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segunda-feira, fevereiro 16, 2015

BES e o segundo bail-in

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A experiência de Chipre repete-se, com cobertura da cleptocracia indígena


O assalto aos clientes do famoso Papel Comercial do BES (clique na imagem para ver bem o que se me afigura ser claramente uma burla) é uma repetição do bail-in executado em Chipre—embora incidindo apenas, neste caso, sobre um dos bancos do sistema (até ver...).

O ex-Banco BES vendeu aos seus clientes Premium, BES 360º (1), uma aplicação a um ano, a que chamou "investimento em papel comercial, E.S.International", com retorno assegurado: "no vencimento capital e juros garantidos").

Ou seja, o elaborado esquema Ponzi do BES atraiu clientes incautos para um empréstimo a que chamou investimento, mas cujo único objetivo foi financiar o já insolvente grupo de interesses da família Espírito Santo.

Ou seja, estamos perante um roubo a clientes bancários para salvar o próprio banco que os rouba.

Mas o mais grave é que este crime está a ter cobertura institucional do banco central indígena, na medida em que aparentemente Carlos Costa aprova a tentativa do chamado Novo Banco de isentar-se das suas responsabilidades, que as tem, uma vez que o ex-BES foi alvo de uma operaçao de resgate, denominada resolução, a qual é, pelo  menos em parte, financiada com dinheiro dos contribuintes.

Falta saber qual é o papel do BCE neste assalto.

Os clientes de Papel Comercial do BES, vítimas deste bail-in por baixo da mesa, devem dirigir-se diretamente ao BCE, e à opinião pública europeia, pois o Banco de Portugal não existe, e a corja partidária está toda comprometida com a insolvente banca portuguesa.

Sobre esta vigarice vale a pena ler o post de Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda e membro da comissão de inquérito ao BES —"E quem comprou obrigações do GES?"

RECOMENDAÇÃO: AFASTE-SE DOS BANCOS!
INVISTA EM OURO E PRATA, TERRA FÉRTIL, CERTIFICADOS DE AFORRO, US TREASURIES, E DÍVIDA PÚBLICA EUROPEIA, E COLOQUE QUANTIAS INFERIORES A 50 MIL EUROS DE PARTE EM DEPÓSITOS A PRAZO. PROPOSTAS MAIS COMPLICADAS DO QUE ESTAS, DA PARTE DO SEU GESTOR DE CONTA, ESQUEÇA!

Miguel Reis: Banco de Portugal está a deformar “grosseiramente a realidade”
Jornal de Negócios. 15 Fevereiro 2015, 21:16 por Lusa

O advogado Miguel Reis, que representa alguns clientes do BES, considera que o Banco de Portugal está a deformar “grosseiramente a realidade” e que a informação veiculada pelo banco central na sexta-feira é uma “operação de branqueamento”.

“...o comunicado do Banco de Portugal “não espanta ninguém e apenas serve para confirmar que [se vive] sob um sistema bancário selvagem, sem qualquer controlo de um regulador responsável”.

“...Miguel Reis destacou que o Banco Espírito Santo (BES) “não vendeu a ninguém títulos de dívida de empresas do GES” e que “não havia dívidas a quem quer que fosse, que o BES tivesse comercializado, comprando a um credor para ceder o crédito a outro”.

De acordo com o advogado, o que aconteceu foi que “o BES celebrou contratos, por força dos quais os seus clientes lhe emprestaram dinheiro, para que ele o emprestasse a empresas do GES”, e “não houve um único caso em que algum administrador de qualquer das empresas do GES tenha negociado o que quer que fosse com as pessoas que emprestaram o dinheiro”.

“Por isso, me parece que esse dinheiro deve ser tratado como todo o outro dinheiro que foi entregue por outras pessoas, nomeadamente por todos os depositantes ao BES”, defendeu Miguel Reis, reiterando que não há “nenhuma diferença” entre estas aplicações e os demais depósitos.”

POST SCRIPTUM—o "banco bom", o chamado Novo Banco que ainda anda à procura de comprador (ao que parece será mais uma empresa estratégica que o governo de Pequim vai comprar!) pagou o papel Comercial emitido pelo ex-BES, mas recusa-se a pagar o Papel Comercial emitido pelo ESI. Mas não é tudo a mesma trampa?

NOTAS
  1. "O serviço para clientes ‘premium' do BES dá pelo nome de BES 360º e assenta no conceito "360º à sua volta". O acesso resulta de uma análise do banco a variáveis como o rendimento, a profissão e o envolvimento financeiro de clientes com recursos a partir dos 35.000 euros. Através do serviço Mapa 360º o gestor indica as melhores opções de investimento mas também o apoia nas principais decisões financeiras, como sejam a aquisição de habitação ou a reforma." — in Económico.

sábado, dezembro 22, 2007

Crise Global 6

Marta Stewart
Bancarrota da Enron. Martha Stewart, 64: Culpada.
Associated Press file photo by Louis Lanzano.

Subprime a caminho de Portugal

O presidente da CMVM avisou há uns meses que seria bom pormos as barbas de molho em relação à crise do crédito imobiliário de risco mal-parado.

Tinha razão: o subprime chegou à Alemanha, à Suiça, ao Reino Unido, a França, a Espanha... e está prestes a rebentar no reino porreiro de Portugal, onde aparentemente nada acontece.

Pode a Caixa Geral de Depósitos assegurar ao país que não tem nenhuma ligação à crise do subprime ?


O veredicto da Enron

Do colarinho branco à sarja azul
Ken Lay, 64 | Fundador e Presidente da Enron | CULPADO

-- O caso: o gigante da indústria energética Enron passou da sétima empresa mais valiosa dos Estados Unidos a uma colossal bancarrota no final de 2001. O Ministério Público alegou que Lay e outros executivos da empresa organizaram esquemas de encobrimento das dívidas da Enron e empolamento dos lucros, enganando os investidores sobre a fragilidade real do castelo de cartas em que se transformara a companhia, por forma a obter lucros milionários com a venda de acções inflaccionadas.

-- Veredicto: culpado em seis acusações, incluindo conspiração, fraude electrónica (wire fraud) e investimento fraudulento (securities fraud). Culpado ainda em mais acusações julgadas num outro caso de fraude bancária.

-- Situação actual: Em liberdade até 11 de Setembro. Enfrenta uma pena que pode ir até 165 anos de prisão.

Versão original integral in San Francisco Chronicle, Friday, May, 26, 2006.

O imperceptível Prof. Saldanha Sanches anda há anos obcecado com os crimes futebolísticos e autárquicos, pretendendo fazer-nos crer que se conseguíssemos eliminar estas mazelas, tudo iria melhor no país dos gajos porreiros. E no entanto, vemos que há outros crimes bem mais pesados para o erário público e para a credibilidade lusitana que, ou não são vistos como tais, ou quando são, passam a meros delitos sem importância, ou prescrevem!

Os exemplos aí estão:
  • não há ladrões na UGT (nem as empresas de sondagens fazem fretes);
  • não há políticos pedófilos;
  • desbaratar 100 milhões de euros dos contribuintes em aventuras brasileiras, como o fez a Águas de Portugal, administrada aquando da prática dos tresloucados actos, pelo grande dromedário Mário Lino, não merece sequer uma investigação, quanto mais sanção;
  • o Metro de Lisboa tem um passivo que daria para mandar construir o novo aeroporto de Alcochete (3 mil milhões de euros!), isto é, duas vezes a dívida da capital do país, e ninguém vai preso;
  • em suma, estamos a presenciar como bovinos à implosão do maior banco privado português (o BCP), e as notícias parecem unicamente interessadas na transferência do presidente da Caixa Geral de Depósitos para o que sobrar do banco de Jardim Gonçalves, como se fosse um jogador de futebol!
O caso Enron mostrou que mesmo no país dos novos piratas, de vez em quando, os piratinhas vão mesmo parar à prisão, com penas de centenas de anos! Só que lá como cá, quando tal acontece, quase sempre significa que coisa bem maior e grave ficou longe dos olhares indiscretos da populaça. No caso da América de Bush, foi toda a tramóia da invasão do Afeganistão e do Iraque, destinada, pura e simplesmente, a roubar o petróleo do Médio Oriente, e cujos principais beneficiários directos são os gangsters petrolíferos do Texas, capitaneados pelos Bush, por Dick Cheney, e secretariados por Condolezza Rice.

E por cá, que poderá existir escondido atrás da queda do BCP?

Pode não passar de uma especulação, mas fonte confiável e discreta assegurou-me que... a Caixa Geral de Depósitos mordeu mesmo o bolo dos subprime! Se for verdade, não deixaremos de ouvir falar disto no princípio do ano que vem. Se for verdade, então as verosímeis fraudes aparentemente cometidas por donos e administradores do BCP não passarão de uma novela irrelevante quando comparada com a verdadeira aflição que a iminente chegada do tsunami financeiro mundial a Portugal certamente causará a muita gente, começando naturalmente pelo governo do Sr. José Sócrates.

Nem a corrupção futebolística pode ser vista fora do contexto de promiscuidade existente entre os partidos do arco governativo e a malta do futebol (dirigentes, futebolistas, claques, construtores civis e bancos), nem a corrupção autárquica pode ser desligada dos angariadores locais e regionais da massa que alimenta os partidos e os candidatos a primeiro ministro.

Por maioria de razão, quando toca ao sistema bancário e financeiro, de quem o Estado cada vez mais depende no dia a dia da sua infinita tesouraria, tudo o que ocorrer terá que ser analisado com distância, pois o que nos oferecerem no altar da mutilação mediática pode não passar de uma cortina de fogo de artifício e fumo, atrás da qual a verdadeira carnificina terá lugar.

Para já, uma pergunta inocente, legítima e democrática, visando a tranquilidade dos clientes da Caixa Geral de Depósitos:

-- Estimável Presidente da CGD, está o Senhor em condições de assegurar ao país e aos clientes desse banco público, que o mesmo não realizou operações de securitização de dívidas contraídas junto dessa instituição na sequência de operações de crédito imobiliário? Há ou não operações em curso entre a Caixa Geral de Depósitos e entidades financeiras internacionais envolvidas ou potencialmente envolvidas no chamada crise do crédito imobiliário de risco mal parado, conhecida por "crise do subprime"?

Post scriptum: a pergunta dirigida ao presidente da CGD é extensível, naturalmente, aos máximos responsáveis do Banco de Portugal e da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários.

OAM 298 22-12-2007, 18:42