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sábado, abril 26, 2014

A armadilha ucraniana

Vladimir Putin. AP

Uma nova tragédia em nome de Halford Mackinder?


Há uma teoria do mundo que tem conduzido a enormes desastres humanos. É a chamada Heartland Theory de Halford Mackinder, dogma adotado por Hitler, e mais tarde pelos Estados Unidos.

A mente cinzenta desta visão que há décadas influencia a diplomacia norte-americana é Zbigniew Brzezinski, para quem o império americano morrerá no dia em que Lisboa se ligar económica, diplomática e culturalmente a Vladivostok. Para Brzezinski um tal cenário correria o risco de colocar os caucasianos alemães e russos ao leme do mundo, sobretudo se estes conseguirem estabelecer uma aliança forte com a China, que absorveria entretanto o Japão na sua esfera de influência, e forem capazes de acomodar o Médio Oriente e o norte de África, atrair Israel, e travar os radicais islâmicos onde estejam.

A ladainha de Brzezinski retomada de Mackinder é esta:
“Who rules East Europe commands the Heartland;
who rules the Heartland commands the World-Island;
who rules the World-Island controls the world.”
(Mackinder, Democratic Ideals and Reality, p. 194)/ Wikipedia

O mapa estratégico do mundo segundo Halford Mackinder

Um Zona de Comércio Livre de Vladivostok a Lisboa?

É pelo menos isto que ingleses e americanos, ou pelo os americanos, há muito querem impedir. Mário Soares está do lado desta visão, apesar de ter sido ajudado consistentemente pela França e pela Alemanha desde que a ditadura de Salazar começou a ruir. Talvez seja esta a explicação para as manobras insistentes que tem vindo a desenvolver no sentido de reclamar o derrube violento da atual ordem constitucional. Convém a este propósito lembrar que a direita latifundiária e rendeira que suportou o Salazarismo está intacta e reclama entre dentes a saída do euro. Esta, porém, seria a via direta para a expropriação fiscal violenta e em massa dos portugueses. Mas a Mário Soares tal cenário é-lhe indiferente. Ao personagem interessa-lhe sobretudo o poder da tribo que julga todavia comandar, ainda que em nome do prolongamento, cada vez mais problemático, da Pax Americana.

As manobras de Mário Soares, nomeadamente ao envolver alguns restos indigentes do MFA, são mais finas do que parecem, na medida em que o que está em formação sob as suas declarações aparentemente desmioladas é um verdadeiro bloco de interesses de natureza nacionalista e autoritária, pronto a aproveitar qualquer deslize grave na situação financeira, económica e social do país e, ou, o colapso do euro, para desencadear uma Revolução Cor-de-Rosa amplamente financiada pelo Tesouro americano. Até agora o PCP demarcou-se desta armadilha. Vamos observar com minúcia os próximos passos do “animal político” Mário Soares.

Importante: esta dinâmica, já em curso, levará inevitavelmente a uma cisão no PSD, cuja precária unidade interna será intensamente desafiada pelo CDS de Paulo Portas, e pelo PS de Mário Soares, intelectualmente secundados por Adriano Moreira e pela filha deste, Isabel Moreira.

Russian Prime Minister Vladimir Putin would like to see a free trade agreement between the European Union and Russia. In a Thursday editorial for a German newspaper, he describes his vision of "a unified continental market with a capacity worth trillions of euros."

No more tariffs. No more visas. Vastly more economic cooperation between Russia and the European Union. That's the vision presented by Russian Prime Minister Vladimir Putin in an editorial contribution to the German daily Süddeutsche Zeitung on Thursday.

"We propose the creation of a harmonious economic community stretching from Lisbon to Vladivostok," Putin writes. "In the future, we could even consider a free trade zone or even more advanced forms of economic integration. The result would be a unified continental market with a capacity worth trillions of euros."

Spiegel online, November 25, 2010 – 11:44 AM

segunda-feira, março 17, 2014

Bloomberg: Investidores estão a vender dívida espanhola e a virar-se para Portugal - Jornal de Negócios

 Não é só mérito próprio, mas sobretudo fruto da época!


A BlackRock Inc., a maior gestora de activos mundial, está a reduzir o investimento em dívida espanhola por considerar que os títulos estão sobrevalorizados, escreve a Bloomberg. Já o JPMorgan Asset Management está a vender dívida de todos os países periféricos e a Sturgeon Capital Ltd. está a alterar o seu foco para Portugal e Itália.

“O jogo está praticamente perdido para Espanha face às ‘bunds’ alemãs”, explica o gestor de activos Yannick Naud, da Sturgeon Capital, citado pela Bloomberg. “A partir de agora, estamos a falar de ganhos marginais comparando com aquilo que Portugal e Itália ainda oferecem”.

A dívida espanhola gerou uma rendibilidade de 5% nos últimos três meses, metade da rendibilidade oferecida pela dívida portuguesa, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg. Portugal ainda paga mais 130 pontos-base do que Espanha para se financiar a 10 anos, o que compara com um ‘spread’ de apenas oito pontos-base na primeira década da união monetária.

A andanças das taxas de juros e dos câmbios é o principal negócio do capitalismo financeiro especulativo nesta fase declinante do Capitalismo afluente.

Mas quando as taxas de juro se aproximam do zero, ou de valores abaixo de zero, no Japão, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, e a deflação espreita em todas estas regiões, ou já se instalou, e os processos de regulação das dívidas começam a ter contornos militares cada vez mais acentuados, a proximidade de uma reestruturação efetiva, embora deslizante, prolongada e disfarçada, da dívida impagável dos países desenvolvidos é inevitável.

Por enquanto os especuladores continuam na busca frenética das melhores rendibilidades e da segurança de pagamentos. Mas até Portugal começou a ver baixar os juros dos novos empréstimos públicos, e portanto a ver recuar as famosas rendibilidades (yields) devidas aos especuladores da Goldman Sachs, JP Morgan e afilhados, que as buscam por toda a parte.

O que explica a nova credibilidade da dívida portuguesa é uma confluências de ocorrências que convém reter, para evitar ilusões perigosas:

  1. regresso à destruição das taxas de juro (que em Portugal também ocorre, mas vai mais atrasada do que em Espanha e resto da UE), combinada com a destruição do poder aquisitivo de 90% da população americana e europeia, com especial incidência nas classes médias, e com a deflação dos preços que desponta;
  2. perca de controlo sobre a imparável dívida pública e privada americanas;
  3. crise política a leste da União Europeia, com impactos previsíveis nas relações entre o Ocidente e a Rússia e China, e um expectável reforço económico estratégico das relações atlânticas no triângulo Europa Ocidental-América-África;
  4. venda maciça de dívida americana por parte da China e da Rússia.


Bloomberg: Investidores estão a vender dívida espanhola e a virar-se para Portugal - Taxas de juro & Crédito - Jornal de Negócios

sexta-feira, março 14, 2014

Ucrânia 1 e 2


Este pode ser o objetivo de Putin... Terá havido acordo prévio com Merkel?


Russia Warns Of East Ukraine Invasion To "Defend Compatriots", EU Threatens Gazprom, Rosneft CEOs With Visa Ban — ZeroHedge.

Where The Russian Troops Are - The Full "Pre-Takeover" Infographic — ZeroHedge.

Sanctions: What’s Next? — Council of Foreign Relations.

terça-feira, março 04, 2014

Putin, um marechal experiente

Russlands Verteidigungsminister Sergei Shoigu (l.), Präsident Wladimir Putin und der Militär Ivan Buvaltsev (r.) beobachten eine Militärübung in Russland.  |  © Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters

Os EUA e a China racham lenha!


Putin revela bom senso e uma capacidade de liderança notável. Negociar uma saída equilibrada que não prejudique a Ucrânia, nem a Rússia, nem a União Europeia é a solução desejável. Estados Unidos e China não se devem meter neste assunto, pois ambos miram a Europa como um tesouro. A Eurásia é um assunto que os europeus ocidentais e orientais devem tratar conjuntamente, reforçando a paz e sustentabilidade desta decisiva região do planeta. Já temos idade para ter juízo!

PS:
Obrigado, Vladimir!
Pedro Passos Coelho
;)


Putin manda recuar tropas junto à Ucrânia e aceita grupo internacional na Crimeia
Por Ana Tomás, i online, publicado em 4 Mar 2014 - 11:30


Presidente russo diz que não gostaria de intervir militarmente na Ucrânia, mas não exclui totalmente essa hipótese

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o recuou das tropas que faziam exercícios militares em regiões próximas da fronteira com a Ucrânia e diz que vai discutir, esta semana, a possibilidade de ser enviado um grupo internacional para a Crimeia.

[...] “Reforçámos a nossa presença militar na nossa base no Mar Negro, porque começaram a aparecer forças nacionalistas”, reiterou Putin, na conferência de imprensa desta manhã.

Apesar de não concordar com o golpe de Estado que aconteceu no país vizinho e com a ascensão ao poder dos actuais membros do governo de transição, o presidente russo disse na mesma conferência de imprensa que espera retomar as relações económicas e comerciais com a Ucrânia e acrescentou ter encarregue "o governo de reestabelecer os contactos com os seus homólogos ucranianos”. "Não queremos romper as relações económicas, que poderão ser desenvolvidas a cem por cento depois da normalização da situação e das eleições".