Mostrar mensagens com a etiqueta cheias. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cheias. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, setembro 22, 2008

2008 Semana 39

Excitações da semana
22-28 setembro

Chineses fazem primeiro passeio espacial!
Depois da Olimpíadas o império do meio soma e segue. Objectivo antes de 2020: por um pé chinês na Lua. Boa viagem! (Notícia e video)

Boicote ao consumo de gasolina e gasóleo
27-09-2008 11:45 (RR Renascença). Hoje decorre o boicote nacional ao abastecimento de combustíveis em Portugal, em protesto contra a actual situação do mercado. A DECO, que promove esta acção, acredita numa adesão em força.
Comentário: a iniciativa foi esvaziada pelas descidas de preços entretanto efectuadas pelas petrolíferas, e ainda pelo impacto mediático da visita surpresa de Hugo Chávez, que promete vender petróleo a baixo custo a Portugal, em troca de produtos e serviços portugueses.

Seja como for, não devemos alimentar ilusões: a energia cara veio para ficar!

E Portugal, que é do ponto de vista energético um dos países mais ineficientes do planeta, e com uma das mais elevadas intensidades energéticas por unidade de PIB, tem que perceber que o caminho certo é o de corrigir, numa década, estas duas terríveis debilidades estruturais da nossa economia, do nosso sistema produtivo e dos nossos péssimos hábitos organizativos e culturais.

É aqui que a DECO, a QUERCUS e demais organizações da sociedade civil têm ainda muito que fazer. Em vez de agirem pontualmente, para justificarem os subsídios que recebem, têm que começar a trabalhar a valer. Sob pena de serem ultrapassadas por novas iniciativas, mais sérias, ousadas, inteligentes, sistemáticas e eficazes. O tempo da indolência acabou!

PSD acusou PS de opulência e em resposta foi acusado de falta de propostas


26-09-2008, 16:21 (RTP1). Marcos Perestrelo, secretário nacional do PS para a organização, veio responder directamente à líder do PSD, afirmando que, "o comício de “rentrée” política do PS em Guimarães, (sábado passado) custou milhões de vezes menos do que o prejuízo que Manuela Ferreira Leite causou ao país com o negócio do Citigroup".

Comentário: Eu sabia que este assunto viria à baila mais cedo ou mais tarde! Para agravar a fragilidade de MFL nesta polémica, acresce que o seu vice-presidente, António Borges, tal como Henry Paulson, são ex-alto dirigentes da Goldman Sachs -- um os dois maiores bancos de investimento americanos, responsável pela infecção letal do sistema financeiro mundial.

Ou seja, a menos que MFL despeça este croupier encartado, ou que este venha a público explicar o seu papel na trapalhada financeira que desabou sobre a economia mundial, ao mesmo tempo que esclarece o país sobre a titularização de dívidas a que procedeu enquanto era ministra das finanças de Durão Barroso, e já agora decide de uma vez por todas se vai ou não contar com o spin doctor do Abrupto (José Pacheco Pereira) para os jogos florais da comunicação social, não vejo como possa chegar inteira à abertura da época oficial de caça ao voto. O sótão de Manuela Ferreira Leite parece estar a ficar cheio de esqueletos e personagens sinistros (o homem da mala -- José Luis Arnaut -- é um deles). Dentro em breve, se a coisa, não for ao sítio, Cavaco marcará distinta e claramente as devidas distâncias. O Sócrates tem mesmo sorte, caramba!


Galiza-Portugal: a mini-guerra do leite
ou o liberalismo europeu às avessas com uma realidade em pedaços


23-09-2008. As reportagens televisivas de ontem, sobre os 25 mil litros de leite oriundo de explorações portuguesas, derramados na estrada por produtores galegos organizados e em protesto contra as políticas e jogos de mercado oriundos dos governos central e autonómico (e de Bruxelas!) continham uma perigosa dose de ambiguidade informativa, deixando transparecer a ideia de que podem estar a germinar sementes de uma mini-guerra económica entre Portugal e Espanha em volta do uso e prática das regras comunitárias aceites por ambos os países. A solidez dos tratados comunitários vai estar à prova nos meses e anos que se seguem, por efeito da transferência do centro de gravidade económico-financeiro da Europa-América para a Ásia. Por outro lado, a previsível tensão provocada nas fronteiras europeias, pela Rússia e pelo renascimento político e cultural do Islão, no quadro de uma previsível diminuição do esforço de defesa estratégica dos Estados Unidos na Europa, tenderá a fazer renascer o drama da definição geográfica do centro político europeu: Berlim ou Paris? Bruxelas?! Qual será o papel de Londres na ordem pós-americana? E como ficarão os demais estados europeus? E que destino será dado aos movimentos de autonomia nacional e regional em curso? A actual desregulação liberal dos mercados energético e alimentar pode muito bem ser o rastilho que, de um momento para o outro, colocará a Europa perante a necessidade imperiosa de rever o corpo conceptual e ideológico da sua presente e precária união.

Sobre os incidentes da Galiza, três referências que ajudam a formular uma ideia mais precisa do sucedido e possíveis consequências no futuro.

50 ganaderos derraman en Lugo 25.000 litros de leche portuguesa
Los tres sindicatos agrarios de Galicia denuncian el 'dumping' de las industrias

El País - ARCADIO SILVOSA - Lugo - 23/09/2008

"Es un mensaje de aviso para la industria y la distribución". Así definieron 50 ganaderos, apoyados por los tres principales sindicatos agrarios de Galicia (Sindicato Labrego, Unións Agrarias y Xóvenes Agricultores) la acción que protagonizaron ayer en Outeiro de Rei (Lugo). Interceptaron un camión cisterna cargado con leche de Portugal y arrojaron su carga por la cuneta de la carretera que une la autovía A-6 con Outeiro. El destino final del producto era la corporación Peñasanta.

... "Al camión no le vamos a hacer nada", explicaron los piquetes cuando el vehículo giraba desde la A-6 para dirigirse a la corporación Peñasanta. Uno de los sindicalistas exhibía la hoja de transporte que reflejaba el origen de la leche. "Son todas explotaciones portuguesas", proclamó. Algunos países, afirmó Javier Iglesias, de Unións Agrarias, "utilizan este mecanismo para regular sus mercados, lo que está ocasionando en España un caos en el sector, con caídas de precios en otoño, cosa que no ocurría desde hacía 30 años".

Con todo, Iglesias aclaró que Portugal "no es el enemigo" de la producción láctea de España. Lo que hace "más daño" son las entradas "masivas" de leche de Francia. Xóvenes Agricultores consideró "intolerable" que mientras llega leche de Portugal y Francia las industrias gallegas "digan que sobra leche".

Los sindicatos, que no descartan más acciones similares, reclaman a las administraciones que "controlen" las importaciones de leche. La Consellería de Medio Rural, mientras, aseguró que "incidentes" como el de ayer no son "el camino más adecuado" para solucionar los problemas del sector.

Agricultores da Galiza deitam fora 25 mil litros de leite português

22-09-2008 (MSN Notícias). Um grupo de agricultores da Galiza derramou esta segunda-feira mais de 25 mil litros de leite de Portugal que estava a ser transportado para uma fábrica na região, num protesto para exigir um "preço digno" para o leite galego.

O incidente ocorreu quando um camião cisterna da empresa de Barcelos "A Fornecedora", que se dirigia para a fábrica da Corporación Peñasanta - de que faz parte a leitaria Larsa - foi travado em Lugo. A acção surge depois de manifestações, nos últimos meses, contra a importação de leite de Portugal a preços mais baratos que os praticados na Galiza, segundo a TSF on-line.

Francisco Bello, secretário-geral do sindicato Asaja-Xóvenes Agricultores, que com a Unións Agrarias (UU.AA.) e o Sindicato Labrego Galego (SLG), apoiou o protesto, disse que a acção se inseriu nos protestos "contra as constantes ameaças" de redução de preços por parte das indústrias lácteas regionais.

Defendendo negociações entre as indústrias do sector e os produtores, Bello alegou que muitas empresas estão a praticar "fraude por estarem a receber subsídios para depois não comprarem leite galego".

Também a Unions Agrárias critica o que diz ser "os abusos das indústrias sobre o trabalho dos produtores de leite", afirmando que práticas como importar leite de Portugal "estão a asfixiar os criadores de gado galegos" e a "desequilibrar o mercado interno".

Já em Agosto, o responsável de uma outra empresa galega, a Leche Rio, tinha anunciado que deixaria de comprar leite a Portugal, onde adquiria 22 mil litros diariamente. Neste caso, Jesus Lence explicou que tinha regressado ao mercado da Galiza porque "há muita oferta e pouca procura".

Leche Río abandona recolha de leite em Portugal

2008.09.02 Espanha (ANIL). O proprietário e administrador único da Leche Río, Jesús Lence, assegurou que irá suprimir a rota de recolha que a empresa tinha em Portugal por estar "afogado" de leite. Trata-se de uma ‘rota’ aberta em Mogadouro no ano passado, pela empresa galega “quando todos os produtores galegos ficaram loucos e queriam receber o leite a 50 cêntimos o litro”.

De acordo com Jesus Lence, a Leche Rio “não podia manter” o nível de preços que estava a ser pago ao produtor [galego], pois “dessa forma ficaríamos arruinados” e decidiu abrir uma rota de recolha em Portugal, onde a empresa compra diariamente 22 mil litros de leite, que agora deixará de recolher, apesar de, como indicou, “ali se pagar menos ao produtor do que na Galiza”.

De qualquer forma, Jesus Lence quis esclarecer que não se trata de um problema de preço do leite, mas de volume de leite recolhido, “já que não estamos a conseguir comercializar todo o leite que recolhemos”. “Neste momento”, lembrou, “ temos para colocar no mercado todo o leite de Agosto, e teremos que comercializar o de Setembro há base de ofertas e promoções”.

Face a esta situação, o proprietário da Leche Rio indicou que foram estabelecidos contactos com os produtores da ‘rota’ portuguesa para que encontrem outra empresa para entregarem o seu leite, “tarefa que não está a ser fácil”. “Se até um de Setembro encontrarem um novo comprador deixaremos de imediato de recolher esse leite, se não daremos um prazo limite até ao próximo dia um de Outubro”, enfatizou Jesus Lence.

Questionado sobre um outro tema, Jesus Lence reconheceu que está a entrar no mercado espanhol leite embalado em França e em Portugal e não sendo um facto novo “já que tal acontece há muitos anos”, referiu que “se entre leite de Portugal ou de França é porque chega ao mercado espanhol a melhor preço do que o que pode ser oferecido pelas indústrias galegas”, referiu o empresário de Lugo, que disse mesmo aplaudir os consumidores que optam pela compra do leite mais barato que está à venda no mercado. -- FONTE: Yahoo Finanzas.

Os gandeiros mobilízanse ante Medio Rural por un prezo mínimo para o leite
Xornal Galicia | Domingo, 10 Agosto, 2008 - 09:01

Preto de 200 gandeiros/as, convocados polo SLG, concentráronse en Outeiro de Rei diante da factoría de Leche Pascual, empresa que preside a "Federación Nacional de Industrias Lácteas", para demandar un prezo mínimo para o leite de 0´42 euros. Os produtores/as tamén protestaron en Lugo, fronte á delegación provincial da Consellaría de Medio Rural e ás portas de Subdelegación do Goberno español. A orixe destas mobilizacións remóntase ao mes de setembro do ano pasado.

... Na Galiza, nos meses de marzo e abril leváronse a cabo mobilizacións sindicais conxuntas por mor da situación do agro en xeral, e dos sectores gandeiros en particular, con denuncia da especial precariedade existente no sector lácteo. A reivindicación: PREZOS XUSTOS PARA OS NOSOS PRODUTOS.

No mes de marzo a UE aumenta a cota alegando que Europa precisa producir máis leite, o leite que agora non nos queren recoller, forzando, polo tanto, unha posterior baixada no prezo.

... Ao respecto desta estratexia levada a cabo nestes días pelas industrias lácteas, subliñar que se trata dunha ferramenta-comodín empregada habitualmente polas empresas para especular no mercado alimentario, ben sexa aludindo a un exceso de produción para acadar produtos a prezos baixos, ou ben, no sentido contrario: aludindo déficit de produción, como aconteceu durante a crise alimentar que eclosionou a principios deste ano, cando as multinacionais da alimentación -distribución e produción- espallaron a mensaxe de que había carencia de alimentos, e, deste xeito, subiron os prezos aos consumidores/as en porcentaxes surrealistas en moi pouco tempo.

Polis mete água em Albufeira

Não é a primeira vez que a Polis inunda a baixa de Albufeira. Só que desta vez, em 45mn, a água chegou à cintura, provocando incómodos sérios e prejuízos elevados. Não passa de uma pequena calamidade, mas que um dia destes poderá tornar-se um desastre.

Quem são os responsáveis? Resposta: os levianos autarcas de Albufeira e os irresponsáveis da Parque Expo -- que em vez de ter fechado as contas altamente deficitárias da Expo '98, optou por vender serviços de urbanismo de elevada "qualidade" aos distraídos. Estamos todos a ver o resultado do conluio entre o Partido Socialista do Betão e os desmiolados autarcas que pelo país abundam. Como em muitos outros casos, a estupidez autárquica, governamental e partidária confluem na irracionalidade, no desperdício e no desastre. No caso de Albufeira, construíram e voltaram a construir sobre uma linha de água. Erro de palmatória. Mas como se o erro não fosse já de si óbvio e grosseiro, prevaleceu a leviandade e a pressa das obras públicas.

Sabe-se que alguns engenheiros civis portugueses sem escrúpulos têm um certa dificuldade em lidar com a água. Foi assim no escandaloso processo do túnel de metro no Terreiro do Paço, cujos prejuízos, em vez de serem pagos pelas construtoras e pelos políticos que não ligaram peva aos avisos que oportunamente foram difundidos à saciedade, contribuíram para o agravamento imparável do pacote fiscal. Porque não se fazem concursos internacionais decentes e sérios para resolver este tipo de dificuldades? Certamente que a engenharia holandesa não se importaria de dar uma ajuda.

Derradeira moral da história: o povinho inculto, oportunista ou simplesmente indolente que sofre nestas alturas, também já começa a ter idade para tomar juízo e preocupar-se mais com os temas da sua cidadania e sobretudo com os seus interesses. Não tenho pena de ninguém. Lamento apenas a ganância e o oportunismo colectivos. Os telejornais (ver vídeo RTP) vão dedicar horas infinitas ao tema. No entanto, por mais importante que seja, e é, sobretudo por revelar a leviandade e corrupção endémica dos poderes instalados, as inundações de Albufeira são uma gota de água no maremoro económico e social que aí vem.

OAM 440 22-09-2008 15:46