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sexta-feira, março 30, 2018

Os criminosos

A banca transformou-se numa espécie de casino de criminosos


Os criminosos e as suas propriedades


Estado empresta 5,8 mil milhões para Banif, BES e Novo Banco 
DN, 30/3/ 2018, 01:33 
Os bancos portugueses contribuíram com mais de mil milhões de euros para o Fundo de Resolução em cinco anos. Mas o dinheiro colocado pelas instituições financeiras está longe de ser suficiente para assegurar as responsabilidades assumidas com os colapsos do BES, do Banif e com a venda do Novo Banco. E tem sido o Estado a entrar com a maior parte do dinheiro necessário para a entidade que paga os custos com resoluções. O Tesouro assumiu já compromissos de 5800 milhões, entre empréstimos, garantias e linhas de crédito.

Os criminosos e as suas propriedades é um título certeiro do saudoso pintor e escritor Álvaro Lapa, cuja retrospetiva comissariada por Miguel von Haffe Pérez no Museu de Serralves é de visita obrigatória.

A banca —70% da qual já não obedece a portugueses— e a partidocracia indígenas são uma associação de criminosos, cujo crime maior é a preparação do país para a sua entrega completa aos investidores/credores internacionais (1): China, Turquia, França, Espanha, USA, Irlanda, Qatar, etc. Em breve, porém, o problema da independência de Portugal regressará com um furioso e imparável bang! Só não consigo imaginar o que restará da próxima guerra civil portuguesa.

As empresas estratégicas, da energia (EDP/CHINA), incluindo a rede elétrica (REN/China), os aeroportos (Vinci/Qatar/França), todos os principais portos portugueses (Sines/China; Leixões/Turquia, Aveiro/Turquia, Figueira da Foz/Turquia, Lisboa/Turquia, Setúbal/ Turquia), autoestradas, seguradoras, hospitais, aviões (a falida TAP, só subsidiada consegue voar), e em breve a decadente e também falida ferrovia já não dependem da nossa vontade, nem dos nossos interesses.

Quando o Governo fala de resultados da economia nacional, fala realmente de quê e de quem? Quando a próxima bancarrota vier, que teremos para dar pelas dívidas que a canalha estimulou ou contraíu?

Mas se os principais setores estratégicos do país já não nos pertencem, outrotanto está agora a suceder ao pequeno capital e aos pequenos proprietários urbanos e rurais. Um século de congelamento das rendas urbanas conduziu à fragilidade económica e financeira extrema dos proprietários urbanos, tendo como resultado a completa impotência do país (proprietários, inquilinos e Estado!) face à gentrificação furiosa do eixo Lisboa-Cascais e do Porto. Algo semelhante ocorre também, e em breve atingirá velocidade de cruzeiro, nas propriedades rústicas, a começar, desde logo, pelo setor florestal. Sem qualquer estratégia para a propriedade rústica, salvo manter os privilégios de Lisboa aos latifundiários alentejanos do costume, e promover a usura da terra e da água com tecnologias agropecuárias e florestais intensivas, a expropriação progressiva dos pequenos e médios proprietários, e a expulsão das populações rurais que restam, está em curso. O país é cada vez mais apetecível, menos para os indígenas que o devoram e estragam.

Isto já não vai lá com partidos.

É praticamente impossível salvar a nossa paisagem partidária do seu rápido declínio, em grande medida causado pela estupidez oceânica dos seus protagonistas, e pela ganância e corrupção das elites burocráticas e rentistas que tomaram o regime de assalto.

Precisamos de pensar e desenvolver uma nova cartografia social e política, começando (é uma ideia que tenho vindo a desenvolver) por pensar, desenhar e escrever os algoritmos dos mapas democráticos que poderão ajudar ao renascimento da democracia e da liberdade, que neste momento mais não são que palavas. E palavras leva-as o vento!

POST SCRIPTUM — a falta de capital indígena é a principal causa do descalabro em curso. Falta indagar o que nos trouxe até aqui. Os investimentos da China e de Angola, ou ainda da Turquia, ou dos países árabes são bem-vindos desde que sirvam uma estratégia de real diversificação equilibrada da nossa dependência do capital global. Mas não é isto que tem vindo a ocorrer. Estamos a entregar setores estratégicos inteiros a governos que não sabemos se um dia destes não entrarão em guerra comercial com a Europa. Percebe-se que a China, a Rússia, a Turquia e o Irão estejam interessados em virar o sul da Europa contra o Norte. Mas será do nosso interesse cair nesta armadilha? O desespero nascido da indigência económica, financeira e orçamental, e da corrupção, nunca foi bom conselheiro.

NOTAS
  1. A promiscuidade entre políticos, banqueiros, franciscanos (!) e governos estrangeiros é completa e desavergonhada.
Observador: A negociação com os chineses da CEFC – China Energy Company Limited para investirem no Montepio Seguros começou na apresentação de uma proposta por parte do gabinete do primeiro-ministro, revela o Público na sua edição de hoje, a partir de informação que ficou registada em ata da Associação Mutualista Montepio Geral. 
A proposta chinesa encaminhada pelo gabinete de António Costa, com o objetivo de “encetar conversações” com vista “a desenvolver parcerias nas áreas dos seguros e da banca”. Uma intenção que acabou por se concretizar, após reunião da associação mutualista no passado mês de setembro, com o acordo de venda de 60% da Montepio Seguros ao grupo chinês. Está tudo na ata 187 da reunião do Conselho Geral do Montepio – Associação Mutualista. 
— in Montepio. Proposta de investidor chinês chegou via Governo, Observador
Entretanto, o Gabinete de António Costa desmentiu... a "manchete" do Público. Em que ficamos? Investigue-se! 

Atualizado em 6/4/2018 11:26

domingo, março 05, 2017

O Assalto ao Banco de Portugal (novos episódios)

Sede do Banco de Portugal
Foto ©desconhecido

Saberá Carlos Costa demasiado para continuar onde está?


A reportagem da SIC é uma espécie de embuste mediático destinado a facilitar o assalto da Geringonça ao Banco de Portugal. Oculta, por um lado, o histórico do BES desde 2006, e por outro também oculta o simples facto de os principais bancos portugueses estarem sob supervisão direta do Banco Central Europeu, e não de Carlos Costa, desde 4 de novembro de 2014. Por fim, o que é evidente foi ter existido um triângulo político-financeiro inexpugnável montado por José Sócrates, Ricardo Salgado e os capturados BES (imparidades de, pelo menos, 6 mil milhões de euros), BCP (imparidades de, pelo menos, 7 mil milhões de euros) e Caixa Geral de Depósitos (imparidades de, pelo menos, 5 mil milhões de euros).
Fuentes próximas a la investigación han explicado que la investigación, que se inició hace dos años, se dirige hacia un entramado de empresas tipo trust que tiene su origen en una filial del banco portugués Espírito Santo en Madeira y que habría utilizado a Cahispa para efectuar inversiones sin pagar al fisco. 
— in Bloqueados más 1.500 millones de euros de cuentas de los bancos Espírito Santo y BNP, El País, 2/11/2006.
Nessa palestra sobre a estratégia de Pequim em África, citada numa publicação ligada ao Departamento de Estado dos EUA, o analista sul-africano apenas aflorou as "ligações estratégicas" entre Pequim e companhias e bancos portugueses com influência em países como Angola. 
Ontem por telefone, Davies-Webb salientou ao PÚBLICO o caso da Eskom (1), empresa do Grupo Espírito Santo, com um papel preponderante de ligação entre Pequim e o poder em Luanda, junto do qual a instituição portuguesa tem influência. 
(1) Davies-Webb referia-se certamente à ESCOM. 
— in Portugal "ajudou a aproximar" China e Palop, Público, 12/12/2006.

Carlos Costa talvez tivesse tido razões ponderosas para não provocar uma corrida ao BES e ao resto dos bancos instalados no nosso país. Há muito, pelo menos desde quando Vitor Constâncio pontificava no Banco de Portugal, e José Sócrates no país, que o Grupo BES deveria ter merecido outra atenção dos reguladores e do poder político. São por isso muitos os co-responsáveis pelos danos causados ao país pelo colapso do BES. Encurralar agora Carlos Costa como um bode expiatório do desgraçado estado financeiro em que Portugal se encontra, quando nem José Sócrates, nem Ricardo Salgado, nem vários outros arguidos foram ainda acusados pelo que supostamente fizeram, diz bem da degradação a que chegámos.

Desde novembro e dezembro de 2006 (buscas nas sucursais do BES em Espanha e alerta sobre papel do BES em Angola), tal como desde maio de 2013 (relatório do BPI sobre o BES), e sobretudo depois de 22 de maio de 2014 (notícia da Reuters sobre investigações no Luxemburgo sobre o GES), ou ainda desde a revelação da SIC, feita por José Gomes Ferreira a 20 de junho de 2014, sobre o pedido de ajuda de Ricardo Salgado a Pedro Passos Coelho (recusado), que as campainhas de alarme sobre o Grupo Espírito Santo soavam sem cessar.

Durante todos este tempo, e sobretudo depois do alerta do BPI de janeiro-maio de 2013, dado a conhecer ao Banco de Portugal em agosto do mesmo ano, e até 21 de julho de 2014, não apenas os socialistas, mas também Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes e a imprensa económica em geral asseguravam publicamente a saúde do BES.

A resolução do BES foi anunciada por Carlos Silva no domingo, dia 3 de agosto, às 23:15 minutos. 

Ou seja, segunda-feira, 00:15 da madrugada do dia 4 de agosto em Bruxelas e Frankfurt. 

Por incrível que pareça, até hoje nenhum órgão de comunicação, jornalista, ou analista se deteve sobre este pormenor. Porquê este dia e esta hora? Completava-se a 4 de agosto de 2014 os vinte dias mínimos necessários à entrada em vigor do mecanismo de resolução bancária aprovado pelo Parlamento Europeu no dia 15 de julho de 2014. Antes desta data teria sido impossível, ou ilegal, resolver o BES, cuja sangria era já imparável.

Até à data e hora em que ocorreu a resolução do BES o governador do Banco de Portugal não tinha nenhum instrumento que impedisse a falência descontrolada do BES em caso de uma denúncia explícita da situação real do universo Espírito Santo. Ações de persuasão sobre Ricardo Salgado não tiveram qualquer efeito. Mas acima de tudo, não podia decidir nada de essencial sem a aprovação do BCE.

Carlos Costa não teve outra alternativa que não fosse esperar pelo mecanismo de resolução bancária e pelo BCE. Ou seja, foi o BCE quem determinou o curso dos acontecimentos, em linha, aliás, com o futuro mecanismo único de supervisão bancária que entraria em vigor a 4 de novembro de 2014.

Em junho de 2014 Pedro Passos Coelho disse não a Ricardo Salgado, em primeiro lugar porque os bancos portugueses já se encontravam sob controlo do BCE, e depois porque sabia que um empréstimo de 2500 milhões de euros ao GES através de um sindicato bancário patrocinado pela Caixa Geral de Depósitos seria transformar o suicídio do BES/GES num genocídio bancário.

As medidas determinantes desenhadas para impedir que o colapso do GES-BES se transformasse numa derrocada completa do sistema financeiro português foram desenhadas e lançadas pelo Banco Central Europeu. Não pelo Banco de Portugal. Logo...

A caravana do populismo prefere agora, porém, usar a confusão para eleger um bode expiatório e, assim, tentar tomar de assalto o Banco de Portugal, peça essencial para proteger a Caixa Geral de Depósitos recauchutada das suas próximas avarias.

PS1: Cheguei a pedir no Facebok e no Twitter a demissão de Carlos Costa logo após a reportagem da SIC, mas bastaram 48 horas para rever os meus próprios posts neste blogue e perceber que estava errado. Carlos Costa pode muito menos do que a sua circunstância. E o Governo de Portugal, em matéria de bancos, já não manda nada, ou muito pouco. Por um lado, porque mais de 60% dos bancos portugueses foram desbaratados por um regime corrupto e incompetente (BPN, BCP, BPI, Banif), e por outro, porque quem manda no Banco de Portugal é o BCE.

PS2: Se alguém puxar por um fio da meada Caixa Geral de Depósitos, chamado ARTLAND, saberemos a razão de tanto nervosismo no seio da Geringonça a propósito do Banco de Portugal e da Caixa. Mas para que tal aconteça é preciso que uma fonte mistério se sente ao colo de um jornalista, não é?


A DECISÃO DO BCE E OS ÚLTIMOS DIAS DO BES

2014

30 junho
Termina Programa Assistência Económica e Financeira (PAEF), acordado em maio de 2011 entre as autoridades portuguesas, a União Europeia e o FMI. Segue-se uma fase de monitorização pós-programa – Post-Programme Surveillance, no âmbito da supervisão das instituições europeias; Post-Program Monitoring, no âmbito da supervisão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Estima-se que este programa de vigilância/monitorização se manterá até 2035, com visitas semestrais ao país.

15 julho
—Parlamento Europeu aprova regulamento do resolução bancária (entra oficialmente em vigor passados 20 dias da data da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia).
—Goldman Sachs: compra 2,27% do BES.

21 julho
—Cavaco Silva afirmou que os portugueses podiam confiar no BES de acordo com informações que recebia do Banco de Portugal.

22 julho
—BES revela à CMVM que a Goldman Sachs comprou 127,6 milhões de ações a que então correspondia 2,27% do capital.

23 julho
—Imprensa portuguesa entusiasma-se com o apetite da Goldman pelo BES
—Citi recomenda a compra de ações do BES...
—Muitos idiotas dão ordem de compra, e muitos ingénuos adiam a sua saída do buraco chamado BES...
—Goldman vende neste mesmo dia 4,4 milhões de acções, ficando fora da participação qualificada.

29 julho
— A-G do BES é adiada sine die a pedido da ESFG depois de ver aceite por parte das autoridades luxemburguesas o seu pedido de protecção contra credores.

30 julho
—Publicação no Jornal Oficial da União Europeia do regulamento da resolução bancária (entra em vigor 20 dias após esta data: 19/8/2014.

01 de agosto, sexta-feira
—BCE retirou o estatuto de contraparte ao BES, suspendendo assim o acesso do banco às operações de política monetária.
—BCE exige ao BES a devolução, até dia 4 de agosto, dos 10 mil milhões de euros emprestados.
—A imprensa anuncia, oito dias depois do sucedido, que a Goldman Sachs deixou de ter uma participação qualificada no capital do BES após vender mais de 4,4 milhões de ações, ficando com menos de 2% da instituição. Esta alienação da posição ocorreu, recorde-se, no dia 23 de julho!
Ou seja, a Goldman vendeu, não dia 30 de julho, o que comprara no dia 15. No dia em que os brokers e a imprensa económica recomendaram a compra de mais lixo ao BES, a Goldman Sachs vendeu o dito lixo!

03 de agosto, domingo, 23:15/ ; 04 de agosto, segunda-feira, 00:15, em Bruxelas e Frankfurt
-Resolução do BES

04 de novembro
—Os principais bancos portugueses—BCP, Novo Banco, BPI, CGD— passam a estar sob controlo direto do BCE.

2016

03 de agosto
O Banco Central Europeu revogou a autorização do Banco Espírito Santo para o exercício da atividade de instituição de crédito. A decisão de revogação da autorização do BES implicou a dissolução e a entrada em liquidação do banco.



DESENVOLVIMENTO DO TEMA NOS MÉDIA

Assalto ao Castelo, que caíu no colo do jornalista Pedro Coelho, é apenas mais uma árvore da floresta que ninguém quer mostrar, nem ver. Desde logo, e a começar, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa.
Expresso, 06.03.2017 às 11h06 WET 
Carlos Costa enviou esta segunda-feira uma carta à presidente da Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFAP), Teresa Leal Coelho, pedindo para ser ouvido para prestar esclarecimentos sobre o seu papel e o do Banco de Portugal no caso BES, depois de na reportagem da SIC, "Assalto ao Castelo", ter-se admitido que o governador ignorou informações que lhe teriam permitido afastar mais cedo Ricardo Salgado da liderança do banco da família Espírito Santo.

Publicado: 05/03/2017, 02:46 WET
Atualização: 06/03/2017, 12:47 WET

segunda-feira, dezembro 15, 2014

Há que enxotar alguns abutres

Abutres têm função ecológica, mas não podem dominar...

A tensão financeira mundial aproxima-se de patamares explosivos


O estádio especulativo avançado do capitalismo é um sinal incontroverrso do seu rápido declínio. Tal não significa, porém, que saibamos o que vem a seguir. Socialismo utópico não será certamente.

A economia real decresce, os rendimentos reais do trabalho decrescem, o valor real dos ativos tangíveis (imobiliário, energia, matérias primas, obras de arte, etc.) decresce à medida que as bolhas em que são colocados rebentam, o valor real do dinheiro decresce (crescendo artificialmente a massa monetária virtual), a capacidade de aquisição e o consumo descrescem (apesar da deflação), mas, no meio desta implosão colossal, o valor dos ativos especulativos imateriais, como as dívidas soberanas, os balanços dos bancos, os volumes da especulação bolsista (todos financiados pelos bancos centrais americano, europeu, japonês, chinês, etc.) disparam para níveis estratosféricos.

Como é evidente, perante esta mistura explosiva, os governos, apesar de corruptos, não querem ter a mesma sorte da Maria Antonieta. Logo, a solução é mesmo subordinar a babélia do endividamento, começando por destruir as expetativas dos fundos de especulação que nas últimas décadas foram confluindo no mercado dos derivados financeiros OTC e similares à procura de rendibilidade.

É o momento de enxotar os abutres, pois não só comem carne podre, como começaram a comer também a viva!

Fundos internacionais avançam para tribunal europeu contra resolução do BES
14 Dezembro 2014, 12:41 por Jornal de Negócios com Bloomberg

Os detentores de quase metade da dívida subordinada que o BES emitiu em Novembro de 2013 e que foi colocada no "banco mau" no processo de resolução do banco, já avançaram com processos no Tribunal Geral da União Europeia.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, são cerca de 20 os queixosos que pedem ao tribunal que anule a medida de resolução aplicada ao BES e que passou pela divisão do banco em duas instituições. No "banco mau" ficaram os 750 milhões de euros em dívida subordinada emitida em Novembro de 2013, enquanto a dívida sénior foi transferida para o Novo Banco.

São sobretudo fundos internacionais, entre eles o brasileiro BTG Pactual e o norte-americano Third Point (do conhecido investidor activista Daniel Loeb), que avançaram para o Tribunal de Justiça Europeu, numa acção intentada pela firma de advogados Shearman & Sterling LLP.

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sexta-feira, novembro 07, 2014

Toma Jerónimo!


O Fundo de Resolução é a machadada final na aliança entre os rendeiros indígenas e a partidocracia que rebentou o país. Ulrich recebeu os depósitos do es-BES, mas também vai receber a fatura


Ulrich: "Eu preferia a solução do Partido Comunista que era a nacionalização" do BES
Jornal de Negócios, 07 Novembro 2014, 08:36

O banqueiro avisou que os bancos podem vir a recorrer à justiça se o prejuízo com o resgate ao BES for elevado. "Provavelmente, se o problema for muito grande, os bancos não têm outro remédio senão litigar com o Estado e o Banco de Portugal".

O BES deveria ter sido nacionalizado quando foi resgatado por 4,9 mil milhões de euros. O Governo português devia ter escolhido esta via para o Banco Espírito Santo devido a ser a mais segura para a banca nacional por não implicar riscos de prejuízos, defende o presidente executivo do BPI.
Na realidade, o que o aflito do BPI está a dizer é simples: nacionalizando o BES, a fatura dos roubos e prejuízos passava toda para o lado do rebanho manso dos contribuintes indígenas. Os portugueses, como se sabe, aguentam tudo o que se lhe põe em cima da albarda — desde que venha do governo, do estado, dos senhores doutores!

Curiosamente os ingleses fizeram o que Ulrich quer que se faça relativamente ao buraco negro do ex-BES. Um dos seus maiores bancos, o famoso Lloyds, foi nacionalizado (temporariamente, claro!) para o que contrataram o nosso rapaz Osório. Sim, nacionalizaram o banco... até que os pacóvios ingleses, escoceses e galeses paguem a fatura dos banksters da City e das ilhas piratas de sua majestade. O povo de lá adora a monarquia...

PS: já perguntei, mas ninguém responde: que negócio fez o secretário-geral da UGT, e funcionário do ex-BES, com o governo, a propósito do emprego e pensões dos trabalhadores do ex-BES? Que paz podre negociaram? Será que ainda não perceberam que se vai saber tudo, e que depois de morto e enterrado o neocorporativismo que tivemos até agora, as contas serão pedidas aos responsáveis? No Triunfo dos Porcos os porcos eram todos iguais, mas havia uns mais iguais que outros. Na democracia populista portuguesa, pelos vistos, houve quem tivesse lido o livro!

domingo, agosto 03, 2014

BES: falência 'ordenada' já começou!

O Fundo de Resolução é um instrumento para organizar uma falência bancária ordenada


Ou seja, já está em curso —presumo— o processo de falência ordenada do BES, ou seja, a dita resolução do banco. É isto mesmo que dentro de algumas horas o governo terá que comunicar ao país. Não se trata, pois de recapitalizar o que não é recapitalizável, mas sim de fechar um banco sem levar todo o sistema bancário e financeiro indígena ao fundo. O fundo de recapitalização bancária acautelado no Programa de Assistência Financeira a Portugal não estará seguramente disponível para ser derretido no cancro financeiro em que a constelação BES se tornou.

A treta de Marques Mendes: "Recapitalização do BES não será feita com dinheiro do Estado" — Sapo ; Estado capitaliza "BES bom" e separa "BES mau" — Expresso.

Diz Marques Mendes que será um obscurso Fundo de Resolução a entidade que irá tapar a cratera do BES com 4 a 5 mM€. Ora bem, este fundo tem apenas 182,2 milhões de euros (182 241 500€), o que prova que o mesmo não foi constituído para tapar seja o que for. A palavra 'resolução' é uma tradução da palavra inglesa 'resolution', a qual em finanças quer dizer fechar a tasca falida de forma tão ordenada quanto possível!

Aliás, basta ler o que o BCE escreve e determina para estes fundos de 'resolução':
“What is bank resolution?

Resolution occurs at the point when the authorities determine that a bank is failing or likely to fail,that there is no other private sector intervention that can restore the institution back to viability within a short timeframe and that normal insolvency proceedings would cause financial instability.

‘Resolution’ means the restructuring of a bank by a resolution authority, through the use of resolution tools, to ensure the continuity of its critical functions, preservation of financial stability and restoration of the viability of all or part of that institution, while the remaining parts are put into normal insolvency proceedings.

The EU Bank Recovery and Resolution Directive provides authorities with more comprehensive and effective arrangements to deal with failing banks at national level, as well as cooperation arrangements to tackle cross-border banking failures.

Effective resolution should also address moral hazard, as one of its key functions is to enhance discipline within the markets. Resolution is thus a vital complement to other work streams designed to make the financial system sounder, e.g. making banks stronger through requiring greater levels of better quality capital, greater protection of depositors, safer and more transparent market structures and practices, and better supervision.”

Brussels, 15 April 2014

EU Bank Recovery and Resolution Directive (BRRD): Frequently Asked Questions

Entretanto o Banco de Portugal e o BES já começaram a cortar o cabelo de alguns clientes do BES!
Banco de Portugal proíbe resgate de obrigações de clientes do BES
Artur Barreto viu dinheiro ser retirado da conta à ordem um dia depois do pedido de resgate antecipado

Os clientes que têm obrigações do BES estão impedidos de resgatar o dinheiro do banco. Para travar a sangria de fundos, o Banco de Portugal deu indicações específicas à nova administração. O BES confirma que estas orientações podem estar a provocar constrangimentos em alguns clientes.

Por: IOL, Redacção / CLC    |   2014-08-02 20:20

ÚLTIMA HORA

A imprensa acaba de confirmar o que acima se escreveu às 13:32...

Governador do Banco de Portugal anuncia às 22h30 solução para recapitalizar o BES
03 Agosto 2014, 15:42 por Jornal de Negócios

Carlos Costa fará uma declaração esta noite a anunciar qual será a solução para recapitalizar o Banco Espírito Santo. As autoridades portuguesas continuam em contactos com a Comissão Europeia.

Solução para recapitalizar o BES com recurso ao Fundo de Resolução
03 Agosto 2014, 14:03 por Jornal de Negócios

O BES sai de bolsa e será dividido em duas instituições. O BES será recapitalizado através do Fundo de Resolução, que recebe um empréstimo da linha da troika para o efeito. E será criado um "bad bank" onde ficarão os activos tóxicos. O anúncio oficial deverá ser feito hoje.

BES: Plano B prevê usar fundo de resolução e criar "bad bank"
01 Agosto 2014, 00:01 por Jornal de Negócios

Além do aumento de capital, exclusivamente através do mercado ou resultante da conjugação de fundos públicos e privados, existe um plano B para lidar com os problemas do BES. Esta alternativa, com menor grau de viabilidade, prevê a utilização do Fundo de Resolução para financiar a reestruturação do banco imposta pelo Banco de Portugal, sabe o Negócios.

Publicado: 3/8/2014, 13:32 WET
Atualização: 3/8/2014, 16:23 WET