quinta-feira, setembro 25, 2008

Crise Global 25

O colapso da América VI
George W. Bush: «Toda a nossa economia está em risco» (25 de Setembro de 2008, 02:42)

Elaine Meinel Supkis: Everyone can have lots of fun! This is because there is no such thing as ‘allies’ in the world of business. There are sharks and there is fish bait. Any shark that ends up bleeding in the water is attacked by the others.

To dominate Europe, all Russia has to do is get China’s cooperation in denying international lending to the US government. Let the Arabs and Europeans and Japanese pay for everything themselves!

Unlike many third world nations, the US public is very heavily armed.

Um novo "Pearl Harbor"?


O ultimato dirigido aos americanos por George W. Bush (1) em nome dos ladrões de Wall Street e do cartel bancário que dá pelo nome de FED (Reserva Federal), resume-se ao seguinte: ou vocês (mensagem de Bush ao povo americano) pagam o buraco negro do Subprime, dos CDS (Credit Default Swaps) e dos demais produtos tóxicos do mercado de Derivados, com execuções hipotecárias, subidas consecutivas nas prestações das vossas casas hipotecadas, destruição em larga escala do trabalho existente, estagnação do emprego, centenas de milhar de empresas falidas, e muito menos Estado no ensino, na segurança social e na assistência médica, ou, se o Congresso rejeitar este pacote de emergência, destinado a passar um cheque em branco aos piratas-mor Paulson e Bernanke, para que de alguma forma mitiguem os sérios problemas da América, haverá uma implosão de todo o sistema financeiro do país, cujo efeito será multiplicar por um factor indeterminado o drama acima descrito, com implicações internacionais, de ordem económica, financeira, política e militar imprevisíveis! É sobre este dilema que G.W. Bush espera uma resposta favorável ao golpe de Estado financeiro em curso.

Warren Buffett lançou um aviso encriptado sobre a actual precipitação do colapso económico-financeiro da América: estamos na presença de um "Pearl Harbor Económico" (2).

Toda a gente hoje sabe que a destruição da esquadra americana -- fundeada no Havai -- pela aviação japonesa foi uma armadilha montada pelos americanos, com conhecimento do presidente Franklin Delano Roosevelt (FDR), para justificar a entrada em força da América na II Guerra Mundial. Sobram razões para pensar que o 11 de Setembro tenha sido algo parecido. A pergunta que agora se põe, depois das derrotas militares em curso nas aventuras criminosas desencadeadas contra o Iraque, o Afeganistão e as regiões autónomas (hoje independentes) da Geórgia, e do incremento exponencial das dívidas externa, pública e orçamental dos Estados Unidos, é esta: como ocultar a teia de corrupção e mentira (3) que engendrou tudo isto? Como escondê-la, em particular se os actores deste filme da verdadeira Máfia americana pertencerem à elite WASP e financeira (JP Morgan, Chase, etc.) que gere o complexo industrial-militar da América, e o enredo estiver ancorado numa rede de cumplicidades profundamente infiltrada no aparelho de Estado americano?

O problema é, além do mais, extraordinariamente grave se ponderarmos o facto de boa parte dos activos acumulados pelos gigantes agora falidos pertencerem à China, à Rússia, aos árabes do petróleo e ainda a algumas grandes instituições e fundos de investimento (fundos de pensões, etc.) europeus (4). A não aprovação do pacote armadilha de Bush, Paulson e Bernanke, até ao dia de amanhã (26 de Setembro de 2008), poderá fazer cair o sistema financeiro americano, tornando virtualmente irrecuperáveis as dívidas acumuladas pela América, reduzindo ainda a zeros os biliões de dólares de activos adquiridos por Estados riquíssimos e detentores, quase todos eles, de sofisticado armamento nuclear, com factores demográficos muito favoráveis em hipótese de guerra, e uma altíssima moral anti-americana. Por outro lado, a aprovação, ainda que mitigada, de um cheque em branco aos gatunos de Wall Street, poderá apenas prolongar por mais algum tempo a agonia do império americano. Em ambos os casos, o perigo de uma nova guerra civil na federação de 50 estados que formam a União é real. Não existe nenhum país no mundo com uma população civil tão bem armada como a dos Estados Unidos. Haverá, depois de amanhã, uma ordem de recolha do armamento em posse dos cidadãos americanos? Haverá, por outro lado, uma nova proibição de compra e detenção privada de ouro fino?

Os dias de hoje e de amanhã poderão transformar-se no terceiro e último capítulo de uma reedição fatídica da provocação de Pearl Harbor, colocando o planeta à beira duma III Guerra Mundial. Primeiro, foi o 11 de Setembro; depois, a Guerra ao Terrorismo e o Patriotic Act (ambos conducentes à transformação dos Estados Unidos numa ditadura imperial sob estado permanente de excepção); e finalmente, a votação no Congresso, amanhã, do pacote legislativo que autoriza a maior expropriação de riqueza americana individualmente acumulada por parte dos donos daquela que foi outrora a maior e mais inspiradora democracia do mundo. Repare-se que este roubo será executado por uma horda de ladrões e assassinos com total carta branca. Vão ser horas de brasa até ao fim do dia de amanhã. O mundo está suspenso do desenrolar destes acontecimentos. Pela nossa parte, iremos acompanhar o filme hora a hora.


NOTAS
  1. Crise financeira: «Toda a nossa economia está em risco» - George W. Bush
    25 de Setembro de 2008, 02:42
    Washington, 25 Set (Lusa) - George W. Bush fez na quarta-feira uma dramática comunicação televisiva sobre a actual crise financeira, afirmando que toda a economia norte-americana "está em risco" e apelou a um consenso bipartidário para a solução. (SAPO/ Lusa).

  2. Did Buffett Just Give Us A Coded Warning?
    Wednesday, 24 September 2008
    Warren Buffett, new stakeholder in the megalithic survivor-biased Goldman Sachs, has referred to recent upheavals in the financial markets as "an economic Pearl Harbour". He is a very smart man who knows his history, having lived it and seen it up close. He will know better than most that Pearl Harbour is now understood in well informed circles to not only have been foreseen by FDR, but provoked by FDR in an orchestrated campaign to engineer a war with Japan dating from a plan adopted in 1940. -- London Banker.

    acrumb (comentário):

    ...financial markets are in much worse shape than reported. The Fed is not just printing oodles of dollars, but 'printing gold' by selling 'gold certificates' not backed by any gold. And the GNMA mortgage bonds are fraudulently using the same mortgage 10 times to back 10 different bonds. What has been reported is the tip of the iceberg. Value of the dollar must collapse.

    Buffett Buys Goldman Stake in 'Economic Pearl Harbor'

  3. The Housing and Economic Recovery Act of 2008: An Analysis by Catherine Austin Fitts
    Solari Real Channel, August 11, 2008

    "I would never come to your house. Your house is bigger than my house. I would find it castrating." -- Jack Kemp to Catherine Austin Fitts.

    You can attack and take over a country. Or you can simply let it borrow itself to death in a financial coup d'etat. Recent history suggests that the second is infinitely more profitable for the victor.

    "In 1994, after the first Federal Housing Administration (FHA)/Housing and Urban Development (HUD) financial audit was published, a mortgage banker came to see me. He was a serious engineering type who clearly worked hard and had mastered the details of his business. He was distressed, he said. For decades he had been keeping a tally of total outstanding FHA/HUD mortgage insurance credit. He had brought printouts of his database for me. It turned out that the government’s published financial statements showed the amount outstanding was substantially less than the actual amount outstanding. He was sure. I assumed that the guy was crazy. If what he said were true, then the U.S. Treasury and the Federal Reserve would have to be complicit in significant fraud, including securities fraud."

    ...

    The average person could not believe that the largest, most prestigious Wall Street banks and investment houses were engaged with Washington in managing the largest capital market in the world—the U.S. mortgage markets—on a criminal basis.

    That was too much to swallow.

    Until now.

    The real model has come out of the closet. Whereas the last year of Wall Street bailouts were making things clearer, the Housing and Economic Recovery Act of 2008 now leaves no room for doubt. The Act could not be more blunt about infinite government subsidy funded with infinite debt benefiting the private few. The Tapeworm corporation is fully engorged.

    The American taxpayers are, in essence, guaranteeing $5 trillion of Fannie Mae and Freddie Mac debt. The Federal Reserve stands by to subsidize Fannie's and Freddie's stock in the stock market. Fannie and Freddie continue to pay dividends to their shareholders. All the profit goes to the shareholders and management. The taxpayers get no compensation or payback for saving all of Fannie and Freddie’s equity and essentially guaranteeing their income. The management of Fannie and Freddie get to keep all their compensation and bonuses. They get to spend as much as they want on more lobbyists and law firms. They and their foundations can continue to hand out money to universities and not-for-profits.

    This all ensures that Fannie Mae and Freddie Mac can continue to use the federal credit to centralize and control the U.S. mortgage market.

    ...

    The housing bill has put forward the most explicit description yet of the true corporate model prevailing in America—congressionally legislated businesses with central-bank-determined stock prices.

    It is a fascinating combination of friendly fascism and multiple personality disorder. Now that the fundamental nature of the Tapeworm corporation is out of the closet and clear, keeping it afloat will require a mind-numbing combination of global force to maintain financial liquidity, plus global propaganda and payola to preserve its brand.

    ...

    Thanks to a handful of courageous people and reporters, you can understand why it took 232 years for America to accumulate almost $10 trillion in national debt but only one new bill bailing out Freddie Mac and Fannie Mae to clean up more housing bubble mess to add another $5 trillion overnight.

    Andrew Cuomo and Fannie and Freddie
    How the youngest Housing and Urban Development secretary in history gave birth to the mortgage crisis
    By Wayne Barrett
    Village Voice. published: August 05, 2008

    There are as many starting points for the mortgage meltdown as there are fears about how far it has yet to go, but one decisive point of departure is the final years of the Clinton administration, when a kid from Queens without any real banking or real-estate experience was the only man in Washington with the power to regulate the giants of home finance, the Federal National Mortgage Association (FNMA) and the Federal Home Loan Mortgage Corporation (FHLMC), better known as Fannie Mae and Freddie Mac.

    Financial Bailout: America's Own Kleptocracy
    The largest transformation of America's Financial System since the Great Depression, by Michael Hudson
    Global Research, September 20, 2008

    Overnight, the U.S. Treasury and Federal Reserve have radically changed the character of American capitalism. It is nothing less than a coup d'Etat for the class that FDR called "banksters." What has happened in the past two weeks threatens to change the coming century - irreversibly, if they can get away with it. This is the largest and most inequitable transfer of wealth since the land giveaways to the railroad barons during the Civil War era.

  4. Crise Financeira
    2008-09-24 16:04 (Diário Económico). Bancos europeus poderão sofrer colapso ainda maior do que o dos seus congéneres nos EUA. As gigantescas dívidas e a falda de dinheiro poderão destruir vários dos maiores bancos europeus, alerta um estudo do Centro para os Estudos de Política Europeia.

    The week that changed everything
    Ann Pettifor in Open Democracy.

    The last week has changed everything. A series of extraordinary events in the United States - from the collapse of Lehman Brothers to the forced sale of Merrill Lynch, from the state takeover of insurance giant AIG to the Federal Reserve's emergency bailout plan - has transformed the crisis in the financial markets into an argument about the very foundations of the model of economic governance that rules the world.

    ... The world may be moving on its axis, but the change has not yet gone nearly far enough: for neo-liberal economists remain at the helm of the global economy, and continue to disseminate potent mis-diagnoses of what is happening. These economists include the world's major central bankers and finance ministers. It is vital that their economics and their three principal delusions are challenged if the global economy is to be steered safely out of this all-consuming storm.

    Another Anglo-American debacle. This time worse than Iraq.
    Ann Pettifor in Debtonation.

    European politicians, with the exception of Spain, declined to party at the Anglo-American-sponsored Credit Bubble saloon. It was Anglo-American financiers cheered on by politicians and regulators, that dined out on a ‘punch-bowl’ of de-regulatory excess. Europeans individuals and households are on the whole, far less indebted than than those in economies that emulated the Anglo-American model. Now that the party is well and truly over, there are pleas for help from Washington.

    Hank Paulson on Sunday signalled the need for a multilateral approach to the crisis, which thanks to a highly integrated, international financial system - threatens to become a global systemic crisis.

    But in one week the world has changed. The same politicians that Donald Rumsfeld mocked as ‘old Europe’ because they opposed the invasion of Iraq, are now refusing to play ball. The New York Times reports today that German Chancellor Mrs Angela Merkel “took the opportunity to criticize the United States and Britain for opposing German efforts to put greater regulation, or at least reviews, of the financial sector on the international agenda last year, when she was chairwoman of the Group of 7 industrialized nations.”

OAM 442 25-09-2008 14:14

terça-feira, setembro 23, 2008

Crise Global 24

O colapso da América V

Dollar May Get `Crushed' as Traders Weigh Up Bailout

Sept. 22 (Bloomberg) -- Treasury Secretary Henry Paulson's plan to end the rout in U.S. financial markets may derail the dollar's three-month rally as investors weigh the costs of the rescue.

The combination of spending $700 billion on soured mortgage-related assets and providing $400 billion to guarantee money-market mutual funds will boost U.S. borrowing as much as $1 trillion, according to Barclays Capital interest-rate strategist Michael Pond in New York. While the rescue may restore investor confidence to battered financial markets, traders will again focus on the twin budget and current-account deficits and negative real U.S. interest rates.

"As we get to the other side of this, the dollar will get crushed," said John Taylor, chairman of New York-based International Foreign Exchange Concepts Inc., the world's biggest currency hedge-fund firm, which manages about $15 billion.

A tentativa de tomada de assalto do Congresso americano por parte dos comandos de Wall Street, Henry Paulson, secretário do tesouro do governo de George W. Bush, e Ben Bernanke, presidente do FED (cartel bancário dos Estados Unidos), está a fracassar:
  • Obama, Pelosi e McCain pediram tempo para pensar e querem matizar os contornos mais escandalosos da cedência de soberania exigida por Bush, Paulson e Bernanke, retirando deste modo o efeito de surpresa pretendido;
  • a percepção da monumental burla em preparação despertou grande desconfiança junto do povo americano e de segmentos importantes dos seus protagonistas económicos e financeiros;
  • a noção dos custos que teria para o mercado e para a economia uma operação de tão descomunal endividamento e intervencionismo económico-financeiro, fez cair de novo e a pique Wall Street e o dólar, provocando ao mesmo tempo a maior subida de sempre, num só dia, do preço do petróleo;
  • a chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou de forma cortante as pressões de Paulson no sentido de obter uma ajuda financeira internacional imediata na ordem do bilião de dólares (10E12), e de levar a Europa e o Japão, pelo menos, a adoptar planos semelhantes ao seu
  • o Japão, através do Mitsubishi UFJ Financial Group Inc., não se importa de comprar 20% do Morgan Stanley, mas o governo japonês não está na disposição de esmifrar ainda mais a sua população para salvar aventureiros americanos;
  • o espectro de uma Grande Recessão está às portas da América, havendo as maiores expectativas quanto ao filme dos acontecimento até à próxima Sexta Feira, data-limite para uma resposta atempada ao Ultimatum do Governo e do FED.
  • na ordem político-militar as coisas também são cada vez mais inquietantes: enquanto os agressores do Pentágono se preparam para intensificar as provocações ao Paquistão, navios de guerra topo de gama russos, entre eles o cruzador nuclear Pedro O Grande, largaram hoje (22-09) do porto de Severomorsk, no Árctico, em direcção à Venezuela.
Como pano de fundo de toda este desconforto mundial relativamente à crise está a consciência crescente de que o cerne do problema não foi, nem é a crise hipotecária, i.e. o tristemente célebre Subprime, mas sim, por um lado, a descomunal dívida americana, e por outro, a "iliquidez" cada vez mais visível e irremediável da monstruosa dívida acumulada nos chamados mercados de derivados, de que os obscuros veículos de titularização de dívidas, a que se deu o nome de CDS (Credit Default Swaps), corresponde já ao impensável valor de 64 biliões de dólares (64 000 000 000 000). Qualquer coisa parecida com duas vezes o valor do mercado bolsista americano, ou o valor do PIB mundial: 65 610 000 000 000 USD (2007.) Este buraco negro da globalização está prestes a sugar uma boa parte da economia mundial. A implosão já começou. E começou nos Estados Unidos. As sereias que sopram diariamente a ilusão de que a coisa ficará por lá, não afectando a Europa e o resto do planeta, não passam de mentirosas compulsivas enviadas pelos deuses para nos arruinar.

Mortgages are the least of our problems. Think CDSs

This post suggests that Hank Paulson’s wrong analysis of the crisis has led him to a wrong solution: bailing out the mortgage-related securities of banks, when the debt crisis for banks is a much, much bigger one. Instead he should ban housing evictions and bail out homeowners and small businesses. Banks’ real problems lie with the $60 trillion market of so-called Credit Default Swaps.

Neo-liberal, conservative economists are fond of blaming this crisis on ‘the housing market’. This way they avoid blame being laid at the door of financial de-regulators (central bank governors, finance ministry officials and elected politicians) or indeed of the finance sector. Instead the blame can be laid on those that took out mortgages, in particular those poor, desperate people in the ’sub-prime’ sector, for this crisis. We must not internalise this propaganda. It was not the housing bubble that caused this crisis, it was the credit bubble. And the private finance sector, encouraged by politicians and central bankers, created the credit bubble.

... A much bigger problem are their other ‘deriviatives’ notably Credit Default Swaps or CDSs.

Credit Default Swaps are not swaps at all, but a form of insurance that has escaped the regulatory radar, and which we understand is not properly underwritten or guaranteed, or collateralised. Banks used this dodgy insurance, to insure their borrowing - and then had that borrowing (or debts) Triple A-rated by rating agencies such as Standard and Poor’s. These then became ‘assets’ and were sold to e.g. pension funds as very safe investments. This spread the leveraged borrowing and the vast liabilities far and wide. Such is the mess these banks, hedge funds and other financial institutions - and pension funds - are in.

... “The CDS market exploded over the past decade to more than $45 trillion in mid-2007, according to the International Swaps and Derivatives Association. This is roughly twice the size of the U.S. stock market (which is valued at about $22 trillion and falling) and far exceeds the $7.1 trillion mortgage market and $4.4 trillion U.S. treasuries market, notes Harvey Miller, senior partner at Weil, Gotshal & Manges. “It could be another — I hate to use the expression — nail in the coffin,” said Miller, when referring to how this troubled CDS market could impact the country’s credit crisis.” (March Time Magazine)

Nowadays, the value of this CDS market is reckoned to be much higher: in the region of $64 trillion plus. Compared to the $700 billion he is demanding to bail out the banks, this is truly ‘funny money’. America would be much better off if Paulson and Bush banned housing evictions and used the $700 billion to write off the debts of ordinary homeowners and small businessmen and women in the real, productive economy. -- Debtonation.

As autoridades portuguesas e os políticos do Bloco Central têm vindo a reiterar que Portugal está fora do círculo de fogo do actual colapso financeiro internacional, pois não andaram, nem andam metidos com produtos tóxicos oriundos do casino global da especulação financeira. É falso! Leiam com atenção o que retirei do sítio do Millennium BCP e ficarão a saber que tanto o Estado português, como os sectores bancário e financeiro não regulamentado (as ditas Sociedades de Titularização de Créditos) portugueses têm os ossos encharcados de operações de milhares de milhões de euros, cujo paradeiro e saúde desconhecemos em absoluto. Pelo caminho, lendo atentamente as explicações da operação "Caravela", ficarão a saber um pouco mais sobre um veneno financeiro 100 vezes mais perigoso do que o Subprime. Chama-se CDS!

"O Millennium investment banking tem mantido uma participação activa em operações de securitização em Portugal e no estrangeiro.

"Em Novembro de 2006, o Millennium investment banking foi Lead Manager, conjuntamente com a UBS Limited e o Deusche Bank, da Kion Mortgage Finance plc, a primeira operação de securitização de crédito hipotecário (Residential mortgage-backed securities) lançada pelo Millennium Bank, na Grécia (então NovaBank). A operação, no montante de 600 milhões de euros, constituiu a primeira operação do género realizada por uma subsidiária de um banco português na Grécia.

"Em Julho de 2006, o Millennium investment banking liderou, conjuntamente com o ABN AMRO e a Merrill Lynch International, a Magellan Mortgages No4, uma operação de securitização de crédito hipotecário, no montante de 1500 milhões de euros.

"Em 2005, o Millennium investment banking (então Millennium bcp investimento) foi Líder Conjunto da Magellan Mortgages nº 3, a terceira securitização de créditos hipotecários originados pelo Millennium bcp.

"Em 2004, o Millennium investment banking (então Millennium bcp investimento) foi responsável por duas operações inovadoras: Explorer 2004, a primeira titularização do Estado Português, e Promise Caravela 2004, a primeira titularizaçãoo sintética realizada em Portugal." -- in BCP Investimento.


Explorer 2004: A primeira Titularização do Estado Português


Em Abril de 2004, o Millennium bcp investimento foi Líder Conjunto da transacção Explorer 2004 - Sagres Sociedade de Titularização de Créditos, S.A., que consistiu na titularizaçãoo de dívidas em incumprimento, à Segurança Social e ao Fisco.

O Explorer 2004 foi a primeira operação de titularização de créditos originada pela República Portuguesa, com o montante total da emissão a ascender a 1 663 milhões [euros].

As obrigações foram distribuídas por um vasto e diferenciado leque de investidores internacionais.

Esta foi também a primeira titularização de créditos vencidos (Non Performing Loans - NPLs) originada em Portugal, e tratou-se ainda da primeira operação originada em Portugal, em que se utilizou uma Sociedade de Titularização de Créditos (STC).

Nesta transacção, a cedência do portfolio de créditos relativos a dívidas ao fisco é efectuada através da Direcção Geral de Impostos, enquanto que a entidade cedente dos créditos respeitantes a dívidas à Segurança Social é o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social. -- in BCP Investimento.


Promise Caravela 2004: A primeira titularização sintética realizada em Portugal

Tratou-se da primeira securitização sintética realizada em Portugal, consistindo na venda, pelo Banco Comercial Português, S.A., do risco de crédito associado a uma carteira de empréstimos de curto e de médio/longo prazo, concedidos a empresas (na sua grande maioria Pequenas e Médias Empresas à luz dos critérios internacionais), no montante total de 3,5 biliões [de euros].

A operação foi efectuada no âmbito do Programa PROMISE, desenvolvido pela Kreditanstalt fur Wiederaufbau (KfW) com o objectivo de promover em conjunto com Instituições de Crédito locais o desenvolvimento do segmento das Pequenas e Médias Empresas. Saliente-se que foi a primeira vez que esta plataforma foi utilizada fora da Alemanha e Áustria.

A transferência de risco foi efectuada em termos finais para investidores especializados, através do mercado de capitais e do mercado de credit default swaps sendo maioritariamente suportada pela contratação pelo Millennium bcp de um credit default swap (CDS) com a KfW. Acresce que uma parte do risco não coberto por este CDS foi transferida pelo Banco, ao abrigo de um outro CDS negociado com uma outra entidade.

A KfW, por seu lado, fez a cobertura do risco que assumiu (i) contratando com outras entidades, especializadas neste tipo de operações, um conjunto de CDSs de diferentes níveis de risco/senioridade e (ii) emitindo Credit Linked Notes, que, por sua vez, foram adquiridas por um Special Purpose Vehicle (SPV) - o Promise Caravela, Plc que, para financiar a compra deste activo e assegurar a pretendida transferência do respectivo risco de crédito, emitiu várias classes de obrigações com rating, que foram colocadas, no mercado internacional, junto de investidores institucionais [leia-se fundos de investimento, fundos de pensões, etc.]

Esta transacção, liderada conjuntamente pelo Millennium bcp investimento, pelo seu carácter inovador e pela sua dimensão, demonstrou uma vez mais o papel pioneiro, a nível europeu, do Grupo Banco Comercial Português em operações de titularização de créditos.

Post scriptum
-- As autoridades americanas anunciaram entretanto (após a publicação deste post), a sua intenção de regular o monstro quase desconhecido e virtualmente incontrolável que é o mercado dos CDS. O desastre financeiro prossegue, porém, como um terramoto: as bolsas continuam a cair, o petróleo e os alimentos voltam a subir, fazendo disparar a inflação. Esta comerá, nomeadamente, parte significativa dos rendimentos dos pensionistas, cujos investimentos em acções e programas de poupança-reforma estão seriamente ameaçados pela actual crise.

Ouvi Cavaco Silva esta noite, em declarações à TSF (creio), referir o impacto negativo que os produtos tóxicos da especulação financeira desregrada irão ter ainda nas economias mundiais, incluindo obviamente a portuguesa. Os distribuidores de torradeiras (perdão, computadores) "Magalhães", que andaram ontem pelo país, numa autêntica orgia de populismo autárquico, devem ter ficado com as orelhas a arder!

Credit Swaps Must Be Regulated Now, SEC's Cox Says
By Jesse Westbrook and David Scheer

Sept. 23 (Bloomberg) -- U.S. Securities and Exchange Commission Chairman Christopher Cox said Congress should ``immediately'' grant authority to regulate credit-default swaps amid concern the bets are fueling the global financial crisis.

``Neither the SEC nor any regulator has authority over the CDS market, even to require minimal disclosure,'' Cox told the Senate Banking Committee today at a hearing on the government's $700 billion financial rescue plan. Lawmakers should provide the authority ``to enhance investor protection and ensure the operation of fair and orderly markets,'' he said.

Calls for greater regulation of the $62 trillion market have grown since the U.S. took over American International Group Inc. Sept. 16 and gave the New York-based insurer an $85 billion loan to cover obligations at a unit that sold protection on securities through credit-default swaps. The AIG subsidiary was required to post collateral against more than $400 billion of contracts after its credit rating was downgraded.

Credit-Default Swaps Move Closer to Regulation With N.Y. Plan

(Bloomberg) -- New York State's proposal to start regulating part of the credit-default swaps market may accelerate oversight of an industry blamed for helping to almost bring down the U.S. financial system.

OAM 441 23-09-2008 02:27 (última actualização: 24-09-2008, 02:23)

segunda-feira, setembro 22, 2008

2008 Semana 39

Excitações da semana
22-28 setembro

Chineses fazem primeiro passeio espacial!
Depois da Olimpíadas o império do meio soma e segue. Objectivo antes de 2020: por um pé chinês na Lua. Boa viagem! (Notícia e video)

Boicote ao consumo de gasolina e gasóleo
27-09-2008 11:45 (RR Renascença). Hoje decorre o boicote nacional ao abastecimento de combustíveis em Portugal, em protesto contra a actual situação do mercado. A DECO, que promove esta acção, acredita numa adesão em força.
Comentário: a iniciativa foi esvaziada pelas descidas de preços entretanto efectuadas pelas petrolíferas, e ainda pelo impacto mediático da visita surpresa de Hugo Chávez, que promete vender petróleo a baixo custo a Portugal, em troca de produtos e serviços portugueses.

Seja como for, não devemos alimentar ilusões: a energia cara veio para ficar!

E Portugal, que é do ponto de vista energético um dos países mais ineficientes do planeta, e com uma das mais elevadas intensidades energéticas por unidade de PIB, tem que perceber que o caminho certo é o de corrigir, numa década, estas duas terríveis debilidades estruturais da nossa economia, do nosso sistema produtivo e dos nossos péssimos hábitos organizativos e culturais.

É aqui que a DECO, a QUERCUS e demais organizações da sociedade civil têm ainda muito que fazer. Em vez de agirem pontualmente, para justificarem os subsídios que recebem, têm que começar a trabalhar a valer. Sob pena de serem ultrapassadas por novas iniciativas, mais sérias, ousadas, inteligentes, sistemáticas e eficazes. O tempo da indolência acabou!

PSD acusou PS de opulência e em resposta foi acusado de falta de propostas


26-09-2008, 16:21 (RTP1). Marcos Perestrelo, secretário nacional do PS para a organização, veio responder directamente à líder do PSD, afirmando que, "o comício de “rentrée” política do PS em Guimarães, (sábado passado) custou milhões de vezes menos do que o prejuízo que Manuela Ferreira Leite causou ao país com o negócio do Citigroup".

Comentário: Eu sabia que este assunto viria à baila mais cedo ou mais tarde! Para agravar a fragilidade de MFL nesta polémica, acresce que o seu vice-presidente, António Borges, tal como Henry Paulson, são ex-alto dirigentes da Goldman Sachs -- um os dois maiores bancos de investimento americanos, responsável pela infecção letal do sistema financeiro mundial.

Ou seja, a menos que MFL despeça este croupier encartado, ou que este venha a público explicar o seu papel na trapalhada financeira que desabou sobre a economia mundial, ao mesmo tempo que esclarece o país sobre a titularização de dívidas a que procedeu enquanto era ministra das finanças de Durão Barroso, e já agora decide de uma vez por todas se vai ou não contar com o spin doctor do Abrupto (José Pacheco Pereira) para os jogos florais da comunicação social, não vejo como possa chegar inteira à abertura da época oficial de caça ao voto. O sótão de Manuela Ferreira Leite parece estar a ficar cheio de esqueletos e personagens sinistros (o homem da mala -- José Luis Arnaut -- é um deles). Dentro em breve, se a coisa, não for ao sítio, Cavaco marcará distinta e claramente as devidas distâncias. O Sócrates tem mesmo sorte, caramba!


Galiza-Portugal: a mini-guerra do leite
ou o liberalismo europeu às avessas com uma realidade em pedaços


23-09-2008. As reportagens televisivas de ontem, sobre os 25 mil litros de leite oriundo de explorações portuguesas, derramados na estrada por produtores galegos organizados e em protesto contra as políticas e jogos de mercado oriundos dos governos central e autonómico (e de Bruxelas!) continham uma perigosa dose de ambiguidade informativa, deixando transparecer a ideia de que podem estar a germinar sementes de uma mini-guerra económica entre Portugal e Espanha em volta do uso e prática das regras comunitárias aceites por ambos os países. A solidez dos tratados comunitários vai estar à prova nos meses e anos que se seguem, por efeito da transferência do centro de gravidade económico-financeiro da Europa-América para a Ásia. Por outro lado, a previsível tensão provocada nas fronteiras europeias, pela Rússia e pelo renascimento político e cultural do Islão, no quadro de uma previsível diminuição do esforço de defesa estratégica dos Estados Unidos na Europa, tenderá a fazer renascer o drama da definição geográfica do centro político europeu: Berlim ou Paris? Bruxelas?! Qual será o papel de Londres na ordem pós-americana? E como ficarão os demais estados europeus? E que destino será dado aos movimentos de autonomia nacional e regional em curso? A actual desregulação liberal dos mercados energético e alimentar pode muito bem ser o rastilho que, de um momento para o outro, colocará a Europa perante a necessidade imperiosa de rever o corpo conceptual e ideológico da sua presente e precária união.

Sobre os incidentes da Galiza, três referências que ajudam a formular uma ideia mais precisa do sucedido e possíveis consequências no futuro.

50 ganaderos derraman en Lugo 25.000 litros de leche portuguesa
Los tres sindicatos agrarios de Galicia denuncian el 'dumping' de las industrias

El País - ARCADIO SILVOSA - Lugo - 23/09/2008

"Es un mensaje de aviso para la industria y la distribución". Así definieron 50 ganaderos, apoyados por los tres principales sindicatos agrarios de Galicia (Sindicato Labrego, Unións Agrarias y Xóvenes Agricultores) la acción que protagonizaron ayer en Outeiro de Rei (Lugo). Interceptaron un camión cisterna cargado con leche de Portugal y arrojaron su carga por la cuneta de la carretera que une la autovía A-6 con Outeiro. El destino final del producto era la corporación Peñasanta.

... "Al camión no le vamos a hacer nada", explicaron los piquetes cuando el vehículo giraba desde la A-6 para dirigirse a la corporación Peñasanta. Uno de los sindicalistas exhibía la hoja de transporte que reflejaba el origen de la leche. "Son todas explotaciones portuguesas", proclamó. Algunos países, afirmó Javier Iglesias, de Unións Agrarias, "utilizan este mecanismo para regular sus mercados, lo que está ocasionando en España un caos en el sector, con caídas de precios en otoño, cosa que no ocurría desde hacía 30 años".

Con todo, Iglesias aclaró que Portugal "no es el enemigo" de la producción láctea de España. Lo que hace "más daño" son las entradas "masivas" de leche de Francia. Xóvenes Agricultores consideró "intolerable" que mientras llega leche de Portugal y Francia las industrias gallegas "digan que sobra leche".

Los sindicatos, que no descartan más acciones similares, reclaman a las administraciones que "controlen" las importaciones de leche. La Consellería de Medio Rural, mientras, aseguró que "incidentes" como el de ayer no son "el camino más adecuado" para solucionar los problemas del sector.

Agricultores da Galiza deitam fora 25 mil litros de leite português

22-09-2008 (MSN Notícias). Um grupo de agricultores da Galiza derramou esta segunda-feira mais de 25 mil litros de leite de Portugal que estava a ser transportado para uma fábrica na região, num protesto para exigir um "preço digno" para o leite galego.

O incidente ocorreu quando um camião cisterna da empresa de Barcelos "A Fornecedora", que se dirigia para a fábrica da Corporación Peñasanta - de que faz parte a leitaria Larsa - foi travado em Lugo. A acção surge depois de manifestações, nos últimos meses, contra a importação de leite de Portugal a preços mais baratos que os praticados na Galiza, segundo a TSF on-line.

Francisco Bello, secretário-geral do sindicato Asaja-Xóvenes Agricultores, que com a Unións Agrarias (UU.AA.) e o Sindicato Labrego Galego (SLG), apoiou o protesto, disse que a acção se inseriu nos protestos "contra as constantes ameaças" de redução de preços por parte das indústrias lácteas regionais.

Defendendo negociações entre as indústrias do sector e os produtores, Bello alegou que muitas empresas estão a praticar "fraude por estarem a receber subsídios para depois não comprarem leite galego".

Também a Unions Agrárias critica o que diz ser "os abusos das indústrias sobre o trabalho dos produtores de leite", afirmando que práticas como importar leite de Portugal "estão a asfixiar os criadores de gado galegos" e a "desequilibrar o mercado interno".

Já em Agosto, o responsável de uma outra empresa galega, a Leche Rio, tinha anunciado que deixaria de comprar leite a Portugal, onde adquiria 22 mil litros diariamente. Neste caso, Jesus Lence explicou que tinha regressado ao mercado da Galiza porque "há muita oferta e pouca procura".

Leche Río abandona recolha de leite em Portugal

2008.09.02 Espanha (ANIL). O proprietário e administrador único da Leche Río, Jesús Lence, assegurou que irá suprimir a rota de recolha que a empresa tinha em Portugal por estar "afogado" de leite. Trata-se de uma ‘rota’ aberta em Mogadouro no ano passado, pela empresa galega “quando todos os produtores galegos ficaram loucos e queriam receber o leite a 50 cêntimos o litro”.

De acordo com Jesus Lence, a Leche Rio “não podia manter” o nível de preços que estava a ser pago ao produtor [galego], pois “dessa forma ficaríamos arruinados” e decidiu abrir uma rota de recolha em Portugal, onde a empresa compra diariamente 22 mil litros de leite, que agora deixará de recolher, apesar de, como indicou, “ali se pagar menos ao produtor do que na Galiza”.

De qualquer forma, Jesus Lence quis esclarecer que não se trata de um problema de preço do leite, mas de volume de leite recolhido, “já que não estamos a conseguir comercializar todo o leite que recolhemos”. “Neste momento”, lembrou, “ temos para colocar no mercado todo o leite de Agosto, e teremos que comercializar o de Setembro há base de ofertas e promoções”.

Face a esta situação, o proprietário da Leche Rio indicou que foram estabelecidos contactos com os produtores da ‘rota’ portuguesa para que encontrem outra empresa para entregarem o seu leite, “tarefa que não está a ser fácil”. “Se até um de Setembro encontrarem um novo comprador deixaremos de imediato de recolher esse leite, se não daremos um prazo limite até ao próximo dia um de Outubro”, enfatizou Jesus Lence.

Questionado sobre um outro tema, Jesus Lence reconheceu que está a entrar no mercado espanhol leite embalado em França e em Portugal e não sendo um facto novo “já que tal acontece há muitos anos”, referiu que “se entre leite de Portugal ou de França é porque chega ao mercado espanhol a melhor preço do que o que pode ser oferecido pelas indústrias galegas”, referiu o empresário de Lugo, que disse mesmo aplaudir os consumidores que optam pela compra do leite mais barato que está à venda no mercado. -- FONTE: Yahoo Finanzas.

Os gandeiros mobilízanse ante Medio Rural por un prezo mínimo para o leite
Xornal Galicia | Domingo, 10 Agosto, 2008 - 09:01

Preto de 200 gandeiros/as, convocados polo SLG, concentráronse en Outeiro de Rei diante da factoría de Leche Pascual, empresa que preside a "Federación Nacional de Industrias Lácteas", para demandar un prezo mínimo para o leite de 0´42 euros. Os produtores/as tamén protestaron en Lugo, fronte á delegación provincial da Consellaría de Medio Rural e ás portas de Subdelegación do Goberno español. A orixe destas mobilizacións remóntase ao mes de setembro do ano pasado.

... Na Galiza, nos meses de marzo e abril leváronse a cabo mobilizacións sindicais conxuntas por mor da situación do agro en xeral, e dos sectores gandeiros en particular, con denuncia da especial precariedade existente no sector lácteo. A reivindicación: PREZOS XUSTOS PARA OS NOSOS PRODUTOS.

No mes de marzo a UE aumenta a cota alegando que Europa precisa producir máis leite, o leite que agora non nos queren recoller, forzando, polo tanto, unha posterior baixada no prezo.

... Ao respecto desta estratexia levada a cabo nestes días pelas industrias lácteas, subliñar que se trata dunha ferramenta-comodín empregada habitualmente polas empresas para especular no mercado alimentario, ben sexa aludindo a un exceso de produción para acadar produtos a prezos baixos, ou ben, no sentido contrario: aludindo déficit de produción, como aconteceu durante a crise alimentar que eclosionou a principios deste ano, cando as multinacionais da alimentación -distribución e produción- espallaron a mensaxe de que había carencia de alimentos, e, deste xeito, subiron os prezos aos consumidores/as en porcentaxes surrealistas en moi pouco tempo.

Polis mete água em Albufeira

Não é a primeira vez que a Polis inunda a baixa de Albufeira. Só que desta vez, em 45mn, a água chegou à cintura, provocando incómodos sérios e prejuízos elevados. Não passa de uma pequena calamidade, mas que um dia destes poderá tornar-se um desastre.

Quem são os responsáveis? Resposta: os levianos autarcas de Albufeira e os irresponsáveis da Parque Expo -- que em vez de ter fechado as contas altamente deficitárias da Expo '98, optou por vender serviços de urbanismo de elevada "qualidade" aos distraídos. Estamos todos a ver o resultado do conluio entre o Partido Socialista do Betão e os desmiolados autarcas que pelo país abundam. Como em muitos outros casos, a estupidez autárquica, governamental e partidária confluem na irracionalidade, no desperdício e no desastre. No caso de Albufeira, construíram e voltaram a construir sobre uma linha de água. Erro de palmatória. Mas como se o erro não fosse já de si óbvio e grosseiro, prevaleceu a leviandade e a pressa das obras públicas.

Sabe-se que alguns engenheiros civis portugueses sem escrúpulos têm um certa dificuldade em lidar com a água. Foi assim no escandaloso processo do túnel de metro no Terreiro do Paço, cujos prejuízos, em vez de serem pagos pelas construtoras e pelos políticos que não ligaram peva aos avisos que oportunamente foram difundidos à saciedade, contribuíram para o agravamento imparável do pacote fiscal. Porque não se fazem concursos internacionais decentes e sérios para resolver este tipo de dificuldades? Certamente que a engenharia holandesa não se importaria de dar uma ajuda.

Derradeira moral da história: o povinho inculto, oportunista ou simplesmente indolente que sofre nestas alturas, também já começa a ter idade para tomar juízo e preocupar-se mais com os temas da sua cidadania e sobretudo com os seus interesses. Não tenho pena de ninguém. Lamento apenas a ganância e o oportunismo colectivos. Os telejornais (ver vídeo RTP) vão dedicar horas infinitas ao tema. No entanto, por mais importante que seja, e é, sobretudo por revelar a leviandade e corrupção endémica dos poderes instalados, as inundações de Albufeira são uma gota de água no maremoro económico e social que aí vem.

OAM 440 22-09-2008 15:46

Crise Global 23

O colapso da América IV

Morgan Stanley e Goldman Sachs deixam de ser bancos de investimento e acolhem-se à protecção do regime mais favorável da banca comercial e sobretudo dos planos sinistros de Henry Paulson e Ben Bernanke.


"Decisions by the Secretary pursuant to the authority of this Act are non-reviewable and committed to agency discretion, and may not be reviewed by any court of law or any administrative agency." -- in proposta do Secretário do Tesouro, Henry Paulson, ao Congresso norte-americano.

Depois da decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, do ano 2000, que suspendeu a contagem de votos que daria a vitória a Al Gore, entregando-a sem mais a George W. Bush; depois da instauração do Patriotic Act, que pela primeira vez na história dos Estados Unidos suspende o habeas corpus por tempo indeterminado e cria efectivamente o enquadramento jurídico necessário à aplicação de todo o tipo de medidas de excepção por parte do governo americano, contra pessoas, empresas e bens estrangeiros e nacionais; depois de o governo dos Estados Unidos se auto-declarar acima da lei internacional, sob o pretexto de uma guerra longa contra o terrorismo que ele próprio, em muitos casos, engendrou e engendra, atacando e ocupando ilegalmente países estrangeiros, surge agora a tentativa de fechar o quadrado mágico de um golpe de Estado que, a ter sucesso (26 de Setembro é o prazo limite), porá provavelmente fim à democracia americana, instaurando em seu lugar, ainda que disfarçado por doses descomunais de sofisticada propaganda, um regime de excepção só na aparência distinto das ditaduras europeias que antecederam a II Guerra Mundial.

Basicamente, o que Henry Paulson (antigo dirigente da Goldman Sachs e actual secretário de estado do tesouro) e Ben Bernanke (presidente máximo da Reserva Federal) querem, e para tal têm vindo a chantagear os órgãos eleitos da democracia americana, é o seguinte:
  1. levar o contribuinte americano a comprar por mais de 700 000 000 000 de dólares (aliás, muito mais!) todas as hipotecas e empréstimos em mau estado, que Paulson e Bernanke decidam resgatar, sem supervisão nem possibilidade de recurso por parte das instâncias legislativa, nem dos tribunais, o que implicará aumentar a dívida pública, grosso modo, em mais 1 bilião de dólares -- 10E12 --, sobrecarregando cada homem, mulher e criança dos Estados Unidos com uma dívida suplementar de 2000 dólares);
  2. renegociar posteriormente estes créditos mal-parados com os devedores, depois de previamente reavaliados os activos a que correspondem, recorrendo para tal às mesmas instituições financeiras que haviam despachado os créditos incobráveis para o bolso sem fundo (mas falido) do Estado americano, e a quem os clientes pedirão de novo dinheiro emprestado (entretanto recebido do saco sem fundo do Tesouro americano, i.e. dos bolsos dos contribuintes!) para conseguirem salvar os bens adquiridos, as empresas e os negócios ameaçados pela execução das hipotecas;
  3. como parte substancial dos investidores e especuladores com activos financeiros ameaçados (que não tiveram tempo para desviar a massa, nos últimos meses, para os paraísos fiscais, sediados nomeadamente nas ilhas soberanas da Rainha de Inglaterra) são literalmente estados estrangeiros como a China, o Japão, a Rússia, a Arábia Saudita e outros países da OPEP, o resgate das suas contas vai depender em muito dos poderes discricionários que Barak Obama e John McCain anunciaram estar dispostos a conferir, via Congresso, a duas criaturas sem vergonha (Paulosn e Bernanke), na realidade comandadas por velhos conhecidos da verdadeira mão invisível do Capitalismo: JP Morgan, Rockfeller e mais alguns comandos secretos do FED.
A situação é, no mínimo explosiva! Os chineses, que recusaram perder mais dinheiro a favor dos piratas americanos que a eles têm vindo a recorrer desesperadamente nos últimos meses e semanas, desencadearam um raid mundial de compras, sobretudo dirigido ao sistema financeiro americano, em manifesto colapso. Pode estar em curso uma verdadeira e antecipada deslocação do centro de gravidade da finança e da economia mundiais, de Nova Iorque e Londres, para Beijing e Xangai. Haverá, por causa deste descalabro, uma revolução nos Estados Unidos? Ou será que os reencarnados e rebaptizados Endtimers americanos, apoiados pelo Sionismo mundial, conseguirão mesmo desencadear uma grande guerra quente, termo-nuclear, isto é o Apocalipse, repetidamente visto nos seus alucinados transes religiosos e orgias sexuais?


REFERÊNCIAS

Run on the $10 Trillion 'Shadow Banking System': Regulators Allow Goldman, Morgan To Become Banks

* Sep 21: Fed approved applications by Goldman Sachs and Morgan Stanley to become Federal Reserve-regulated bank holding companies (BHCs).

* The move effectively spells the end of the investment banking industry as a separate sector, leaving behind only small boutique securities firms. In doing so it ends the decades old division of the US financial industry into two halves, which dates back to legislation passed after the Great Depression.

* It means that both Goldman Sachs and Morgan Stanley will be subject to bank capital requirements which will be phased in over a transition period. -- RGE Monitor.


Details Of Treasury's $700bn 'Bad Bank': Unchecked Authority to Buy a Wide Range of 'Toxic Waste'?

* U.S. Treasury Fact Sheet: "Treasury will have authority to issue up to $700 billion of Treasury securities to finance the purchase of troubled assets. The purchases are intended to be residential and commercial mortgage-related assets, which may include mortgage-backed securities and whole loans. The Secretary will have the discretion, in consultation with the Chairman of the Federal Reserve, to purchase other assets, as deemed necessary to effectively stabilize financial markets." Treasury's actions may also not be reviewed by any court of law or any administrative agency. -- RGE Monitor.


Bailout of the U.S. Housing and Financial Sector: Are Fiscal Costs and Risk for Taxpayers Getting Bigger?

* Treasury plans to use $700 bn to buy bad mortgages of financial institutions; also proposes to raise the ceiling on national debt from $10.6 trillion to $11.3 trillion (the limit was raised to $10.6tr earlier this year under the housing bill)

* Advocates of bailout: Cost of the bailout much less than the risk to financial sector, Main Street and U.S. workers from the credit crisis and govt inaction; Opponents: Risk to taxpayers exceeds any potential upside gain apart from leading to higher debt and credit costs in the future and posing risk to U.S. sovereign debt rating. -- RGE Monitor.


Chinese Banks Go Global: How Will Foreign Regulators Respond?

* Chinese financial institutions like CDB, ICBC, Mingsheng Bank and insurance companies like Ping An are increasing overseas acquisitions taking stakes in Barclays, Standard Bank, Fortis and others. Chinese banks remain flush with cash following IPOs, bond issues, are eyeing foreign purchases to increase their expertise of investment banking, market share but may be wary of investing in global banks given losses from previous investments. They may now be seeking out M&A opportunities that are joint ventures.

* First round of Chinese bank M&A took place in mid-90s to 2005, and was focused on greater China. Since 2006, outward M&A has involved bigger deals and a broader range of target countries (Boston Consulting Group) -- RGE Monitor.


Radical Shift for Goldman and Morgan

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By ANDREW ROSS SORKIN and VIKAS BAJAJ
Published: September 21, 2008

Goldman Sachs and Morgan Stanley, the last big independent investment banks on Wall Street, will transform themselves into bank holding companies subject to far greater regulation, the Federal Reserve said Sunday night, a move that fundamentally reshapes an era of high finance that defined the modern Gilded Age.

... By becoming bank holding companies, the firms are agreeing to significantly tighter regulations and much closer supervision by bank examiners from several government agencies rather than only the Securities and Exchange Commission. Now, the firms will look more like commercial banks, with more disclosure, higher capital reserves and less risk-taking.

... For decades, firms like Morgan Stanley and Goldman Sachs thrived by taking bold bets with their own money, often using enormous amounts of debt to increase their profits, with little outside oversight.

They were the envy of Wall Street, dominating the industry’s most lucrative businesses, landing headline-grabbing deals and advising companies and governments around the world on mergers, stock offerings and restructurings.

... In exchange for subjecting themselves to more regulation, the companies will have access to the full array of the Federal Reserve’s lending facilities. It should help them avoid the fate of Lehman Brothers, which filed for bankruptcy last week, and Bear Stearns and Merrill Lynch — both of which agreed to be acquired by big bank holding companies. -- New York Times.


Double Double Toil And Trouble
September 20, 2008
Elaine Meinel Supkis

The desires of the US/EU/UK empire to have eternal riches via NATO menacing, controlling and killing Muslims who have oil, has failed miserably. Now, we are going rapidly bankrupt. I remember very clearly the mood in America before the despicable invasion of Iraq: 'We are going to have cheaper oil!' Bush fired anyone who told him, this war would be very expensive. The belief was, we would rush into Bagdad, settle down and pump the oil for our own benefit. Instead, the Iraqis succeeded in costing us an extra trillion dollars. We lost money in this casino. The three witches are laughing in their Cave of Wealth and Death. Witch #2, Inflation, has toured the planet and destroyed great wealth. Witch #3, Depression, is ironing her dress in preparation of taking over the surviving wealth. And Witch #1, the top witch, is Libra. She is going to finally balance her scales and will be happy when this process is done. -- Culture of Life News.


The $1 trillion question: Will this gigantic bailout work?
Sean O’Grady, Economics Editor
Saturday, 20 September 2008

This is what we might call the $1trillion question. That's $1,000,000,000,000, by the way. It is a little like surgery. The US government has amputated the gangrenous leg of the banking system to save the patient. But it is now preparing to graft the infected limb on to the body politic of America. The US taxpayers will be lucky if they do not feel distinctly unwell as a result of this little experiment.

The truth is that simply buying the banks' worthless securities has been an option, if an unpalatable one, for the authorities since the credit crunch began a year ago. All the plans to lend against these assets, such as the Bank of England's Special Liquidity Scheme, and other "injections of liquidity", were temporary solutions, born out of a hope, if not an expectation, that the crisis would not be prolonged.

We know better now. What the American authorities have done is the only sure way to protect the banking system against further destabilisation. Short-selling or not, left to their own devices, the markets would sooner or later force more banks into the arms of the taxpayer anyhow. It is a sad day when hard-pressed citizens find themselves subsidising private banks for their stupid mistakes. But that is what's happening in the US, and it will surely be done here. The Bank of England hates the notion; but Gordon Brown may well feel that he has no choice.

So for the banks and their shareholders and staff, the US rescue plan is already working, and it will save the wider economy from yet more damage. It is less clear whether it will end the credit crisis or preserve America's fast disappearing economic hegemony.

Even taking a trillion dollars of crud out of the equation can't save the financial system from damage already done. Despite the Fed's efforts, many banks in America and around the world have severely enfeebled balance sheets. They cannot lend, even if they wanted to. With the developed world in recession – Japan, Britain, Germany and Spain are leading the way – the banks will soon be losing money on their conventional lines of business, as mortgages suffer defaults and companies go out of business. We will then see a vicious cycle of bad debts leading to less lending, more job losses, more defaults and so on. -- Independent.


Where, oh where, are the orthodox economists now?
Ann Pettifor
20th September, 2008.

What has happened under the dominance of orthodox economics and the de-regulation of finance, is that the finance sector now controls the movement of capital, the setting of interest rates and the creation of credit. And they do so in the interests of – you guessed it – Finance.

In the midst of all this tragedy and chaos, one has to savour the moment. The sight of all those free-market capitalists, trained by economists at the Chicago School of neo-liberalism, handing over to ‘big government’ the financial system of the biggest free market economy in the world.

And in the midst of what will prove to be a prolonged period of economic failure, one must be allowed to indulge just one feint sense of satisfaction. For only a couple of weeks ago (see below) Jim O’Neill chief economist at Goldman Sachs, advised me, and a BBC World Service audience that this financial catastrophe was no big deal, ‘just another periodic crisis’….. like five that he had already lived through. (He was referring, I believe, to crises such as that of the US stock market of 1987, the South East Asian crisis of 1998 and the Dot.com crash of 2001.)

It is now pretty clear that I, without the data, research back-up and infrastructure that supports Jim O’Neill’s analyses – already knew that this was not at all like the previous ‘periodic crises’. With my background in Keynesian monetary theory, I had a more sophisticated and accurate view of the gravity of this crisis than Goldman Sachs’s neo-liberal economists. Regrettably my foresight and wisdom did not extend to earning Goldman Sachs-like fees. More fool me. -- Debtonation.


OAM 439 22-09-2008 13:32

sexta-feira, setembro 19, 2008

Crise Global 22

O colapso da América III
U.S. Debt May Grow $1 Trillion on Rescue, Barclays' Pond Says -- Bloomberg.

Since 90% of the money in the world are really documents or numbers in a computer, all they have to do is zero out and the money is gone. Poof. No actual gold, silver or even paper money passes through anyone's hands. -- Elaine Meinel Supkis.

A euforia bolsista de hoje, na América, na Europa e na Ásia, mostra duas coisas: que a economia especulativa mundial está sob uma enorme pressão, propensa à histeria, e que não sabe fazer outra coisa senão especular. Sob a ameaça de uma implosão do sistema financeiro neoliberal, da falência de milhares de bancos e empresas financeiras diversas, e do deslizamento rápido da actual recessão americana e europeia para uma recessão muito grave, ou mesmo para uma prolongada estagnação económica, os piratas que comandam na sombra a Reserva Federal americana acabaram por iniciar uma vasta manobra de destruição dos actores dispensáveis do sistema, expropriação fiscal dos americanos, e chantagem sobre os seus principais fornecedores de matérias primas, mercadorias e crédito -- a China, o Japão, a OPEP e a Rússia. Estes, ou continuam a suportar as dívidas do império, nomeadamente através do esquema conhecido por carry-trade japonês, ou arriscam-se a ouvir uma ameaça do género: se não nos deixais expandir a dívida, fechamos para balanço, e sereis forçados a engolir boa parte das vossas exportações; e os vossos activos em dólares serão reduzidos a zero!

Claro que as coisas não se passam exactamente assim, pelo menos diante das televisões. O discurso público, e sobretudo as declarações saídas das reuniões internacionais onde se decidem coisas importantes, são embrulhadas em metáforas mais ou menos obscuras, embora com um final feliz. Desta vez, o terço reza assim: o governo americano e o FED (que é ao mesmo tempo um banco central e um cartel privado) irão comprar e reciclar as más acções do mercado e as "hipotecas ilíquidas", em nome da necessária e urgente estabilidade das principais instituições financeiras do país, sem as quais haveria uma implosão certa de todo o sistema financeiro, não apenas americano, mas mundial. Claro que esta operação de salvamento terá custos, nomeadamente para a generalidade dos contribuintes, e não impedirá a falência de muitas empresas e bancos. No entanto, sairia muito mais caro aos contribuintes, bem como aos parceiros comerciais dos Estados Unidos, deixar cair Wall Street, ou provocar um enfarte no coração oculto da Reserva Federal. Foi explicando ao mundo a dureza desta realidade, que Henry Paulson, Secretário de Estado do Tesouro, e antigo CEO da Goldman Sachs, justificou a chuva dourada de dívida americana lançada nos mercados mundiais. Os corretores, como era previsível, viveram um dia orgiástico. O frenesim entre os especuladores foi certamente intenso. As casas de putas estão abarrotar!

A coisa é escabrosa e potencialmente explosiva. Mas a euforia de hoje pode não durar mais de uma semana!


REFERÊNCIAS
  • Friday, 19 September 2008
    The Unitary Federal Reserve - Crisis Choreography. By London Banker.

    Just as we here in the rest of the world hoped we might breathe easy with the end of the Bush administration in sight, and several creditable candidates for president coming forward, the lawless unitary executive has expanded to embrace the Treasury and the Federal Reserve, debasing and contaminating the financial markets globally with its spread to our own central banks and market authorities and destabilizing our banks and investment markets. Once again in the name of crisis and expediency the laws are ignored, decisions are taken in secret, extra-judicial reapportionment of property and contract is mandated by executive fiat, and legislative review and judicial intervention are impossible. Over the past year every financial crisis has been met with lawless and Enron-esque innovation by the Federal Reserve and Treasury, and this week was arguably more extreme.

    (...)

    The unitary executive of the Bush presidency eroded and disregarded the civil rights of Americans and others. The unitary Federal Reserve [FED] disregards the property and contract rights of Americans and others. Arguably the actions of the Federal Reserve over the past year represent the largest state confiscation of wealth in the history of man, dispossessing currency investors, equity investors, bond investors and taxpayers of literally trillions of dollars of current and future wealth by executive fiat.

    The hypocrisy of the Bush administration criticizing Chavez while defending Paulson and Bernanke should be the stuff of late night stand up comedy.

    And the answer to the crisis so created, according to those in authority in Washington and Wall Street, is to give more concentrated power with less review and less oversight to the Federal Reserve. The reforms now being discussed in Washington are aimed at (1) gutting the SEC [Securities and Exchange Commission] so that it can no longer challenge the Fed's primacy in investment bank and financial conglomerate prudential supervision, oversight of clearing and settlement systems, market integrity and stability and introducing “principles based” regulation so that no one well connected need ever worry about prosecution or conviction ever again; (2) gutting the FDIC [Federal Deposit Insurance Corporation] so that it can no longer challenge the Fed's determination of capital adequacy or prudential supervision at insured banks or restrain cross-affiliate financing or excessively risky activity within bank holding company groups; (3) gutting the CFTC [Commodity Futures Trading Commission] so that the Fed has primacy to oversee risk management in all OTC [Over-the-counter] and exchange-traded derivatives clearing and margin; and (4) providing explicit powers to the Federal Reserve to promote "market stability" by means which shall be secret, unreviewable, and above challenge in the courts; and (5) making the Federal Reserve the prime global regulator for review of the regulatory and prudential supervision arrangements everywhere else in the world through mandated “harmonization” of global standards as a quid pro quo for foreign market recognition and access.

    Stalin couldn’t have drafted a better plan for central control of the global economy after wreaking such havoc and devastation.

    (...)

    For now the ECB [European Central Bank], Bank of England and others are content to cooperate with the Fed, but as the chaos deepens and it becomes clear that the losses are to be allocated principally outside the US borders to those foolish enough to hold assets the Fed’s policies degrade and debase, they will begin to question and to look to each other for common interest and alignment.

    (...)


    In the past year and just this past week, trillions of dollars of wealth have been allocated or misallocated, preserved, appropriated or destroyed by central bank fiat. If we really have nations of laws and not men, capitalist markets and not command economies, then it’s essential we peek behind the curtain to ask by whom and why and hold them accountable. -- London Banker.

  • Friday, 19 September 2008
    We need a new HOLC - more than a new RTC or RFC- to provide massive debt relief to the household sector. We need to create the HOME (Home Owners’ Mortgage Enterprise). By Nouriel Roubini.

    The most important policy action is not the decision of extending the swap lines between central banks (so as to provide dollar liquidity to non-US banks abroad); it is not the re-imposition of limits to short sales (a policy action that is itself a naked attempt to manipulate upward stock prices); it is rather the realization that a generalized debt and solvency problem required a solution that leads to significant debt reduction.

    (...)

    At this point a severe recession is unavoidable; the only question is how severe and protracted it will be. Debt reduction and public recapitalization of banks will not instantly resolve every problem and will not prevent a painful recession that – at this point – will last at least 18 month. But it will prevent a painful U-shaped recession from turning into a multi-year L-shaped recession like the one that afflicted Japan for a decade after the bursting of its real estate and equity bubble. So let us not delude ourselves that even a HOME program of debt reduction will prevent a recession: the recession train has already left the station and the economic downturn is already becoming global. What we can avoid now is only the risk that a severe US and now advanced economy recession will turn into a Japanese style decade long stagnation. -- Nouriel Roubini.


OAM 438 20-09-2008 01:17

Respublica

Divórcio mais fácil? Paradoxos à Esquerda e à Direita
Lei do Divórcio aprovada apenas com alterações pontuais

17 Set 2008. O novo regime jurídico do divórcio, devolvido por Cavaco Silva à Assembleia da República em Agosto, foi hoje aprovado com alterações pontuais, contando com os votos favoráveis da esquerda parlamentar e de 11 deputados do PSD, com o PS a defender que a lei é "justa e equitativa".

As alterações aprovadas cingiram-se à clarificação, como já tinha sido anunciado pelo líder do grupo parlamentar socialista, Alberto Martins, de que só tem direito a pedir compensação na hora das partilhas quem tiver abdicado de proveitos profissionais em favor do casamento, e a consagrar que a pensão de alimentos é ilimitada no tempo. Esta última foi proposta pelo PCP e aprovada com a abstenção do PS e do PSD. -- Público.

O que diz a proposta de lei:
  1. O Divórcio por Mútuo Consentimento já não necessita de tentativa de conciliação. No entanto, se não chegarem a acordo sobre todos os «acordos complementares», o divórcio tem de ser apresentado no tribunal, para que seja o juiz a tomar essas decisões;
  2. Elimina-se a culpa como fundamento do divórcio sem o consentimento do outro, tal como ocorre na maioria das legislações da UE, «o clássico divórcio-sanção». As discussões sobre culpa, e também sobre danos provocados por actos ilícitos, ficam alheios ao processo de divórcio (podendo ser alvo de um outro);
  3. Considera-se a violência doméstica como motivo para requerer o divórcio, não sendo nessa situação necessário esperar pelo período de 1 ano de ruptura de facto; (Continua.../ Destak)

Tanto barulho por nada, ou a inversão das convicções!

O objectivo essencial da nova lei do divórcio, apresentada pela maioria PS -- desculpabilizar a vontade mútua ou unilateral de ruptura de um contrato nupcial (deixando, assim, de haver réus no estrito processo de divórcio) -- faz todo o sentido, sobretudo em sociedades urbanas onde vingou o princípio da separação e atomização dos vínculos que prejudicam a formação do Capital. A procriação e o matrimónio, em si mesmos, prejudicam a realização estrita do valor capitalista -- seja na agro-indústria, nas indústrias convencionais, no sector empresarial dos serviços ou ainda nas chamadas economias "criativas" e de "conhecimento". Ao invés, a incorporação da mulher no mercado de trabalho assalariado (ainda mais se for solteira ou divorciada) contribui para a realização desse mesmo valor.

O facto de hoje, em Portugal, a mulher ganhar menos 25% do que o homem no cumprimento de uma mesma tarefa, ou na produção de uma mesma unidade de lucro, tem origem na penalização que o Capitalismo impõe a uma estimada quebra de produtividade resultante do tempo supostamente subtraído ao trabalho pelas actividades femininas de manutenção do lar, e de gestação, parto e acompanhamento maternal dos filhos e filhas.

A consequência da lógica de acumulação capitalista do valor, e da correspondente divisão do trabalho, conduziu paulatinamente à destruição da família como unidade básica de reprodução social da espécie humana, com todas as consequência que hoje são reconhecidas e ameaçam a estabilidade política e económica de países como a Rússia, a Alemanha, os Estados Unidos e a própria China!

O facto de ainda existirem casais e famílias nas grandes urbes do mundo moderno e contemporâneo deriva de uma espécie de inércia cultural da espécie, que resiste obviamente a uma tão radical revolução ecológica! Numa sociedade capitalista ideal as diferenças de género desapareceriam de vez. A liberdade erótica seria total. O amor e a amizade seriam dificilmente toleráveis e desde logo penalizados (nomeadamente em sede fiscal.) A reprodução da espécie, enfim, deveria ser progressivamente integrada na lógica geral da reprodução capitalista do valor, nomeadamente através da gestação laboratorial de bases patenteadas de ADN, da inseminação artificial por objectivos e da industrialização da reprodução humana, à semelhança do que há muito fazemos com outras espécies animais. A rentabilização segmentada e diferencial dos activos humanos, o abate dos indivíduos improdutivos, doentes ou envelhecidos, através da generalização da eutanásia medicamente assistida, conduzem a actual lógica do Capitalismo até às suas últimas consequências.

Se meditarmos um pouco friamente nesta descrição, perceberemos como faz sentido, por um lado, libertar o contrato nupcial -- que assim deixa definitivamente de ser um contrato de propriedade! -- de constrangimentos jurídicos próprios de sociedades paternalistas ancestrais. O prejuízo eventual, ou mesmo provável, da chamada parte mais fraca (a mulher), decorrente da nova legislação do divórcio, que tanto preocupa Cavaco Silva (e que o PS parcialmente mitigou nas alterações finais ao projecto), é afinal um efeito a prazo benéfico para a sociedade capitalista no seu conjunto, na medida em que tornará mais óbvias as desvantagens do casamento e da tradicional reprodução familiar da espécie. A mulher tornar-se-à assim cada vez mais consciente das desvantagens económicas, sociais, culturais e psicológicas do contrato nupcial. Desviando-se do matrimónio e da procriação, a mulher sacrifica a sua disponibilidade produtiva mais íntima e específica, mas liberta o seu potencial de adesão integral à lógica especulativa do Capitalismo. A opção é sua, pelo menos até que o peso da economia a faça pensar duas vezes...

Se continuarmos a projectar o nosso futuro no interior da bolha conceptual e cultural do Capitalismo, não há forma de sair desta lógica. Dificilmente poderemos contestar a intenção moderna do legislador "socialista". Não vou aqui discorrer sobre as alternativas possíveis num eventual contexto pós-capitalista, pois levar-me-ia muito longe. Mas não deixa de ser irónico ver a direita parlamentar votar contra um diploma que satisfaz plenamente o coração da sua ideologia, escrito e aprovado por aqueles cujo cometimento ideológico -- certamente já muito desbotado -- aponta precisamente para a denúncia e recusa de uma sociedade onde a lógica do valor implica, pela sua própria natureza social, a destruição de toda a liberdade, incluindo a de gerir as dificuldades próprias do amor e da procriação responsável.

Que não haja donos nem réus na instituição matrimonial, pois claro! Mas sem que as sociedades assumam a responsabilidade de ajudar a salvar o amor onde ele exista ou existiu, não vejo como poderemos esperar ou pedir a felicidade humana. A humanidade tem pelo menos a obrigação de não sacrificar a liberdade, o amor e a amizade à miséria do Capitalismo!

Este assunto bem merece melhor tratamento do que a hipócrita discussão parlamentar a que teve direito.

OAM 437 19-09-2008 19:05

Crise Global 21

O colapso da América II



A decisão de criar a partir do nada, centenas de milhares de milhões de dólares novos, para supostamente salvar companhias "demasiado grandes para falir", i.e. com activos superiores a um bilião (10E12) de dólares, lançará a maior potência militar do planeta num buraco negro financeiro que afectará toda a economia mundial. Outros países conheceram já este pesadelo: a Alemanha, a Argentina ou o Zimbábue. Mas o dramatismo patente no alerta de Karl Denninger dá que pensar, sobretudo porque poderemos estar cada vez mais próximos de uma III Guerra Mundial, inevitavelmente nuclear!

18-09-2008. I wonder what the plan really is for the nation as more and more lines are crossed with extra-legal executive authority. I did not expect in 2002 and 2003 that war for oil in Iraq would lead to black sites, renditions, torture, Blackwater deployed in New Orleans, and other proximate results of a lawlessness and unaccountability that remained unchallenged and unchecked. I do not know what to expect of the USA in the years to come. That worries me deeply. -- London Banker.

17-09-2008. Last week we argued that, with the nationalization of Fannie and Freddie, comrades Bush, Paulson and Bernanke had started transforming the USA into the USSRA (United Socialist State Republic of America). This transformation of the USA into a country where there is socialism for the rich, the well connected and Wall Street (i.e. where profits are privatized and losses are socialized) continues today with the nationalization of AIG. -- Nouriel Roubini.


OAM 436 19-09-2008 01:43