domingo, julho 25, 2010

Luis Amado

O homem certo no lugar certo

Seria bom que houvesse uma política externa estável, ou melhor que a "direita" e a "esquerda" portuguesas afinassem por um mesmo diapasão estratégico em matéria de diplomacia, nomeadamente energética e económica (e que deixássemos de parte o infantilismo oportunista da caldeirada ideológica que é o Bloco de Esquerda e dos órfãos comunistas do PCP). As nossas prioridades passam, como bem esclarece Luís Amado —numa importante entrevista dada ao Expresso deste fim-de-semana— por uma atitude cosmopolita, sem complexos de inferioridade, fazendo valer um património histórico muito relevante em tudo o que se reporta à ideia de globalização e cooperação internacional.

Estou 100% de acordo com o desenho estratégico de Luís Amado.

Prioridades: América do Sul (e América em geral), África (sobretudo Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde) e Ásia (China, Índia, Vietname, Malásia, ...) Isto e uma política de diálogo permanente com o mundo árabe muçulmano, distanciando-nos claramente da agenda Sionista, parece-me ser o essencial. Como dá a entender subtilmente Luís Amado, o ciclo dos fundos comunitários chegou ao fim. Os alemães voltam-se claramente para Leste, o nosso destino sempre foi o Atlântico, e os luteranos nunca nos compreenderão completamente. Ainda bem!

Há umas semanas actualizei a minha visão do mapa da estratégia diplomática portuguesa. Ora vejam o que apontei no Mapa Google (usar todo o écrã).

Gazeta do Dia

Não sei se já repararam, mas o António Maria - Série II, contem funcionalidades novas e interessantes. Uma delas é a Gazeta do Dia, uma coluna de referências sindicadas que permite uma consulta sistemática sobre uma vasta gama de temas do dia a dia, a qualquer hora, e permanentemente actualizada. O idioma escolhido foi naturalmente o Português, e pretende-se saber o que se diz e escreve neste idioma —na maioria dos países que a têm como língua mãe. Resumindo: uma ajuda de leitura com propósito estratégico.

sexta-feira, julho 23, 2010

Stress test não convence

Euro cai com "falta de transparência dos testes",  relata o Económico

Já se comentava há algum tempo nos "mentideros" da análise estratégica que a prova de esforço engendrada por Bruxelas tinha fortes possibilidades de ser vista como uma engenharia de supervisão. Na realidade, falta-lhe um critério de base: independência!

De qualquer modo, o cancro existe. E não vale a pena substituir a cura por pensos rápidos. Se algo o BCE não pode continuar a fazer é defender a expropriação da riqueza dos cidadãos europeus em nome da salvação dos piratas banqueiros, dos banqueiros anarquistas, e dos paraísos fiscais da decadente realeza europeia!

Plataforma colaborativa

Na nova versão do António Maria —desejavelmente colaborativa— seria porventura útil para todos nós mimá-la com widgets úteis a uma mais certeira filtragem da informação e partilha de ferramentas de disseminação conceptual em rede.

Façam pois o favor de me manter actualizado neste supremo mundo virtual. Conhecem certamente o PORDATA. E SHAPES OF PORTUGAL, conhecem? Dois caminhos demonstrativos de que o país não é só a indigesta sopa partidária e burocrática que nos querem fazer engolir.

Isso é uma forma de celebrar os 500 milhoes de utilizadores do Facebook

Parabens Antonio por ter regressado ao Antonio Maria, depois de sua catastrófica comunicação anterior....Como sempre fostes um precursor, não é surpresa que tenhas optado por regressar ao Blogger, no momento exacto do anúncio do "half billion users" do Facebook, o qual esta acompanhado dum aviso de desinteresse crescente pela rede social em questão.
As análises mais profundas às quais nos tem acustumado não se padecem muito com o Facebook, é melhor deixa-lo para os anúncios espanpanente do CR7. Vou contribuir na medida do possivél, e enquanto os outros leitores não se chatearem demasiado com o meu Portugnol abrasileirado:)

Banca portuguesa suspira de alívio!

Bancos portugueses passaram a prova de esforço realizada por Bruxelas a 91 bancos europeus. Cuidado com os foguetes!

Os quatro bancos portugueses, que hoje conhecem os resultados dos testes de resistência efectuados pelo Comité Europeu de Supervisores da Banca, apresentam-se sem stress e com elevado optimismo. As quatro instituições não estão à espera de chumbar nem receber nota negativa e o Diário Económico diz mesmo, na sua edição desta manhã, que já teve acesso aos resultados e que a nota é mesmo positiva. — RTP
Stress tests: Banca lusa passa com «elevado grau de resistência»

A solidez dos quatro instituições financeiras portuguesas (BCP, BPI, CGD e Espírito Santo Financial Group) analisadas pelo Comité de Supervisores Bancários Europeu (CEBS) foi avaliada com nota positiva, revelou hoje o Banco de Portugal. — Diário Digital.

O António Maria, série 2

Após 700 artigos publicados entre 2003 e 2010 decidi parar a publicação de textos que em geral me levavam várias horas de leituras prévias e outras tantas de escrita, e por vezes, ainda pesquisa de imagens.

Entretanto alguém sugeriu e eu ponderei a hipótese de o António Maria regressar, ainda que sob outro formato.

A verdade é que não deixei de publicar comentários, embora breves, agora no Facebook. Talvez seja, pois, o momento de regressar ao blogue e torná-lo uma plataforma de discussão de ideias e propostas de soluções. Mas desta vez, participada pelos "bloguistas" que não deixaram de se manter activos na blogosfera e comigo trocam diariamente informações e ideias. Com nomes próprios, pseudónimos ou heterónimos, convido-os a usarem esta plataforma para escreverem— responsavelmente. Enviarei de imediato convites aos novos, que espero sejam suficientes, colaboradores.

Os tempos são difíceis e as asneiras dos partidos, de bradar aos céus, além de aparentemente incuráveis.

O meu papel vai ser agora mais modesto, quer dizer menos dispendioso! Tenho outros projectos entre mãos, nomeadamente editoriais, e o António Maria enquanto blogue especialmente político precisará dos atentos, apaixonados e pacientes observadores do país que somos. Só assim daremos resposta ao desafio do bispo auxiliar de Lisboa que ontem fez um inesperado e corajoso desafio aos portugueses em geral, e em particular aos políticos, à gente rica e aos católicos deste país: ou partilham agora, solidariamente, 20% do que vos sobra, com os vossos irmãos em dificuldades, ou alguém partilhará por vós. A Política é hoje uma prioridade de cidadania, disse desassombradamente Carlos Azevedo.

Enquanto os novos ignaros e perfumados messias do PSD se estatelam contra a sua própria avidez e escandalosa ignorância, e o resto da Política fenece na mixórdia das suas pequenas e corrompidas ambições, o país caminha inexoravelmente para um longo ciclo de miséria, material e sobretudo moral. Ouço dizer que o país está já literalmente a saque dos que sabem onde e como roubar.

Cavaco Silva, lá para Setembro, perceberá que não tem condições para continuar. Foi tão responsável como os demais políticos da sua geração pela actual bancarrota de Portugal. A pseudo nacionalização do BPN foi um roubo de propriedade pública sem precedentes! E o jogo de sombras com o BPP, um financiamento público ilegal a uma sociedade de especulação financeira descarada. Escusa o actual presidente da república de se contorcer em risos forçados que lhe saem sempre mal. O seu lugar, como os dos demais responsáveis pela crise actual, é o caixote do lixo da História de Portugal.

Eu aposto há muito na implosão do actual sistema partidário. Está corrompido, é composto na sua maioria de gente sem neurónios e espiritualmente vazia, em suma precisa de levar uma grande volta. Pois então que se cindam ao meio PSD e PS. Que fiquem onde estão as micro-minorias oportunistas do nosso parlamento. E que no voto em branco da maioria de nós nasça a tempo uma rede de poderes dispersos na forma, mas coerente nos ideais. A democracia portuguesa ou é refundada ou morre noutra ditadura.

Queremos um Portugal transparente, solidário, exigente, trabalhador e com imaginação.

Por menos do que isto não chegaremos a parte alguma.

Por menos do que isto deitaremos o país a perder nos bolsos e nas alcovas sórdidas do populismo partidocrático dominante — isto é, dos responsáveis pela bancarrota de Portugal!


OAM 701 — Série II, 23 Julho 2010 15:48