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quinta-feira, julho 04, 2019

Harakiri financeiro


Desdolarização a caminho


Donald Trump: “China and Europe playing big currency manipulation game and pumping money into their system in order to compete with USA. We should MATCH, or continue being the dummies who sit back and politely watch as other countries continue to play their games - as they have for many years!”

Basicamente, todos resolverem copiar a solução competitiva extrema do Japão: o ¥en carry-trade. Ou seja, o harakiri financeiro! Traduzindo, os governos desvalorizam as moedas e eliminam as taxas de juro dos bancos centrais, por forma a poderem endividar-se à vontade (a única proteção—dizem entre dentes—contra o holocausto financeiro), enquanto os especuladores especulam à vontade. Pelo caminho, os aforradores são depenados das suas poupanças, os preços de aquisição do imobiliário (que é contabilizado como investimento, não entrando por isso no cabaz da inflação), da educação, dos automóveis, etc. transformam-se em bolhas financeiras, os serviços públicos e o estado social vão perdendo vitalidade, e as democracias vão-se metamorfoseando em direção a uma espécie de fascismo fiscal (pois a largesse monetarista tem sempre os seus limites). Em suma, deixou de haver economia para garantir as responsabilidades contraídas por governos, sistemas de segurança social, bancos e companhias de seguros. Querem pior? Difícil...

Não vejo como poderá uma sociedade global sobreviver neste Jogo de Monopólio.

Entretanto, o regresso do mercantilismo nacionalista e do populismo são consequências naturais desta queda sistémica da procura agregada global (que, por sua vez, gera deflação) e do rendimento per capita dos países outrora mais desenvolvidos do Ocidente—ou seja, do empobrecimento dos 90% menos afortunados. No salve-se quem puder, e perante as pressões agressivas dos Estados Unidos, creio que começou finalmente um processo global de desdolarização acelerada, com a Europa, a Rússia, a China, o Irão, partes de África e da América Latina, a estabelecerem zonas de comércio e de transações financeiras imunes ao dólar. Os EUA, por outro lado, não têm nem gente, nem economia, nem sobretudo moral para se lançarem numa guerra contra todos. É a vida dos impérios: nascem, crescem e morrem.

sexta-feira, agosto 24, 2018

Quem vai ganhar esta guerra?

Mao Zetrump by AntiGanda

China: um gigante com pés de barro a que falta democracia, estado de direito e liberdade


O problema das guerras é que sabemos como começam, mas não sabemos como acabam :(

Nesta guerra comercial e financeira entre os Estados Unidos e a China, a primeira pergunta a fazer é esta: aceitam os Estados Unidos perder esta guerra? E se não aceitarem, por quantos anos serão capazes de a manter?

E a China, acha que pode continuar a trocar trabalho barato e sem direitos por ‘know how’? Ou a manter o ‘yuan carry trade’, uma estratégia monetária e cambial agressiva que copiou dos japoneses (o ‘yen carry trade’)? Até quando? E se tiver que recuar perante as exigências do America First, que poderá ocorrer no interior desta velhíssima forma de despotismo asiático?

Os sinais de falta de liberdade e de democracia na China são cada vez mais preocupantes. Ora, sem democracia, nem estado de direito, mas sobretudo sem liberdade, a criatividade chinesa regredirá para os patamares de improdutividade burocrática ancestrais, e a subsequente migração das empresas tecnológicas ocidentais para outras paragens, além dos Estados Unidos (por exemplo, México, Brasil, Colômbia, Uruguai, Marrocos, Angola, etc.) poderá tardar menos de uma década.

Em 2028-2030, a China de hoje poderá já não existir.

A prioridade anti-russa de Hillary Clinton e dos falcões do Partido Democrata está, pois, completamente errada. Se tiver que haver uma guerra quente, esta não será entre os Estados Unidos e a Rússia, mas entre a China e os Estados Unidos. Não será no Leste europeu, mas no Pacífico e no Índico. Ou seja, Trump está a defender os interesses da Améfica de uma forma racional, apesar dos maus modos em que o faz. Quem demorar a ler este cenário terá grandes perdas no reposicionamento estratégico a que for obrigado pelos principais contentores da guerra—que já começou—pelo último poço de petróleo, e pelo último atum selvagem.

China e EUA impõem mutuamente tarifas alfandegárias de 25% a partir de hoje 
 SAPO 24  
Agosto 2018
A partir de hoje, os funcionários das alfândegas norte-americanas irão recolher taxas adicionais sobre um conjunto de 279 produtos chineses que, no ano passado, representaram 16 mil milhões de dólares (13.800 milhões de euros) nas importações dos Estados Unidos do país asiático. 
[...] 
Como medida de retaliação, a China promete retaliar com taxas semelhantes aos produtos oriundos dos EUA, incluindo produtos energéticos, como o carvão, e automóveis. 
Washington acusa ainda a China de “táticas predatórias”, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico, nomeadamente forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês. 
A China fabrica 90% dos telemóveis e 80% dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro. 
Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou-se mais de 8%, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12%. 
[...] 
O líder norte-americano já avisou que caso Pequim rejeite ceder às exigências norte-americanas e continue a retaliar, irá punir ainda mais produtos chineses, até um total de 550 mil milhões de dólares.
China’s Xi says internet must be “clean and righteous” 
Reuters 
August 2018
BEIJING, Aug 22 (Reuters) - The internet must be “clean and righteous” and vulgar content must be resisted in the field of culture, Chinese President Xi Jinping told a meeting of senior propaganda officials, state media said on Wednesday. 
The government has been tightening controls over internet content as part of what it says are efforts to maintain social stability, taking on “vulgar” and pornographic content as well as the unauthorised dissemination of news.
China’s yuan carry trade, an anchor and a risk for Asia 
MarketWatch 
Vidya Ranganathan 
January 2014
SINGAPORE (Reuters) - When China averted a default in its shadow banking industry last week in the midst of an emerging market meltdown, investors globally heaved a sigh of relief
Chinese yuan carry trade going gangbusters, but watch your step, warns Deutsche Bank  
MarketWatch
June, 2013 
There are few forex strategies more talked about than the \”carry\” trade, the practice of borrowing in a low-interest rate currency and investing in assets denominated in a higher-yielding currency.  Traders can enjoy steady profit by capturing the differential — or carry — between the rates.
What Is A Currency Carry Trade?
FXCM

A carry trade is a popular technique among currency traders in which a trader borrows a currency at a low-interest rate to finance the purchase of another currency earning a higher interest rate. 
[...] 
As an example, an investor could borrow money from the bank at a rate of 1% annually and invest that money in the purchase of a currency in a nation where the interest rate is 5%. The investor would make a net return of 4% annually on that investment for the period over which the trade was in effect (or loss of 4% if the rates were reversed).

A ameaça que a China representa para os Estados Unidos advém sobretudo de duas realidades:

— é hoje a maior economia do planeta em paridade do poder de compra (PPP), à frente da União Europeia e dos Estados Unidos, ainda que o seu PIB nominal ocupe a terceira posição, depois dos Estados Unidos e da União Europeia, e o PIB per capita, enfim, esteja numa posição bem mais modesta: 75 (FMI), 79 (Banco Mundial) ou 83 (CIA);

— é o país que mais energia consome e mais poluição gera no planeta.

Com uma superfície ligeiramente superior à dos Estados Unidos, alberga, porém, 1300 milhões de almas, contra os 300 milhões de americanos. Ou seja, tem uma margem de manobra face às ameaças geo-estratégicas e ambientais muitíssimo inferior à dos países desenvolvidos, nomeadamente os Estados Unidos e Canadá, e a Europa Ocidental. Alguns mitos, reforçados pela propaganda populista de Trump, não correspondem, porém, à realidade, ainda que a racionalidade subjacente ao protecionismo defendido por Donald Trump seja, repito, racional. A China é, na realidade, um elefante numa loja de porcelana!

U.S. Direct Investment Abroad: Trends and Current Issues 
James K. Jackson
Specialist in International Trade and Finance
Congressional Research Service  
June 29, 2017 
The United States is the largest direct investor abroad and the largest recipient of foreign direct investment in the world. For some Americans, the national gains attributed to investing overseas are offset by such perceived losses as offshoring facilities, displacing U.S. workers, and lowering wages. Some observers believe U.S. firms invest abroad to avoid U.S. labor unions or high U.S. wages, but 74% of the accumulated U.S. foreign direct investment is concentrated in high-income developed countries. In recent years, the share of investment going to developing countries has fallen. Most economists argue that there is no conclusive evidence that direct investment abroad as a whole leads to fewer jobs or lower incomes overall for Americans. Instead, they argue that the majority of jobs lost among U.S. manufacturing firms over the past decade reflect a broad restructuring of U.S. manufacturing industries responding primarily to domestic economic forces. 
China: Foreign Investment 
Santander Trade Portal 
August 2018 
According to the 2017 World Investment Report published by UNCTAD, China was ranked the world's third largest FDI recipient after United States and the UK. The country's economy was ranked the second most attractive to multinational companies for 2017-2019, after the U.S. The absorption of FDI is part of the policy of opening China to the outside world, aiming at creating a better business environment, structure and distribution of investment. China was ranked 78th out of 190 countries in the World Bank ranking for business climate Doing Business 2018.  
Stocks do Investimento Direto Externo na China (FDI)

News Release of National Assimilation of FDI From January to November 2016
 
Invest in China 
December 2016
Source:Information by the Foreign Investment Department of the Ministry of Commerce

From January to November this year, the top ten nations and regions with investment in China (as per the actual input of foreign capital) are as follows: Hong Kong (USD78.26b), Singapore (USD5.46b) , R.O.K.(USD4.37b), U.S.A. (USD3.64b) , Macao (USD3.42b) , Taiwan Province(USD3.15b) , Japan (USD2.85b) , Germany (USD2.65b), U.K. (USD2.07b) and Luxembourg (USD1.39b), total of which accounted for 94.3% of total actual use of foreign investment in the country.
United Nations Conference On Trade And Development 
World Investment Report — Investment And The Digital Economy 2017
In 2016, global flows of foreign direct investment fell by about 2 percent, to $1.75 trillion. Investment in developing countries declined even more, by 14 percent, and flows to LDCs and structurally weak economies remain volatile and low. Although UNCTAD predicts a modest recovery of FDI flows in 2017–2018, they are expected to remain well below their 2007 peak. 
— António Guterres
Secretary-General of the United Nations 
BRICS – the economic group comprising Brazil, the Russian Federation, India, China and South Africa – accounted for 22 percent of global GDP but received only 11 percent of global inward FDI stock in 2016. 

Última atualização: 25 agosto 2018 00:55 WET 


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quinta-feira, agosto 16, 2018

Maddy Hallquist e o lamento de uma imprensa falida

Photo: MATTHEW THORSEN, Christine and Dave

A era Trump não é  só o que parece


“Here I am, the transgender CEO of one of the most macho businesses” 
Hallquist always felt like a girl as a child attending Catholic school in suburban Syracuse, N.Y. — but it would be decades before she knew there was a word for it. 
Dave Hallquist was dressed in a maroon button-down shirt and black trousers during a tour of the Vermont Electric Cooperative headquarters last month in Johnson. The former engineer wore comfortable shoes and a black leather men’s watch while showing off a state-of-the-art control room, noting how technology has helped to shorten the length of power outages in the 74 towns VEC serves. Hallquist has brought the state’s second-largest utility back from bankruptcy, and, after a decade as its chief executive officer, has become a knowledgeable ambassador for the 107-employee co-op. 
— in “Becoming Christine: Transgender CEO Hallquist Prepares to Go to Work As a Woman “ Seven Days, November 04, 2015

A América tem recursos e reservas que não devemos menosprezar. Dois deles são fundamentais: a democracia e a liberdade de expressão, mesmo quando sabemos das contradições que desde sempre coabitaram com estas duas instituições — a prevalência do racismo em muitos estados é um facto conhecido e reconhecido.

A deliciosa história contada por Terri Hallenbeck no Seven Days, “Becoming Christine: Transgender CEO Hallquist Prepares to Go to Work As a Woman”, sobre a agora candidata a governadora do estado de Vermont (Teresa Abecasis, Plataforma, 16/8/2018), mostra até que ponto nem a erupção dum populista como Trump altera aquilo que é a natureza cultural profunda da América. Dave Hallquist, um engenheiro de sucesso especializado em energia, é hoje a engenheira Christine Hallquist, após um processo de mudança de género, complicado, doloroso, mas que safou Christine dum cancro causado por excesso de testosterona. E é também uma política determinada a combater as ideologias atávicas de Donald Trump.

O mundo está a mudar, e não é só na direção errada. Felizmente!

“Precisamos de si”


Usando as redes sociais como púlpitos de comícios globais, convencendo as pessoas de que a desintermediação as informa melhor - quando na verdade as manipula melhor -, amplificando erros de jornais, ateando ódios e criando perceções sobre mentiras, “factos alternativos” e “fake news”, políticos populistas têm o claro objetivo de aniquilar quem põe em causa o seu poder. Os jornalistas. Os editoriais de hoje marcam um movimento de força, de humildade perante os erros, de alerta e de apelo. Incluindo o apelo do New York Times de que assine jornais, para que os jornais sejam mais fortes, condição básica de independência e de capacidade de investimento em redações de investigação. Lá como cá.  
—in Pedro Santos Guerreiro, Expresso, 16 de Agosto de 2018

O problema, meu caro, Pedro Santos Guerreiro, é que a imprensa convencional de massas nunca foi totalmente livre, e pior, ultimamente, devido à sua aflitiva crise de paradigma tecnológico e social, está cada vez mais indigente e atrelada aos interesses de quem a subsidia, pois de vendas e publicidade já não vive :(

Não confundamos, pois, a nuvem (Trump), com Juno (a liberdade de comunicar e ter opinião).



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quinta-feira, agosto 09, 2018

Xiiiiiiiiii....!


China suspendou a importação dos SUV da Mercedes fabricados nos EUA

Os três erros fatais de Xi


1—Não existe tal coisa a que os mentores de Xi chamam “Chinese exceptionalism”;

2—A América, mesmo ferida, é um gigante cultural, tecnológico, energético e militar;

3—A China tem o mesmo problema genético da Alemanha: não dispõe de autonomia energética, mineral e alimentar. E tem um grande problema histórico, que se agravou: uma população envelhecida que é mais do que quatro vezes a população dos Estados Unidos da América;

Recomendação aos meus queridos conterrâneos: preparem-se para reforçar as alianças com ingleses e americanos, sem deixar cair as boas relações com a China e Bruxelas, claro.

Mas a prioridade das prioridades portuguesas tem um nome: África!

Handling of U.S. trade dispute causes rift in Chinese leadership: sourcesBen Blanchard, Kevin Yao
Reuters, August 9, 2018 / 8:52 am 
“Many economists and intellectuals are upset about China’s trade war policies,” an academic at a Chinese policy think tank told Reuters, speaking on condition of anonymity due to the sensitivity of the issue. “The overarching view is that China’s current stance has been too hard-line and the leadership has clearly misjudged the situation.” 
[...] 
Under Xi, officials have become increasingly confident in proclaiming what they see as China’s rightful place as a world leader, casting off a long-held maxim of Deng Xiaoping, the former paramount leader who said the country needed to “bide its time and hide its strength”.

“The Outlook Has Become Grim”: Trump Trade War Causing “Rare Cracks” Within China’s Communist Partyby Tyler Durden
ZeroHedge, Thu, 08/09/2018 
Over the weekend, Trump claimed on Twitter that the US is winning the trade war with China for one simple reason: whereas US stocks are back to all-time highs, the Chinese market has tumbled and remains mired in a bear market. Now, another - less naive - indication has emerged suggesting that the US is indeed getting the upper hand in the ongoing trade feud: according to Reuters, the trade war with the United States is “causing rifts” within China’s Communist Party, with some critics saying that China’s overly nationalistic stance “may have hardened the U.S. position.”


Two models: Building Stuff (China) or Bombing Stuff (Us)?
In this Summer Solution episode of the Keiser Report, Max and Stacy contrast the situation with China, a perhaps emerging superpower, to the United States, a possibly declining superpower. As the US grew powerful as an empire of debt, extracting resources and equity from economies colonized by their debt rather than their military armies, what happens when China begins doing the same? Lots of complaints from U.S. officials who want American lenders to take over debt markets the U.S. has overlooked in the past few decades. They look at the case of Africa where Chinese mobile phone manufacturers and tech entrepreneurs are radically altering the telecom landscape left wide open to them after the departure of Nokia. What happens when the African consumer becomes wealthy enough to transform the Chinese global power play?


APOIE O ANTÓNIO MARIA
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sexta-feira, julho 13, 2018

O labrego americano


A América não passa hoje de um reality show


A Rússia está em recessão demográfica e envelhecimento acelerado. Além do mais, sem vender gás à Europa, e sem os investimentos alemães e europeus, estaria frita, na sertã chinesa. Logo, o perigo de uma invasão russa é um papão ressequido sem real valor propagandístico. Quanto à NATO, já não serve para coisa nenhuma! Do que precisamos é de um sistema de defesa estratégica europeu, com tecnologia e armamento europeus. Ou será que não dá para perceber o que alguns americanos há muito querem: destruir a Europa? Não nos esqueçamos que a América se tornou uma potência hegemónica sobretudo à custa das duas guerras mundiais iniciadas na Europa (1914-18, 1939-45). Eram, antes destas duas tragédias europeias (já então postas em marcha para travar a Alemanha...), uns labregos. Voltaram a sê-lo!


Trans-Europe Express – NATO is dead
By Georgi Gotev with Freya Kirk | EURACTIV.com

NATO held its first summit in its grandiose new buildings this week. This should have suggested a new beginning for the transatlantic alliance. But the impression from the discussions was quite the reverse.

As one reporter suggested, this was a sadomasochistic extravaganza: Donald Trump first horsewhipped his allies, and then had his happy moment, suddenly declaring victory and having made NATO “much stronger”.

Criminals should be treated with more respect than the way Trump treated his colleagues. A source told your correspondent that every time the US president heard messages he didn’t like, he just ignored the speaker and even turned his back on them to speak to his own delegation.

At one point, Emmanuel Macron had to pause his speech for almost a minute, waiting for Trump to finish his private conversation and refocus on the meeting.

Outside the meeting room, to a mixture of general dismay and disbelief, Trump said the “level of spirit” had been “incredible”, declared the summit a big success, and bragged that he had been able to squeeze an additional $33-$40 billion in defence spending from his allies.

This, however, is not true. NATO Secretary-General Jens Stoltenberg said this money had been committed in advance, and the figures were published in a paper two days ahead of the summit.

It was, therefore, a fudge: intended for an audience that is not interested in the details, which is more or less Trump’s electoral base.

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domingo, janeiro 29, 2017

Trump, dez dias que abalaram o mundo

Presidente eleito Donald Trump, de punho no ar, à chegada ao Capitólio em Washington no dia da tomada de posse como 58º presidente dos Estados Unidos da América, sexta-feira 20, 2017. (AP Foto/Andrew Harnik).

Estados Unidos da América - a grande divisão


Balbúrdia.

Demissões em massa na Administração americana, e um muro demasiado longo para construir. Só se forem os chineses a pagar e a fazê-lo! Sabem quem construiu uma boa parte dos caminhos de ferro americanos? Pois!

Que se passa na América? 

Uma Segunda Revolução Americana (a de Trump) contra a Revolução Púrpura de Soros, protagonizada pelos Obama e pelos Clinton? Seja o que for, mesmo descontando as teorias da conspiração, estes últimos dez dias, e os próximos noventa, vão ter uma tremenda influência na Europa. Repare-se como boa parte dos argumentos a favor da dita Segunda Revolução Americana (a dos 99% contra os 1%) poderia fazer parte de qualquer manifesto de esquerda, ou de extrema esquerda. Sem conhecer os dois lados da barricada que se formou, andaremos como cegos ao serviço de um dos extremos.

Protecionismo, isolacionismo e a questão migratória.

O problema da indústria de ponta americana é que não dispensa os imigrantes inteligentes, bem formados e com vontade de triunfar, e seria uma ilusão pensar que poderiam substitui-los no curto-médio prazo pela classe de indigentes subsidio-dependentes (da qual a maioria é mal instruída e tem empregos de baixa produtividade, mas a que também pertence uma sub-classe de estudantes eternos e uma burocracia educativa interminável) que a globalização iniciada na era Reagan, e prosseguida por todos os governos americanos desde então, desenhou e estimulou como forma de compensar a esperada projeção (1) de boa parte da economia americana produtiva para a China e outros países asiáticos. Ler a propósito Jeremy Rifkin e a obra The End of Work.

O grande debate sobre a imigração vai começar (ver este gráfico/ Statista). Quem quer mais imigração? Curiosamente, as elites que conhecem até que ponto os estados sociais na América, na Europa e no Japão faliram e precisam urgentemente de famílias com filhos e vontade de trabalhar, pois só por esta via (pelo menos nos próximos 20 anos) haverá quem pague as reformas e as pensões sem estourar de vez as empresas e as classes médias. O endividamento público dos EUA, da Europa e do Japão são bolhas que vão explodir, ou implodir, mais cedo ou mais tarde. Não há crescimento, e muito menos propaganda do crescimento, que remedeie esta realidade dramática que os governos enfrentam diariamente. A prosperidade hedonista do Capitalismo chegou ao fim. É uma má notícia? Para quem estava habituado, sim. (2)


Onde está o terrorismo?

Governos da Arábia Saudita e do Qatar financiaram ao mesmo tempo o Estado Islâmico e a Fundação Clinton quando Hillary Clinton era secretária de estado da defesa dos Estados Unidos. Não basta ser Politicamente Correto, é também necessário tirar os antolhos que nos impedem de olhar para a realidade. A pós-verdade não serve a ninguém, salvo aos que conspiram para nos escravizar, de forma explícita, ou dissimulada.

Trump, porém, esqueceu-se, na lista de países banidos, da Arábia Saudita, do Qatar, e da Turquia, de onde boa parte do dinheiro para o Estado Islâmico partiu e parte. A Arábia Saudita esteve comprovadamente envolvida no 11 de setembro... mas, ao que parece, Trump tem negócios em todos estes países!

Europa?


A terceira derrota alemã. Nem espaço vital a oriente, nem a ocidente.

A Alemanha deve estar a sentir os seus miolos a fritarem. De um lado, Putin, de outro, o Brexit, de outro ainda, Trump, e agora o Clube do Mediterrâneo (com a França dentro). Chiça!

Club Med.

A dita cimeira dos países do Clube do Mediterrâneo foi, objetivamente, um doce oferecido ao Brexit e a Donald Trump, e mais uma farpa espetada no dorso da Alemanha. Ou seja, os flancos atlântico e mediterrânico da Europa afastam-se de novo do sonho germânico, e colam-se aos Estados Unidos. E quanto à Rússia e ao inconsciente territoral alemão, Putin venceu claramente a mais recente tentativa anglo-saxónica e alemã de isolar o império dos czares (brancos e vermelhos). Porém, não deixa de ser extraordinário que esta deriva anti-alemã dos países do sul da Europa ocorra no preciso momento em que Donald Trump prognostica o fim da União Europeia e da sua moeda. Curiosamente também, é vermos o PSD de Pedro Passos Coelho demarcar-se dos atuais líderes dos PIGS, reafirmando o seu europeismo estratégico, que, como todos sabemos, não pode dispensar nem menorizar a Alemanha. Também nisto o nosso país começou a dividir-se gravemente. As apostas são elevadas. Os ganhos e as perdas também o serão.

Geringonça no fim?


Desculpem lá qualquer coisinha, terá pensado dizer António Costa. Como sabem, assim lhe vai o subconsciente, não mando nada; quem manda é o Supremo Soviete de São Bento, a quem devo este humilde cargo de servidor do povo. Mas voltando ao gado frio, ou frito, da Concertação Social, a António Costa só lhe terá ocirrido perguntar: como é que vamos dar a volta a isto?

Palavra de Fazenda.

Eu bem dizia (no apagado Política Sueca) que a ideia da coligação PS-Bloco, ou PS-Bloco-PCP, além de ser coerente e estimável (dado o cesarismo bicéfalo nascido das duas últimas eleições), estaria na cabecinha dos bloquistas desde que começaram a pensar no futuro do PS pós-Soares. A Geringonça simplificada, isto é, um governo minoritário do PS apoiado pelas esquerdas parlamentares, sem a muleta do PSD, não se aguenta. Logo, das duas uma: ou se desfaz e Costa vai à vida, ou Costa acabará por pedir a Marcelo um Governo da Geringonça (PS+Bloco+PCP/PEV), em nome da paz, ou mesmo da emergência social, e da estabilidade política. O Joker, entretanto, chama-se Pedro Passos Coelho, e dele dependerá a sorte da Geringonça, no sentido em que dele dependerá se a quer derrubar já, ou depois de a frente popular pós-moderna que ora nos governa conduzir o país a um novo resgate. A verdade é que só há uma alternativa à previsível coligação PS-Bloco-PCP: eleições em 2018, precedidas da defenestração congressual de António Costa. Neste cenário, que seria preferível após um mais claro e rotundo fracasso da Geringonça, ou da coligação que lhe suceder, Francisco Assis e Pedro Passos Coelho formariam uma Grande Coligação, e meteriam Marcelo no bolso, claro. Ou seja, seria o fim do tal cesarismo bicéfalo que ora existe. O braço-de-ferro vai ser longo e violento.

O Golpe de Coelho que Costa e Marcelo não previram.

O aviso a Marcelo está feito: quando não houver dinheiro, nem o Governo, nem Belém, poderão contar com o PSD. Ou seja, terá que haver eleições antecipadas. Se o terceiro e quarto trimestres deste ano forem o que alguns observadores atentos da conjuntura internacional e interna estimam, ou seja, recessão e subida incomportável dos juros da dívida pública, então nem nas Autárquicas o PS terá bons resultados, e a queda da Geringonça poderá contrariar as minhas previsões sobre a vida da mesma: uma legislatura, ou até duas.

A austeridade das esquerdas está a ter um preço escondido, chamado retenções orçamentais (definitvas) e ausência de investimento público, nomeadamente em serviços públicos essenciais: ferrovia, hospitais, escolas, etc. Mais um ponto percentual nos juros a dez anos e a Geringonça colapsará. O aviso foi dado pelo embuste da Concertação Social. A Grécia já esteve mais longe.

Não foi por acaso que Pedro Passos Coelho acordou da sua aparente hibernação no dia em que os rendimentos da dívida pública (yields) portuguesa ultrapassaram a barreira dos 4%, a 26 de janeiro último. Mais do que esta passagem do limiar considerado crítico pela DBRS (única agência de notação financeira que mantém a nossa dívida pública uma nesga acima de 'lixo'), é a tendência altista que se verifica desde 17 de janeiro [investing-com] que despertou o líder do PSD e colocou em cheque o malabarismo sectário de António Costa em volta da Concertação Social.

FMI

Mais um aviso a Portugal e à Geringonça das esquerdas a propósito do mais recente alerta do FMI à Grécia.

Os países vão virar-se para dentro (não é isso, aliás, que propõem o PCP e o Bloco?), os juros bancários vão começar a subir, e as 'yields' das dívidas públicas nos mercados secundários já começaram a agitar-se (Portugal que o diga!!!) Este é, aliás, o gatilho que desencadeou a crise, muito séria, instalada no regime depois do fiasco completo da subida do salário mínimo nacional e do chumbo parlamentar da descida discricionária da TSU. A Concertação Social está de rastos, e António Costa perdeu toda a sua credibilidade como primeiro ministro de Portugal. Depois dos boicotes do PCP, Bloco e PSD às manobras arrogantes (e depois mal criadas) do primeiro ministro que perdeu as últimas eleições, a Geringonça está ferida de morte. O golpe dado pelo líder da UGT ao bloquear a assinatura da adenda ao Acordo de Concertação Social foi uma resposta, não do socialista Carlos Silva, mas do furioso socialista António Costa! Em suma, a Geringonça irá arrastar-se até ao próximo resgate, e quando ele vier, cairá de podre. Ou então, PCP e Bloco, antevendo a sua rápida erosão eleitoral, provocarão a queda de Costa ainda este ano.

Almofada financeira, até quando?

Os juros pagos e a pagar por Portugal ao FMI são de 4,1%. Isto significa que subindo os rendimentos da dívida pública portuguesa a 10 anos acima 4,1% (estavam a 4,127% no dia 27 de janeiro), o chamado 'rollover' da dívida, i.e. trocar dívida cara por dívida barata deixa de funcionar. Neste sentido, a restruturação suave da dívida pública que vinha sendo realizada pelo governo anterior deu lugar a uma nova tendência perigosa de endividamento a taxas de juros incomportáveis por uma economia que cresce abaixo dos 1,6% (2015): 1,2% (2016), 1,4% (2017), 1,5% (2018) 1,5% (2019). Em suma, Marcelo foi mal informado, ou preferiu desvalorizar este perigoso boomerang. O alongamento de prazos que tem ocorrido e as baixas taxas de juro diretoras do BCE podem ser considerados uma forma mitigada, implícita, de restruturação da dívida. Porém o futuro, quer dizer 2017 e anos seguintes, parecem condenados a ver alterada esta bonomia financeira. Ou seja, as pré-condições para um nova derrapagem na próxima curva apertada do financiamento da nossa insustentável dívida total (pública e privada) regressaram.

O embuste da substituição da descida da TSU pela diminuição do PEC

Por apenas 40 milhões de euros António Costa perdeu a face, e vai passar a piar bem mais fininho do que até este fiasco evidente. Só mesmo a comunicação social indigente, perdão, rendida ao charme da Geringonça, consegue fazer retratos trumpianos do que sucedeu nestes últimos dias.

Uma coisa simples de perceber: a TSU é uma taxa paga por trabalhadores (11%) e empresas (23%) e serve, diz-se, para ajudar a manter a sustentabilidade da Segurança Social (acreditamos que sim). Ou seja, paga-se e está pago. Já o PEC é um adiantamento por conta do IRC a pagar pelas empresas no fim de cada ano fiscal. Ou seja, o Pagamento Especial por Conta é um empréstimo forçado ao Estado, que este depois deduz à coleta na hora de apurar o IRC que cada empresa tem que pagar ao Estado anualmente. Só as empresas que não têm lucros ou que declaram rendimentos coletáveis abaixo dos 850 euros (PEC em vigor) beneficiarão momentaneamente desta diminuição do PEC (para 750 euros, mas cujos detalhes ainda ninguém conhece). Ou seja, no caso da redução da TSU há uma poupança fiscal efetiva nas empresas, enquanto que no PEC não há qualquer poupança. É assim tão difícil de perceber? Lamentável é o lamaçal onde chafurdam hoje os atores pomposos da Concertação Social. E já agora: Bloco e PCP conseguiram o que queriam: aumentar o SMN sem baixar qualquer dos encargos das empresas. Mário Centeno agradece!

Simplificando, as empresas que não pagam IRC, por o seu volume de negócios e lucros serem muito baixos (ou até declararem prejuízo), passam a ter um desconto de 100 euros/ano no que têm vindo a adiantar ao Estado (PEC) por conta do tal IRC, e que, até 2016, eram 850 euros por ano e por empresa. Para as demais empresas, que declaram lucros e pagam IRC, a medida agora anunciada pelo irritado António Costa não representa qualquer poupança fiscal, apenas mais dinheiro em caixa e, eventualmente, os juros que os 100 euros do dinheiro adiantado ao Estado renderiam se estivesse aplicado ou a render juros (uma fortuna!) Em suma, a diminuição em 100 euros no Pagamento Especial por Conta não é nenhuma alternativa à diminuição da TSU, por mais que políticos do governo, os patrões troca-tintas, as comadres sindicalistas e a maioria dos jornalistas e analistas da pós-verdade digam o contrário, de cócoras para Costa.

IMI

Com o andar da carruagem —empobrecimento contínuo das pessoas, sobretudo das que possuem casa própria, ou estão a pagá-la— esta receita só poderá continuar a cair... até ao dia em que acabarem com as isenções, por manifesta insolvência do Estado. Quando não houver dinheiro para pensões, reformas e vencimentos da Administração Pública, o IMI subirá a pique. Ou seja, temos que nos preparar para viver apenas com aquilo que podemos pagar, nomeadamente evoluindo para novas formas de partilha social e associação mutualista defendidas da voragem fiscal da burocracia.

Mais um erro crasso do Governo em matéria ferroviária *.

A eletrificação anunciada vai ao arrepio da ligação da nossa rede ferroviária a Espanha/resto da Europa

  1. porque a Espanha tem vindo a migrar a sua rede ferroviária (bitola, eletrificação, sistema de sinalização) para a norma standard internacional (UIC), ao contrário dos governos que temos tido;
  2. mesmo que a bitola ibérica continuasse por mais alguns anos na linha que chega do resto de Espanha a Ayamonte, a ligação da linha algarvia a Espanha continuaria a ser inviável, nomeadamente porque um autarca espertalhão e amigo do imobiliário urbanizou a plataforma ferroviária entre Vila Real de Santo António e Vila Real de Santo António-Guadiana;
  3. tirando o facto de se mudar da tração diesel para a elétrica, vai ficar tudo na mesma, ou seja, a modernização anunciada não leva ninguém a lado nenhum, nem sequer às praias! No troço entre Tunes e Lagos, haveria a oportunidade de fazer passar a linha junto ao litoral (uma boa alternativa à EN 125 ou à A22 cujo uso e manutenção são cada vez mais caros...) mas, sobre isto, tire-se o cavalinho da chuva, pois o que está em causa é apenas a eletrificação dos troços anunciados;
  4. parece que só a Takargo beneficiará com esta ideia luminosa, aproveitando a eletrificação da linha para transportar Jetfuel para o Aeroporto de Faro.
* — Agradeço ao RMVS esta informação detalhada.


Parque Escolar de luxo e escolas inundadas e sem segurança, nem pessoal.

Onde pára a Parque Escolar engendrada pelo senhor José Sócrates Pinto de Sousa? Esvaíram-se milhares de milhões de euros neste embuste cor-de-rosa, mas continua a chover no interior de escolas vetustas como a Alexandre Herculano, e o Liceu Camões. A bolha das esquerdas continua a inchar e vai rebentar um dia destes.

Quem vai ganhar Lisboa?

João Ferreira (PCP) pode deitar a perder a eleição de Medina (patrocinada pelo PS e pelo Bloco). Este é um candidato a sério. Parabéns ao PCP, pois percebeu que tem finalmente que apostar na sua juventude qualificada. O instrumento Medina que se cuide.

Já agora, a linha de ataque de João Ferreira vai provavelmente melhorar e muito a votação na CDU. A linha é simples: denunciar, organizar e lutar contra a gentrificação de Lisboa, e em particular dos seus bairros históricos, que os vendilhões do templo procuram saldar a qualquer preço aos fundos especulativos de investimento imobiliário internacionais, mas também indígenas. Por exemplo, qual a posição da Caixa Geral de Depósitos nesta matéria?

Nota: Se o PCP souber renovar-se, e sobretudo se fizer a transição do estalinismo falido para um patriotismo de esquerda inteligente, e apostar claramente da renovação dos seus quadros, e também libertar-se em matéria de costumes (urbanizando-se!), o Bloco poderá acabar por ficar restringido ao papel de comadre do PS.

Os intermediários da fome

O Rendimento Básico Garantido é uma alternativa mais justa, decente e barata do que continuar a alimentar os intermediários da fome e da desgraça alheia.

Frenesim precoce

Não é o crescimento, estúpido! É a falta de procura (a falta de trabalho e a falta de dinheiro nos bolsos e nas expectativas) que gera o excesso de capacidade, ou vice-versa... O crescimento dos Estados Unidos em 2016 não foi nada do que alguns analistas apressados alegremente disseram, nomeadamente para contrapor Obama a Merkel, mas pouco mais de metade do que anunciaram: 1,9%.

Startups virtuais

Para já, são tudo castelos no ar. Nenhuma viragem como a da Indústria 4.0 se faz sem doses ciclópicas de capital e uma acumulação de conhecimento e de energia criativa colossal. Portanto, vamos lá a falar seriamente sobre estas questões. O governo português é o governo de um estado insolvente, falido e indigente, que vive da sopa dos pobres comunitária. Ou seja, sem fundos comunitários, nem dinheiro conseguem para os Power-Points. Se nos continuarmos a safar na indústria da maquinaria, calçado e têxteis, dos congressos, da praia e do surf, do peixe fresco, dos bons vinhos e azeites, e do Divino Sol, já não estaremos nada mal. Mas mesmo aqui é fundamental afastar dos negócios o estado predador que temos, pois, de contrário, para passar ao lado desta voragem fiscal e legislativa, só mesmo com empresas 4.0 (por definição, globais), para quem Portugal não passa de um nó da rede, sem qualquer capacidade económica, institucional e política de impor regras ou assaltar fiscalmente os protagonistas da revolução que o otimista secretário de estado diz querer trazer para o nosso país. Ou seja, se continuarmos a construir castelos no ar, acontecerá às boas indústrias que ainda temos o mesmo que aconteceu à banca que já não temos, e à burguesia clientelar (EDP, GALP, Mota-Engil, Soares da Costa, etc.) que tem vindo a ser engolida paulatinamente pelos peixes maiores que, como sabemos, não são indígenas :(

Esquerda/Direita

Que há de comum entre Trump, Marine Le Pen, Louçã e Jerónimo de Sousa? Resposta:

  • nenhum deles gosta da NATO
  • nenhum deles gosta da Alemanha
  • nenhum deles gosta do Euro
  • nenhum deles gosta da União Europeia
  • nenhum deles morre de amores pela China
  • e todos eles querem mais empregos

Acham que é preciso mais argumentos para vermos a importância desta convergência real?

Banksters e rendeiros falidos

A arrogância do senhor Faria de Oliveira é criminosa. Esperemos que o PSD obrigue a Caixa a revelar a lista dos seus 100 maiores clientes ruinosos, e que as operações duvidosas sejam investigadas. Só neste país é que os bancos ainda não foram sujeitos a pesadas multas pela vigarices praticadas. Pelo contrário, temos um Geringonça das esquerdas disposta a apaparicar tudo o que os 'banksters' indígenas exigem nos almoços do Ritz. Com uma esquerda destas, quem é que precisa da direita?!

Há dois pânicos que assaltam neste momento a Geringonça: a nacionalização do Novo Banco faria descarrilar o défice e, provavelmente, seria impedida pelo BCE; a falência do Novo Banco, por sua vez, colocaria o Fundo de Garantia de Depósitos sob uma enorme pressão. Como o Fundo de Garantia de Depósitos e o Fundo de Resolução são financiados pelos bancos residentes, podemos imaginar o grau de pressão que estes farão sobre António Costa para despachar o Novo Banco, nem que seja por um euro, a quem quiser tomar conta de semelhante tormenta. E ainda, já alguém perguntou pela massa do fundo de pensões do BES? Transitou para o Novo Banco? Duvido... Quem comprar por um euro o Novo Banco que encontrará, de facto, no cabaz das responsabilidades invisíveis do mesmo?

Santander e Bankinter com lucros recorde em 2016. Dois bancos espanhóis a sugarem o vazio deixado pelos insolventes banksters indígenas.

O regime engordou a sua nomenclatura financeira, empresarial e político-partidária até rebentar com o país, de má gestão, corrupção e dívidas. Resultado, o miolo económico, financeiro e laboral do país está a ser entregue de mão-beijada aos espanhois, franceses (árabes), chineses e angolanos. Ou seja, em vez de uma diversificação de investimentos e exportações, em vez do tão ansiado crescimento, temos uma rendição escandalosa (dos Banif, BES/Novo Banco, Ascendi, SDC e quejandos) aos credores e abutres que rodeiam uma ave ferida de morte chamada Portugal. E ninguém vai preso?! O presidente dos afetos vai começar a ouvir o que não pensava, e muito menos queria. Quando? lá para meados deste ano...

Portugal—EDP—China

A política de Donald Trump terá certamente consequências na EDP, dada a excessiva exposição desta à China, e aos parques eólicos americanos.

Nem tudo são tristezas


Barbie. ©Mattel

Monte da Peceguina tinto (2015) - uma pomada de beber e beber por mais ;) Taninos, fora! Sabores e aromas alternam numa tarde que a noite alentejana acaba por arredondar, em Beja, entre o luar e as luzes ténues da cidade. Cor linda. Frescura de coisa nova, como só as coisas novas sabem dar. Beber imoderadamente (aguenta ;), nunca acima dos 18 graus de temperatura.

E para por um ponto final nesta gazeta da semana que já vai longa, aqui vai uma notícia verdadeiramente cor-de-rosa: a Barbie tem uma nova chefe, vinda da Google, e vai voltar-se para a Indústria 4.0 ;)


NOTAS

1) Na realidade, a globalização equivale a uma projeção industrial e financeira dos países mais ricos para geografias onde o trabalho é mais barato e menos exigente em matéria de regulamentação. O objetivo principal da globalização iniciada pelos Estados Unidos e Europa ocidental é expandir os mercados, já não tanto pela via clássica das exportações de produtos acabados (que se tornaram menos competitivas, dada as assimetrias salariais e de externalidades entre países desenvolvidos e países emergentes), mas pela via da exportação das próprias indústrias e serviços financeiros que, por esta via, conquistam ao mesmo tempo, trabalho e mercado, encurtando ainda as distâncias entre produção e consumo. No caso dos Estados Unidos, apesar da dimensão do seu mercado interno, este tornou-se demasiado pequeno no quadro de uma competição comercial mundial que, a aprtir dos anos 60 do século passado, passou a incluir os chamados países emergenets da Ásia (China, Índia, Indonésia, Filipinas, ...), África (África do Sul, Nigéria, Angola,...) e América Latina (Brasil, México, ...).

2) Porque precisam os países ricos de imigração e/ou de prolongar a vida ativa até aos 70 anos?

RabbitOne 

Economics will go to hell in America because there are currently not enough taxpayers to support socialism in America. For 50 years our government has filled the law books with bills that give out pay outs. However in this Ponzi scheme they forgot that it requires new tax payers to keep the system afloat.

Socialism failed its own purposes. Once white people took up socialism they bought into its promises and they stopped having large families (who would have supported them if there was no government support). Add to this abortion and the pill and white people in America and Europe did not produce enough tax payers to support the socialist Ponzi scheme. There may be another explanation for this trend. The more affluent a society becomes, several factors unleash. The birthrate declines sharply, for as people become wealthier, women prefer not to have children. The poorest cultures have the greatest number of births because children take care of their parents. In our new age of socialism, government has replaced the family unit. Ask a girl under thirty in the United States if she wants to have children today and you are likely to get the answer, “No.”

The implications economically, financially, societally, etc. etc. of a collapsing population of young and soaring older population should be ringing alarm bells...but instead our politicians seem officially mindless (or intentionally misleading the populace) in the face of a cataclysmic shift. Without enough tax payers to pay for socialism’s promises western governments decided to import immigrants who still have large families (and produce lots of tax payers). Typical of those imported immigrants with large families are poor Muslim’s or poor Hispanics. So until they have the boat load to tax payers they need Western countries have large numbers of refugee’s to fill the tax payer void and will continue to run deficits and raise taxes to try to pay for the Ponzi scheme.

Connect the dots:

There were 76 million people born between the years 1946 and 1964, the traditional window for the baby boom generation. That means that they will retire over a 19-year period. Simple math shows that 76 divided by 19 is 4 million, or almost 11,000 people a day. Say 1,000 die a day. The biggest event in America today is we have l0,000 Baby Boomers retiring each day for years to come. The biggest problem in America is we cannot for the duration support these retiring Baby Boomers. The reason we cannot support these baby boomers is we have not produced a large enough group of supporting taxpayers.

Why are there not enough taxpayers to support retiring Boomers?  Government eliminated 60 million future tax payers with making abortion legal. Also it is estimated up to 30 million tax payers were prevented by the cheap birth control pill. And lastly the dissolution marriage as an institution in America has created much smaller family units than prior generations and single family moms have had 20 million fewer babies. This means 120 million tax payers are missing to pay for the retiring baby boomers.

How is our government replacing the missing revenue from lack of taxpayers? To replace these missing tax payer’s government has allowed 61 million immigrants plus into America to replace our missing tax payers to support the boomers (the total is estimated to be 94 million). These immigrants are fast tracked getting jobs our youth should have using subsidies from the government. Dems and Repubs are together on this.  Democrats want the immigrants as future party supporters. Republicans want the cheap labor.

Why are Muslims the primary people imported? Muslims don’t have abortions, take the pill and Muslim women are not single moms. It is not uncommon for Muslims to have the 6 to 10 children like white families used to have in America. Congress is counting on this group to generate the missing tax payers.

Why is America a bankrupt government? Revenue from current taxes is too low to pay for increasing entitlements and retirees. Deficits and debt plug the entitlement hole until immigrants produce enough taxes to fill the entitlement hole . Government is betting immigrants will produce the taxes to pay for retiring Baby Boomers before America goes belly up. Once the U.S. world reserve currency runs out and the government can no longer print bucket loads of money and debt they will strip the U.S. citizens cupboards bare to keep going. Need more proof on America’s bankruptcy? Look up Kotlikoff’s senate testimony last year.

Comentário/ OAM

Sharp observations. Historically, though, when aggregate demand starts a downward curve, and jobs fail, and well-paid jobs disappear, women defend their reproductive instinctual economy by having fewer children, and aborting if necessary. That's also the case with nomadic people since ancient times until today. We will probably have to develop intelligent machine slaves to produce the necessary quantum for individuals in the coming new nomadic societies. There are enough wealth and money to install a Basic Income system that would allow modern societies to evolve, and not go backward instead.

Timeline: U.S. Postwar Immigration Policy

Immigration has been an important element of U.S. economic and cultural vitality since the country's founding. This interactive timeline outlines the evolution of U.S. immigration policy after World War II. Council on Foreign Relations

segunda-feira, novembro 21, 2016

Efeito Trump: dólar e obrigações soberanas em alta

Capa do Economist de novembro 2016 (alterada para tons de cinzento)


Remuneração dos Treasuries dispara 59%


Dólar dispara face ao euro, e rentabilidade das obrigações soberanas americanas disparam 59% desde o verão passado! Se ocorresse algo parecido aos títulos de dívida portuguesa a 10 anos, os atuais yields de 3,6% subiriam até aos 5,724%. O próximo trimestre poderá fazer murchar a rosa de verão que alimenta a euforia dos distraídos.
Trump Is Making Bond Markets Nervous
...investors may demand higher yields to buy Treasuries. Bond prices fall as yields rise. The benchmark 10-year Treasury bond yielded 2.2 percent on Nov. 15, up from a record low of 1.3 percent this summer. Economists and strategists hadn’t been expecting a yield that high until 2018, according to a recent survey.
Bloomberg, 15 nov 2016