Mostrar mensagens com a etiqueta rendimento básico incondicional. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta rendimento básico incondicional. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, outubro 11, 2017

Gaspar defende Rendimento Básico Incondicional

Vítor Gaspar, Diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI

Quem diria! Vitor Gaspar e o FMI defendem impostos sobre os rendimentos mais altos e ainda o... Rendimento Básico Incondicional!!!


Não é o Francisco Louçã, mas um primo seu, de direita, como gostam de acentuar despeitosamente os cadáveres das esquerdas, quem vem defender, num estudo do FMI, a necessidade de ponderar seriamente o chamado Rendimento Básico Incondicional (Basic Income, na terminologia inglesa), chamando curiosamente a atenção para duas entorses sociais que precisam de correção urgente: o agravamento brutal da disparidade dos rendimentos e da riqueza global, e a ineficiência (e corrupção, digo eu) dos mecanismos paternalistas e/ou populistas da chamada proteção social. 

Redistribuição mais justa da riqueza disponível, nomeadamente através de uma fiscalidade progressiva melhor desenhada, e a criação nos orçamentos públicos de uma nova rubrica na coluna das despesas, sem rendeiros, nem burocratas pelo meio, chamado Rendimento Básico Incondicional, eis o que propõe à discussão o famigerado Vítor Gaspar, Diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI.

Todos percebemos que só este tipo de alívio fiscal de índole social poderá ser uma alternativa credível à bolha criminosa gerada pelo alívio fiscal dos bancos e dos governos. 

Esta bolha, promovida pelo poder burocrático instalado está, aliás, outra vez, numa rota de colisão com a realidade. Quando rebentar, vai ser bem pior do que a crise imobiliária especulativa americana, e do que a crise das dívidas soberanas europeias, que começaram em 2007 e, verdadeiramente, ainda não terminaram.

Ora aqui está um tema para Santana Lopes digerir antes de apresentar o seu programa de regeneração do PPD/PSD.

El FMI propone subidas de impuestos a los ricos y la renta básica universal para atajar la brecha social 
Jose Luis de Haro (Nueva York)11/10/2017 - 15:30 

Es por ello que el informe centra buena parte de su atención en tres areas principales: los impuestos aplicado a las rentas más altas, la adopción de un régimen con un salario básico universal (UBI, por sus siglas en inglés) y la función del gasto público en el terreno de la educación y la salud.

(...) 
Otro tema candente y que ha cobrado protagonismo durante los últimos años es el del salario básico universal, que a ojos del director del Departamento de Asuntos Fiscales "tiene el potencial de tener un impacto significativo en la desigualdad y la pobreza". Sin embargo, Gaspar incide en que en los debates sobre este tema debe incluirse también el coste fiscal que este tipo de medidas tendría para los gobiernos y cómo financiarlas.
Para el FMI el coste de aplicar un salario universal varía según el nivel fijado. Como ejemplo, la institución estima que un sueldo de un 25% del ingreso per cápita medio, tendría un coste fiscal que rondaría el 6% y el 7% del PIB en las economías avanzadas y entre el 3% y el 4% en las economías de mercados emergentes y en desarrollo. 
Otro tema candente y que ha cobrado protagonismo durante los últimos años es el del salario básico universal, que a ojos del director del Departamento de Asuntos Fiscales "tiene el potencial de tener un impacto significativo en la desigualdad y la pobreza". Sin embargo, Gaspar incide en que en los debates sobre este tema debe incluirse también el coste fiscal que este tipo de medidas tendría para los gobiernos y cómo financiarlas.
Para el FMI el coste de aplicar un salario universal varía según el nivel fijado. Como ejemplo, la institución estima que un sueldo de un 25% del ingreso per cápita medio, tendría un coste fiscal que rondaría el 6% y el 7% del PIB en las economías avanzadas y entre el 3% y el 4% en las economías de mercados emergentes y en desarrollo. 
Además, su implantación debería estar precedida de un cuidadoso análisis por parte de los gobiernos en cuestión. En el Monitor Fiscal se recomienda que la implantación de un salario básico universal sirva como una opción para reemplazar el gasto social ineficiente. Al respecto se habla de alternativa a los subsidios sobre los combustibles.

quinta-feira, maio 26, 2016

Quando os petrodólares regressam a casa

Fonte: Bloomberg

Quando o endividamento insustentável for universal só haverá uma saída: um Jubileu parcial das dívidas e a introdução de um rendimento básico garantido à escala planetária. Os suíços, et pour cause, parecem querer ser os pioneiros!


Quando os produtores de petróleo se endividam, repatriam os petrodólares que alimentaram a especulação financeira, o investimento na Europa nos EUA e na Ásia (e as lojas da Prada, claro!) ao longo das últimas décadas, e emitem agora dívida pública em quantidades industriais, parece evidente que as placas geo-estratégicas da 'World-economy' entraram num imprevisível movimento browniano!

O Bill Gross falou ontem de 'basic income', não como previsão, ou aposta, mas como algo que já está a acontecer...

Qatar’s unprecedented $9 billion Eurobond sale has pressed the re-set button for the Gulf region’s debt market. 
Bloomberg, May 26, 2016 — 7:23 AM WEST Updated on May 26, 2016 — 1:08 PM WEST 
Qatar Stuns Mideast Debt Market With Record $9 Billion Bon 
The country sold $9 billion of bonds in three maturities on Wednesday, almost double the amount expected by analysts. The issue helped push 2016 offerings from the Middle East and North Africa, which includes Saudi Arabia and the United Arab Emirates, to $29.3 billion, already a record for the first half of a year, according to data compiled by Bloomberg.
Pagar 2200 euros por mês aos cidadãos para não fazerem nada? A discussão segue na Suíça 
Expresso, 23.05.2016 às 12h00109 
Os suíços estão a discutir a atribuição de um "rendimento básico incondicional" mensal na ordem dos 2500 francos (2200 euros) em substituição de vários benefícios sociais atribuídos no país. É uma medida que vai ser votada em referendo a 5 de junho e, diz a agência Bloomberg, acabaria por colocar os seus beneficiários perto do limiar da pobreza num dos países mais caros do mundo. 
Bill Gross on Monetary Policy and Asset Prices 
Bill Gross: “Japan’s a pretty good picture for the rest of the world, maybe five or 10 years ahead. I have a sense that that’s the route central banks will pursue. They’ll keep on buying debt, keep interest rates low and then ultimately the treasury doesn’t owe them anything.” 
Bill Gross, Janus Capital fund manager, comments on the performance of the Janus Global Unconstrained Bond Fund, U.S. fiscal and monetary policies, and the current state of asset prices. He speaks with Bloomberg's Erik Schatzker at the Bloomberg FI16 conference in Beverly Hills, California. (Source: Bloomberg; 2:54 AM WEST ; May 26, 2016).

sexta-feira, fevereiro 19, 2016

Que tal um QE for the People?



Rendimento Básico Incondicional (RBI)


Experiências multiplicam-se na Holanda, Finlândia, Índia, Namíbia e Canadá. E em Portugal?

Em vez de um estado social falido, hipócrita, assistencial, prepotente e que humilha os cidadãos, precisamos de uma cidadania responsável que contemple o rendimento básico incondicional (RBI) como um ponto de partida realista para a cada vez urgente reforma social.

Em vez de derreter milhões de milhões de euros no sistema bancário e especulativo e nas burocracias insaciáveis. que tal criar e entregar diretamente o dinheiro às pessoas? Que tal um Quantitative Easing for the People — como propõe, ainda que com uma distorção burocrática indesejável no modo de implementação, Jeremy Corbyn, o novo líder trabalhista inglês?

Can the ECB create money for a universal basic income? 
Guest post by Teemu Muhonen, originally posted on taloussanomat.fi
Translation by Petri Flander, in BIEN—Basic Income  Earth Network 
[extract] 
The ECB to the rescue 
In recent years, the European Central Bank (ECB) has tried to support the eurozone’s lagging inflation through “quantitative easing” (QE), a measure used by other central banks as well. The ECB has been buying securities from institutional investors such as banks, using large amounts of fresh money. 
So far, national economies have not responded as hoped: despite the increase in the value of securities, consumer prices have stagnated. 
Last year the leader of the British Labour Party Jeremy Corbyn promoted the idea of ​​”People’s QE” in which the Bank of England would channel money directly to citizens, not banks. 
The proposal received wide support, and many people believe the ECB should follow suit. Even former IMF chief economist Olivier Blanchard praised the idea. 
The expression that Corbyn used is misleading, however, because in his proposal the money is not channeled directly to the public, but to government, which then uses it to stimulate the economy through infrastructure projects and other measures. 
Another model was suggested by a group of 19 economists, who signed a letter published in the Financial Times (FT) in March last year. They proposed that the money should be given directly to citizens of the eurozone countries. The idea was to use ECB money to give 175 euros per month to each citizen for 19 months. 
Economist Milton Friedman once called this kind of payments “helicopter money”: it is as if the money is just thrown at people from the sky, with no strings attached. 
Effectively, what the FT letter proposed was a eurozone-wide unconditional basic income paid by the ECB.

segunda-feira, dezembro 07, 2015

Rendimento Básico Incondicional começa na Finlândia



Novas engenharias redistributivas a caminho na Europa



Finlandia estudia dar 800 euros mensuales de renta básica a cada uno de sus ciudadanos  
El Economista, 6/12/2015 - 16:44 
El Gobierno finlandés traza un plan para dar a cada uno de sus ciudadanos 800 euros mensuales como renta básica universal, además de otras ayudas.

Según el diario The Independent, una encuesta encargada por el Finnish Social Insurance Institute dice que la propuesta de renta básica cuenta con un respaldo social del 69%.

La primera ministra finlandesa, Juha Sipila, ha dicho: “Para mí, la renta básica sisgnifica simplificar el sistema de seguridad social”

La propuesta, metería en los bolsillos de cada finlandés 800 euros al mes libres de tasas. La medida, según Bloomberg, costaría 52,2 billones de euros anualmente.  
Noviembre de 2016 será cuando el Gobierno finlandés tome una decisión en firme sobre aplicar o no esta propuesta.

Se se fizerem as contas ao dinheiro alocado com fins sociais, mas perdido no labirinto kafkiano dos orçamentos públicos, parte do qual se transforma em lucro ilícito e isento de impostos de uma penumbra de rendeiros disfarçados de benfeitores; se medirmos as receitas de impostos e taxas não cobradas ao setor social que subsidiam de forma subreptícia e injusta um vasto setor da dita economia social, a qual no nosso país já vale mais de quatro mil milhões de euros; se tivermos em conta que o número de IPSS ultrapassa as cinco mil, chegamos rapidamente à conclusão de que seria provavelmente mais barato, mais transparente e mais justo criar um Rendimento Básico Incondicional para todos os portugueses. Seria uma espécie de imposto negativo universal, o qual garantiria ab initio que nenhum português se encontraria na situação de pobreza irremediável, assegurando ao mesmo tempo a dignidade mínima que qualquer democracia deve garantir aos seus membros.

Comparando o PIB/capita entre os dois países, Finlândia e Portugal, a mesma ideia traduzir-se-ia no nosso país num RBI de 360 euros. O impacto no OE 2015 andaria pelo 45 mil milhões de euros.

(360 euros x 12 meses x 10,4 milhões de residentes = 44.928.000.000).

A despesa do Estado (Admin. Central e Seg. Social) prevista no OE 2015 foi de 76.639 milhões de euros.

O exercício seria certamente exigente, mas vale a pena começar a fazer contas. O exercício poderia incidir, a título de experiências piloto, em duas ou três NUTS 3. Por exemplo: Baixo Vouga, Algarve e Madeira.

Em Portugal, sobretudo quando vemos a esquerda, finalmente unida, prometer um tempo novo, são necessárias ideias ambiciosas, inovadoras, que permitam a inadiável transição de que o mundo precisa para sobreviver: uma transição energética irrecusável, a redefinição das relações entre capital e trabalho numa sociedade global povoada por um número crescente de máquinas cada vez mais inteligentes, as são capazes não só de substiuir o trabalho físico humano, como a sua própria inteligência. A velha noção de luta de classes terá que ser profundamente repensada.

Em vez do direito abstrato ao trabalho devemos reclamar o direito à preguiça criativa, à cooperação e ajuda desinteressadas, mas também à justa remuneração daqueles que, por vontade, obrigação ou necessidade, continuam e continuarão a realizar trabalhos físicos árduos, tarefas mentalmente exigentes, cuidados e rotinas que ainda não dispensam a presença e a mais valia humanas.

Em vez de nos perdermos na agonística pavloviana da retórica partidária e da propaganda, que tal exigir dos partidos que deem corda à imaginação?


REFERÊNCIAS
  • "Finland plans to give every citizen 800 euros a month and scrap benefits" — The Independent
  • "Finns May Get Paid for Being Finns", Bloomberg
  • "Kela to prepare basic income proposal", yle UUTISET
  • "Rendimento Básico Incondicional Financiado pelas Pessoas", Miguel D. Horta (Scribd.)
POST SCRIPTUM —  houve um lapso na estimativa do impacto do RBI nas contas públicas que foi prontamente corrigido, graças a um comentário oportuno, que agradecemos.

Atualização: 14 dez 2015 15:59 WET

segunda-feira, outubro 27, 2014

Plutocracia demo-populista e Rendimento Básico

Orçamento 2015 - obrigatório ler esta publicação! (PDF)
90% dos pensionistas recebem menos de 1200 euros mensais

A nomenclatura parlamentar está entre os 2,2% mais ricos do país


Qualquer dos deputados portugueses ao Parlamento Europeu ganha trinta vezes mais que dez milhões de portugueses. Ou seja, os deputados europeus, tal como os deputados à Assembleia da República, pertencem aos 2,2% mais ricos do país.

Em 4.624.902 de famílias portuguesas, 83,8% dos agregados auferem um rendimento coletável anual até 20 mil euros, ou seja, no máximo, 1667 euros por mês (x12 meses), sendo que este valor deverá ser repartido pelo número médio de pessoas por agregado, o que dá (tendo em conta que cada agregado doméstico privado tinha, em 2013, 2,6 pessoas) um rendimento médio individual na ordem dos 641 euros por mês.

Os nossos deputados, entre vencimentos, subsídios, seguros e outras mordomias auferem entre 3,3 e mais de 18 mil euros mensais, consoante sejam deputados em Lisboa, ou em Bruxelas.

Talvez assim se perceba melhor o comportamento pavloviano dos batráquios parlamentares, para quem tudo não passa de retórica inconsequente destinada a um povo aturdido pelo ruído demagógico e populista que diariamente o invade, como se o Triunfo dos Porcos e o Admirável Mundo Novo fossem profecias simultaneamente consumadas.

A partidocracia que nos tolhe e esconde do olhar público os seus reais privilégios e compadrios com o resto dos 2,2%, está a mais. Tem que ser exposta, denunciada e forçada a mudar, nomeadamente através da entrada de sangue novo nas instituições democráticas capturadas.

A gravidade da situação económica e financeira do país, com origens externas e internas, já não é um problema de redistribuição suave de rendimentos. Sem uma revisão racional completa do sistema fiscal e orçamental do país, não iremos a lado nenhum, e tudo tenderá a piorar com o passar do tempo e a inação oportunista.

Para começar, talvez fosse útil analisar a ideia de um rendimento básico incondicional.

PROPOSTA ALTERNATIVA AO LABIRINTO ASSISTENCIALISTA
  • MEDIDA 1: rendimento básico incondicional, mensal, atribuído a todos os residentes (livre de impostos): 150,00 €
    —Custo anual aproximado: 18.828 M€ [10.460.000 x 150 x 12]
  • MEDIDA 2: isenção de IRS para todos os rendimentos coletáveis até 10.000,00 €

Despesas a eliminar do Orçamento de Estado

  1. Rendimento social de inserção
  2. Abono de família para crianças e jovens
  3. Complemento solidário para idosos
  4. Subsídios públicos às Instituições particulares de solidariedade social (IPSS)
  5. Subsídios públicos ao setor de transportes (gratuitidade, passes sociais e outros tarifários especiais)
  6. Isenções de taxas moderadoras nos hospitais
  7. Subsídios às empresas públicas e privadas
  8. Rendas excessivas nas Parcerias Público Privadas
  9. Outros subsídios contraproducentes (externalidades negativas)
  10. Custos de burocracia e corrupção associados ao atual esquema assistencialista
  11. Outros sobre-custos indiretos nas áreas sociais, de saúde, educação/formação e segurança pública
  12. Outros custos por identificar

Esta proposta tem um valor sobretudo heurístico. Na realidade, o que se propõe é um estudo comparativo de custo/benefício, orçamental e social, entre um modelo radical, como o proposto e que vem na sequência dos movimentos em prol da consagração do direito ao rendimento básico incondicional (Initiative for Unconditional Basic Income in Europe, Basic Income Earth Network, e Rendimento Básico—iniciativa de cidadãos independentes).


PS: pela primeira vez, que eu saiba, o governo produziu uma síntese clara e pedagógica sobre o Orçamento de Estado, um exercício caracterizado, até este saudável e recomendável exemplo, pela confusão, obscuridade e manha contabilística. Nem tudo está perdido.

Atualização:  4-11-2015, 16:41 WET