terça-feira, janeiro 21, 2014

2014: mais austeridade

A divergência entre a Alemanha e a periferia, incluindo França, é evidente.

Portugal e Espanha irão perder 40-50% do poder de compra salarial.

União Europeia prometeu, mas não cumpriu. O pior vem aí.

Comissário do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão reconhece que as promessas da União Monetária Europeia não foram cumpridas e que há o sério risco de todo o projeto descarrilar!

Commissioner for Employment, Social Affairs and Inclusion, László Andor:

Social dimension of the EMU

The still growing macroeconomic, employment and social divergences threaten the core objectives of the EU as set out in the Treaties, namely to benefit all its members by promoting economic convergence and to improve the lives of citizens in the Member States. The latest review shows how the seeds of the current divergence were already sown in the early years of the euro, as unbalanced growth in some Member States, based on accumulating debt fuelled by low interest rates and strong capital inflows, was often associated with disappointing productivity developments and competitiveness issues.

In the absence of the currency devaluation option, euro area countries attempting to regain cost competitiveness have to rely on internal devaluation (wage and price containment). This policy, however, has its limitations and downsides not least in terms of increased unemployment and social hardship, and its effectiveness depends on many factors such as the openness of the economy, the strength of external demand, and the presence of policies and investments enhancing non-cost competitiveness.

Declaração integral hoje publicada (21/1/2014) 

Segundo o observador atento ZeroHedge,

Most European countries (including France) face a desperate need for external devaluation, which is impossible under a monetary union, leaving only internal devaluation as an option. This is where the much maligned concept of austerity comes in:  from a macroeconomic perspective, austerity is not so much an exercise at moderating the pace of debt increase (as neither Spain nor Italy have reduced their rate of debt issuance), but of gradually becoming more price competitive with Germany: a key outcome that will be needed for the Eurozone to have any chance of survival, i.e., lowering sticky unemployment rates from levels that virtually assure social "disturbances" in the months and years ahead.
ZeroHedge: Europe Finally Admits A Monetary Union Leads To "Increased Unemployment And Social Hardship".

Para agravar este panorama sombrio, veja-se a antevisão dos pagamentos da dívida pública constante do Relatório do Orçamento de Estado:

Clicar para ampliar

Epílogo: quando dizem que 'as exportações' (na realidade, trata-se da balança corrente) estão a portar-se bem, isso deve-se não só às exportações, mas também e até em grande parte à quebra brutal do consumo, à diminuição dos salários, ao aumento das remessas dos emigrantes e ainda, pontualmente, ao elevado preço dos refinados de petróleo exportados. A recente decisão do governo de isentar de taxas portuárias os exportadores é um sinal do esgotamento da solução pela via do saldo da balança corrente. O aumento das remessas dos emigrantes estabilizou, a procura de refinados petrolíferos estabilizou ou diminuiu, o consumo aumentou ligeiramente, o investimento externo (que é dívida perante o exterior) diminui abruptamente, e o aumento das exportações de bens materiais e serviços está a abrandar.

Pergunta ao governo: onde vai arranjar os mais de 20 mil milhões de euros necessários ainda este ano e no ano que vem para pagar dívida pública contraída?

E senhor Seguro, onde pensa ir buscar os mais de 17 mil milhões necessários para corresponder aos compromissos assumidos para 2016?

Não haverá resgate, nem programa cautelar. Mas haverá seguramente um empobrecimento brutal das pessoas, em particular das classes médias, virtualmente em extinção. É por esta razão, aliás, que Cavaco Silva anda desesperadamente à procura de uma nova União Nacional. Desta vez com o PS, PSD e CDS.

Cuidado, pois, com o que escreve a imprensa e dizem as televisões indigentes deste pobre país sobre a recuperação económica e outras fantasias.

3 comentários:

Mrzepovinho disse...

A classe mé(r)dia EMIGROU ou está no DESEMPREGO... os Reformados estão DEPENADOS... o produto mais exportado por Portugal é DÍVIDA PÚBLICA, e ainda há quem insista em chamar a este ano o "ano da recuperação económica"?

Muitos analistas indicam que até MArço deste ano vai haver um choque financeiro do género do de 2008, MAS MAIOR! http://www.inc.com/minda-zetlin/will-the-economy-crash-in-march.html

Segurem-se: este barco AINDA está a ser governado por PIRATAS!

Mrzepovinho disse...

A classe "média" EMIGROU ou está no DESEMPREGO (i.e. a viver da REFORMA dos PAIS)... os Reformados estão DEPENADOS... o produto mais exportado por Portugal é DÍVIDA PÚBLICA, e ainda há quem insista em chamar a este ano o "ano da recuperação económica"?

Muitos analistas indicam que até MArço deste ano vai haver um choque financeiro do género do de 2008, MAS MAIOR! http://www.inc.com/minda-zetlin/will-the-economy-crash-in-march.html

Segurem-se: este barco AINDA está a ser governado por PIRATAS!

Mrzepovinho disse...

ITÁLIA agora também em "perigo"... DE NOVO?! Afinal o PIRATA MONTI (Ex Funcionário da Goldman Sachs e NUNCA ELEITO POR NINGUÉM) não fez NADA?!?! que SURPRESA!!

link-> http://www.telegraph.co.uk/finance/economics/10139939/Italy-could-need-EU-rescue-within-six-months-warns-Mediobanca.html