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sexta-feira, maio 02, 2014

Portugal-Angola: a simbiose vai bem, obrigado!

Isabel dos Santos, a primeira bilionária africana.

A América e o Reino Unido estão falidos, Angola e Macau (China), não.


Isabel dos Santos negoceia participação de Amorim no BIC
— Empresária angolana quer comprar 25% do capital e assim passar a controlar metade do banco que comprou o nacionalizado BPN, noticia o "Diário Económico". Jornal de Negócios, 2/5/2014

Cresce a simbiose entre Portugal e Angola. Como todos os processos biológicos tem zonas claras e bonitas e zonas escuras e sujas.

Sejamos pragmáticos: Angola tem ajudado Portugal, e Portugal tem ajudado Angola.

Os inimigos principais desta simbiose, ou são neocons americanos, ou são amigos de Mário Soares.

A bonita Isabel dos Santos, primeira bilionária africana, é filha do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, por sua vez filho da mestiçagem que Portugal promoveu por onde andou desde 1415.

Mas Isabel dos Santos é também filha de uma azeri do tempo em que o Azerbeijão era uma das repúblicas da URSS.

Mais uma razão para nos distanciarmos das ações belicistas e provocatórias da NATO.

O futuro de Portugal não é a decadente América de Bush e Obama, mas a Eurásia, o Brasil e África.

E a mais velha aliança do mundo?

A aliança com a Inglaterra mantem-se. Se a Inglaterra for atacada e pedir ajuda a Portugal, como Churchill fez ao invocar a mais velha aliança entre países independentes que existe no planeta solicitando a instalação de uma base militar em Santa Maria, tê-la-à. Se Portugal for atacado, e pedir ajuda à Inglaterra, contaremos com ela.

A NATO, de que fazemos naturalmente parte, é um campeonato diferente, no qual devemos ter a maior cautela, não comprometendo as nossas amizades transcontinentais, que vão da China e Japão ao Brasil, passando pela Rússia, Venezuela, Angola e Moçambique, entre outros países charneira da crise global em curso.

Por outro lado, sendo Portugal parte da UE e do euro, devemos velar pelos interesses desta união contra quem quer que conspire conta ela.

Portugal, pela sua geografia e dimensão, pelas suas amizades, pela sua história, deveria posicionar-se como um dos principais intermediários diplomáticos mundiais, rejeitando liminarmente participar em ações de guerra, limitando-se, pois, a integrar missões de paz e auxílio humanitário.