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quarta-feira, junho 18, 2014

«Ricardo Salgado devia estar preso»

Cristiano Ronaldo e Dona Inércia promovem BES

Ana Gomes (PS) dá murro no estômago de Ricardo Salgado, e uma cotovelada valente no Costinha socratino.


Foi uma indireta muito pesada para o sargento de Sócrates. O Pinho dos chifres era uma carta da Dona Branca Espírito Santo num dos lugares chave do último e socratino governo PS, por onde Costa se fartou de andar, se bem se lembram...

Percebe-se agora cada vez melhor porque andam todos os piratas deste país com o Costa ao colo. E porque motivo o ex-ministro de Sócrates quer um consenso, mas só se for por baixo da mesa. Falar do consenso? Nem pensar!

Ana Gomes: "Ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso"
RTP Notícias, Sandra Henriques 17 Jun, 2014, 09:30 / atualizado em 17 Jun, 2014, 09:33

No Conselho Superior da Antena 1 desta manhã, Ana Gomes diz compreender “o esforço de tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o GES está para o BES como a SLN para o BPN”.

"O Grupo Espírito Santo está para o BES como a SLN estava para o BPN"
Por Carlos Diogo Santos
i online, publicado em 18 Jun 2014 - 05:00

A eurodeputada Ana Gomes disse ontem que o BES recusou o financiamento da troika para "não ter de abrir as contas do banco à supervisão do Estado". BE defende que Salgado não tem idoneidade

A eurodeputada socialista Ana Gomes comparou ontem o Banco Espírito Santo (BES) ao BPN, afirmando que ambos são ou foram instrumentos de actividade criminosa. Ana Gomes disse ainda, em declarações à Antena 1, que "ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado Santo para ir preso".

A reacção surge dias após ter sido tornado público que o antigo contabilista da Espírito Santo International (ESI) Francisco Machado da Cruz acusou o presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, de ter autorizado a manipulação das contas daquela holding. Na prática, foi ocultado um passivo de 1,3 mil milhões de euros.


«Ricardo Salgado devia estar preso»
Ana Gomes e Carlos Abreu Amorim discutiram o perdão fiscal
na TVI24, 2014-02-14

E mais:
Poirot e o BES
Pedro Braz Teixeira, Observador, 14/6/2014, 13:25
É preciso ser totalmente destituído de “celulazinhas cinzentas”, ou, em alternativa, ser patologicamente ingénuo para acreditar na mais do que inverosímil versão de Ricardo Salgado.

terça-feira, junho 11, 2013

Veni Vidi Vinci

A francesa Vinci abriu hoje uma garrafa de Dom Prignon

ANA, monopólio público passa a monopólio privado? Pelos vistos, ninguém perguntou.

Será que algum partido, ou arara delegada no parlamento português, ou ainda a deputada europeia do MRPP sempre preocupada com fenómenos de corrupção em Angola, fez alguma pergunta à Comissão Europeia sobre se estaria ou não em causa, na privatização da ANA, a substituição de um monopólio público por um monopólio privado? A venda da ANA à parelha Vinci-Mota-Engil foi feita ao abrigo de que Caderno de Encargos? Alguém conhece o dito, incluindo todos os seus anexos? E a Comissão Europeia, que decidiu, conhece?

O Jornal de Negócios apressou-se a escrever que:
“Bruxelas concluiu que a operação de privatização, prevista no programa de assistência financeira, não viola as regras comunitárias de concorrência.” 
Ma não viola memo? É? Alguém preguntou? O Rui Moreira preguntou? O Belmiro preguntou? O Louçã preguntou? O Jerônimo preguntou? A Ana Gomes preguntou?

A pergunta teria que ter sido endereçada a Bruxelas até ao passado dia 19 de maio.

Reparem nesta frase da notificação oficial da UE:

“— for undertaking ANA: management and operation of airport infrastructures in Portugal.”

É que na comunicação de hoje que autoriza a fusão da Vinci com a ANA, por aquisição de posição maioritária no capital desta última, nada se diz sobre a natureza e/ou potencial eventualmente monopolista da ANA, e portanto da futura ANAVINCI. Ora vamos lá a ler:

Mergers: Commission clears acquisition of Aeroportos de Portugal by VINCI
The European Commission has approved under the EU Merger Regulation the acquisition of Aeroportos de Portugal (ANA) by VINCI of France. ANA manages and operates airport infrastructures in Portugal. VINCI is a diversified group, active among others in the fields of (i) concessions and infrastructures, mainly motorways and parking lots, as well as airports in France and in Cambodia (ii) electrical engineering (iii) climatic and mechanical engineering. The proposed transaction is the result of a tender procedure launched by the Portuguese State in the context of ANA’s privatization. This privatisation is part of the Economic and Financial Assistance Programme provided to Portugal by the European Union, the European Central Bank and the International Monetary Fund. The Commission assessed the effects of the proposed acquisition on the markets for the award of airport management and operation concessions, and for the management and operation of airport infrastructure in Portugal, as well as vertical relationships of these markets with the upstream markets for electrical, mechanical and climatic engineering services, where VINCI is active. The Commission's investigation found that the transaction would not raise competition concerns. The merged entity would indeed be unable to shut out suppliers on the upstream markets for electrical, mechanical and climatic engineering services because of the numerous credible competitors. It would also be unable to shut out customers because it is a very small customer of electrical, mechanical and climatic engineering services. The operation was examined under the normal merger review procedure. More information is available on the Commission's competition website in the public case register under the case number M.6862

in Midday Express of 2013-06-11

Volto a perguntar: a frase que se segue e faz parte da fundamentação da decisão de Bruxelas pressupõe que não há monopólio na gestão e operação dos aeroportos civis de Portugal. É assim, ou vem coisa contrária escrita nalgum anexo do contrato de concessão?

“— for undertaking ANA: management and operation of airport infrastructures in Portugal.”

Eu sei que já passou o dia 19 de maio, mas faço na mesma a pergunta ao senhor Barroso, à Comissão Europeia, aos organismos que normalmente vigiam as muitas fraudes, descaradas, ou dissimuladas, que ocorrem nos negócios europeus intra-comunitários, e à sempre diligente diplomata deputada do MRPP, Ana Gomes: a ANA da Vinci e da Mota-Engil permanece ou não um monopólio, como tem sido até hoje?


TO EUROPEAN COMISSION

Though not in due time I, European Citizen, António Cerveira Pinto, submit the above post as a direct question —under the subject COMP/M.6862 — Vinci/Aeroportos de Portugal— to:

European Commission
Directorate-General for Competition
Merger Registry
1049 Bruxelles/Brussel
BELGIQUE/BELGIË

sexta-feira, maio 31, 2013

Direito de pernada

Fardas da nova Low Cost canadiana: Rouge

Além de corruptos, burros!

O maior crime económico deste governo é este: transformar Portugal numa ilha ferroviária, reduzindo o hinterland do país a uma faixa de 200Km de profundidade, ou melhor dito, permitindo que o hinterland ocidental de Espanha chegue a toda a costa portuguesa, sem reciprocidade!

Porto de Leixões e Salamanca cruzam transporte de mercadorias
Vão ser investidos 15 milhões para instalar a Luís Simões.

As administrações do Porto de Leixões (APDL) e da Plataforma Logística de Salamanca (Zaldesa) assinaram ontem um contrato-promessa que prevê a instalação física de cada uma das infra-estruturas nas instalações da sua congénere - acabando assim Leixões e Salamanca por construir uma ponte logística com benefícios mútuos.

Leixões passará a ser um destino privilegiado da expedição para fora da Península Ibérica de mercadorias que se concentrem na plataforma de Salamanca (situada no interior de Espanha, mas a poucos quilómetros da fronteira com Portugal); por outro, as mercadorias que chegam a Leixões e têm por destino o Leste de Espanha ou os restantes países da Europa passam a ter uma ‘via verde' até Salamanca, cidade a partir da qual a Zaldesa assegura ligações terrestres para todos os destinos.

in Económico, António Freitas de Sousa , 31/05/13 00:05

O que está em preparação é simples: a linha de costa, ou seja, os nossos portos, estão a recuar até à fronteira com Espanha. 

Badajoz, Salamanca e amanhã Ayamonte e depois Tuy perfilam-se como os futuros portos (secos) da frente atlântica outrora portuguesa. Punta Langosteira, na Corunha, e Algeciras, a um passo de África, tornar-se-ão concorrentes imbatíveis face aos portos de Sines, Lisboa, Setúbal e Leixões, dada a interoperabilidade dos primeiros com a rede ferroviária de bitola standard (UIC, ou 'europeia') em Espanha, no resto da Europa e, num futuro já anunciado, por toda a Eurásia. Esta sim, é uma boa e legítima razão para correr com este governo a pontapé!

Deixar Portugal fora do novo sistema de circulação de pessoas e mercadorias europeu seria um crime.

Entretanto a conspiração do Bloco Central da Corrupção em volta do NAL continua...
Direitos de passagem, por Paulo Morais

Como a Vinci é também o acionista de referência da Ponte Vasco da Gama, adivinha-se já que não deixará de construir um novo aeroporto em Alcochete, a que apenas se pode aceder pela ponte. Assim, dentro de pouco tempo, todos quantos viajem de avião de e a partir de Lisboa terão de remunerar duplamente a Vinci. Pagarão não só as taxas de aeroporto, como até o acesso a Alcochete.

Com a construção do novo aeroporto de Lisboa (NAL) na margem sul, o tráfego da ponte aumentará previsivelmente em mais de 40%. Também se multiplicarão os lucros da Lusoponte, da Vinci e dos seus parceiros.

Além disso, o desmantelamento do aeroporto da Portela irá permitir a disponibilização de terrenos no centro de Lisboa que, uma vez libertos, irão servir a especulação imobiliária. Já se antevê a construção de empreendimentos imobiliários para classe média-alta europeia na zona da Portela. Quem lucrará com isso? A Vinci, que assim financia a construção do NAL e, claro, os favorecidos de sempre, promotores imobiliários e banca.

A pressão para que este negócio se concretize é de tal ordem que até veio desembrulhar um problema insolúvel durante décadas, que opunha governo e Câmara de Lisboa: o da transferência para a ANA dos terrenos da Portela que pertenciam à autarquia lisboeta.

Com toda esta operação, privatização da ANA associada à alienação dos terrenos pelo município lisboeta, os novos donos dos aeroportos portugueses estão de mãos livres (que não limpas) para fazerem o que muito bem entenderem.

É óbvio que vão desmantelar o aeroporto da Portela e construir o NAL em Alcochete. E assim, no futuro, quem viajar até Lisboa de qualquer parte do mundo e todos aqueles que a partir de Lisboa rumem a qualquer paragem, terão de pagar a portagem da Ponte Vasco da Gama. Esta portagem será a versão pós-moderna e equivalente aos direitos de passagem que eram devidos aos senhores dos feudos da Idade Média. Com a conivência de governantes portugueses, o presidente do grupo Vinci terá poderes feudais em Portugal.

in Correio da Manhã, maio, 2013.

Porque será que os 'socialistas' andam sempre tão calados sobre este assunto?

Eu digo porquê: suspeito que o PS, através de um testa de ferro, gere um fundo imobiliário com sede na Holanda, o qual comprou terrenos na zona entre Canha, Rio Frio e Alcochete. Talvez a Ana Gomes pudesse investigar...


A TAP perdeu a corrida das Low Cost apesar de mil vezes avisada pela Blogosfera.

Tudo isto é descarado e triste, mas vamos a tempo de reagir e travar.

Reproduzo, pela sua oportunidade, um comentário que acabo de receber sobre este mesmo assunto, ou seja, sobre a interligação mafiosa que me parece óbvia entre o desastre ferroviário em curso e o embuste recorrente do novo aeroporto de Lisboa (NAL) cujo único propósito é satisfazer negociatas de terrenos e especulação imobiliária confeccionadas pelos piratas e mafiosos do Bloco Central, o qual, apesar do colapso financeiro do país, continua a controlar quem diz que governa.
De uma forma ou de outra, as posições defendidas pela Blogosfera e que estão expressas n’O António Maria, começam a aparecer junto da opinião pública, nomeadamente a passagem do monopólio publico “ANA” para mãos privadas numa estratégia que tem como objectivo a construção do NAL na Ota em Alcochete, passando pela urbanização dos terrenos da Portela (agora valorizados pelo Metro), interesses a que não será estranha a posição da “Alta de Lisboa” no nosso amigo Ho, ..., leia-se Lobby de Macau e suas melancias.

Colateralmente toda a questão estratégica de dotar o país de infra-estruturas ferroviárias em bitola UIC foi subjugada aos interesses da Ota em Alcochete, assim como outras manobras de diversão tais como o “Porto da Trafaria”. Para quê outro porto se as infra-estruturas ferroviárias estão condenadas à bitola ibérica, não indo, por isso, além da fronteira.

Hoje na imprensa escrita fala-se que do Porto de Leixões serão encaminhadas mercadorias para o porto seco de Salamanca, ou seja, por estrada e não através da utilização da rede ferroviária. Esta opção está claramente desalinhada com a electrificação do troço de via férrea entre Salamanca e Medina del Campo, do lado de lá, a qual retira custos e aumenta a eficiência do transporte ferroviário.

Ainda na passada semana a propósito das implicações do comunicado do governo espanhol ao Álvaro anunciando o encerramento de 48 linhas em bitola ibérica, anúncio esse que não é bluff, mas sim um acto de diplomacia, no sentido de Portugal se preparar atempadamente para essa realidade.

EM NOTA DE RODAPÉ REFERI QUE NESSA SEMANA, OU NA ANTERIOR, O COLOMBIANO DA AVIANCA ESTEVE EM PORTUGAL, E QUE A MARCA “TAP” SERIA SALVAGUARDADA PASSANDO A CHAMAR-SE “TAP BRAZIL”, E QUE OS PILOTOS DA TAP JÁ NÃO RECONHECEM CAPACIDADE AOS GESTORES PARA LIDAR COM O COLAPSO DA COMPANHIA.

Na verdade, as coisas parecem passar-se assim. Que o diga Faria de Oliveira, depois de ver o papel da CGD passar para a CGD alemã. Hoje, nas primeiras páginas dos jornais é anunciada a visita a Portugal da Dilma brasileira, a qual traz na bagagem os dossiers TAP e CTT. Também se sabe que parte do problema da TAP está no Brasil, por causa da ‘compra estratégica’ da VEM realizada pelo gaúcho Pinto. Foi pena ele não ter comprado logo por atacado toda a falida VARIG, pois assim esgotava-se a Portela de vez, justificando de imediato um NAL da Ota na Ota, ou em Alcochete.

Do acima —e isto destina-se ao António Maria, que num dos seus (brilhantes) posts sobre a TAP referiu que se tinha enganado nas suas previsões, quando no final do ano passado a venda da TAP esteve por um fio (post de Dezembro de 2012)— na verdade, o que se passou é que o António TEVE (E TEM) RAZÃO ANTES DE TEMPO. OS FACTOS AGORA CONHECIDOS DÃO-LHE TOTAL RAZÃO. O “governo” português sabe melhor do que ninguém o real valor da TAP, apesar das trafulhices numéricas do gaúcho. Ora não havendo parceiros europeus interessados na TAP (Lufthansa, Ibéria+BA, AirFrance+KLM), a única solução é mesmo manter o colombiano “amarrado”, repartindo “estrategicamente” os riscos com outro estado, nomeadamente o brasileiro.

O que o Gaspar foi fazer a Berlim terá muito provavelmente que ver com toda esta trapalhada. Bruxelas fechará os olhos à mais que duvidosa troca do monopólio público (da ANA) por um monopólio privado (a Vinci-Mota-Engil-Ho) e olhará para o lado relativamente à venda, ilegal de acordo com as normas de Bruxelas, de uma companhia aérea europeia (a TAP) a um gabiru extra-comunitário (a Avianca do tal Efromovitch).

António, como se tinha previsto, a TAP continua na rota da Avianca, sendo certa toda a análise estratégica adiantada pela Blogosfera, de que o interesse do colombiano está nos hubs que a TAP detém nos principais aeroportos europeus. Uma vez caçada a TAP, a Avianca reforçará as ligações directas entre a América Latina e cidades como Londres, Frankfurt, Paris, etc. O médio curso da TAP (A319, 20 e 21) não poderá competir com as Low Cost, e portanto aqueles aviões acabarão por ser vendidos a quem sabe gerir “rotas low cost”.

RVS

Mais uma análise oportuna sobre o sórdido assunto da privatização da ANA
A privatização da ANA foi uma precipitação
por Rui Rodrigues

A empresa ANA-Aeroportos é uma empresa que explora os aeroportos nacionais e integra um conjunto de empresas no sector da aviação: ANAM, Portway, ADA. O Governo decidiu privatizar a concessão da ANA, por 50 anos, num modelo em que se passou de um monopólio do Estado para um monopólio privado.

Privatizou-se primeiro uma empresa estratégica e, só após a sua venda, se decidiu questionar as autoridades europeias se a receita obtida podia ser contabilizada para reduzir o défice de 2012. Esta pretensão foi rejeitada pela Comissão Europeia. Obviamente, devia ter-se feito tudo ao contrário. O Governo de Passos Coelho tomou posse em Junho de 2011 e, desde logo, assumiu que pretendia privatizar a empresa, o que veio a ocorrer no final de 2012. Por esta razão, houve um ano e meio para confirmar a dúvida que deveria ter sido esclarecida desde o início da decisão.

Neste momento, pode ocorrer outro problema, em todo este processo. A Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia (UE) poderá rejeitar o modelo de privatização da ANA devido à criação de um novo monopólio em Portugal e à posição dominante que a ANA privada passaria a ter. Mais uma vez se tomou uma importante resolução e só depois se questionaram as autoridades europeias, quando se poderia ter feito o inverso.

Portugal foi o único país da Europa que entregou a concessão de todos os principais aeroportos a um único concessionário privado. Se todos os países da UE27 tivessem feito o mesmo, o mercado aeroportuário, na Europa, passaria a ser um grave constrangimento à livre concorrência.

A Comissão Europeia sempre foi contra a criação de monopólios. No passado, até são conhecidos diversos casos em que grandes empresas internacionais tiveram pesadas multas por tentarem criar monopólios em diferentes áreas da economia.

Ler mais no Público, 01jun2013.

Última atualização: 3 jun 2013, 12:07

domingo, março 01, 2009

Congresso PS

O apagão

Parece ter sido um portátil Magalhães o causador do apagão que ontem por volta das 23 horas deixou os congressistas do PS às escuras, sem poderem votar as suas queridas "moções sectoriais". Com o congresso irremediavelmente suspenso (tal foi o curto-circuito!), os sonolentos congressistas não tiveram outra alternativa que não fosse regressar às pensões para um sono reparador.

Findou pois em alegoria a maior farsa demo-partidária que o Partido Socialista alguma vez conheceu. Ou melhor, termina hoje — certamente com muito foguetório, efeitos especiais e boa parte dos fregueses regressando atónitos aos seus lugarejos desertificados.

O Partido Socialista tem oficialmente 73 104 militantes (o Benfica tem mais de 170 mil sócios e consegue sentar 65 mil pessoas no seu estádio). Como se a comparação entre as duas agremiações associativas não fosse já de si deprimente para o partido político que nos governa, acresce que apenas 34,7% dos inscritos no PS (25 393) votou a eleição do líder — ou seja, um estádio de futebol a menos de meio gás! Por fim, José Sócrates foi reeleito como um qualquer líder partidário de Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, ou Angola, i.e., com 96,43% dos votos expressos! Mais estalinista é difícil.

Foi divertido observar os semblantes aflitos e em bicos de pé de Ana Gomes e de uma tal jovem-velha Jamila qualquer coisa, reiterando que se sentem úteis no parlamento europeu. Mas fizeram alguma coisa, além de petiscar Moules à l'escargot (i.e. mexilhões com molho à caracol) acompanhados de Alsace Pinot Blanc - Klevner? Podemos verificar nalgum blogue os seus contributos para o progresso da União? Espero bem que o neo-liberal estalinista Vital Moreira não as inclua na sua lista de elegíveis e se rodeie de gentinha da sua estrita confiança. Assim, poderemos pedir mais tarde ao eminente constitucionalista e consultor de leis (que até Maio de 1990 propagava o estalinismo suave do PCP e abominava a Europa) resultados; e por outro, veremos crescer o número de notáveis descontentes do PS, absolutamente imprescindíveis para empurrar o pachorrento Manuel Alegre a dizer e fazer qualquer coisa, para lá de amuar, pescar e escrever poemas. A pátria exige a este poeta que retribua em espécie parte da boa vida que a democracia lhe proporciona. Não é uma opção, é uma obrigação política!

Mas reparem bem na turma que tomou conta do PS e respectivos links... (sempre ajudará a perceber o mistério da nova unanimidade cor-de-rosa):
  • Vitalino Canas: exerceu cargos políticos em Macau; Fundação Stanley Ho; Fundação Oriente; deputado e provedor de empresas de contrato de trabalho temporário, etc...
  • António Vitorino: ex-UEDS, exerceu cargo político em Macau; ex-ministro e ex-comissário europeu; Presidente da Assembleia Geral da Brisa; opinocrata de serviço.
  • Jorge Coelho: ex-UDP; exerceu cargos políticos em Macau; ex-ministro e ex-secretário-geral do PS; actual CEO da Mota-Engil.
  • Carlos Santos Ferreira: "passou pelo Aeroporto de Macau"; foi vice-presidente da Estoril Sol (império Stanley Ho); ex-presidente da CGD; actual presidente do BCP.
  • Armando Vara: ex-governante; ex-director da CGD; indigitado novo presidente do BCP-Angola.
  • Manuel Frasquilho: actual presidente da APL; ex-presidente de: Metropolitano de Lisboa, REFER, CP, Instituto Emissor de Macau, Soponata, CTT, ...
  • Francisco Murteira Nabo: exerceu cargos políticos em Macau; ex-ministro, ex-presidente da GALP e da PT; vogal do Banco Espírito Santo; vogal da Fundação Oriente, etc.
  • Joaquim Pina Moura: militante do PCP até 1990; ex-ministro das finanças; actual presidente da Iberdrola-Portugal.
  • Mário Lino: militante do PCP até 1991; ministro do actual governo PS.
  • José Magalhães: militante do PCP até 1990; Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna.
  • Vital Moreira: militante do PCP até 1990; futuro chefe do grupo PS no Parlamento Europeu.
Ou são ex-comunistas ou estiveram juntos em Macau!

A maioria destes nós da rede que actualmente comanda o PS tem origem em partidos situados à sua esquerda — os estalinistas UDP e PCP; ou ainda os socialistas de esquerda oriundos das desaparecidas Fraternidade Operária e UEDS. Olhando em retrospectiva, apercebo-me que tanto António Guterres, como José Sócrates, são personagens secundárias e puramente instrumentais dessa espécie de shadow politicians que cá, como em muitos outros países, foram ocupando as carcaças vazias dos partidos tradicionais, sem o ónus de terem que criar aparelhos partidários, nem marcas novas para a prossecução dos respectivos projectos de poder.

O que une esta direcção sombra do PS é o seu pragmatismo de estilo chinês: "Um país, dois sistemas" — o que no nosso caso quer dizer, capitalismo neoliberal a todo gás, mas em traje de passeio Armani e com uma retórica socialista negligé, pós-moderna, piedosa aqui e acolá, mas sem nunca deixar de denunciar o atraso provocado ao país pelas burocracias do Estado. No fundo, são uma variante da Margaret Thatcher, com o ar beato de Tony Blair, e o maquiavelismo de Putin. Vale tudo, menos tirar olhos!

Acontece, porém, que estes gajos apanharam a boleia do neoliberalismo tarde demais! E agora, quando lhes daria muito jeito entoarem de novo a Internacional, todos sabemos as solas que gastam e o mal que fizeram. É por isso que a Manuel Alegre, e agora também a João Cravinho, não resta outra saída que não seja esperar pela derrota do PS nos actos eleitorais deste ano, conspirando até lá e sem rodeios para expurgar este partido dos oportunistas inteligentes que o sequestraram na sequência do apodrecimento do soarismo. Entretanto, vamos todos votar no Bloco (1)!


Post scriptum — Gostaria de acrescentar uma observação sobre a influência tremenda da tríade de Macau na situação política portuguesa.

Por um lado, o modo como se apoderou e vem instrumentalizando o Partido Socialista, conduziu à crise irreversível, não apenas do PS e do PSD, mas de todo o sistema partidário português. Ou seja, o nosso xadrez político-partidário já não sobreviverá à crise que o atravessa sem uma profunda reestruturação, da qual resultarão inevitavelmente novas formações partidárias e metamorfoses dramáticas nas existentes.

Por outro lado, a tríade de Macau está à beira de não precisar mais das actuais ligações orgânicas ao sistema partidário, bastando-lhe manter e expandir uma rede de influência amigável sobre o Estado e a Democracia. De facto, o próprio Bloco Central morreu de velho e não passa já de um obstáculo.

Por fim, e esta é a dura realidade, apesar dos estragos internos causados na sua luta pelo poder económico-financeiro, a tríade de Macau gizou e tem seguramente a melhor geo-estratégia para o país. Não esperava chegar a esta conclusão, mas cheguei.

Findo o afluxo maciço de recursos financeiros comunitários, pouco se poderá esperar da União em termos económico-financeiros, a não ser, obviamente, o conforto propiciado pelo Euro e pela existência de um mercado único de grandes dimensões. A actual crise sistémica do Capitalismo colocou a Europa perante novos e velhos dilemas, de que Portugal poderá sair prejudicado. Basta reparar na forma expedita como o Bando dos Seis (Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha e Holanda) se substituiu à União Europeia para deliberar sobre o magno tema do proteccionismo e a postura que pretende assumir na próxima e decisiva cimeira do G20. Perante isto, a triangulação que Portugal tem vindo pacientemente a construir com o Brasil, Angola, China, Venezuela e Rússia, é talvez o único desenho que permitirá manter a nossa independência efectiva no quadro de extrema instabilidade que se aproxima, suscitando até um interesse renovado da América por Lisboa — já para não falar de Madrid e Londres. É por isto tudo que considero que José Sócrates deixou de ser um veículo e começou a ser um empecilho para todos. Está assim hora de resolver as trapalhadas correntes, desanuviando os negócios e a democracia: temos que relançar o país formulando um grande desígnio de esperança. Pessoa falou de um Quinto Império. Se esse for o Império do Diálogo, creio que Portugal se encontra na melhor posição para disputá-lo — 600 anos depois de Ceuta (1415-2015). Small is beautiful!


NOTAS
  1. A quem fizer comichão votar no Bloco, que não vote, que vote em branco, ou que vote no PSD (pensando mais em Paulo Rangel do que na pobre Manuela Ferreira Leite). O essencial é libertar o país da corja de hienas que se apoderou do PS e do aparelho de Estado!

OAM 544 01-03-2009 17:00 (última actualização: 23:04)