domingo, maio 31, 2015

Marinho e Pinto convoca abstencionistas a votarem

António Marinho e Pinto, líder do PDR

Partido Democrático e Republicano quer um novo 25 de abril, mas nas urnas


Numa boa entrevista a António José Teixeira (SIC) António Marinho e Pinto conseguiu estabelecer claramente quais as más práticas que têm que ser incondicionalmente abandonadas para, depois, o país conseguir finalmente começar a revitalizar e melhorar a exangue democracia que temos, onde, com o passar das décadas, boa parte dos portugueses deixou de votar, permitindo assim que uma minoria partidária rotativista tenha tomado de assalto as instituições democráticas, usando-as em benefício próprio e promovendo novas formas de corporativismo, incompetência técnica, irresponsabilidade política e corrupção.

O resultado deste nosso abandono da democracia aos que dela se servem, raramente servindo os seus nobres ideais, foi a pré-bancarrota do país, a captura do poder democrático por uma verdadeira cleptocracia, e agora, uma longa travessia no deserto das dívidas. Vamos levar décadas a regressar ao equilíbrio financeiro e comercial do país. Em particular se, como começamos a perceber um pouco por toda a Europa e Estados Unidos, as democracias continuarem sem reagir, ou a reagir apenas através de formas de luta e ideologias ultrapassadas, dando sucessivos murros no ar.

As democracias têm que derrotar as partidocracias instaladas, substituindo-as por instituições representativas mais evoluídas, e por mecanismos democráticos mais transparentes e orientados para o conhecimento das vontades, quer das maiorias, quer das minorias. A decisão política representativa e responsável terá que passar a depender de uma cartografia democrática, interativa e dinâmica, isto é, de verdadeiros mapas de democracia cuja atualização permanente permitirá gerar instituições democráticas ajustadas à complexidade crescente das sociedades e dos desafios, nomeadamente energéticos e ambientais, que temos e teremos pela frente nas próximas décadas.

Continuaremos a ter partidos e parlamentos, mas a democracia precisa de melhorar radicalmente estas instituições, e precisa de instituir e consagrar novas instâncias de representação e de exercício do poder democrático — o qual deverá ser cada vez mais direto, descentralizado e desburocratizado, sem por isso perder rigor, transparência e responsabilidade.

A democracia falsificada e corrupta que temos terá que ser substituída por uma democracia qualitativa, sob pena de caminharmos rapidamente para uma nova forma de escravidão, ainda que disfarçada momentaneamente pela propaganda mediática.

Marinho e Pinto fez um apelo aos que se têm abstido de votar, nomeadamente por já não se reconhecerem na oferta eleitoral ilusória que temos. Fez igualmente um apelo à ação das mulheres, cujos direitos adquiridos ao longo de mais de um século começam a ser uma vez mais ameaçados, desde logo no plano salarial e da biopolítica.

Faltou nesta entrevista uma palavra dirigida aos mais jovens, principais vítimas do desemprego e da falta de emprego que esta crise trouxe em dimensões raramente vistas.

O líder do Partido Democrático Republicano não é um populista, mas antes um herdeiro declarado da melhor social-democracia europeia e do idealismo socialista dos anos 60 do século passado, nomeadamente aquele que, inspirado pela figura de Che Guevara, foi fazendo recuar as ditaduras e o colonialismo em várias partes do mundo. Marinho e Pinto é também especialmente sensível ao primado da liberdade e do direito nas sociedades que se querem progressivas e justas—nisto distinguindo-se claramente da maoria das 'esquerdas' conhecidas, para quem a verdade, a liberdade e o direito ainda são realidades instrumentais, vistas, no plano cultural, como preconceitos burgueses.

Vale a pena rever esta entrevista.

Tragédia grega em números

A grande pergunta é esta: em caso de Grexit quem paga? 


A rol do serviço da dívida em 2015, começando pelo mês de junho, é assustador. Mas depois, até 2057, mais assustador é!


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Dívida grega: pagamentos devidos em 2057
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O grande roubo da energia continua, com o apoio do PSD, CDS/PP, PS e PCP


Já ouviram o António Costa pronunciar-se sobre este assalto à economia e aos bolsos dos contribuintes? Vejo por aí artistas e desportistas fazendo alegremente propaganda de borla à EDP. Será que sabem quem lhes paga as exposições e as T-shirts vermelhas? Somos nós!

Renováveis já custaram 10 mil milhões de euros aos consumidores
Económico,  29 Mai 2015 Ana Maria Gonçalves

Os subsídios pagos às energias renováveis, e reflectidos nas tarifas da electricidade, já custaram mais de 10 mil milhões de euros às famílias e às empresas portuguesas.
As contas, que têm por base os relatórios da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, no período entre 2002 e 2015, constam de um relatório de um grupo de peritos do sector energético de vários quadrantes políticos, elaborado para a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.

Henrique Gomes, ex-secretário de estado deste governo, quando o Álvaro barrava o caminho à corja rentista, escreve:

Duas perguntas simples ao nosso Primeiro-Ministro:

1) Se nos mercados dos EUA e Espanha, os mais importantes em investimento para a EDPR (Renováveis), esta pode vender a sua produção abaixo dos 50€ por MWh, porque aceita o Governo que em Portugal nos cobrem acima de 100€ por MWH?

2) Nestas circunstâncias, porquê o objectivo de querermos ser campeões e querer que, em 2030, 40% de toda a energia que consumirmos  seja renovável se a Europa dos 28 assume uns prudentes 27% (em média) e os EUA (lideres tecnológicos mundiais) prevêem ter 18% em 2040?

Para já, enquanto aguardo ser esclarecido, só tenho uma explicação: em Portugal, o interesse publico que deve ser o leit-motiv e é a legitimidade dos políticos, está subordinado aos interesses económicos e pessoais e isso, pelo menos sob o ponto de vista ético, é corrupção!

Estupidamente sós

Clique neste LINK para ampliar

La autovía de la Plata derrota a la ruta portuguesa para viajar al sur

La Voz recorrió la recién terminada A-66 hasta Sevilla para después volver por Portugal. El viaje por España ahorra los 56 euros de los peajes y es más rápido desde el norte. La Voz de Galicia

Portugal adjacente caminha para uma espécie de ilha rodo-ferroviária. E quanto à TAP está tudo dito.


Eis o que os piratas e burros indígenas do PS e do PSD-CDS, PCP, etc, não entenderam e continuam sem entender, apesar do óbvio: a Corunha, Santiago, Vigo, etc. não precisarão em breve, nem das nossas autoestradas (Sem Custos para o Utilizador—lembra-se, António Costa? Lembra-se, João Cravinho?) nem da nossa ferrovia para chegar a Sevilha.

Portugal caminha alegremente, ao som da corrupção, burrice, leviandade e ininputabilidade pandémicas que o têm arruinado, para uma condição insular reforçada. Só falta mesmo colocar o Carlos César em São Bento, e o Alberto João em Belém.

Não há alternativa para sair deste buraco se não corrermos rapidamente com a corja que o abriu e nos empurra, dia a dia, para o lixo de uma economia a fingir, de umas finanças corruptas, de um sistema fiscal cezarista, e de uma democracia cada vez mais populista, partidocrática e indigente diante dos credores que legitimamente exigem juros e pagamentos de dívidas que a corja contraiu sem pedir licença a ninguém, contando apenas com a legitimidade que lhe é conferida pela algazarra buffa do parlamentop e os votos, uma vezes caninos, outras vezes bovinos, das criaturas que habitam tão indecorosa sinecura.

O harakiri da TAP

Fernando Pinto é responsável pela ruína da TAP e deve responder por isso!

Privatização ou resolução


Só há uma alternativa à privatização da TAP: fechar a empresa, vender os cacos a preço de saldo, indemnizar mais de treze mil pessoas, e mandar a fatura de tudo isto aos burros contribuintes que somos. O nome pós-moderno para esta coisa é resolução.

O harakiri da TAP:
  1. simbiose oportunista da sua administração e trabalhadores (sobretudo pilotos) com a nomenclatura que capturou o estado e o regime, e a quem a TAP sempre 'gostou' de fazer servicinhos;
  2. total irresponsabilidade dos partidos políticos com assento parlamentar no acompanhamento da crise que, já no tempo do governo 'socialista' de António Guterres forçou o anúncio público da reprivatização da TAP (tendo sido contratado para o efeito o gaúcho Fernando Pinto);
  3. ausência de estratégia desde que surgiram as Low Cost;
  4. endividamento criminoso (o passivo total deve chegar aos 3 mM€);
  5. dívidas bancárias de curto prazo insustentáveis: 400M€, de um total de mais de 600 milhões, vencem no próximo mês de setembro! (ler esta notícia do Expresso, de 30/5/2015);
  6. em suma, amadorismo, irresponsabilidade e corrupção.

Quando é que os deputados se interrogarão sobre este descalabro? Como sempre fizeram, imagino que só depois da casa roubada!

quarta-feira, maio 27, 2015

TAP forçada a adiar reprivatização?


Há mais aviões para além da TAP


IAG lanza una oferta por el 100% de Aer Lingus por 1.400 millones de euros
El grupo IAG ha acordado lanzar una oferta pública de adquisición (OPA) por el 100% del capital de la irlandesa Aer Lingus por un importe total de 1.400 millones de euros, según informó la compañía que agrupa a Iberia, British Airways (BA) y Vueling a la Comisión Nacional del Mercado e Valores (CNMV).

La oferta, que se dirigirá a todos los accionistas de Aer Lingus, se formulará como una compraventa en metálico, siendo la contraprestación de 2,55 euros por cada título de la irlandesa, que incluye un pago en efectivo de 2,50 euros por acción y el pago de un dividendo de 0,05 euros por título.

Leer más:  IAG lanza una oferta por el 100% de Aer Lingus por 1.400 millones de euros - elEconomista.es

A IAG, depois da compra da (perdão, fusão com a) Iberia mais a Low Cost Vueling, reduzindo a Iberia a dimensões operacionais não ruinosas, acaba de lançar uma OPA a uma segunda Low Cost (1) que quer ver integrada no grupo: a companhia aérea de bandeira irlandesa Aer Lingus.

Só em Portugal foi possível deixar apodrecer a TAP, em nome, estamos convencidos, da estratégia do desnecessário Novo Aeroporto (primeiro na Ota, depois em Alcochete) e concomitante realização extraordinária de mais-valias especulativas com a urbanização da Portela e dos terrenos circundantes do NAL. Esta operação do Bloco Central, a par das PPP, é um dos fatores cruciais do ruinoso endividamento do país, bem como do colapso do nosso sistema bancário. Ou seja, um caso de polícia que só um novo regime democrático será capaz e julgar e punir.

Entretanto, pela dica do 'rapaz dos finos', a reprivatização da TAP parece destinada a borregar uma vez mais. Ou seja, sem que o estado proceda previamente à reestruturação da empresa, não haverá quem lhe pegue. Fica então a pergunta: quem pagará os salários e as dívidas a fornecedores daqui em diante? Onde está a massa para custear os despedimentos inevitáveis? Quem pagará as próximas prestações do contrato de aquisição de 12 Airbus A350-800? Quem pagará os juros da colossal dívida da empresa?

Só se forem os pensionistas... A Maria Luís Albuquerque não se cansa de avisar que precisa de 600 milhões de euros, mas ninguém quer saber porquê! Para que será?

NOTA
  1. A Aer Lingus não é propriamente uma Low Cost, mas a companhia de bandeira irlandesa. No entanto, foi-se especializando em Voos Baratos, desde o aparecimento da Ryanair, ao contrário da TAP, que perdeu uma década a voar mais alto do que as suas possibilidades e contra todos os cenários previsíveis. A TAP não se reestruturou quando podia e devia, acumulando desde o ano 2000 um passivo criminoso (a rondar, estimamos, os 3mM€), com a colaboração de todos os partidos sentados na Assembleia da República, dos sindicatos, e dos sucessivos governos do PS, e do PSD-CDS. Agora, tal como o BPN e o BES, não passa de um buraco negro mais que os burros contribuintes vão alombar, enquanto a corja partidária troca mimos e insultos entre si. Esperemos bem que o BCE e Bruxelas resolvam mais este cancro indígena, à semelhança do que fizeram com o BES. Assim como Carlos Costa foi o acólito de Mario Draghi na resolução do Esquema Piramidal de Ricardo Salgado (fez o que lhe mandaram, e nada mais), também Passos de Coelho ou Alexis Costa, se for eleito (esperemos bem que não!) receberão um dia destes um daqueles telefonemas com prazo de decisão na casa das 48 horas: —faça-me o favor de fechar a TAP na próxima sexta-feira, e abra uma chafarica qualquer na segunda-feira seguinte, com metade do pessoal, metade das rotas, e metade dos preços! Não faltam exemplos recentes na Europa.
Atualização: 29/5/2015 12:11 WET


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Da fragilidade crescente do eixo franco-alemão

Federica Mogherini é a Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança

A Europa marítima prepara-se para reagir à Alemanha


Mogherini: Elections in Poland and Spain show there is a need to rethink the EU projectEurActiv

Um pesadelo em Bruxelas e Franckfurt começa a inquietar seriamente a ambição alemã e a inércia dos burocratas. Grécia não vai pagar, ponto! Os mercados especulativos vão reagir, nomeadamente sobre as dívidas soberanas portuguesa e espanhola. Esta pressão, porém, poderá tão só acentuar o fim do bipartidarismo em Espanha e os ascensos definitivos do Podemos e do Ciudadanos. Se em 2016 a Espanha anti-austericida se juntar ao cadáver ambulante grego, é mais do que provável que Itália e Portugal sigam o mesmo caminho, não sem que, em Portugal, assistamos previamente a uma mutação genética no parlamento e no poder local. Em 2017, com o Reino Unido a um passo de abandonar da União Europeia, teríamos, por fim, uma aliança dos principais estados marítimos europeus contra o eixo franco-alemão. Seria isto suficiente para acabar com o euro? Seria certamente suficiente para forçar o fim da predominância alemã, holandesa e francesa nos destinos do continente. Pois, apesar de tudo, não creio que os alemães queiram deitar tudo a perder.

O peso da dívida portuguesa é um cutelo suspenso por cima das cabeças partidárias de um regime que, em vez de se ter preparado para a crise, continua a agravá-la alegremente, desde as greves neocorporativas e eleitoralistas do PCP, à falta de coragem da atual coligação no ataque, absolutamente necessário, aos rendeiros cleptocratas do regime, passando pela perigosa deriva populista do PS e a irresponsabilidade do costume que caracteriza os micro-partidos da laia do Bloco.

A falta de recursos financeiros para continuar a sustentar um estado de corrupção e imbecilidade acumuladas, tem levado todos os partidos representados nos parlamentos e nas autarquias locais, a endividar o país junto dos credores externos, e a transformar o sistema fiscal numa autêntica máquina de guerra e confisco da propriedade privada, dos rendimentos do trabalho e das poupanças.

A situação já é insustentável. É tempo de criar uma grande e corajosa Plataforma pela Democracia Qualitativa, simultaneamente implacável com os ladrões sistémicos, realista e solidária. Esta plataforma de estratégia e ação democráticas terá que repensar a realidade fora dos quadros mentais e ideológicos maniqueístas em que se movem os partidos tradicionais. Terá que ter a coragem de pensar fora da caixa e estabelecer uma clara ordem de prioridades para a transição social, económica e cultural que aí vem.

O pior que poderia acontecer-nos seria continuarmos entalados no pingue-pongue entre as ineptas e corrompidas representações partidárias da nomenclatura que solidariamente contribuiu para a ruína do país.


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segunda-feira, maio 25, 2015

Uma borboleta chamada Costa

25 de maio 2015: dívida portuguesa afunda
(gráfico: Bloomberg/ clique p/ ampliar)

O que é que esta inversão negativa e muito preocupante do mercado da dívida soberana portuguesa tem que ver com António Costa?


Basta clicar neste LINK para saber a resposta. Repare-se bem nesta data: 15 de abril!
China Stocks Surge, Europe/US Purge, & Portuguese Bonds Are Crashing—Zero Hedge
Portuguese bonds are crashing... unwinding all the excited exuberance of Q€... Of course with The ECB hoovering up everything in sight, any selling pressure is exaggerated by the total lack of liquidity (see CYNK or Hanergy) but based on Bloomberg data it appears real and traded and is the benchmark 10Y bond for the nation!
Desde que o nosso Alexis Costa abriu a boca e começou a ser transportado no andor da esquerdizofrénica imprensa que temos, juntando-se ao pelotão dos acólitos e assessores os famosos econometristas desmiolados do manifesto Uma década para Portugal, que as evidências começaram de novo a apitar.

Por algum motivo a Maria Luís Albuquerque anda desesperadamente à procura de 600 milhões de euros. Mas a corja eleitoral quer lá saber disso!

Com a Caixa Geral de Depósitos no lixo, a Parpública no pré-lixo, o Novo Banco sem ninguém que lhe pegue enquanto não se souber quem paga a fatura da TAP, e porventura outras que ainda desconhecemos, e a própria TAP no limiar de ver a sua frota estacionada por esses aeroportos fora sem Jet Fuel, nem pilim para o pessoal de bordo, só faltava mesmo dispararem os yields da dívida pública e a falta de liquidez interessada nos nossos papeis soberanos!

A juntar a este descalabro provocado pela simples hipótese do PS socratino regressar ao poder, temos uma Grexit ao virar da esquina, a ascensão meteórica em Espanha de um desafio sem precedentes à estratégia alemã, e um cada vez mais provável Brexit. Ou seja, afinal, o colapso do euro poderá mesmo ser uma realidade antes de 2020. E neste caso, ou a Alemanha e o resto da eurocracia acordam, ou adeus Europa.

E quanto a nós, temos duas prioridades: não deixar aumentar as dívidas externa e pública, e impedir que a pretexto do estado social se instale no nosso país uma espécie de fascismo fiscal dissimulado de inevitabilidade democrática.


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domingo, maio 24, 2015

Democracia Qualitativa vs. cleptocracia mundial

Pavilhão chinês na Feira Mundial de Milão, 2015 (visualização)
Studio Link-Arc @ Dezeen

Em defesa da propriedade privada... contra os monopólios abutres


El negocio de alimentar a la Humanidad

...hasta 2050 la tierra cultivable deberá crecer un 70% para abastecer a todo el mundo. En 1961, había 2,5 hectáreas de tierra cultivable por habitante y en 2050 habrá menos de 0,8. Al mismo tiempo, se necesita un incremento de 64.000 millones de metros cúbicos de agua dulce cada año para adecuar la producción agroalimentaria a la demanda. El País.

Enquanto Assunção Cristas tem vindo a preparar o terreno legal para um confisco em larga escala da propriedade rústica dos mais fracos, e sua posterior venda aos fundos predadores de investimento, António Costa soma-se à faina do Grande Roubo atacando pela banda do imobiliário urbano, que promete expropriar a favor dos mesmos fundos predadores, ao mesmo tempo que tenciona mandar os avós trabalhar.

Claro que as medidas são piedosamente inoculadas nos indígenas como programas sanitários, de salvaguarda do património, e de bom aproveitamento dos recursos. Mas, ou os nano-proprietários se organizam e varrem esta corja do poder, ou serão depenados, como foram os alemães depois das suas grandes recessões e guerras.

A mesma pilhagem está em curso no setor da água e da energia, embrulhada no piedosamente sustentável Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico—uma criação do Recluso 44, de braço dado ao cabotino Mexia.

Portugal nunca votou à esquerda de modo continuado porque a maioria dos portugueses, além do salário ou da pensão minguante que cobra, herdou alguma coisa, e comprou alguma coisa e é, assim, proprietário de algo: um andar, uma pequeno pinhal, uma quintinha, etc. Pois bem, quando visto este património no seu conjunto, é imenso, e é hoje uma presa atrás da qual correm os fundos especulativos do mundo inteiro, e os governos falidos que estes têm no bolso.

Precisamos, cada vez mais, de uma DEMOCRACIA QUALITATIVA capaz de defender as pessoas e as nações da mão invisível da CLEPTOCRACIA MUNDIAL.

Se para algo serve a Feira Mundial de Milão, que acaba de inaugurar sem a presença portuguesa, é para podermos medir a importância económica, ambiental, social e cultural do que está em causa quando falamos de terra, alimentação e água.


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quinta-feira, maio 21, 2015

As próximas democracias


A caminho da democracia qualitativa

Brazil iron ore output to pass Australia with Chinese investment in Vale mines
May 21 2015, 12:58 ET | About: Vale S.A. (VALE) | By: Carl Surran, SA News Editor | Seeking Alpha

China's commitment to invest in Brazil's iron ore sector puts the big Australian exporters on notice, as Vale (VALE +1.6%) is forecast to increase production from current levels of 330M metric tons of iron ore to 450M by 2018 - greater than the combined output of BHP Billiton (BHP +1.2%) and Rio Tinto (RIO +0.9%).
China, a nova locomotiva mundial, investe fortemente na indústria mineira do Brasil. Basta ver o meu mapa Tordesilhas 2.0, para perceber os movimentos em curso nas placas geoestratégicas mundiais.

O mundo unipolar morreu. Segundo o GEAB deste mês (edição 95), o euro regressará ao câmbio de 1,40 dólares antes do fim de 2017, as energias renováveis e (digo eu) o gás natural afastarão paulatinamente o petróleo da posição de fiel da balança energética global, e uma nova revolução tecnológica está a caminho. Chama-se Quantum Computer.

No continente da Política, o futuro passará pela expansão exponencial das redes sociais e pela emergência do que poderíamos chamar democracias qualitativas libertárias (1), geríveis a partir de mapas democráticos de decisão e liberdade racional.

Portugal poderá ser um dos vértices desta revolução.

Quando ouvimos os realejos programáticos da partidocracia, soprem eles da direita ou da esquerda, percebemos o quanto são cada vez mais iguais entre si: manhosos, populistas e inúteis. Não repetem apenas promessas grosseiramente falsas, mas também exibições penosas de falta de imaginação e de irremediável esclerose corporativa. Só deixando de ler o que escrevem e ouvir o que gritam, poderemos abrir as nossas mentes à novidade que espreita para lá do grande muro da crise.

Os partidos que hoje conhecemos são instituições caducas que sobrevivem como indigentes às portas da receita fiscal, dos orçamentos públicos e da corrupção. Deles já nada podemos esperar.

Desenganem-se, porém, aqueles que profetizam o caos, ou ditaduras, numa sociedade pós-partidária.

A verdade é que as sociedades pós-partidárias já existem e são cada vez mais representativas. Basta reparar na imparável rejeição dos sistemas eleitorais de representação política convencionais.

NOTAS
  1. Esta proposta é mais ampla e até distinta do ideário das chamadas democracias deliberativas, o qual se apresenta como um modelo de melhoria da qualidade democrática das decisões políticas, definindo para tal processos de deliberação alternativos aos das representações e delegações democráticas tradicionais. As democracias deliberativas, de que os orçamentos participativos em vários municípios portugueses são uma pequena amostra, defendem, ao contrário da visão que tenho para as democracias qualitativas, que todas as decisões importantes para a vida dos povos devem ser de natureza voluntarista, coletiva, representativa, direta ou semi-direta, e tutelando o máximo de realidade.

    A ideia que tenho de uma democracia qualitativa, porém, visa uma maior liberdade dos processos de decisão, apostando no efeito da informaçao sobre as pequenas decisões de cada um, de cada empresa, de cada decisor político, etc...; ou seja, aposta na recuperação construtiva da ideia de anarquia consciente. As assembleias de deliberação coletiva e as delegações democráticas de poder tradicionais seriam neste paradigma uma, e apenas uma, das muitas instâncias macrológicas, lógicas e micrológicas de liberdade e decisão democráticas.
    A intuição é esta. Falta agora desenvolvê-la nos planos da observação, da teoria e da experimentação.
Atualizado em 22/5/2015 14:47 WET

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Pais do Amaral: saída de pista na reprivatização da TAP

Paes Amaral: saída de pista em sessão de treino—Le Mans

Grexit, venda do Novo Banco e TAP— anda tudo ligado, e pode explodir!


Sem uma boa venda da maioria do capital da TAP, haverá bail-in do Novo Banco. Os cacos do BES, com a exposição que tem ao buraco financeiro da TAP, se esta continuar a afundar-se no lodaçal devorista da pseudo esquerda, jamais se venderão pelo preço capaz de evitar uma fatura pesada endossada ao Fundo de Resolução, i.e. ao sistema bancário e contribuintes indígenas. E se a venda do Novo Banco borregar ou for ao desbarato, ocorrerá certamente um novo tombo no sistema financeiro, os eleitores e contribuintes serão chamados a desembolsar mais austeridade, o défice público disparará, e o ataque dos credores externos será tão impiedoso como foi na Grécia. Será que os sábios-economistas contaram este segredo ao Alexis Costa? Ou não contaram, porque também não sabiam?

Amaral tinha duas mãos cheias de nada e naturalmente ficou pelo caminho.

Do ponto de vista financeiro, empresarial e estratégico, parece evidente a superioridade da opção Azul, ou da JetBlue Airways. Efromovich apenas está interessado nos 'slots' que a TAP detém nos aeroportos europeus, enquanto a JetBlue, pelo contrário, poderá criar com a TAP uma grande companhia aérea euro-atlântica, com ligações privilegiadas a África e um lote muito amplo de parcerias (code-sharing, etc.) de voo, nomeadamente com a Ásia. O hub da TAP na Portela, com o hub  da JetBlue no JFK (NY), criarão potencialmente sinergias e mais valias importantes. Os 34% que ficarão na mão do estado poderão, pois, render bom dinheiro quando parte deste capital for disperso em bolsa, sempre depois de 2017.

O António Maria reserva desde já um lote de 1000 ações—intencionais, claro.



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quarta-feira, maio 20, 2015

Vai votar em Alexis Costa?

Este não é o meu Benfica, mas será o da dupla Costa e Salgado.

Uma mão cheia de nadas. Pesca de votos à linha


Tocar nas rendas excessivas (energia, auto-estradas, hospitais, águas e saneamentos) dos piratas da EDP, do Grupo Mello, ou da Mota-Engil, e quejandos? Nem pensar? Diminuir a burocracia inútil e devorista? Nem pensar? Libertar a sociedade civil e a iniciativa privada do big brother 'socialista' e, em geral, do Leviathan Estado? Nem pensar! Diminuir a diarreia legislativa que permite à cleptocracia e à partidocracia instaladas fazerem e desfazerem leis, normas e regulamentos, à medida das suas necessidades endogâmicas? Nem pensar! Escrever uma nova Constituição compatível com uma sociedade livre e adulta, integrada na União Europeia—cujo espírito e normativas constitucionais são incompatíveis com o socialismo burocrático, neocorporativista e falso que faz da Constituição que temos um trapo velho e imprestável? Nem pensar! Então para que serviria o regresso deste vigário de Sócrates, cheio de novos simplexes populistas, à terra lusitana? Para nada. Só mesmo para fazer marcha atrás!

As nove ideias, 21 causas e 164 medidas do projecto de Programa do PS
20 Maio 2015, 16:28 por Jornal de Negócios


Telegraph compara discurso do PS de Costa ao do Syriza
20/5/2015, 9:16 por Observador

Na linguagem pré-eleitoral e nas propostas anti-austeridade, António Costa é semelhante ao grego Alexis Tsipras, defende no Telegraph um dos analistas mais influentes no Reino Unido.

(...) “O endividamento combinado do sectores público e privado está nos 370% do PIB, o mais elevado da Europa. Isso deixa o pais perigosamente exposto aos efeitos da deflação e da estagnação do crescimento nominal do PIB”, escreve Pritchard. Já sobre o sector público, e citando o economista-chefe do Citigroup, o analista lembra que os rácios da dívida estão além do desejável e que por isso o país “precisa de algum tipo de reestruturação” e é esse “medo constante” nos mercados que configura a principal vulnerabilidade do país a uma nova crise da dívida.

Duas certezas, para já: o António Maria não vai votar, nem no PS, nem na coligação PSD-CDS/PP.


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Depois do falso Sócrates

José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa

Nem sequer o apelido era verdadeiro


É tão grave termos aturado um Pinóquio mitómano de apelido oculto chamado José Sócrates, como aqueles que com ele colaboraram no saque e quase destruição económica, financeira e institucional do país. Sócrates está preso e deve ser julgado. Mas falta neutralizar ainda, judicialmente, uma ou duas centenas de piratas especialmente perigosos que ainda operam na sombra, ou às claras, para prolongar a mediocridade e corrupção pandémica que nos estiola a todos.

Depois, depois de engavetar os maiores crápulas do país, sem olhar às cores que exibem na testa, haverá que corrigir a Constituição e as instituições, retirando-lhes todas as cavilhas que permitem a formação das castas e máfias que impedem o país de levantar voo.

Basta observar o impacto das companhias de aviação Low Cost no turismo e na economia do país, para se perceber o grau de destruição, bloqueio e corrupção em rede que a manutenção do populismo democrático e do neo-corporativismo constitucional transporta contra o nosso futuro coletivo.

Este Sócrates mitómano, autoritário e —ao que parece— ladrão, foi um epifenómeno de algo mais grave ainda, que há que neutralizar em Portugal: a corrupção das instituições, que por si mesma induz o deprimente comportamento moral de uma larga franja da nossa cidadania deformada.

Sobre este tartufo laico, dois livros:
  • Cercado—Os Dias Fatais de José Sócrates, de Fernando Esteves
  • O Dossiê Sócrates—A investigação do percurso académico de José Sócrates. Com factos novos. 2ª edição, de António Balbino Caldeira
E um link para  "Do Portugal Profundo"

Última atualização: 21/5/2015 15:12 WET

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Costa quer avós a trabalhar


As perigosas luminárias do vigário de Sócrates


PS quer avós a trabalhar a tempo parcial
Jornal de Negócios, 19 Maio 2015, 21:30

"Está na altura de se alargar aos avós a possibilidade de trabalhar a tempo parcial" para poderem apoiar os filhos empregados, afirmou esta terça-feira o líder socialista António Costa. "Numa sociedade em que a passagem à idade de reforma é cada vez mais tardia, temos de encontrar soluções", sendo que "a possibilidade de mobilizar os avós para o apoio à família é uma forma de ajudar a criar condições para aumentar a natalidade".

Avós regressam ao trabalho, ou a previsibilidade vergonhosa da corja partidária do Bloco Central. Dar emprego aos avós significa tirar-lhes primeiro o dinheiro das reformas, assediá-los fiscalmente, e depois forçá-los a trabalhar em regimes informais a baixo custo, atacando por esta via o nível salarial geral, mantendo, por fim, a juventude longe do emprego. Depois admiram-se que esta emigre, ou que alguns jovens acabem no Estado Islâmico!

Mas que defende afinal António Costa? Que os avós fiquem a cuidar dos netos, ou que tirem o trabalho aos netos?

Sobre a falta de originalidade das luminárias de António Costa, vale a pena ler este artigo sobre a evolução recente do fator trabalho nos Estados Unidos.


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terça-feira, maio 19, 2015

O vigário de Sócrates


O candidato marcha-atrás


A imaginação da criatura é básica, já sabemos. Mas julgo perceber o que quer nesta sua pesca à linha de votos: obter cruzinhas dos inquilinos oportunistas, pois dos verdadeiramente pobres têm cuidado os próprios proprietários urbanos, e forçar a reabilitação urbana sem dinheiro público, porque não há, e todos sabem qual é a posição da UE sobre o betão, recorrendo a legislação que na prática redundará na VENDA FORÇADA DE IMÓVEIS URBANOS DOS PEQUENOS PROPRIETÁRIOS, ou na sua execução a favor do FISCO, a favor da cleptocracia estatal e sobretudo a favor dos FUNDOS IMOBILIÁRIOS, praticamente isentos de impostos e que cairão sobre centenas de milhar de pequenos proprietários urbanos ameaçados pela REQUALIFICAÇÃO COMPULSIVA.

E para o quadro ficar completo, os sábios que consultou aconselharam-nos ainda a tomar de assalto a transmissão das heranças. Ou seja, emagrecer o estado, nem pensar, por os burros contribuintes a pão e água, isso sim, é uma revolução!

Votem neste vigário de Sócrates, mas depois não se queixem!


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Fraude tarifária

Xi Jinping, presidente da RPChina

É preciso travar o garrote energético, já!


A fraude e o esbulho no setor energético prosseguem, perante a subserviência de Passos Coelho e do seu caricato ministro do ambiente. Convém, no entanto, esclarecer que com António Costa a coisa ainda seria pior. Basta perguntar-lhe agora o que pensa disto...

A venda dos défices tarifários fraudulentos é uma maneira da EDP ir mitigando a sua extraordinária dívida conhecida (mais de dezasseis mil milhões de euros!), mas também de escapar a uma mão negocial mais firme de um governo futuro mais honesto (que nunca será do PS, e muito menos do socratino Costa), ou simplesmente de um mais que previsível dictat da Troika. Qualquer renegociação das condições da produção e comercialização da energia no nosso país, nomeadamente no que toca ao fim das rendas piratas, terá pela frente, não apenas a EDP, Endesa, Iberdrola, Galp, etc., mas ainda uma miríade de fundos abutres sem rosto que vão especulando com o tal 'défice tarifário', passando-o de carteira em carteira, ao sabor das bolhas.

Seria bom que as Três Gargantas (Three Gorges Corporation), ou antes, que o governo chinês, desse prova, neste momento, de que veio para Portugal investir no desenvolvimento do país, ganhando lucros razoáveis, e não para alavancar a cleptocracia indígena.

Até porque, no caso da EDP, já tem os americanos à perna. E em breve terá a Comissão Europeia, e as empresas francesas, alemãs e italianas da energia.


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Porca miseria

Anika Ekberg, 'La Dolce Vita', de Fedeico Fellini

Dolce Vita falida


Este Amorim sempre foi um alho!

Quando anunciaram a construção destes 'malls' lembro-me de ter pensado e dito que vinham tarde e em breve teriam a mesma sorte dos centros comerciais suburbanos da América: falência e abandono. Era evidente e estava escrito em todos os livros que versavam o Pico do Petróleo.

Ao contrário dum pinhal, ou dum olival, nogueiral, etc, estes monos não servem para nada, salvo para acolher refugiados se houver uma catástrofe, e mesmo assim, sairiam caros de manter e gerir. Uma vez falidos, valem literalmente zero!

Os centros comerciais Dolce Vita fazem parte do delírio especulativo a que presidiram José Sócrates e Cavaco Silva. Centenas de milhões de euros para o lixo. Como foi, ou é ainda possível? Bem, foi e é ainda possível, porque boa parte destes pseudo investimentos serviram e servem apenas para movimentar a liquidez especulativa virtual entre os grandes vigaristas deste mundo. É por isto que, quando as bolhas rebentam, no seu lugar fica apenas um grande vazio e muita destruição social, na medida em que as cleptocracias reinantes passam parte dos custos destas implosões à sociedade — sob a forma de destruição das taxas de juro, falências no setor produtivo, desemprego, destruição de salários e pensões, desorganização dos aparelhos de estado e czarismo fiscal.

Os incautos, perante tamanha destruição económica, tentaram especular com produtos financeiros apresentados como de rendimento garantido, em vez de adquirir ouro, prata, imobiliário para requalificação bem situado nas cidades, terras férteis, ou simplesmente comprar um bom cofre onde proteger o dinheiro da perseguição fiscal. Má ideia, como se começou a perceber desde o colapso da Afinsa, mas que só a implosão do BES e a fraude do chamado papel comercial, ou seja, já depois do crime BPN, ficou dramaticamente escancarada.

Afastem-se dos bancos!

Estive hoje a simular o rendimento dum depósito a prazo de 65 mil euros durante 10 anos. Sabem quanto é que renderia este depósito, mantendo-se as atuais taxas de juro, de inflação e impostos aplicáveis? Pois bem, segurem-se: 571,75 euros. Ao fim de uma década!!! A produção de pinhão de um só hectare de pinheiro manso rende mais num ano do que o depósito bancário em dez. Um hectare de pinheiro manso micorrizado, entre lenha, madeira, resina, pinhas, pinhões e cogumelos silvestres, poderá render mais de 1000 euros por ano, enquanto no mesmo período um depósito bancário de 65 mil euros não renderá mais de 58 euros.

É, pois, preferível investir em terrenos rústicos de boa qualidade (com água), em pinheiros mansos (com direito a subvenção comunitária) e bravos, carvalhos, sobreiros (com direito a subvenção comunitária), faias, mas evitando o boom do eucalipto (1) que, como todos os booms, vai acabar por estourar, e árvores de fruto (laranjas, nozes, cerejas, castanhas, amêndoas, avelãs, figos, azeitonas), em vinho biológico, em mirtilos, em variedades bio com especial valor acrescentado de tomate, batata, cenoura, pimento, etc., do que ter o dinheiro no banco onde perde valor a cada dia que passa e é presa fácil do czarismo fiscal dos governos cada vez mais falidos que temos.

NOTAS
  1. A senhora Cristas parece que trabalha para o lóbi da pasta de papel. Que tem a dizer sobre esta suspeita?

    PÚBLICO: Oitenta por cento das novas plantações e 94% das replantações produzidas na floresta portuguesa ao longo dos últimos 15 meses sem recurso a ajudas públicas tiveram os eucaliptos como a árvore de eleição.

    A espécie florestal que no espaço de meio século cresceu de uma área reduzida de 50 mil hectares para se tornar na árvore dominante no país (ocupa 812 mil hectares) continua a sua expansão imparável. E ao simplificar o processo de aprovação de novas plantações e ao permitir a mudança de espécie nas rearborizações de espaços florestais, o novo regime jurídico que entrou em vigor em Outubro de 2013 parece favorecer essa expansão: dos 11.019 hectares arborizados ou rearborizados com capitais privados nos 15 meses de vigência da nova legislação, 10.046 receberam eucaliptos.

    Só o facto de os apoios à florestação da Política Agrícola Comum se dirigirem prioritariamente a espécies como o pinheiro manso ou o sobreiro evitam que a floresta nacional caminhe irreversivelmente para a monocultura.


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segunda-feira, maio 18, 2015

Dinheiro parado



Depois do Capital, o quê?


O capital e a poupança tornaram-se ao longo dos últimos vinte anos verdadeiras raridades cobiçadas pelos viciados em dívida e por toda a casta de especuladores e cleptocratas. Na verdade, o Grande Buraco Negro dos Derivados Financeiros Especulativos, com um potencial de destruição nocional da ordem de 10x o PIB mundial (BIS), continua a exercer uma enorme atração fatal sobre o que resta da riqueza não prostituída pelos famosos veículos da confiança perdida.

O estalinismo ultraliberal da Fed, do Bank of Japan, ou do BCE, é mais radical do que o mais selvagem dos sonhos do PCP, do Bloco de Esquerda, ou do PS, em matéria de controlo da atividade financeira e bancária privada. O Capitalismo Financeiro Totalitário que aí vem, ou pretende vir, prevê a possibilidade de forçar a entrada de toda a economia num sistema financeiro puramente digital e virtual, sob a hégide sombria de quem manda nos bancos centrais: o BIS e a oligarquia financeira mundial.

The Coming Crash of All Crashes – but in Debt
Posted on May 16, 2015 by Martin Armstrong   

We face a frightening collapse in the VELOCITY of money and all this talk of eliminating cash is in part due to the rising hoarding of cash by households both in the USA and Europe. This is a major problem for the central banks have also lost control to be able to stimulate anything.The loss of traditional stimulus ability by the central banks is now threatening the nationalization of banks be it directly, or indirectly. We face a cliff that government refuses to acknowledge and their solution will be to grab more power – never reform.

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domingo, maio 17, 2015

Pior é impossível


Economistas do PS e da coligação PSD-CDS/PP, analyze this!


A nova normalidade:
  • trabalho temporário (1);
  • queda nominal e real dos rendimentos do trabalho;
  • regresso ao mercado de trabalho das pessoas com mais de 55 anos — única maneira de compensarem os cortes nas pensões de reforma, a destruição das taxas de juro (e consequente assalto às poupanças individuais e familiares), e a cleptocracia fiscal (confisco, subreptício ou descarado, mas cada vez mais generalizado, das poupanças e da propriedade familiar: casas, quintas e depósitos bancários!)
  • desemprego e falta de emprego sistémicos sobretudo para os grupos demográficos mais jovens e qualificados;
  • institucionalização da mentira estatística como propaganda dominante dos governos, instituições financeiras e partidos políticos;
  • este fenómeno não é episódico, começou no Japão em 1997, alastrou aos Estados Unidos e Europa sobretudo após 2007 (episódio Lehman) e poderá  permanecer na vida das pessoas e das sociedades por mais uma, duas, ou três décadas.

Com papas (estatísticas) e bolos se enganam os tolos! 

Como já não há crentes de direita, nem de esquerda, o truque agora é atrair os eleitores com bla bla bla estatístico e programas supostamente validados por sábios que nunca acertam. O modelo da mentira estatística (acompanhado das táticas agressivas de desvalorização cambial e destruição das taxas de juro) tem sido aperfeiçoado no Japão ao longo das últimas duas décadas. Os 0,1% que dominam o mundo tentam agora confiscar toda a riqueza mundial, para o que programam já a proibição do dinheiro metálico ou de papel. Num ambiente monetário puramente virtual os bancos centrais, instrumentos privilegiados dos 0,1%, poderão, em fim, controlar os movimentos físicos e monetários de qualquer indivíduo, de qualquer empresa, de qualquer estado. Capiche?

Um amigo meu, que no ano passado deveria ter começado a receber a sua reforma, anda desde então perdido no labirinto kafkiano do nosso sistema de pensões, onde ninguém sabe nada e onde abunda a falta de sensibilidade e de profissionalismo. Onde, ao mesmo tempo, os processos se perdem e pronto, onde ninguém responde às cartas ou e-mails, e onde se protelam as pensões a quem não é obviamente deputado da nação, nem governante, ou ex-governante, nem gabiru de partido. Perdem-se —perdemos todos!— milhões de horas por ano a aturar esta execrável burocracia. Menos mal que o meu amigo tinha direito a uma pensão do Luxemburgo, dos tempos em que por lá andou a trabalhar, e que esta veio no momento devido, sem que o pensionista tivesse sequer que se preocupar em alertar os serviços luxemburgueses. Nenhuma complicação, nenhum envido de papelada, uma carta simples e simpática a comunicar o direito, o primeiro cheque, e votos de felicidade. Por cá prevalece há séculos o excesso de burocracia inútil e mal educada que, como nos tempos de Salazar, serve sobretudo para sustentar a nomenclatura sem lei que domina, e trata invariavelmente mal os seus concidadãos. No fundo, estamos bem pior, muito pior, do que o Japão, os Estados Unidos e o resto da Europa. Pior é impossível!

Desiluda-se quem pensar que isto muda com António Costa. Não muda. E como não muda, precisamos de perceber bem onde está o mal e qual é o grau de gravidade da situação.

Recomendo, a propósito da cada vez mais insistente questão demográfica, e das mentiras sistémicas em volta do crescimento e do emprego, a leitura deste artido publicado pela Zero Hedge

How Japan Became The Benchmark For America's Fraudulent "Jobs Recovery"

Submitted by Tyler Durden on 05/16/2015 20:57 -0400

In the US the most recent unemployment rate was 5.4%, about as close to full employment as possible, and yet neither in Japan nor in the US has there been any wage improvement.

So how does one explain the paradox of a labor market that at least quantitatively has no further slack and yet where real wage growth has never been lower. Simple, and incidentally the explanation is one which Zero Hedge provided all the way back in 2010 when we charted "America's Transformation To A Part-Time Worker Society."

It turns out that in Japan the answer is the same, only when one peeks beyond the merely quantitative and into the qualitative, it is worse. Much, much worse. As the following chart shows, virtually all the job growth in Japan since the great financial crisis has been thanks to part-time jobs!


EUA: evolução recente da composição geracional do emprego
Japão: evolução dos salários nominaic e reais (1991-2015)

NOTAS
  1. As empresas de trabalho temporário, em todo o mundo, são das que mais lucros têm apresentado nos últimos anos. Esta espécie de novos negreiros emprega trabalho precário, temporário, mal pago e praticamente sem direitos. Compram e vendem força de trabalho a preços de sobre-exploração, servindo as empresas do PSI 20 e o próprio estado e autarquias do país, sem que estes tenham que preocupar-se com a lei, nem com a dignidade. Assim vai a nomenclatura de consciência tranquila pelo meio do naufrágio que se aproxima.


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sexta-feira, maio 15, 2015

Rota da Seda 2.0 passa por Lisboa



China vai investir 50 mil milhões de dólares no Brasil

Fonte diplomática brasileira disse que o investimento chinês vai ser feito nos setores das infraestruturas, redes de caminho-de-ferro, estradas, portos e aeroportos.

Ler mais em Correio da Manhã

A quem gostar de geoestratégia aconselho o mapa Tordesilhas 2.0 que desenhei há uns anos e que tenho vindo a atualizar. Tive o cuidado de descer a vários pormenores... nomeadamente no que toca a portos e redes ferroviárias estratégicas, existentes ou em construção...

Vale a pena fazer zoom às principais linhas de comunicaçção em que a China está a investir:

  • Pequim-Veneza-Londres (Rota da Seda 2-terrestre)
  • China-Malaca-Golfo Pérsico-Mar Vermelho-Nacala-Lobito-Golfo da Guiné-Cabo Verde-Brasil-Argentina-Portugal...(Rota da Seda 2-marítimo-terrestre).

A China, com o seu excesso de dólares e mais de mil milhões de almas, precisa de petróleo/gás natural (Rússia, Médio Oriente, Moçambique, Angola, Golfo da Guiné), de soja e outros cereais, ferro, cobre e outros minerais, além de ouro, platina e prata, para voltarmos a ancorar o valor do dinheiro em algo sólido, fungicida e imune à especulação digital (Brasil, Argentina, Chile, Golfo da Guiné, Angola-Moçambique) --- >

Portugal deve pois olhar com muita atenção para este movimento rápido das placas tectónicas da política mundial.

A estratégia que nos convém trilhar é clara: manter a velha aliança com a Inglaterra, maior protagonismo ibérico, deixar de seguir caninamente as depenadas águias de Washington, e cuidar da língua portuguesa sem atavismos ortográficos!


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