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terça-feira, setembro 22, 2015

E depois da Catalunha?



Que farão a Galiza e o País Basco depois de uma eventual independência da Catalunha?


Mas replica al riesgo de ‘corralito’ con la amenaza de no pagar la deuda | El presidente catalán considera las palabras de Linde "indecentes e irresponsables"
El País, Lluís Pellicer / Maiol Roger / Íñigo de Barrón Barcelona / Madrid 22 SEP 2015 - 00:13 CEST

La recta final de campaña del 27-S ya tiene un asunto nuclear de debate: las consecuencias económicas de una independencia unilateral de Cataluña. Ayer, el gobernador del Banco de España, Luis María Linde, advirtió sobre el riesgo de corralito y la salida inmediata de la Unión Europea y del euro en caso de secesión. La respuesta de Artur Mas, quien vio en esas declaraciones la intervención del Estado, fue inmediata: amenazó con que el Ejecutivo catalán no asumiría la “parte de la deuda” pública que le corresponde —alrededor de 180.000 millones de euros, el 18% del total— en caso de que el Estado no se siente a negociar la separación si su lista gana las elecciones del domingo.

Paradoxalmente, ou talvez não, as velhas tensões intra-nacionalistas europeias regressam em força, à medida que os velhos impérios coloniais europeus tentam formar uma união económica, financeira e política. Numa União Europeia plena, os estados deveriam dar espaço e liberdade às nações históricas, mas não é o que estamos a ver. Pelo contrário, os países europeus continuam agarrados às suas centralidades autoritárias, às suas prerrogativas de mando nacional, procurando receber o mais que podem, e pagar o menos possível, por terem juntado parcialmente os trapos numa união mole de vontades, desmiolada, atrelada aos interesses da América e de Israel, estrategicamente impotente, suspirando por uma superioridade há muito perdida, suando hipocrisia por todos os poros, como o êxodo de refugiados económicos e políticos das zonas de guerra criadas criminosamente por americanos e europeus plenamente vem atestando.

Do ponto de vista de Lisboa, a desagregação potencial do estado espanhol é um enorme problema que não gostaríamos de enfrentar. O fim do império iniciado pelos Reis Católicos não foi até hoje interiorizado por Madrid, não tendo tirado, por isso, as devidas ilações no que se refere às nacionalidades históricas do território cuja unidade formalmente vertida em texto constitucional só ocorreu quando Napoleão atravessou as Espanhas para invadir Portugal.

O Concílio de Trento, para lá da mercearia das indulgências e dos dogmas, talvez tenha tido por principal objetivo estratégico assegurar a Roma os proventos do vasto mundo que portugueses, andaluzes, extremenhos, leoneses, galegos, asturianos, bascos, navarros, castelhanos, aragoneses, valencianos, catalães, genoveses, etc., começaram a desbravar no início do século 15. Acontece que esta viagem terminou e o regresso a casa tem sido mais penoso do que se poderia imaginar. Atrasámo-nos no capitalismo industrial e financeiro, atrasámo-nos nas liberdades, atrasámo-nos na democracia e atrasámo-nos na cultura. Tornámo-nos, em suma, dependentes das traduções!

Os espanhóis pagaram já um preço muito alto em carnificinas fratricidas que ninguém quer recordar. Os tempos são outros, mas o que vimos nos Balcãs na última década do século 20, o que vemos no Próximo Oriente há mais de vinte e cinco anos, sem fim à vista, e o que vemos agora do outro lado do rio Mediterrâneo demonstra que a besta que existe em cada um de nós pode acordar quando menos se espera.

As guerras começam sempre por guerras de palavras. O bom mesmo é não começar.

Esperemos que o jovem rei saiba assumir as suas responsabilidades na cada vez mais complicada situação institucional espanhola.

segunda-feira, maio 19, 2008

Espanha 4

Manif a favor do uso da língua galega na Galiza
Santiago de Compostela: a favor do uso oficial efectivo da língua Galega.

Ibéria: dois ou mais Estados?

Findo o ciclo colonial, de que as ditaduras Franquista e Salazarista foram os derradeiros símbolos, e sobretudo perante a dinâmica da União Europeia, vai ser muito difícil impedir que os anseios independentistas profundos da Catalunha acabem um dia destes por chegar à almejada recuperação da sua perdida independência. O mesmo se dirá do País Basco, ou melhor, da antiga Navarra. E creio que é tempo de sabermos para onde se inclinará a Galiza -- se para Madrid apenas, ou se finalmente para Portugal também. Os sinais recentes são sintomáticos: a chamada Espanha das autonomias entrou num impasse, que apenas poderá agravar-se à medida que o milagre económico espanhol começar a esmorecer e os fundos comunitários chegarem ao fim (em 2013-2014), como podemos constatar nas notícias deste domingo vindas da Galiza e da Catalunha, mas também do reavivar do processo pendente de Olivença, de que abaixo dou conta.

Pergunta-se: como deverá Portugal reagir à polémica e aos apelos?

Em primeiro lugar, participando sem complexos na discussão em curso, respeitando naturalmente o melindre do problema.

Em segundo lugar, defendendo uma visão estratégica própria clara que em nenhum momento suscite dúvidas sobre a nossa rejeição liminar de qualquer forma de federalismo radial com capital em Madrid. Pessoalmente, acredito que a Espanha poderia evoluir para um Estado federal a sério, em vez de persistir no actual esquema autonómico, cujo resultado mais visível parece ser a crescente macrocefalia de Madrid e a radicalização dos movimentos independentistas, que aumentará à medida que finde o maná de Bruxelas. Também creio que a Ibéria, como grande região estratégica da nova Europa, poderia evoluir, resolvido que fosse o caso espanhol, para uma rede colaborativa de Estados e Nações sustentada em objectivos comuns e compromissos claros, sem quaisquer tentações centralistas, fazendo desta cabeça europeia um dos elos decisivos da força europeia futura.

Sobre a questão linguística, falo do que sei: na península ibérica há três línguas historicamente consolidadas: o Português (com cuja normas internacionais o Galego deve alinhar se quiser efectivamente preservar o seu património linguístico próprio e participar de uma diáspora linguística a caminho dos 240 milhões de falantes), o Castelhano/Espanhol e o Catalão. O Basco, por sua vez, embora recheado de espanholismos, poderá vir a consolidar-se como um idioma efectivo ainda que residual. Ou seja, muito provavelmente, teremos antes de 2050, na península ibérica, quatro línguas oficiais efectivamente faladas pelos povos que a habitam. Não vejo nenhum dramatismo nisso. Antes pelo contrário.


Reflexões complementares podem ser lidas em Espanha 3, Espanha 2, Espanha e Portugal 12.


Galiza: 25 mil pessoas reunidas em defesa da língua galega

18-05-2008 16:10:00. Vinte e cinco mil pessoas manifestaram-se hoje em Santiago de Compostela, na Galiza, em defesa da língua galega, criticando a alegada tentativa estatal de impor o uso do castelhano naquela região autónoma espanhola.

«O que nós exigimos, acima de tudo, é o reconhecimento da condição internacional da nossa língua, que é falada por centenas de milhões de pessoas no mundo, quer como língua nativa, como é o caso dos galegos, quer como língua oficial de oito Estados», disse, à Lusa, Alexandre Banhos Campo, um dos principais mentores desta manifestação.

«A nossa língua não é regional nem dialectal, mas sim internacional. O galego é o português da Galiza, e o que nós queremos é que o galego se confunda com o português, mantendo, obviamente, as suas especificidades próprias», acrescentou. -- in Diário Digital.

Catalunha garante que "Espanha ainda não assumiu independência de Portugal”

18.05.2008 - 14h26 Lusa. O vice-presidente do Governo Autónomo da Catalunha, Josep-Lluís Carod Rovira, disse hoje em Barcelona que Espanha ainda não assumiu que Portugal é um Estado independente. Carod Rovira considera que Madrid pretende manter uma "tutela paternalista" e uma atitude de "imperialismo doméstico" sobre o Estado Português, onde, acrescentou, "historicamente, sempre houve um certo complexo por parte de alguns sectores dirigentes em relação a Espanha". -- in Público.

PS: sobre a polémica provocada por este sound bite do político catalão, e a ingenuidade dos que crêem na absoluta bondade da diplomacia Castelhana, há que reflectir um pouco... Se souberem responder à pergunta: porque censurou o El País a figura de José-Manuel Durão Barroso nas duas fotos que publicou da Cimeira das Lajes (Açores), antes do início da guerra contra o Iraque, ficarão com uma bela ideia sobre as ambições óbvias do nacionalismo espanhol face a Portugal.

O Sr. Saramago, que defende abertamente a submissão de Lisboa a Madrid, não tem autoridade moral para atacar os independentistas catalães! Escreva livros!

Fotos censuradas pelo El País sobre a Cimeira dos Açores: falta o então primeiro-ministro português! Foto 1, Foto 2.

Olivença: Manifesto de 1 de Maio

Passam hoje duzentos anos sobre o Manifesto de 1 de Maio de 1808, acto legislativo do Príncipe-Regente após a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil na sequência da invasão francesa comandada por Junot, pelo qual o Governo Legitimo e Soberano de então declarou «nulo e de nenhum efeito» o Tratado de Badajoz, assinado sob a coacção dos exércitos espanhóis e franceses, sete anos antes.

Assim foi repudiada a ocupação de Olivença por Espanha, alcançada com um acto de guerra que nem o Direito de então havia de admitir, conforme veio a explicitar o Congresso de Viena, em 1815.

Com o Manifesto de 1 de Maio de 1808, Portugal jamais reconheceu ou aceitou a ocupação de Olivença pelo Estado espanhol, posição que obteve e tem consagração constitucional.

O Manifesto, proclamação da perenidade e independência de Portugal, visto por todos os portugueses como indicação para a insurreição contra os invasores, teve para os oliventinos, em particular, o significado de que a sua Pátria não os esquecia e não os abandonava. Duzentos anos de separação forçada não apagaram a identidade mais profunda e verdadeira de Olivença.

O reencontro de Olivença e Portugal, sustentado na História, na Cultura, no Direito e na Moral, sendo uma promessa por cumprir, é desafio para ambas as margens do Guadiana. -- Amigos de Olivença.

OAM 363 19-05-2008, 04:08

sexta-feira, abril 11, 2008

China 3

For Those Who Love Tibet!

A perseguição histérica da tocha olímpica por parte de alguns hipócritas ofendidos com a repressão de estado chinesa contra separatistas tibetanos violentos, a que temos assistido diariamente nos noticiários televisivos, é bem o exemplo de duas coisas: a hipersensibilidade urbana face ao espectáculo mediático da morte, e a facilidade com que os conglomerados globais da informação manipulam e estimulam movimentos de opinião ideologicamente bem intencionados, mas invariavelmente desinformados. No caso, escasseiam os protestos contra a transformação da Palestina num campo de extermínio programado pela mão assassina do Sionismo internacional, mas sobra a ira hipócrita de quem não percebe que o incidente tibetano às portas dos Jogos Olímpicos apenas reflecte o icebergue da longa e complexa manobra divisionista estratégica levada a cabo pelos Estados Unidos no sentido de balcanizar a China, tal como o fizeram no passado, continuam a fazê-lo na antiga Jugoslávia (e na Europa em geral!), e pretendem repetir, sem a menor vergonha, na nova e orgulhosa República Popular da China. Mas como nem a contínua desvalorização do dólar impede o agravamento imparável do défice comercial americano, o mais provável é que a dita não surta os efeitos esperados e se volte contra os seus progenitores e padrinhos.

O anúncio publicado no México pela Absolut Vodka -- um mapa da América onde as regiões roubadas ao território da antiga colónia espanhola, na sequência da Guerra Hispano-Americana, regressam à pátria -- é seguramente uma boa ilustração da hipocrisia americana e anglo-saxónica em geral. O Tibete nunca foi independente e acolhe-se à protecção da China como região autónoma há muitas centenas de anos. O Sul dos EUA, pelo contrário, foi militarmente sequestrado em 1898, ou seja, há precisamente 110 anos! Que tal devolvê-lo ao México?! E que tal, para variar, deixar a ilha de Cuba, por fim, em paz? Sabem, por acaso, quem esteve detrás dos movimentos independentistas da Madeira e dos Açores? E sabem, por acaso, quem ainda anda por lá a meter pausinhos na engrenagem? Adivinhem enquanto eu vou dar um passeio pela praia de Carcavelos!

PS: Os recentes ataques de Sarkozy à China, depois de esta ter comprado 160 Airbus há uns meses atrás, teve entretanto uma inesperada e sibilina resposta durante o leilão da imagem nua da primeira dama francesa. A famosa fotografia referida no post anterior foi rematada por 91 mil dólares por um desconhecido coleccionador... chinês.


TIBETE, TIBETE! -- A MONTAGEM DE UMA CRISE

15-04-2008. BEIJING - Perhaps the Dalai Lama, king-god of Tibet, head of Lamaist Buddhism and icon of the present anti-Chinese protests, could have something to learn from Italy. Italy is the only country to have faced a problem similar to that of China with the Dalai Lama: of the occupation of a territory previously governed by a religious monarch. In the case of Italy, it was the pope, in the case of China, it is the Dalai Lama. --
Italian lesson for the Dalai Lama, By Francesco Sisci in Asia Times.

13-04-2008 13:46. Um milhão cento e noventa sete mil quatrocentos e sessenta nove mortos depois da invasão ilegal e assassina do Iraque por uma aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e mais de três mil civis mortos depois da guerra e ocupação NATO do Afeganistão, assistimos impávidos e serenos a uma intolerável manobra de boicote dos Jogos Olímpicos por causa da repressão chinesa sobre uma acção de guerrilha urbana desencadeada por movimentos separatistas tibetanos, com o apoio camuflado e hipócrita dum tão sorridente quanto patético Dalai Lama. A verdade é que americanos, britânicos (e agora também o garnizé gaulês e a atarantada chanceler alemã) resolveram aproveitar a oportunidade mediática dos Jogos Olímpicos para desencadear uma imensa e complexa manobra de desestabilização da China, visando potenciar a sua "balcanização" e, em última análise, comprometer ou pelo menos atrasar o ritmo de crescimento da emergente potência económica mundial. Os Estados Unidos, a Europa e porventura o Japão (os famosos G7) estão à beira do colapso financeiro, sem capacidade de resposta industrial à altura da China e da India, perdendo dia a dia o controlo que há um século exercem sobre os principais recursos energéticos, minerais e alimentares mundiais, e sem qualquer autoridade moral para pretenderem continuar a dar ordens ao resto do mundo.

O trabalho barato, os recursos naturais, o ouro e o dinheiro fugiram ao controlo do G7, e este é o verdadeiro motivo para a provocação em larga escala montada contra a China, depois do que fizeram contra a Rússia. Estamos à beira de uma guerra mundial? E a espoleta da mesma chama-se Irão? Talvez não. Os Estados Unidos e a Europa, na realidade, mal podem com uma gata pelo rabo! Precisam ambos, isso sim, de ganhar tempo. Já perceberam que o Irão é a chave do Médio Oriente e que, portanto, haverá que contar com a sua força e sabedoria. O problema agora é outro e chama-se China! A provocação em volta dos Jogos Olímpicos é o primeiro sinal de histeria e grande incomodidade ocidental que aí vem. Saberemos lidar com a nova China, que acorda de um sono profundo de 600 anos, recorrendo às lições da História, ou vamos cair nas contradições grosseiras da sinofoba americana Nancy Pelosi?

"Pelosi, a California Democrat, was elected to the House of Representatives in 1987. Four years after the election, massive ethnic clashes broke out in Los Angeles and some other cities in California. At that time, the Federal and state governments moved in 10,000 security forces from the National Guard, the army and the navy to restore order. Thousands of people were arrested. However, She turned a blind eye to the violence in a state where she came from, without moving any motion on the Los Angeles riots. Where was her "moral authority"? -- China View, On hypocrisy of Pelosi's double standards.

Facts and Figures of Tibetan development.

10-04-2008 14:52. "O Parlamento Europeu defendeu hoje que a UE deve encontrar uma posição comum sobre a participação dos Chefes de Estado e de Governo e do Alto Representante da UE na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, prevendo a possibilidade de estes não participarem no caso de não ser reatado o diálogo entre as autoridades chinesas e o Dalai Lama. Na resolução comum aprovada em plenário, os eurodeputados apelam ainda ao Conselho para que nomeie um enviado especial para as questões tibetanas."

... "O Parlamento Europeu "louva o facto de Sua Santidade o Dalai Lama ter apelado ao povo tibetano para protestar de forma não violenta e rejeitado apelos à independência do Tibete", tendo, em vez disso, proposto uma "via intermédia de genuína autonomia cultural e política e de liberdade religiosa". Na resolução, o Parlamento reafirma também "o seu apego à integridade territorial da China"." -- Serviço de Imprensa do Parlamento Europeu.

10-04-2008 01:58:44. ... "Jiang also reiterated that the central government is ready to continue contacts and talks with the Dalai Lama on the condition that he sincerely renounces "Tibet independence" position and stops activities of splitting China, especially the inciting of violent crimes in Tibet and other places and the disruption of Beijing Olympics." -- European Parliament resolution "rudely" interferes into China's internal affairs, China View.

28-03-2008. The unravelling British campaign to break up China, as an opening shot in a Eurasian war, pitting Europe and the United States against China, India, and Russia, poses a grave danger--particularly as the Bush Administration, leading Congressional Democrats like Speaker of the House Nancy Pelosi (D-Calif.), and most European governments, fall in, lock-step, behind the British schemes, out of ignorance or worse. -- British Launch 'Great Eurasian War' Drive, by Jeffrey Steinberg.

OAM 344 11-04-2008, 17:46 (última actualização: 15-04-2008 12:47)

domingo, novembro 25, 2007

Espanha 3

Menos mal que nos queda Portugal

"El lehendakari Juan José Ibarretxe ha convocado a los ciudadanos vascos a una consulta popular para el 25 de octubre de 2008. La elección de la fecha no es casual, ya que coincide con el aniversario del Estatuto de Gernika." -- PÚBLICO / AGENCIAS - VITORIA - 28/09/2007 10:45.


"Serbian Prime Minister Vojislav Kostunica said on Saturday that the government has been preparing measures and action plans to reject ethnic Albanians unilateral declaring Kosovo's independence.

"The entire Serbia must strongly and unequivocally show that it does not recognize that illegal entity and that the province of Kosovo and Metohija is an integral and inalienable part of Serbia," Kostunica said in a statement.

Kosovo, which legally remains a Serbian province, has been under U.N. administration since 1999. The predominantly Albanians of the 2 million population demand outright independence instead of maximum autonomy offered by Serbia." -- BELGRADE, Nov. 24 (Xinhua) -- Xinhuanet, 2007-11-25.


What kind of Europe are we likely to see in 2057? There are three major elements in any response to this question. First of all, given the precipitate geopolitical decline of the United States, we are living amidst the creation of a truly multipolar world-system. The question for Europe is whether it can compete - economically, politically, culturally - not with the United States but with East Asia. This depends in part on whether or not East Asia (China, Japan, and Korea) will come together in a meaningful way. But it also depends on whether Europe is able to create a more politically cohesive structure and, on top of that, will be one that includes both Russia and Turkey. -- Immanuel Wallerstein, "Europe, 2057".

Um dos desígnios estratégicos do Reino de Espanha desde a união entre Castela e Aragão, em 1469, tem sido sempre reunir os territórios e povos ibéricos sob um poder único. Nunca tal foi possível, salvo no período de 60 anos (1580-1640) em que foi estabelecida a união com Portugal, na sequência da crise dinástica provocada pela morte do rei português de então (Sebastião) na batalha dos Três Reis, em Alcácer Quibir (Marrocos). Em rigor, nem sequer durante aquele período houve uma completa união ibérica (e portanto uma Espanha única propriamente dita), pois persistiram formalmente duas coroas em funções, com os seus territórios bem delimitados, moedas próprias e fronteiras aduaneiras: a união entre Castela-Aragão e Portugal, e Navarra. O fim definitivo do reino de Navarra e consequente submissão ao "Reino de Espanha" (designação que aparece após a união entre Castela-Aragão e Portugal) só viria a ocorrer em 1841, na sequência de uma guerra civil. As guerras civis dentro do Reino de Espanha foram, aliás, menos esporádicas do que se pensa -- 1702-1744, 1833-1840, 1872-1876, 1936-1939 --, tendo invariavelmente como pano de fundo a unidade estratégica projectada pelos Reis Católicos. Em suma, o uso da expressão Reino de Espanha ("Espanha", no singular) como denominação oficial de Estado, só é fixada no século XIX, em 1868, na sequência da Revolución de 1868, ou La Gloriosa (1).

Sempre que Portugal atravessou crises graves de sucessão ou foi ameaçado por potências estrangeiras, a Espanha Castelhana aproveitou ou tentou aproveitar a oportunidade. Foi assim durante a crise dinástica de 1383-1385 (ainda antes, portanto, da existência da união Castela-Aragão). Foi assim com a crise dinástica aberta pela morte do rei Sebastião em Marrocos (que levaria o duque de Alba a conquistar pela força, em 1580, o reino português, para a coroa castelhana-aragonesa). Foi assim por ocasião da restauração da independência portuguesa, em 1640-1668, com a perda de Ceuta para os Reis Católicos. Foi assim durante as Invasões Francesas, com a tentativa de retalhar Portugal entre a França e o Reino Católico de Espanha, de que resultaria a usurpação de Olivença (cuja devolução a Portugal, acordada em 1814-1815, no Congresso de Viena, ainda está por cumprir.) Foi assim com o pacto secreto entre Hitler e Franco, que previa a anexação de Portugal pela Espanha Franquista, no rescaldo da vitória alemã, que felizmente não ocorreu. E parece estar a ser outra vez assim com a Espanha pós-Franquista, aproveitando-se esta da persistente crise de liderança política em Portugal, para o controlo progressivo de alguns sectores estratégicos da nossa economia -- energia, banca (Totta, BPI, BCP), telecomunicações (PT), transportes e redes viárias (Alta Velocidade ferroviária e Brisa), produção agro-alimentar --, e ainda para a propaganda intelectual duma espécie de Iberismo recauchutado e neo-liberal, encabeçada pelo El País, socorrendo-se para tal de escritores sofríveis (Saramago e Grass), cujas intuições ideológicas e apostas históricas inspiram os maiores cuidados!

As movimentações de Madrid têm, porém, no actual momento, um aspecto contraditório: enquanto pressionam paulatinamente o nosso país no sentido de uma maior integração subordinada ao contexto ibérico, por outro, parecem cada vez mais incapazes de segurar a unidade interna do próprio Reino de Espanha. As autonomias do País Vasco e da Catalunha dirigem-se inexoravelmente para a independência, legitimadas aliás pelos exemplos da Irlanda e da Escócia, de várias repúblicas centro-europeias recentemente libertas ou em fase de libertação de antigas potências, e sobretudo do Kosovo. Não é outra a lógica da União Europeia!

O Reino de Espanha, que sofreu recentemente dois enormes revezes diplomáticos -- o primeiro, em Marrocos, e o segundo, num conjunto de países da América Latina (Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador) -- caminha, no seu próprio território, para uma conjuntura particularmente crítica, alimentada pelas tensões independentistas e pela contaminação do abalo financeiro mundial actualmente em curso e que poderá ocorrer a qualquer momento. A direita e a extrema direita espanholistas estiveram até agora adormecidas por uma abundância superficial, mas as suas cabeças venenosas e violentas começam a assomar à varanda da crise que se avista no horizonte. Daí que o desejo madrileno por Lisboa me pareça mais um reflexo defensivo, do que a mera prossecução do desígnio estratégico, originalmente congeminado por Isabel de Castela e Fernando de Aragão, que permitiu à península ser o berço de dois imensos impérios coloniais.

Mas se é assim, teremos que trabalhar todos em plena e franca colaboração de vontades e inteligências para uma nova acomodação das várias antropologias e culturas ibéricas, prudente, negociada, equilibrada, sem centros radiais, referendária sempre que se justificar, e tendo um horizonte suficientemente generoso para tão complexa transição. O ano de 2057 parece-me justo! A Ibéria de Unamuno e Antero de Quental, se for tratada com muito carinho e bom senso, poderá um dia ser uma das malhas apertadas de nações de uma rede maior, a Eurásia, sem que ninguém perca nada, e todos ganhem alguma coisa. Se foi possível fazer avançar os eternos rivais europeus para a grande União que hoje somos, porque motivo não poderemos sonhar com uma Confederação Ibérica dentro da primeira?

O que será sempre intolerável é confundirmos a razão democrática com agendas secretas e insidiosas que, em nome dos bons princípios, pretendem prosseguir ambições deslocadas do espaço-tempo da humanidade.

Para dar, neste sentido, um sinal de visão estratégica inconfundível, bastaria elevar a Língua Portuguesa e o Castelhano ao patamar de idiomas oficiais da Ibéria, ensinados em toda a península desde a mais tenra idade. A decisão é racional e pragmática. Sem entendermos isto, que é básico, dificilmente iremos a alguma parte.


Post scriptum -- Alguém me questionou sobre o lugar do Catalão e do Basco na "minha política linguística". Respondo assim: enquanto os idiomas português e castelhano seriam adoptados à escala de uma futura Confederação Ibérica, basicamente por causa da sua origem, estatuto actual e expressão internacional, as línguas catalã e basca deveriam ser oficiais nas respectivas nações e opcionais no resto da península. O Galego, por razões históricas e propriamente linguísticas, deveria integrar-se na corrente geral do Português, enriquecendo-o com as suas variantes vernaculares.

NOTAS
  1. ERRO MEU! Ao contrário do que escrevi acima, verifiquei no passado mês de março de 2013, que a expressão 'Reyes de españa' aparece inscrita no planisfério do português Diogo Ribeiro (assina Diego Ribero), desenhado em Sevilha no ano de 1529, e no qual aparece claramente delimitado o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494. É ainda curioso notar que num globo chinês construído por Manuel Dias e Niccolo Longobardo, em 1623, e exibido com o planisfério acima referido na exposição 360º (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2mar-2jun, 2013) a Austrália continua a não aparecer representada.

OAM 282, 25-11-2007, 03:54 

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 8 abr 2013 - 17:20 WET