então as dívidas de Obama e da rainha de Inglaterra? O grande perigo para a paz mundial começa exactamente aqui.


NOTAS
  1. A produção nuclear foi denunciada por um técnico israelita em 1986, Mordechai Vanunu (ou John Crossman), tendo-lhe a indiscrição custado uma pena de prisão de 18 anos e uma perseguição política sem fim à vista pelo estado de Israel.

    A opinião de Elaine Meinel sobre este assunto não deixa de ser eloquente:

    As I keep saying, there is zero reason for Iran to unilaterally disarm in light of Israel being fully armed and totally outside of all international treaties and regulations about nuclear arms.  The Jews love to scare Americans into thinking, Iran wants to bomb Israel.  Iran wants nukes just like any other sane nation: in a nuclear bomb world, this is the ONLY way to prevent an invasion or being bombed suddenly by nuclear powers!  Period.  The UN is totally useless for nations seeking protection from nuclear powers.  The Security Council IS a gang of nuclear thugs!  They control the UN and can veto any UN votes and do veto many UN votes.

    The cost/benefit is HUGE.  If Iran disarms and surrenders, their country will be torn to pieces by the US and Israel.  If they resist and win power to have both missiles and nukes, they get to join the ranks of protected powers, not weak victims.  Vanunu’s testimony is a godsend to the Iranians: they use this information every time the US tries to negotiate with them. They say, each time, ‘Yes, we will disarm but first, Israel must also disarm.’  Now, they have extended this to ‘The other nuclear powers must disarm.’

    They are totally correct here!  And frankly, most people on earth agree with them.  The US and other nuclear powers are totally happy with being armed to the teeth with many nukes because this means no one can invade or defy these powers.  This enables invasions, etc.  Of course, the downside is, non-nuclear bomb people can use other means to drive us mad, destroy our economic base and in general, make life hell for us. — in Culture Of Life News.

3 comentários:

Jose Silva disse...

Pois.

Sobre estes assuntos, recomendo também este autor: http://tarpley.net

Mrzepovinho disse...

Desenvolvimentos no estado da guerra:

No decorrer deste mês a Colombia e a Venezuela cortaram relações na sequencia das acusações de Alvaro Uribe... entretanto deposto.

Após a tensão elevada na fronteira destes dois países resultante do corte de relações entre ambos, o Mundo suspirou de alívio com o resultado do encontro entre Hugo Chavez e o novo Presidente Colombiano Juan Manuel Santos, onde a paz foi restabelecida.

Serão os acontecimentos de HOJE um aviso Americano à nova Presidencia Colombiana? Vejam a notícia do link!




http://english.aljazeera.net/news/americas/2010/08/2010812125348956495.html

Anónimo disse...

Tudo por causa das "Seven Sisters" http://bit.ly/9R3ZVf