Mostrar mensagens com a etiqueta “metais-terrosos raros”. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta “metais-terrosos raros”. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, dezembro 18, 2017

Por uma democracia de confiança



A revolução digital só agora começou


As bolhas das dívidas soberanas e o mercado especulativo de derivados financeiros são a coisa mais extraordinária que o Capitalismo conheceu em toda a sua história, exceção feita, talvez, das duas grandes guerras mundiais que permitiram a sua expansão exponencial.

O que agora parece estar em causa, por efeito da exaustão dos recursos à superfície da crosta terrestre, a começar pelo fim da energia barata, é mesmo o fim do crescimento. A procura agregada mundial deixou de crescer a um ritmo capaz de repor o capital gasto na busca de matérias primas como o petróleo, o carvão e o gás natural, minérios de ferro, terras aráveis, água potável, etc., e ainda no cumprimento das obrigações contraídas perante os clientes dos bancos, companhias de seguros e da segurança social. Mais, a taxa de crescimento demográfico mundial atingiu o seu máximo em 1964. Ora sem demografia não há crescimento de nenhuma espécie, salvo o das bolhas especulativas que proliferam. Resta-nos, pois, regressar ao crescimento zero (na realidade, entre 0 e 1%) que foi a regra desde o princípio da humanidade até meados do século 19. Esta é a próxima revolução global, que porventura já começou!

Dois sinais: o colapso do sistema financeiro assente em bancos e bancos centrais, mais os seus sistemas de certificação, parece estar definitivamente em curso. Prova disso é a fuga cada vez mais visível da riquza mundial para as chamadas cripto-moedas. Outro sinal são os movimentos sociais que exigem, com cada vez mais veemência e conhecimento, uma DEMOCRACIA DE CONFIANÇA, assente em protocolos de transparência, registo e cooperação eletrónica à escala global. Por um lado, a economia global veio para ficar, por outro, exige-se para todos o chamado Rendimento Básico Incondicional e um sistema de trocas e de pagamentos livre da corrupção e especulação político-financeiras.

Blockchains for social good could revolutionize democracy and politics at large. I think Distributed Ledger Technology with Democracy Maps can be a paradigm shift to present populism plaguing most democracies around the world, and force bureaucratic authoritarian regimes to adapt to individual freedom and real democracy.
This EU initiative is more than welcome. Let’s work on this beautiful challenge!

António Cerveira Pinto in Second City



Blockchains for Social Good 

This prize [€5 million] aims to develop solutions to social innovation challenges using distribute ledger technology. 
The challenge to solve 
The challenge is to develop scalable, efficient and high-impact decentralised solutions to social innovation challenges leveraging Distributed Ledger Technology (DLTs), such as the one used in blockchains. 
DLT in its public, open and permissionless forms is widely considered as a ground-breaking digital technology supporting decentralised methods for consensus reaching as well as sharing, storing and securing transactions and other data with fewer to no central intermediaries 
In the wake of the widespread public attention for Bitcoin, several financial applications based on blockchains are already under development. 
However, the potential of DLTs to generate positive social change by decentralising and disintermediating processes related to local or global sustainability challenges is still largely untapped. 
in “Blockchains for social good”. IEIC Horizon Prize

Read more




Distributed Ledger Technology 

Algorithms that enable the creation of distributed ledgers are powerful, disruptive innovations that could transform the delivery of public and private services and enhance productivity through a wide range of applications. 
Ledgers have been at the heart of commerce since ancient times and are used to record many things, most commonly assets such as money and property. They have moved from being recorded on clay tablets to papyrus, vellum and paper. However, in all this time the only notable innovation has been computerisation, which initially was simply a transfer from paper to bytes. Now, for the first time algorithms enable the collaborative creation of digital distributed ledgers with properties and capabilities that go far beyond traditional paper-based ledgers. 
A distributed ledger is essentially an asset database that can be shared across a network of multiple sites, geographies or institutions. All participants within a network can have their own identical copy of the ledger. Any changes to the ledger are reflected in all copies in minutes, or in some cases, seconds. The assets can be financial, legal, physical or electronic. The security and accuracy of the assets stored in the ledger are maintained cryptographically through the use of ‘keys’ and signatures to control who can do what within the shared ledger. Entries can also be updated by one, some or all of the participants, according to rules agreed by the network. 
Underlying this technology is the ‘block chain’, which was invented to create the peer-to-peer digital cash Bitcoin in 2008. Block chain algorithms enable Bitcoin transactions to be aggregated in ‘blocks’ and these are added to a ‘chain’ of existing blocks using a cryptographic signature. The Bitcoin ledger is constructed in a distributed and ‘permissionless’ fashion, so that anyone can add a block of transactions if they can solve a new cryptographic puzzle to add each new block. The incentive for doing this is that there is currently a reward in the form of twenty five Bitcoins awarded to the solver of the puzzle for each ‘block’. Anyone with access to the internet and the computing power to solve the cryptographic puzzles can add to the ledger and they are known as ‘Bitcoin miners’. The mining analogy is apt because the process of mining Bitcoin is energy intensive as it requires very large computing power. It has been estimated that the energy requirements to run Bitcoin are in excess of 1GW and may be comparable to the electricity usage of Ireland.  
in “Distributed Ledger Technology: beyond block chain. A Report by the UK Government Chief Scientific Adviser”.

Read more

terça-feira, setembro 01, 2009

Rare Earth Elements


Bayan Obo, Mongolia, China — exploração de REE.
Google: 41°46'22"N , 109°57'13"E


Metais dispersos: a próxima guerra tecnológica

World faces hi-tech crunch as China eyes ban on rare metal exports
. By Ambrose Evans-Pritchard

Each Toyota Prius uses 25 pounds of rare earth elements.

Beijing is drawing up plans to prohibit or restrict exports of rare earth metals that are produced only in China and play a vital role in cutting edge technology, from hybrid cars and catalytic converters, to superconductors, and precision-guided weapons.

A draft report by China’s Ministry of Industry and Information Technology has called for a total ban on foreign shipments of terbium, dysprosium, yttrium, thulium, and lutetium. Other metals such as neodymium, europium, cerium, and lanthanum will be restricted to a combined export quota of 35,000 tonnes a year, far below global needs. — in Telegraph (24 Aug 2009).

As ligações carvão-gás-vapor, carvão-gás-electricidade e petróleo-gás-electricidade-química, caracterizam num plano decisivo e por vezes invisível ao comum dos mortais as três grandes revoluções que fizeram saltar a humanidade, ou pelo menos uma parte dela, das sociedades agrícolas e comerciais para a modernidade urbano-industrial, e desta para a pós-modernidade electrónico-consumista.

Estes paradigmas estão, porém, ameaçados pela devastação que causaram.

Por um lado, induziram uma expansão demográfica da espécie humana que compromete perigosamente os equilíbrios ecológicos e simbióticos da vida à face do planeta Terra. Por outro, estão a envelhecer de forma caricata e suicida as sociedades paradoxalmente mais ricas, tecnicamente mais evoluídas e melhor organizadas. Por fim, o prazo de validade destes paradigmas praticamente terminou, indexado que está ao esgotamento económico e físico dos principais recursos naturais que alimentaram as sociedades "modernas" e "contemporâneas" ao longo dos últimos 200 anos.

A actual crise económica e financeira global deverá prolongar-se ao longo de toda uma década, ou mais, com altos e baixos, num doloroso declinar do paradigma energético e produtivo dominante, apesar da busca frenética de saídas tecnológicas, e sobretudo especulativas. Uma das opções, insistentemente proposta, nomeadamente em Portugal, é a do chamado "choque tecnológico". Ou seja, para os optimistas da modernidade, tudo se vai resolver em breve com mais tecnologia, isto é: mais electrónica, mais "energias renováveis" (que reforçarão as anunciadas novas gerações de energia carbónica e nuclear), mais e melhor robótica, mais e mais sofisticadas e intensivas nano e bio tecnologias.

Sucede, no entanto, que este optimismo tem três inconvenientes fatais:
  1. insiste num paradigma de desenvolvimento que depende intrinsecamente da exaustão rápida do sistema de vida integrado do planeta —crescimento contínuo da produção, do consumo e do desperdício, versus destruição sistemática do trabalho, i.e. do capital humano e das relações sociais em geral, num processo de autofagia civilizacional, conduzido pela lógica suicida do Capitalismo tardio;
  2. desconhece aparentemente que a genética própria da tecnologia é a sua rápida obsolescência conduzida pelo factor de entropia chamado "informação" —quanto mais depender da novidade, mais curtos serão os ciclos de obsolescência dos produtos, das relações sociais e das formas culturais —e portanto, mais efémeros e menos intensos os esperados efeitos reprodutivos dos "choques tecnológicos" nas economias e no bem-estar das sociedades;
  3. ignora que a próxima grande revolução, i.e. aquela que desde o início deste século tem vindo a arrancar aos soluços, depende afinal dum grupo de "terras raras", assinalado na Tabela Periódica, sob a designação de actinidos e lantanídios, conhecidos no seu conjunto pelo nome de metais-terrosos raros, metais ou elementos de transição, ou na formulação inglesa, rare earth elements (1): Lantânio (La); Cério (Ce); Praseodímio (Pr); Neodímio (Nd); Promécio (Pm); Samário (Sm); Európio (Eu); Gadolínio (Gd); Térbio (Tb); Disprósio (Dy); Hólmio (Ho); Érbio (Er); Túlio (Tm); Itérbio (Yb); Lutécio (Lu); Ítrio (Y)...
O que caracteriza de facto os elementos de transição da Tabela Periódica não é tanto a sua raridade —pois alguns deles são muitíssimos abundantes na crosta terrestre—, mas a sua dispersão, que faz com que, na prática, os locais conhecidos para a sua exploração mineira e química viável sejam tão escassos:
  • Mountain Pass, Deserto Mojave, Califórnia/ Molycorp, Inc.
  • Bayan Obo, Mongólia, China, e ainda Sul da China
  • Olympic Dam, Austrália
  • Kiruna, Suécia
e que, por outro lado, mais de 95% da exploração e processamento destas matérias primas essenciais para o desenvolvimento de boa parte das novas tecnologias actuais e prometidas tenha origem num único país: a China!

Não parece assim ousado dizer que o século 21 assenta em pés de barro, algures entre a Mongólia e o Sul da China. A decisão chinesa de tornar monopólios oficiais estritamente vigiados estes recursos demasiado escassos e caros, vem na linha da perspectiva estratégica que conduziu à formação da OPEP, e mais recentemente aos monopólios de Estado que vêm aumentando de variedade, número e dimensão em países como a África do Sul, a Austrália e o Brasil, entre outros.

Caminhamos rapidamente para uma nova lógica proteccionista global, como sempre centrada no monopólio dos recursos básicos da forma produtiva do momento. Não nos iludamos! O tempo corre contra o neoliberalismo em todas as frentes. Desta vez, não vai ser fácil repetir as velhas artimanhas do pau e da cenoura, ou da butter and guns. Os principais países detentores das matérias primas e recursos necessários aos actuais modelos económicos, tecnológicos e sociais de referência (protagonizados pelo Ocidente Europeu e Norte-Americano), são simultaneamente ricos em população e mão-de-obra barata, energia fóssil, recursos minerais e alimentos, ouro, moeda e activos financeiros, capacidade industrial e... investigação e desenvolvimento.

Deste novo cenário resulta uma recomendação óbvia e imediata ao meu País: precisamos de rever urgente e drasticamente a política nacional de recursos estratégicos — começando pela defesa política, económica, social e militar da Zona Económica Exclusiva Alargada portuguesa, e avançando sem demora sobre a política de recursos hídricos, energéticos, ambientais e de segurança alimentar. O desafio é imenso. Como tal, é uma oportunidade, antes de ser uma ameaça. Deixar esta tarefa aos políticos menores que actualmente assassinam o cerne da democracia é, porém, uma perigosa irresponsabilidade. Teremos, pelo contrário, que começar desde já a erguer um poderoso Movimento de Cidadania Estratégica, se quisermos preparar de facto Portugal para os tremendos desafios que este século nos reserva.



NOTAS
  1. Rare Earth Elements—Critical Resources for High Technology

    High-technology and environmental applications of the rare earth elements (REE) have grown dramatically in diversity and importance over the past four decades. As many of these applications are highly specific, in that substitutes for the REE are inferior or unknown, the REE have acquired a level of technological significance much greater than expected from their relative obscurity. Although actually more abundant than many familiar industrial metals, the REE have much less tendency to become concentrated in exploitable ore deposits. Consequently, most of the world’s supply comes from only a few sources. The United States once was largely self-sufficient in REE, but in the past decade has become dependent upon imports from China.

    ...The diverse nuclear, metallurgical, chemical, catalytic, electrical, magnetic, and optical properties of the REE have led to an ever increasing variety of applications. These uses range from mundane (lighter flints, glass polishing) to high-tech (phosphors, lasers, magnets, batteries, magnetic refrigeration) to futuristic (high-temperature superconductivity, safe storage and transport of hydrogen for a post-hydrocarbon economy).

    Many applications of REE are characterized by high specificity and high unit value. For example, color cathode-ray tubes and liquid-crystal displays used in computer monitors and televisions employ europium as the red phosphor; no substitute is known. Owing to relatively low abundance and high demand, Eu is quite valuable—$250 to $1,700/kg (for Eu2O3) over the past decade.

    Fiber-optic telecommunication cables provide much greater bandwidth than the copper wires and cables they have largely replaced. Fiber-optic cables can transmit signals over long distances because they incorporate periodically spaced lengths of erbium-doped fiber that function as laser amplifiers. Er is used in these laser repeaters, despite its high cost (~$700/kg), because it alone possesses the required optical properties.

    Specificity is not limited to the more exotic REE, such as Eu or Er. Cerium, the most abundant and least expensive REE, has dozens of applications, some highly specific. For example, Ce oxide is uniquely suited as a polishing agent for glass. The polishing action of CeO2 depends on both its physical and chemical properties, including the two accessible oxidation states of cerium, Ce,3+ and Ce4+, in aqueous solution. Virtually all polished glass products, from ordinary mirrors and eyeglasses to precision lenses, are finished with CeO2.

    ...Environmental applications of REE have increased markedly over the past three decades. This trend will undoubtedly continue, given growing concerns about global warming and energy efficiency. Several REE are essential constituents of both petroleum fluid cracking catalysts and automotive pollution-control catalytic converters. Use of REE magnets reduces the weight of automobiles. Widespread adoption of new energy-efficient fluorescent lamps (using Y, La, Ce, Eu, Gd, and Tb) for institutional lighting could potentially achieve reductions in U.S. carbon dioxide emissions equivalent to removing one-third of the automobiles currently on the road.

    ... In 1999 and 2000, nearly all (more than 90%) of the separated REE used in the United States was imported either directly from China or from countries that imported their plant feed materials from China. The surprisingly rapid progression from self-sufficiency prior to about 1990 to nearly complete dependence on imports from a single country today involves a number of causative factors. These include much lower labor and regulatory costs in China than in the United States; continued expansion of electronics and other manufacturing in Asia; the favorable number, size, and HREE content of Chinese deposits; and the ongoing environmental and regulatory problems at Mountain Pass. China now dominates world REE markets, raising several important issues of REE supply for the United States:


    (1) The United States is in danger of losing its longstanding leadership in many areas of REE technology. Transfer of expertise in REE processing technology and REE applications from the United States and Europe to Asia has allowed China to develop a major REE industry, eclipsing all other countries in production of both ore and refined products. The Chinese Ministry of Science and Technology recently announced a new national basic research program. Among the first group of 15 high-priority projects to be funded was “Basic research in rare earth materials” (Science, Dec. 18, 1998, p. 2171).

    (2) United States dependence on imports from China comes at a time when REE have become increasingly important in defense applications, including jet fighter engines and other aircraft components, missile guidance systems, electronic countermeasures, underwater mine detection, antimissile defense, range finding, and space-based satellite power and communication systems.

    (3) Availability of Chinese REE to U.S. markets depends on continued stability in China’s internal politics and economy, and its relations to other countries.

    (4) Although the present low REE prices caused by abundant supply from China are stressing producers, particularly Mountain Pass, low prices will also stimulate development of new applications. For example, a recent chemistry text notes that “… for many years the main use of lutetium was the study of the behavior of lutetium …” Several promising applications for Lu are known, but most are precluded by high cost. If the price of Lu were to decrease from many thousand to a few thousand dollars per kilogram (fig. 3), additional high-technology applications of even this least abundant of the REE undoubtedly would follow. How large a role the United States will play in future expansion of REE technology and markets remains an important, but open, question.

    The rare earth elements are essential for a diverse and expanding array of high-technology applications, which constitute an important part of the industrial economy of the United States. Long-term shortage or unavailability of REE would force significant changes in many technological aspects of American society. Domestic REE sources, known and potential, may therefore become an increasingly important issue for scientists and policymakers in both the public and private sectors.

    -- in U.S. Geological Survey. Fact Sheet 087-02.

OAM 618 02-09-2009 19:58