quarta-feira, abril 08, 2015

O efeito Varoufalos

Instituição liderada por Christine Lagarde voltou a pedir mais investimento em infra-estruturas
Chip Somodevilla/Getty Images/AFP


Christina Lagarde perdeu a cabeça por um motard, foi?


FMI pede mais investimento público para reanimar investimento privado

Sérgio Aníbal, 07/04/2015 - 13:46 — Público

A forte queda do investimento na economias avançadas desde o início da crise financeira é fundamentalmente o resultado de uma actividade económica muito fraca, concluiu o Fundo Monetário Internacional, que diz que mais investimento público em infra-estruturas é necessário para convencer os investidores privados a voltarem a assumir riscos.

Ó minha senhora, mas então em que ficamos: paga-se a dívida pública, ou aumenta-se a dita?!

O problema das receitas keynesianas é que produzem retornos sucessivamente decrescentes, ou seja, quanto mais se abusa do abrir e tapar buracos, por exemplo, dos aeromoscas de Beja, menos estimulada a economia se sente, as expectativas de criação de emprego tornam-se ilusórias, e pelo caminho o Estado vai ficando cada vez mais endividado, os bancos deixam de pagar impostos e precisam de resgates sucessivos, os bancos centrais desfazem-se em diarreia monetária e assim, com muita retórica piedosa pelo meio, as elites políticas, empresariais e financeiras vão saqueando toda a poupança e toda a riqueza privada que conseguem. No fim deste caminho só resta uma saída: A DITADURA. É isso que a Senhora sugere?

Haverá certamente investimento público a fazer enquanto houver sociedade.

Por exemplo, em Portugal, o lançamento de um programa ferroviário de ligação à rede europeia de bitola UIC é mesmo uma prioridade que o governo de coligação PSD/CDS boicotou, mas que o próximo governo, seja ele qual for, terá que retomar, nem que seja necessário atropelar todos e cada um dos burocratas do Tribunal Constitucional.

Um programa europeu de eficiência e autonomia energéticas e o fim das rendas excessivas neste setor é outra prioridade que exigirá investimento público.

Reformar e adaptar o Estado Social ao envelhecimento demográfico, à desmaterialização tecnológica, à realidade aumentada, e à globalização, desenhar e implementar uma Renda Básica de Cidadania, por exemplo, são porventura os maiores desafios com que os governos terão que lidar num futuro relativamente próximo. Nenhuma destas transições se poderá realizar sem colossais investimentos públicos. Mas já que estamos na Europa conviria que tudo isto fosse pensado na escala devida e financiado por todos.

Mas o tom vago das suas palavras, Christine Lagarde, e a saliva que imediatamente cresce nas bocas vorazes dos devoristas, rendeiros e piratas do costume, auguram a pior das expectativas.

Portanto, Madame Lagarde, vamos lá a concretizar as ideias!


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