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quarta-feira, junho 11, 2014

São todos iguais



Seguro não faria diferente, mas tem que jogar o jogo da diferença e da honestidade


Banco de Portugal: É necessário quase sete mil milhões de euros de austeridade até 2019
11 Junho 2014, 13:04 por Nuno Aguiar | Jornal de Negócios

A conclusão está no Boletim Económico de Junho do Banco de Portugal, que inclui um capítulo sobre a sustentabilidade das finanças públicas em Portugal no médio prazo. Sabendo-se que o Governo português está comprometido com as regras europeias inscritas no Tratado Orçamental e que tem de atingir um défice estrutural de 0,5% do PIB em 2019, o banco estima que são necessárias medidas de austeridade no valor de 4% do PIB nos próximos cinco anos. Cerca de 6,7 mil milhões de euros.


Seguro defende que Governo aproveite descida de taxas de juro para aliviar sacrifícios
11 Junho 2014, 13:17 por Lusa | Jornal de Negócios

"A emissão de dívida a 10 anos é uma boa noticia para o nosso país, o que prova que eu sempre tive razão quando defendi que o Banco Central Europeu (BCE) devia agir", afirmou Seguro em Barcelos, à margem da visita a uma fábrica têxtil.

[...]

O líder do PS disse que fica "muito contente" quando as taxas de juro para Portugal baixam, "porque isso significa - ou significaria, se este Governo fosse sensível - aliviar os sacrifícios dos portugueses".

Os dois falam verdade. Carlos Costa diz o óbvio: a dívida pública continua a crescer, como previsto, e vai ter que descer, como consta do contrato com os credores — mas tem tempo. Seguro afirma que é imperioso suavizar os sacrifícos, renegociando a amortização da dívida em prestações e prazos menos sádicos. O mesmo, mas dito de outra maneira.

Na realidade, a queda das taxas de juro e das rendibilidades das obrigações soberanas, protegidas pela famosa artilharia secreta conhecida por whatever it takes, servem precisamente para suavizar os sacrifícios e sobretudo não deitar o euro e a economia europeia a perder.

Ambos falam da monetização das dívidas que acelerou em volume e velocidade desde que Mario Draghi começou a dar garantias firmes à Eurolândia contratacando a armada de Wall Street. Draghi exigiu, porém, novos botões de controlo bancário e financeiro. Carlos Costa prefere salvar bancos a repartições públicas, enquanto Seguro prefere defender a burocracia de cujos votos depende.

Curiosamente, dada a dimensão incontrolável do buraco negro dos derivados financeiros especulativos (OTC) —um quarto do PIB mundial cujo potencial destrutivo, ou valor nocional, é mais de dez vezes o mesmo PIB (ver tabela do BIS/2013) — e a necessidade objetiva de manter algum setor social sob controle, o que tem vindo a ocorrer, tanto nos Estados Unidos, como na Europa, é uma aproximação surpreendente e heterodoxa a algumas caracterísitcas institucionais do capitalismo de estado: estabilidade do emprego público, controlo de preços e o abandono dos setores económicos tradicionais à sua sorte e a mais uma revolução tecnológica em curso. Desta vez, estamos no meio de uma massiva transferência de trabalho cognitivo para as nuvens digitais de produção, comércio, serviços (banca, turismo, administração pública, imprensa, ensino, medicina, etc.), gestão, telecomunicação e interação virtuais—em tempo real e diferido.

O dinheiro foge dos negócios e empresas que sabe condenados. Mas como não sabe para onde ir, refugia-se cada vez mais nas dívidas soberanas dos países economica e financeiramente mais fortes, mesmo que este lhe paguem em tremoços, ou até os fustiguem com juros negativos!

É por tudo isto que a 'esquerda' ficou subitamente descalça e está nalguns casos a perder a cabeça. Nisto não difere dos comportamento recentes da extrema direita americana e europeia. O facto de o sinal da arrogância e da agressividade serem de sinal contrário é socialmente irrelevante, pois a vitória de qualquer destes extremos de oportunismo resulta em monstruosidades que já conhecemos.

O ponto sensível das próximas eleições está, assim, onde ninguém vê: na política fiscal.

Se este governo (PSD-CDS) e o próximo (PS-MPT, ou PSD-CDS, ou PS-PSD) continuarem a espremer os contribuintes, expropriando-lhes as poupanças e tentando mesmo roubar-lhes as propriedades, sobretudo porque têm revelado enorme cobardia na abordagem dos rendeiros do regime, aliás condenados reiteradamenbte pela odiada Troika, então prevejo sarilhos gordos no horizonte, com os extremos até agora sossegados a subirem nas sondagens.

Passos Coelho tem a faca e o QREN na mão, tem a Alemanha com uma olhar bifocal a dirigir-se para a Península Ibérica (a crise da Ucrânia serviu-lhe de lição!), e tem o Brasil, a Venezuela, Angola e Moçambique, já para não falar da China, cada vez mais interessados neste naco de terra e de pessoas à beira-mar plantados. Somos todos assim tão diferentes? Mozart respondeu de forma admirável em Così Fan Tutte.

segunda-feira, maio 26, 2014

Hollande oferece maioria a Marine le Pen

O gesto pictórico de Délacroix em Marine le Pen: a liberdade guiando o povo?

E em Portugal, que podemos esperar do fascismo fiscal em curso?

Marine le Pen pede dissolução e mudança da lei eleitoral

Daniel Ribeiro, correspondente em Paris | Expresso
9:05 Segunda, 26 de Maio de 2014

Depois da vitória da extrema-direita em França, PS e partidos da direita caem em crise. No Eliseu, Presidente François Hollande faz reunião de emergência.

Depois dos resultados das europeias de ontem - Frente Nacional com 24,95%, a UMP com 20,79% e o PS com 13,98% - nada mais será como dantes em França.

Os partidos clássicos franceses acordaram na manhã desta segunda-feira com uma tremenda ressaca. Na direita (UMP), a liderança é abertamente contestada; nos socialistas, a ala esquerda revolta-se; no Eliseu, o chefe de Estado François Hollande convocou uma reunião de crise com vários ministros, entre eles o primeiro-ministro Manuel Valls.

Apenas um partido ganhou ontem - a Frente Nacional (FN) de Marine le Pen. Todos os outros perderam e, logo a seguir às primeiras estimativas, a líder nacionalista pediu eleições antecipadas e mudança da lei eleitoral francesa.

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Seria isto que o pascácio do PS quer ver em Portugal?


A extrema direita nacionalista cresceu em França à sombra do cabotinismo dos partidos corruptos do centro. O fascismo fiscal de Hollande contra os rendimentos do trabalho, mas não contra os rendimentos da especulação financeira (pois para tal não tem nem força, nem porventura vontade, já que a dívida soberana se alimenta dela), a par de uma política de imigração laxista e oportunista, foram a gota de água que transbordou.

E agora? Dirão que Marine le Pen defende os ricos da França, usando o desemprego e a destruição das classes médias profissionais e pequenos rendeiros de capital, imobiliários e rurais, como artimanha. Mas onde já se viu um país sobreviver como estado, e como nação, quando se lhes decapita a classe dos ricos e as classes médias?!

Em Portugal, o fascismo fiscal protagonizado pela atual aliança de indigentes de direita, vai ter um efeito semelhante ao francês, só que de sinal contrário. O PS, que comunga do mesmo oportunismo fiscal que a aliança apodrecida atualmente no poleiro, não poderá naturalmente beneficiar do protesto de milhões de portugueses ameaçados pelo plano de confisco da propriedade herdada ou ganha através do trabalho árduo e honesto. Daí que a maioria que ativamente se abstem e absteve nestas eleições espere um discurso político novo, em nome da decência e dos valores do direito, da propriedade, da liberdade e da solidariedade. Todos desejamos a preservação do estado solidário, mas todos sabemos também que este desejo implica eficiência renovada na administração pública, definição rigorosa de prioridades em função da economia real e da obrigação de pagar, pelo menos parcialmente, os empréstimos contraídos pelos governos em nome do povo português, separação clara entre estado social e interesses privados, acabando de vez com os rendeiros indecorosos do regime — das corporações às fundações, das IPSS que não prestam contas aos monopólios e bancos que albergam a nomenclatura partidária nas suas folhas de pagamento.

quinta-feira, outubro 10, 2013

O atavismo deste regime

Marine Le Pen não é a velha extrema direita. É a nova!
O Bloco Central da Corrupção, no poder em Portugal há décadas, é uma ponte sem obstáculos para um regresso a novas formas de ditadura.

Marine Le Pen: “Sim, estou pronta para o Eliseu.” ANSAmed

O que está a ocorrer em França, isto é, o colapso financeiro, económico, social e cultural de uma democracia burguesa demasiado distraída, 'politicamente correta' e laxista, cuja tradução política é a vantagem nas sondagens do partido de extrema direita de Marine Le Pen nas próximas eleições europeias, vai seguramente ocorrer em Portugal assim que os efeitos da inevitável reestruturação da nossa imparável dívida pública começarem a rebentar sem cerimónias o tecido social do país.

As iniciativas aventureiras do falso operário Arménio Carlos e do PCP, infelizmente, irão acelerar, e não atrasar, a emergência de propostas populistas para sairmos de uma crise que até as viúvas ameaça atirar ao lixo.

A criação em Portugal de uma Plataforma Eleitoral Independente, unida em volta de um programa básico de refundação constitucional da nossa democracia, evitará a emergência de perigosos e incontroláveis populismos, de esquerda, primeiro, e de direita, depois, ao virar da esquina da inevitável reestruturação da nossa dívida pública.

Mais liberdade, melhor representatividade democrática, introdução de referendos locais, regionais e nacionais sobre um conjunto de matérias claramente explicitadas na nova Constituição, menos burocracia, fim da partidocracia vigente, fim do rentismo económico, são algumas das traves mestres da Plataforma Eleitoral Independente (PEI) que é preciso criar quanto antes entre todos os democratas que já concluíram que o regime falido que temos não tem emenda se não mudarmos os protagonistas.

Muitos perguntarão onde está a base social de um novo movimento de massas nacionalista em Portugal. A minha resposta é clara: nos partidos instalados no parlamento, nas administrações e empresas públicas, nos desempregados sem qualificações, nas centenas de milhar de cidadãos atirados ao lixo por este imprestável regime.

Quem poderá financiar tal movimento? Os de sempre, a começar pela banca portuguesa e pelas velhas e novas famílias rentistas e devoristas ameaçadas pela lógica intrínseca da União Europeia.

O meu apelo é claro: formemos uma Plataforma Eleitoral Independente, já!