terça-feira, abril 26, 2011

Maioria silenciosa

Um partido que leva o país à bancarrota pode ganhar as próximas eleições!
...cerca de 1 milhão de eleitores beneficiam do CSI ou RSI, devem esse beneficio ao PS e a maioria tem consciência disso. Agora junte-se-lhes os boys que infestam os sectores administrativo ou empresarial do Estado e as empresas privadas que vivem à sombra do governo. É esta a almofada que suporta o PS e amortece o efeito dos erros cometidos pelo governo.

Se observarmos os resultados das eleições legislativas de 2009, vemos que o PS recebeu 36,6% com cerca de 2 milhões de votos. Donde concluímos que o governo PS pode levar o país à bancarrota sem que daí advenha, como consequência, a perda das eleições legislativas. Só um voto nulo maciço do restante eleitorado, um voto anulado com uma frase de protesto contra o PS, pode desalojar os socialistas do governo — in Cidade Lusa.
A maioria cor-de-rosa criou uma base populista de apoio formada pelo CSI (Complemento Solidário para Idosos), RSI (Rendimento Social de Inserção) e pela imensa rede de jobs for the boys-and-girls tecida pelo sistema partidário no seu conjunto, com especial destaque, ao longo da última década e meia, para o PS.

De leitura obrigatória, a análise da Cidade Lusa mostra como a tríade de Macau, de forma metódica e sibilina, montou a sua base de sustentação populista.

O PS poderá assim voltar a ganhar as eleições, colocando Portugal na senda dos novos regimes proto-fascistas que aí vêm. Há, porém, um limite objectivo que não conseguirá superar: para o nível catastrófico do nosso endividamento público e privado, nem que tivéssemos o petróleo de Chávez ou de Kadafi nos safaríamos do colapso, ou de uma correcção abrupta da  fantasia social em que vivemos. Se a Alemanha não quiser perder, uma vez mais, a Europa, é o que nos obrigará a fazer. Se a Espanha não quiser voltar ao terrível espectro de uma guerra civil, é o que nos obrigará a fazer. Ou seja, ambos os países, que são os nossos dois maiores credores (a que se segue a França), têm uma só escolha pela frente: ou deixar Portugal resvalar para um regime populista perigoso, com o efeito de boomerang que uma tal degenerescência da democracia pode causar, ou levantar imediatamente uma barreira financeira intransponível às tácticas oportunistas e corruptas que hoje imperam no espectro partidário lusitano.

Estive esta madrugada a reler um texto fundamental de Garret Hardin, publicado pela revista Science em 1968: The Tragedy of the Commons. Seria bom que os pessoas sérias e inteligentes deste país o relessem também.

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