sexta-feira, agosto 24, 2018

Quem vai ganhar esta guerra?

Mao Zetrump by AntiGanda

China: um gigante com pés de barro a que falta democracia, estado de direito e liberdade


O problema das guerras é que sabemos como começam, mas não sabemos como acabam :(

Nesta guerra comercial e financeira entre os Estados Unidos e a China, a primeira pergunta a fazer é esta: aceitam os Estados Unidos perder esta guerra? E se não aceitarem, por quantos anos serão capazes de a manter?

E a China, acha que pode continuar a trocar trabalho barato e sem direitos por ‘know how’? Ou a manter o ‘yuan carry trade’, uma estratégia monetária e cambial agressiva que copiou dos japoneses (o ‘yen carry trade’)? Até quando? E se tiver que recuar perante as exigências do America First, que poderá ocorrer no interior desta velhíssima forma de despotismo asiático?

Os sinais de falta de liberdade e de democracia na China são cada vez mais preocupantes. Ora, sem democracia, nem estado de direito, mas sobretudo sem liberdade, a criatividade chinesa regredirá para os patamares de improdutividade burocrática ancestrais, e a subsequente migração das empresas tecnológicas ocidentais para outras paragens, além dos Estados Unidos (por exemplo, México, Brasil, Colômbia, Uruguai, Marrocos, Angola, etc.) poderá tardar menos de uma década.

Em 2028-2030, a China de hoje poderá já não existir.

A prioridade anti-russa de Hillary Clinton e dos falcões do Partido Democrata está, pois, completamente errada. Se tiver que haver uma guerra quente, esta não será entre os Estados Unidos e a Rússia, mas entre a China e os Estados Unidos. Não será no Leste europeu, mas no Pacífico e no Índico. Ou seja, Trump está a defender os interesses da Améfica de uma forma racional, apesar dos maus modos em que o faz. Quem demorar a ler este cenário terá grandes perdas no reposicionamento estratégico a que for obrigado pelos principais contentores da guerra—que já começou—pelo último poço de petróleo, e pelo último atum selvagem.

China e EUA impõem mutuamente tarifas alfandegárias de 25% a partir de hoje 
 SAPO 24  
Agosto 2018
A partir de hoje, os funcionários das alfândegas norte-americanas irão recolher taxas adicionais sobre um conjunto de 279 produtos chineses que, no ano passado, representaram 16 mil milhões de dólares (13.800 milhões de euros) nas importações dos Estados Unidos do país asiático. 
[...] 
Como medida de retaliação, a China promete retaliar com taxas semelhantes aos produtos oriundos dos EUA, incluindo produtos energéticos, como o carvão, e automóveis. 
Washington acusa ainda a China de “táticas predatórias”, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico, nomeadamente forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês. 
A China fabrica 90% dos telemóveis e 80% dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro. 
Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou-se mais de 8%, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12%. 
[...] 
O líder norte-americano já avisou que caso Pequim rejeite ceder às exigências norte-americanas e continue a retaliar, irá punir ainda mais produtos chineses, até um total de 550 mil milhões de dólares.
China’s Xi says internet must be “clean and righteous” 
Reuters 
August 2018
BEIJING, Aug 22 (Reuters) - The internet must be “clean and righteous” and vulgar content must be resisted in the field of culture, Chinese President Xi Jinping told a meeting of senior propaganda officials, state media said on Wednesday. 
The government has been tightening controls over internet content as part of what it says are efforts to maintain social stability, taking on “vulgar” and pornographic content as well as the unauthorised dissemination of news.
China’s yuan carry trade, an anchor and a risk for Asia 
MarketWatch 
Vidya Ranganathan 
January 2014
SINGAPORE (Reuters) - When China averted a default in its shadow banking industry last week in the midst of an emerging market meltdown, investors globally heaved a sigh of relief
Chinese yuan carry trade going gangbusters, but watch your step, warns Deutsche Bank  
MarketWatch
June, 2013 
There are few forex strategies more talked about than the \”carry\” trade, the practice of borrowing in a low-interest rate currency and investing in assets denominated in a higher-yielding currency.  Traders can enjoy steady profit by capturing the differential — or carry — between the rates.
What Is A Currency Carry Trade?
FXCM

A carry trade is a popular technique among currency traders in which a trader borrows a currency at a low-interest rate to finance the purchase of another currency earning a higher interest rate. 
[...] 
As an example, an investor could borrow money from the bank at a rate of 1% annually and invest that money in the purchase of a currency in a nation where the interest rate is 5%. The investor would make a net return of 4% annually on that investment for the period over which the trade was in effect (or loss of 4% if the rates were reversed).

A ameaça que a China representa para os Estados Unidos advém sobretudo de duas realidades:

— é hoje a maior economia do planeta em paridade do poder de compra (PPP), à frente da União Europeia e dos Estados Unidos, ainda que o seu PIB nominal ocupe a terceira posição, depois dos Estados Unidos e da União Europeia, e o PIB per capita, enfim, esteja numa posição bem mais modesta: 75 (FMI), 79 (Banco Mundial) ou 83 (CIA);

— é o país que mais energia consome e mais poluição gera no planeta.

Com uma superfície ligeiramente superior à dos Estados Unidos, alberga, porém, 1300 milhões de almas, contra os 300 milhões de americanos. Ou seja, tem uma margem de manobra face às ameaças geo-estratégicas e ambientais muitíssimo inferior à dos países desenvolvidos, nomeadamente os Estados Unidos e Canadá, e a Europa Ocidental. Alguns mitos, reforçados pela propaganda populista de Trump, não correspondem, porém, à realidade, ainda que a racionalidade subjacente ao protecionismo defendido por Donald Trump seja, repito, racional. A China é, na realidade, um elefante numa loja de porcelana!

U.S. Direct Investment Abroad: Trends and Current Issues 
James K. Jackson
Specialist in International Trade and Finance
Congressional Research Service  
June 29, 2017 
The United States is the largest direct investor abroad and the largest recipient of foreign direct investment in the world. For some Americans, the national gains attributed to investing overseas are offset by such perceived losses as offshoring facilities, displacing U.S. workers, and lowering wages. Some observers believe U.S. firms invest abroad to avoid U.S. labor unions or high U.S. wages, but 74% of the accumulated U.S. foreign direct investment is concentrated in high-income developed countries. In recent years, the share of investment going to developing countries has fallen. Most economists argue that there is no conclusive evidence that direct investment abroad as a whole leads to fewer jobs or lower incomes overall for Americans. Instead, they argue that the majority of jobs lost among U.S. manufacturing firms over the past decade reflect a broad restructuring of U.S. manufacturing industries responding primarily to domestic economic forces. 
China: Foreign Investment 
Santander Trade Portal 
August 2018 
According to the 2017 World Investment Report published by UNCTAD, China was ranked the world's third largest FDI recipient after United States and the UK. The country's economy was ranked the second most attractive to multinational companies for 2017-2019, after the U.S. The absorption of FDI is part of the policy of opening China to the outside world, aiming at creating a better business environment, structure and distribution of investment. China was ranked 78th out of 190 countries in the World Bank ranking for business climate Doing Business 2018.  
Stocks do Investimento Direto Externo na China (FDI)

News Release of National Assimilation of FDI From January to November 2016
 
Invest in China 
December 2016
Source:Information by the Foreign Investment Department of the Ministry of Commerce

From January to November this year, the top ten nations and regions with investment in China (as per the actual input of foreign capital) are as follows: Hong Kong (USD78.26b), Singapore (USD5.46b) , R.O.K.(USD4.37b), U.S.A. (USD3.64b) , Macao (USD3.42b) , Taiwan Province(USD3.15b) , Japan (USD2.85b) , Germany (USD2.65b), U.K. (USD2.07b) and Luxembourg (USD1.39b), total of which accounted for 94.3% of total actual use of foreign investment in the country.
United Nations Conference On Trade And Development 
World Investment Report — Investment And The Digital Economy 2017
In 2016, global flows of foreign direct investment fell by about 2 percent, to $1.75 trillion. Investment in developing countries declined even more, by 14 percent, and flows to LDCs and structurally weak economies remain volatile and low. Although UNCTAD predicts a modest recovery of FDI flows in 2017–2018, they are expected to remain well below their 2007 peak. 
— António Guterres
Secretary-General of the United Nations 
BRICS – the economic group comprising Brazil, the Russian Federation, India, China and South Africa – accounted for 22 percent of global GDP but received only 11 percent of global inward FDI stock in 2016. 

Última atualização: 25 agosto 2018 00:55 WET 


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quinta-feira, agosto 23, 2018

Turismo, sim, ou não?

Livraria Lello, Porto

“Há, mas são verdes. As maduras comi-as eu.”


Porto entre os paraísos que os turistas estão a destruir
O Porto está em destaque num extenso artigo da revista alemã “Der Spiegel” intitulado “Paraísos perdidos: Como os turistas estão a destruir os locais que amam”, no qual também se lê sobre cidades como Barcelona (Espanha) e Veneza (Itália). 
A “Der Spiegel” conclui que “os residentes (...) são talvez os maiores perdedores” e em algumas cidades europeias já começam a sentir-se ameaçados pela invasão de turistas e como parecem estar a controlar tudo. Em Maiorca (Espanha) ativistas escreveram “vão para casa” em muitos locais frequentados por turistas. Em Palma até lhes atiraram excrementos de cavalo. Em Barcelona empurraram ciclistas em passeio e insultaram estrangeiros nos cafés. Na cidade de Veneza (Itália), autoproclamados piratas impediram a entrada de navios de cruzeiro no porto local. 
“O turismo é um fenómeno que gera muitos lucros privados mas também muitas perdas sociais”, defende Christian Laesser, professor de turismo na Universidade de St. Gallen, na Suíça. 
— in Jornal de Notícias, “Porto entre os paraísos que os turistas estão a destruir”

O turismo de massas modifica os lugares por onde passa, mas o fenómeno é passageiro, se o medirmos na escala temporal das cidades. Tem enormes benefícios: gera economia, trabalho, civilização e cultura, agindo como um choque de energias em cidades e lugares por vezes moribundos, como era o caso das baixas de Lisboa e Porto antes de a easyJet e a Ryanair chegarem ao nosso país.

Todos ganham (os políticos da treta, em primeiro lugar), menos quem dispõe de um bem único e não soube valorizá-lo, ou não tem, agora que o boom chegou, rendimentos suficientes para pagar as rendas que naturalmente sobem, e devem subir.

O turismo, nomeadamente sénior, veio para durar talvez até 2050, ou mesmo até ao fim deste século, pois as pessoas com mais de 65 anos compõem o único segmento demográfico em expansão a nível mundial e aquele que menos gasta no dia a dia, conseguindo no entanto dispor das poupanças necessárias para comer em restaurantes baratos e viajar... antes da grande viagem :)

Em suma, não digam baboseiras sobre o único fator que nos tirou da depressão, desde 2014: o turismo e o investimento externo na reconstrução do património degradado das cidades. Os baby boomers, por outro lado, são os grandes beneficiários dos estados sociais e dos seguros de velhice onde os haja e quem mais viaja. Aprendam a a tratá-los bem.

On The Precipice Of Secular Decline...Population, Demographics, Income, & Consumption 
Many look at global population growth as a given to greater consumption... and looking at the chart below of total global population set to hit 7.8 billion by 2020, one might be forgiven for this viewpoint.  However, the reality, when one looks into the numbers, is that growth in global consumption has ended, as I recently detailed, Investing for the “Long Run”? You May Want to Consider This.

This article explains why this population growth will no longer equate to economic or consumptive growth.

Recomendo a este propósito a leitura deste texto algo gongórico,mas que mostra um fenómeno demográfico importante, sobretudo se atendermos que a taxa de crescimento da população mundial parou de crescer em 1964. A crescimento da população continua, mas está a abrandar, sobretudo na Europa, Ásia e Américas. Na realidade, o único continente em verdadeira expansão demográfica é África. Daí que Portugal, Reino Unido, França, Bélgica, Itália devam abrir rapidamente os olhos para esta realidade, assumindo as suas responsabilidades históricas, e os seus interesses futuros, não deixando à China e aos Estados Unidos à tarefa de uma neo-colonização bem mais violenta que a nossa, que os pode beneficiar, mas que prejudicará enormemente todo o continente europeu.

Authored by Chris Hamilton via Economica blog, in Zero Hedge


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quinta-feira, agosto 16, 2018

Maddy Hallquist e o lamento de uma imprensa falida

Photo: MATTHEW THORSEN, Christine and Dave

A era Trump não é  só o que parece


“Here I am, the transgender CEO of one of the most macho businesses” 
Hallquist always felt like a girl as a child attending Catholic school in suburban Syracuse, N.Y. — but it would be decades before she knew there was a word for it. 
Dave Hallquist was dressed in a maroon button-down shirt and black trousers during a tour of the Vermont Electric Cooperative headquarters last month in Johnson. The former engineer wore comfortable shoes and a black leather men’s watch while showing off a state-of-the-art control room, noting how technology has helped to shorten the length of power outages in the 74 towns VEC serves. Hallquist has brought the state’s second-largest utility back from bankruptcy, and, after a decade as its chief executive officer, has become a knowledgeable ambassador for the 107-employee co-op. 
— in “Becoming Christine: Transgender CEO Hallquist Prepares to Go to Work As a Woman “ Seven Days, November 04, 2015

A América tem recursos e reservas que não devemos menosprezar. Dois deles são fundamentais: a democracia e a liberdade de expressão, mesmo quando sabemos das contradições que desde sempre coabitaram com estas duas instituições — a prevalência do racismo em muitos estados é um facto conhecido e reconhecido.

A deliciosa história contada por Terri Hallenbeck no Seven Days, “Becoming Christine: Transgender CEO Hallquist Prepares to Go to Work As a Woman”, sobre a agora candidata a governadora do estado de Vermont (Teresa Abecasis, Plataforma, 16/8/2018), mostra até que ponto nem a erupção dum populista como Trump altera aquilo que é a natureza cultural profunda da América. Dave Hallquist, um engenheiro de sucesso especializado em energia, é hoje a engenheira Christine Hallquist, após um processo de mudança de género, complicado, doloroso, mas que safou Christine dum cancro causado por excesso de testosterona. E é também uma política determinada a combater as ideologias atávicas de Donald Trump.

O mundo está a mudar, e não é só na direção errada. Felizmente!

“Precisamos de si”


Usando as redes sociais como púlpitos de comícios globais, convencendo as pessoas de que a desintermediação as informa melhor - quando na verdade as manipula melhor -, amplificando erros de jornais, ateando ódios e criando perceções sobre mentiras, “factos alternativos” e “fake news”, políticos populistas têm o claro objetivo de aniquilar quem põe em causa o seu poder. Os jornalistas. Os editoriais de hoje marcam um movimento de força, de humildade perante os erros, de alerta e de apelo. Incluindo o apelo do New York Times de que assine jornais, para que os jornais sejam mais fortes, condição básica de independência e de capacidade de investimento em redações de investigação. Lá como cá.  
—in Pedro Santos Guerreiro, Expresso, 16 de Agosto de 2018

O problema, meu caro, Pedro Santos Guerreiro, é que a imprensa convencional de massas nunca foi totalmente livre, e pior, ultimamente, devido à sua aflitiva crise de paradigma tecnológico e social, está cada vez mais indigente e atrelada aos interesses de quem a subsidia, pois de vendas e publicidade já não vive :(

Não confundamos, pois, a nuvem (Trump), com Juno (a liberdade de comunicar e ter opinião).



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domingo, agosto 12, 2018

De Caracas a Monchique


Entrevista exclusiva com a ex-procuradora geral da Venezuela
De  Euronews  • Últimas notícias: 09/03/2018 (VIDEO
Há cerca de um ano, a ex-procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, denunciou a rutura da ordem constitucional no país. Foi expulsa do cargo pela Assembleia Nacional Constituinte e, em agosto passado, decidiu deixar a Venezuela. Agora, a partir da Colômbia, onde vive, denunciou alegados atos de corrupção e violações dos direitos humanos pelo governo de Maduro. 
Ortega apresentou uma queixa perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, que inclui mais de 1.000 provas. O TPI abriu uma investigação preliminar.
Que diz a isto a esquerda-caviar do Bloco e do PCP? Que dizem os socialistas do PS? Se não dizem nada, temo o que poderá acontecer no nosso país um dia destes. As ordens dadas à GNR por António Costa sobre o combate aos fogos florestais deste verão têm que ser analisadas à lupa, pois podem configurar o início de uma campanha autoritária anti-constitucional. Junte-se a este sinal a campanha iniciada por dois patetas do regime socialista sobre o regresso do serviço militar obrigatório, mais o braço dado entre Costa e Rio para substituirem a Procuradora Geral da República, Joana Marques Vidal, por um serventuário qualquer, e teremos boa parte da agenda da Oposição que falta organizar.

Uma nova forma insidiosa de autoritarismo, chantagem e censura aflora não apenas no populismo da direita e da extrema direita, mas igualmente no populismo da esquerda e da extrema esquerda. A etiqueta democrática começa a desfazer-se, deixando transparecer a agressividade de quem, afinal, já se posicionou para não largar o poder, aconteça o que acontecer.

Vêm aí tempos difíceis, desde logo para todos os que crêem nas virtudes intrínsecas da liberdade, da democracia e do estado de direito—ameaçado pela prepotência encomendada pelo Governo à GNR durante o maior incêndio deflagrado e mal combativo na Europa este ano.

Pior cego é aquele que não quer ver.





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sábado, agosto 11, 2018

Pearl Harbour 2.0?

CNN gets rare access on board a US military surveillance flight over the hotly-disputed islands in the South China Sea.

Começaram os preliminares da III Guerra Mundial


O chamado Mar do Sul da China é um dos pontos quentes da guerra entre os EUA e a China, que já entrou na sua fase preliminar: guerra comercial, guerra cambial, guerra eletrónica e uma tensão crescente no mar do sul da China pelo controlo da crucial região de passagem entre o Pacífico e o Índico. Trump precisa, no entanto, de garantir previamente um status quo não beligerante noutros pontos quentes das placas tectónicas da geopolítica global: Rússia, Irão e Turquia, por exemplo.

IMPORTANTE: Portugal tem que reequilibrar rapidamente a geometria das suas dependências externas em setores estratégicos, tais como o setor energético, o setor financeiro e os nossos principais portos. Goste-se ou não de Trump, goste-se ou não de Boris Johnson, vamos ter que regressar às velhas alianças, e também ao Atlântico Sul e Norte, às Américas e a África. Quem abastecerá a França e a Alemanha de gás natural, petróleo e cereais se as coisas ficaram muito feias no Irão, na Turquia, na Rússia, ou na coesão europeia?

‘Leave immediately’: US Navy plane warned over South China Se 
By Brad Lendon, Ivan Watson and Ben Westcott, CNN 
Above the South China Sea (CNN) — High above one of the most hotly contested regions in the world, CNN was given a rare look Friday at the Chinese government’s rapidly expanding militarization of the South China Sea. 
Aboard a US Navy P-8A Poseidon reconnaissance plane, CNN got a view from 16,500 feet of low-lying coral reefs turned into garrisons with five-story buildings, large radar installations, power plants and runways sturdy enough to carry large military aircraft.
During the flight the crew received six separate warnings from the Chinese military, telling them they were inside Chinese territory and urging them to leave. 
“Leave immediately and keep out to avoid any misunderstanding,” a voice said. 
Updated 0001 GMT (0801 HKT) August 11, 2018
Ver esta sequência de videos da CNN sobre o conflito em desenvolvimento no Mar do Sul da China

South China/ man-made Spratly islands



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quinta-feira, agosto 09, 2018

Xiiiiiiiiii....!


China suspendou a importação dos SUV da Mercedes fabricados nos EUA

Os três erros fatais de Xi


1—Não existe tal coisa a que os mentores de Xi chamam “Chinese exceptionalism”;

2—A América, mesmo ferida, é um gigante cultural, tecnológico, energético e militar;

3—A China tem o mesmo problema genético da Alemanha: não dispõe de autonomia energética, mineral e alimentar. E tem um grande problema histórico, que se agravou: uma população envelhecida que é mais do que quatro vezes a população dos Estados Unidos da América;

Recomendação aos meus queridos conterrâneos: preparem-se para reforçar as alianças com ingleses e americanos, sem deixar cair as boas relações com a China e Bruxelas, claro.

Mas a prioridade das prioridades portuguesas tem um nome: África!

Handling of U.S. trade dispute causes rift in Chinese leadership: sourcesBen Blanchard, Kevin Yao
Reuters, August 9, 2018 / 8:52 am 
“Many economists and intellectuals are upset about China’s trade war policies,” an academic at a Chinese policy think tank told Reuters, speaking on condition of anonymity due to the sensitivity of the issue. “The overarching view is that China’s current stance has been too hard-line and the leadership has clearly misjudged the situation.” 
[...] 
Under Xi, officials have become increasingly confident in proclaiming what they see as China’s rightful place as a world leader, casting off a long-held maxim of Deng Xiaoping, the former paramount leader who said the country needed to “bide its time and hide its strength”.

“The Outlook Has Become Grim”: Trump Trade War Causing “Rare Cracks” Within China’s Communist Partyby Tyler Durden
ZeroHedge, Thu, 08/09/2018 
Over the weekend, Trump claimed on Twitter that the US is winning the trade war with China for one simple reason: whereas US stocks are back to all-time highs, the Chinese market has tumbled and remains mired in a bear market. Now, another - less naive - indication has emerged suggesting that the US is indeed getting the upper hand in the ongoing trade feud: according to Reuters, the trade war with the United States is “causing rifts” within China’s Communist Party, with some critics saying that China’s overly nationalistic stance “may have hardened the U.S. position.”


Two models: Building Stuff (China) or Bombing Stuff (Us)?
In this Summer Solution episode of the Keiser Report, Max and Stacy contrast the situation with China, a perhaps emerging superpower, to the United States, a possibly declining superpower. As the US grew powerful as an empire of debt, extracting resources and equity from economies colonized by their debt rather than their military armies, what happens when China begins doing the same? Lots of complaints from U.S. officials who want American lenders to take over debt markets the U.S. has overlooked in the past few decades. They look at the case of Africa where Chinese mobile phone manufacturers and tech entrepreneurs are radically altering the telecom landscape left wide open to them after the departure of Nokia. What happens when the African consumer becomes wealthy enough to transform the Chinese global power play?


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Portugal arde. Espanha, não. Porquê?

Foto: Pedro Nunes/Reuters (in TSF) 

Os fogos florestais extremos vieram para ficar. 


A nossa atitude e a nossa capacidade de enfrentar esta nova situação tem que mudar radicalmente e em pouco tempo. Os políticos falharam em toda a linha.
36 feridos e 299 pessoas retiradas de casa por causa do fogoTSF, 09 de agosto 2018 - 10:09 
Patrícia Gaspar fez um ponto de situação do incêndio que começou na sexta-feira passada. Até ao momento, o fogo fez 36 feridos, um deles em estado grave. Destes, 19 são bombeiros. Por causa das chamas, 299 pessoas foram retiradas de casa. 
Às 10h, estavam no terreno quase 1.300 homens, apoiados por mais de 390 viaturas, seis aviões e três helicópteros.
Os guardas florestais têm que regressar em massa e, em articulação com os bombeiros, as Juntas de Freguesia, as Câmaras Municipais, a GNR, e as organizações civis vocacionadas, devem constituir uma frente da prevenção tática permanente e autónoma, bem instruída e dotada de meios suficientes, com capacidade de atacar os fogos florestais quando estes começam. A Proteção Civil, depois de informada das ocorrências, agirá então de acordo com o seu planeamento, regras e procedimentos.

Mas para isto é preciso investimento público, nomeadamente na formação das pessoas e das comunidades que vivem no meio ou próximas das florestas, bem como na dotação de meios de intervenção.

Por outro lado, a Proteção Civil tem que passar a contar com uma unidade aérea militar de combate aos incêndios florestais, integrada na Força Aérea Portuguesa—por forma a garantir prontidão, continuidade e custos controlados, evitando as negociatas político-partidárias.

Os comportamentos humanos, seja na origem criminosa de alguns fogos, seja na falta de limpeza das matas, são fatores relativamente secundários no fenómeno extremo a que continuaremos a assistir nos próximos anos e décadas.

A combinação entre o despovoamento das zonas rurais, o fim da prosperidade alimentada por energias abundantes e baratas, e as alterações climáticas (não só de origem humana, mas também de origem humana) formam um cocktail cujas explosões, cada vez mais recorrentes e extremas, não se compadecem com o amadorismo e a irresponsabilidade da partidocracia que nos conduziu à falência.

O Estado, governado agora por uma geringonça de esquerda atada a uma austeridade escondida atrás de propaganda e de decisões orçamentais populistas, provou em dois anos sucessivos a sua incapacidade e a sua enorme e criminosa irresponsabilidade na gestão deste assunto.

O país deve preparar-se para votar com os pés. O regime, assim, não funciona e deita o país a perder.

O cinismo ávido de poder, do 'socialista' António Costa, é insuportável!

Post scriptum
Red-hot planet: All-time heat records have been set all over the world during the past week — The Washington Post
Este é já o maior desafio à coesão social e à coesão territorial dos países. Quem quererá viver nas comunidades rurais de ora em diante? Que ocorrerá ao valor da propriedade rústica? E aos preços da alimentação e da água?


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quarta-feira, agosto 08, 2018

Já começou a III Guerra Mundial?

The Azov Battalion uses the Nazi Wolfsangel symbol as its logo. Its founder Andriy Biletsky (center) has moved to ban “race mixing” in the Ukranian parliament. (Azov/Twitter)

Será muito diferente da Primeira, e da Segunda...


Neo-conservatives are crazy. They think they can win a nuclear war! 
 PAUL CRAIG ROBERTS. 
Israeli arms are being sent to a heavily armed neo-Nazi militia in Ukraine, The Electronic Intifada has learned. 
ASA WINSTANLEY.
Shifting monetary systems: developed to developing nations 
The World Wars of the twentieth century had spawned a US-led monetary structure that came to dominate markets and geopolitics. In 1944, self-interested financial leaders convened at Bretton Woods to craft a monetary system centered on US and European currencies and interests. While Europe rebuilt its war-torn cities, the United States capitalized on its superpower role, and developing countries were overshadowed. 
In contrast, the twenty-first century gave rise to a financial world war. Conjured money was the weapon of choice. Fabricated funds went toward subsidizing the private banking system and buying government debt, corporate debt, and stocks. By providing the grease that kept money flowing, central bankers superseded governments—that set the cost of money and provided the confidence in ongoing liquidity—the world was their battlefield. 
NOMI PRINS, Collu$ion, How Central Bankers Rigged The World, 2018.
ASEAN, China agree 'milestone' text as basis for South China Sea talks 
SINGAPORE (Reuters, August 2, 2018) - Southeast Asian nations and China have reached a “milestone” in talks with China over a code of conduct in the South China Sea with a working text that will serve as a basis for future negotiations, Singapore’s foreign minister said on Friday.
Há qualquer coisa no ar que cheira cada vez mais a desastre, e possivelmente a guerra. Mas, tal como o colapso ecológico provocado pelas alterações climáticas, não será um acontecimento súbito, único e definitivo. Virá sim por vagas, com intervalos cada vez menores, e intensidade crescente. Para todos os efeitos, podemos datar o início da III Guerra Mundial no que quer que tenha acontecido em 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque. Trump pode muito bem ser o líder que precipitará a segunda vaga do conflito global que ditará a forma do planeta humano depois da era dos combustíveis fósseis de alta densidade—carvão, petróleo e gás natural— e depois do esgotamento de inúmeros recursos minerais, e da extinção de milhares de espécies animais e botânicas à face da Terra.

Donald Trump, ao disparar em todas as direções lançou uma grande confusão nas relações internacionais, sobretudo na Europa e no Pacífico. Em resposta a esta perigosa desorganização do status quo internacional, a União Europeia decidiu criar proteções legais face às sanções intempestivas do presidente americano contra tudo e contra todos (salvo a sionista Israel, claro). Por sua vez, a China acaba de avançar, com vários países asiáticos, e sem os Estados Unidos, para um Código de Conduta no Mar do Sul da China, num claro desafio à hegemonia imperial americana.

Recomendo, a propósito deste verão quente, os videos que se seguem e dois livros. No seu conjunto dão-nos uma panorâmica bastante detalhada da complexidade económico-financeira, social e geoestratégica resultante do sobre-endividamento de uma super-potência em declínio: os Estados Unidos da América.

Paul Craig Roberts — Deep State and MSM Will Fight to the Death Against Trump, interview by Greg Hunter, USAWatchdog.

Steve Bannon — Steve Bannon interview with Christopher Hope, The Telegraph.

Nomi Prins — All The Presidents Bankers, 2014; Collu$ion—How Central Bankers Rigged The World, 2018.










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terça-feira, agosto 07, 2018

Portugal no fim da linha


O populismo não é uma alternativa à falência


ALFA PENDULAR — Calor leva a desmaios no Alfa Pendular e atrasos nos comboios 
TSF, 05 de agosto de 2018 - 00:24

Desta vez houve passageiros que desmaiaram. Um dia morrerá algum :(

O preço desta Geringonça que não anda de comboio, nem de Metro, será pesado.

O imparável fiasco SIRESP não augura nada de bom, como se pode perceber da leitura do texto meticuloso de Joaquim Miranda Sarmento, no ECO.

Quem compra votos a curto prazo, pagando salários imprudentes e empregando mais gente do que pode, acabará por empurrar o país para o desassossego, e para uma ditadura qualquer.

A erosão do capital público e privado corrói a estrutura do país por dentro. Quando dermos por ela, poderá ser tarde demais. Um dias destes, sem aviso, implodiremos como aqueles buracos que abrem depois de fortes chuvadas no alcatrão, engolindo tudo o que vier na sua direção.

Parafraseando um comentário que recebi na minha caixa de correio a propósito do colapso da CP, patente na interrupção do serviço Alfa motivada por avarias sucessivas no ar condicionado:

— se já perdemos, a banca para os espanhóis (Santander, CaixaBank), a eletricidade para os chineses da China Three Georges Corporation e da State Grid Corporation of China, 22,5% da Galp Gás Natural Distribuição para os japoneses da Marubeni associados à Toho Gas, 8 concessionárias e 3 parcerias público-privadas institucionalizadas no setor das águas, para os japoneses da Innovation Network Corporation of Japan, os aeroportos para os franceses da Vinci, os portos para os turcos da YILPORT, salvo o terminal de Sines, explorado pelo gigante de Singapura PSA International, a CP Carga, hoje Medway, para os suíços da MSC, e até a Casa Ramos Pinto integra hoje a francesa Champagne Louis Roederer, qual é o problema de termos a ferrovia de passageiros nas unhas de espanhois, franceses, ou alemães, se o serviço melhorar e o negócio prosperar?

Se dependesse de mim a decisão, convidaria de imediato os japoneses para tomarem conta do transporte ferroviário de passageiros no nosso país, dando obviamente prioridade aos eixos Valência do Minho-Vila Real de Santo António e Lisboa-Madrid.

Quanto mais os demagogos da esquerda falam de nacionalizações, empresas públicas, reversões das medidas da Troika, estado social e, em geral, de uma bebedeira de direitos no preciso momento em que deixou de haver recursos para os alimentar, mais o país real se vê confrontado com a perda dramática do seu património económico acumulado ao longo de décadas ou séculos, e se atola no pântano de dívidas criminosamente geradas e estimuladas por bancos e governos indígenas—de onde não é capaz de sair.

O abandono orçamental das nossas infraestruturas estratégicas, em nome das cada vez mais magras colheitas eleitorais, é um crime que vamos pagar muito caro. E até lá — nunca antes de 2030— de uma coisa estou certo: não haverá renovação estratégica, material e operacional na nossa rede ferroviária, nem um novo aeroporto de raíz em Lisboa (Rio Frio) sem investimento planeado, verdadeira dimensão económico-financeira e know how—tudo o que estruturalmente falta à nossa burguesia, e ao nosso Estado. Sem uma nova vaga de investimentos estrangeiros no nosso país, com repercussões culturais profundas no tecido laboral português, partes significativas da nossa base de convivência social começará a ruir.


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quinta-feira, agosto 02, 2018

O desespero imobiliário da esquerda

É necessário desmontar o subconsciente da esquerda pírrica

A renovação urbana rouba votos ao PCP e ao Bloco

PS, PCP e BE querem arranjar solução para contrariar veto e defender inquilinos 
Descontentes com o veto a um diploma para a qual contribuíram, os comunistas acusam o Presidente da República de "impedir que a lei entre em vigor e que proteja os interesses e direitos dos inquilinos de uma forma mais breve". Mas tanto o PCP como o Bloco ou o PS asseguram que em Setembro vão tentar encontrar uma solução para o assunto. 
Público. MARIA LOPES 2 de Agosto de 2018, 11:58
O que os dirigentes e burocratas do PCP e do Bloco querem, já sabemos, é evitar a sua rápida descida ao zero eleitoral, nem que isso signifique empobrecer ainda mais o país. Não nos esqueçamos que estes cadáveres adiados do marxismo se alimentam de pobres e remediados...

Falta agora explicar uma coisa muito simples aos inquilinos:

— a lei anti-propriedade privada do PCP, do Bloco e (será?) do PS, se chegar a ver a luz do dia, apenas estimulará ainda mais os proprietários urbanos a deixarem de ter inquilinos, substituindo o arrendamento tradicional pela figura do 'leasing' imobiliário (operações reservadas a bancos e sociedades de crédito), ou, em alternativa, pelo alojamento local temporário. Estas duas escapatórias têm, porém, um inconveniente democrático: reforçam a concentração capitalista, a internacionalização financeira do país, e a destruição, a muito curto prazo, das classes médias, entre as quais se encontram os pequenos proprietários urbanos. Ou seja, teremos cada vez menos Catarinas, e cada vez mais Robles.

Conclusão: a sanha anti-capitalista (hipócrita como sabemos) do PCP e do Bloco virar-se-à contra a própria figura do inquilino, condenando-o a uma morte prematura.

Espero bem que haja ainda energia suficiente dentro do PS (o PSD é presentemente dirigido por um paranóico sem ideias) para contrariar o desespero do que resta da tropa estalinista, maoista e trotkysta que infesta as nossas instituições democráticas burguesas.

Esta corja da putativa esquerda não pensa. Esbraceja apenas, desesperadamente, por um lugar protegido pelas receitas do fascsimo fiscal que vem destruindo o país, escancarando as suas pernas ao capital estrangeiro. É esta espécie de internacionalismo que, no fundo, no fundo, os oportunistas que se reclamaram ao longo de  quase um século do Karl Marx que raramente leram, e muito menos entenderam, espalharam nos territórios geralmente atrasados onde exerceram as suas ditaduras.


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quarta-feira, agosto 01, 2018

A Casa Alves dos Robles


O leilão do edifício da Rua Terreiro do Trigo 6 a 26 data de 2014


...mas o novo plano estratégico para a zona onde está situado este conjunto de prédios urbanos (com os números de polícia 4, 10, 12, 14, 18, 22) da Rua Terreiro do Trigo já era público em 2012. 

Quem foi, então, o gestor responsável por este Concurso de Alienação de Imóveis promovido pela Segurança Social? Como decorreu este processo? Porque houve tão poucos interessados atendendo a que esteve em causa adquirir uma propriedade única numa das zonas de especulação urbana mais explosivas da frente ribeirinha da cidade de Lisboa? E ainda, que é preciso neste escândalo para que os meios de comunicação consultem o processo de requalificação e ampliação levadas a cabo pela dupla Ligia Amaral Robles / Ricardo Amaral Robles? Houve parecer da Direção-Geral do Património? Houve reforço das estrutura do edifício, uma vez que lhe foi acrescentado um piso? Houve projeto aprovado na Câmara Municipal de Lisboa? Quem foi o arquiteto responsável? Como foi possível uma gema especulativa deste quilate ficar isenta de IMI?

A Segurança Social, a Direção-Geral do Património, a Câmara Municipal de Lisboa e a Repartição de Finanças do 3º Bairro Fiscal de Lisboa foram e são seguramente parte deste processo. Como tal, por dever de transparência, devem prestar os necessários esclarecimentos ao país.

O texto que se segue é um fragmento bem ilustrativo das necessárias medidas de planeamento urbanístico em curso na cidade de Lisboa, responsáveis por uma efetiva requalificação da sua frente ribeirinha, mas com reflexos praticamente inevitáveis sobre a valorização patrimonial da baixa lisboeta, sobre o investimento e a especulação urbanas, e ainda sobre a chamada gentrificação, quer dizer, sobre a composição social de zonas extensas da cidade. Este é um fenómeno mais antigo do que se imagina. No caso português, a sua emergência explosiva, desde 2014, tem causas diversas, que merecem análise, discussão, ponderação e realismo nas decisões. O que a gentrificação em curso não merece é aproveitamentos populistas que escondem oportunismos indecorosos, como têm sido os casos que envolveram recentemente António Costa (primeiro ministro), Ricardo Robles (ex-vereador e ex-dirigente do Bloco em conseuquência do seus atos inqualificáveis), e Catarina Martins (dirigente oportunista  e sem qualidades para prosseguir na direção do Bloco de Esquerda).

Reconquista da Frente Ribeirinha de Lisboa

Manuel Salgado
Câmara Municipal de Lisboa
dmprgu.dpru.dpeu@cm-lisboa.pt

(2012)

P11
Terreiro do Trigo/Santa Apolónia

A intervenção no espaço público da área compreendida entre o Terreiro do Trigo e Santa Apolónia, da responsabilidade da Bruno Soares Arquitectos, reconhece o potencial da zona nos circuitos turísticos da cidade e a importância de revitalizar este troço histórico da cidade. A proposta baseia- se na articulação dos diferentes espaços públicos existentes através da sua requalificação, do reforço da sua relação com Alfama e do novo desenho de áreas de circulação pedonal e viária.

Terminal de Cruzeiros de Lisboa

Figura 14. Proposta Terminal de Cruzeiros

O crescimento da actividade de cruzeiros na cidade, a par da evolução da capacidade dos navios, exigiu uma avaliação das infraestruturas existentes e a definição de um novo enquadramento desta actividade no contexto da cidade de Lisboa, tornando evidente a necessidade de dotar o porto e a cidade de um novo terminal de cruzeiros que responda às atuais exigências de conforto e funcionalidade.

No enquadramento da colaboração institucional entre APL e CML, foi lançado em Março de 2010 o Concurso Público de Concepção para a Elaboração do Projecto do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, que prevê a instalação do novo terminal no espaço ribeirinho entre a Doca da Marinha, a estação ferroviária de Santa Apolónia e a Av. Infante D. Henrique.

A deslocação e concentração do Terminal de Cruzeiros de Alcântara para a zona de Santa Apolónia, cria uma série de oportunidades para a renovação e re- funcionalização de um espaço nobre da frente ribeirinha de Lisboa, potenciada pelas operações de valorização urbana em curso e previstas na Baixa Pombalina.

O projeto vencedor do concurso é da autoria do Arq. Carrilho da Graça e da Global Arquitetura Paisagista, Lda. A proposta consiste num edifício volumetricamente compacto, permitindo a libertação do espaço envolvente para a criação de um boulevard ribeirinho que potencia a relação da população da cidade e dos que a visitam com o Rio Tejo e os bairros históricos de Alfama, Mouraria, Castelo e Baixa Pombalina. A multifuncionalidade do espaço público traduz- se na diversidade tipológica dos espaços criados,

P12

nomeadamente: Praça do Jardim do Tabaco de enquadramento ao edifício da Alfândega de Lisboa; plano de água, evocando a antiga Doca do Jardim do Tabaco; Jardins Nordeste e Sudeste. Está ainda prevista a continuidade do percurso ciclável existente a poente, bem como a ligação ao circuito proposto para a margem oriental até ao Parque das Nações.

A construção do novo terminal de cruzeiros integra- se na quarta e última fase do processo de intervenção na área ribeirinha entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco. Estando concluídas a primeira e segunda fases de reabilitação e reforço dos cais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco, seguir- se- á a reabilitação do molhe montante e o prolongamento do cais com novo alinhamento.

Ler este documento integral em DocPlayer

Ó Catarina!

Catarina Martins

Catarina Martins tem posição em empresa de alojamento local. 
A coordenadora do BE detém uma posição minoritária numa empresa de alojamento local gerida pelo marido e pela sogra. Explora unidades no Sabugal. Partido diz que ajuda a combater a desertificação. 
A coordenadora do BE fundou a Logradouro Lda. com o marido há quase dez anos e foi sócia-gerente da empresa até final de 2009, altura em que assumiu funções como deputada em regime de exclusividade. Atualmente, a empresa explora quatro empreendimentos turísticos e uma unidade de alojamento local no concelho do Sabugal, distrito da Guarda. 
in ECO 

Como podem os eleitores confiar na 'coordenadora' do Bloco de Esquerda, se Catarina Martins não confiou nem, ao que parece, confia no marido e nos sogros para lhes passar por inteiro a sua quota na empresa de alojamento temporário de que detinha 50% e continua hoje a deter 4%?

Se tivesse vendido integralmente a sua quota no empreendimento imobiliário familiar teria evitado expor-se, como é agora o caso, a uma justa recriminação pública face à sua patente hipocrisia político-partidária. Ou será que não pode? Quais as condições e obrigações das ajudas comunitárias que obteve?

Além do mais, como pode liderar um partido que defende o fim da propriedade privada, a saída da União Europeia e o fim do euro, e recorrer na mesma peugada a fundos comunitários para financiar um negócio de alojamento local?

Nem coerência, nem decência... Demita-se, para evitar piores danos ao Bloco e à democracia.

OPORTUNISMO E  CONTRADIÇÕES INSANÁVEIS

“Basta pensar-se que no balcão dos despejos o senhorio não precisa de nada para mandar despejar e o inquilino precisa de advogados para se defender. É um absurdo completo. Chama-se balcão do arrendamento, bem sei, mas eu pergunto se algum dos presentes achou alguma vez que o balcão servia para arrendamento”. As palavras são de Catarina Martins, em Abril deste ano. O Bloco de Esquerda defende o fim do Balcão de Arrendamentos, mas foi precisamente nesse balcão que Ricardo Robles interpôs a acção de despejo contra um inquilino com quem não conseguiu chegar a acordo. 
— in Observador

Do programa do acampamento organizado pelo Bloco de Esquerda em julho deste ano

  • “Direito à Habitação vs Gentrificação”
  • “Saída do Euro: há outra saída?”
  • “A propriedade é o roubo: debate sobre a socialização dos meios de produção”
  • “Desobediência civil: como, porquê e para quê”


— in 15º Acampamento Liberdade/ 25-30 de junho 2018/ programa

segunda-feira, julho 30, 2018

Louçã também deveria demitir-se

À fragata (NATO) NPR "Gago Coutinho", comandada pelo Comandante Seixas Louçã, foi dada ordem de fogo. Felizmente, os oficiais a bordo não cumpriram a ordem do instável militar.
Foto: Alfredo Cunha

Este Alves dos Robles infetou o Bloco de Esquerda até ao tutano!

Ricardo Robles renuncia ao cargo de vereador do BE em Lisboa
Eleito em 2017, representante do Bloco de Esquerda deixa a vereação após a polémica em torno dos investimentos imobiliários em Lisboa.
PÚBLICO 30 de Julho de 2018, 12:08
Em que posição ficam o beato Louçã, a serviçal Catarina e a ex-futura ministra Mariana? Ou muito me engano, ou a ala estalinista do Bloco (Fazenda, Rosas, etc.) vai regressar em força, o que não deixará de acelerar a caminhada deste saco de gatos pequeno-burgueses para a sua merecida irrelevância.

O sonho do degenerado trotskysta Francisco Louçã (será que ainda vegeta pela IV Internacional?) era ser vice-primeiro ministro de um Governo PS, cumprindo o desiderato revisionista que sempre o acompanhou na sua devoção marxista-leninista a Trotsky e ao senhor Mandel. Nunca percebeu a contradição em que viveu praticamente toda a sua vida. Em 25 de novembro de 1975 refugiou-se na clandestinidade em nome da segurança do partido, para logo depois expulsar os que ficaram na Rua da Palma e nos quarteis a aguentar o que então se percebia ser um perigoso, mas imparável descarrilamento da balbúrdia pré-revolucionária em curso. O país tornara-se um enorme furúnculo social, político e institucional, que consumia a velocidades estonteantes as reservas de ouro acumuladas por Salazar. A 'revolução', em suma, tomara o freio nos dentes, sendo por isso imparável. Na antiga Liga Comunista Internacionalista - LCI (uma das avós do Bloco de Esquerda) houve então quem preferisse continuar com as mãos na massa, nomeadamente dialogando com o PRP-BR, o PCP, o MDP, o MES, etc., para o que desse e viesse, mas sobretudo para impedir o pior. Louçã, filho do comandante que dera à fragata Gago Coutinho ordem de fogo contra os revoltosos na manhã de 25 de abril de 1974 quando esta se encontrava posicionada ao largo do Terreiro do Paço (1), preferiu sempre o conforto de uma subordinação estratégica a Mário Soares (e aos Estados Unidos), ainda que enfeitada com a retórica mandeliana, do que pensar honestamente nos interesses históricos do povo português. Um caso perdido.

Francisco Louçã deveria demitir-se do Conselho de Estado e do Banco de Portugal, em nome da coerência, mas também em nome da decência que tanto apregoa.

E o Partido Socialista deveria cuidar melhor da pública RTP, tomada de assalto, por dentro e por fora, por uma falsa esquerda radical, que mais não é que uma soma desmiolada de indigentes e pequenos aristocratas do regime.

Contratorpedeiro Huron das forças da NATO meteu-se entre a Gago Coutinho e a Praça.
NOTA

A ordem do “…Comandante ao chefe de Serviço de Artilharia para serem dados uns tiros para o ar, com munições de exercício” foi desobedecida, quando o oficial imediato “informou o Comandante de que os oficiais e ele próprio se recusavam a fazer fogo”. Esta atitude do oficial Imediato foi corroborada não só pelo chefe de Serviço de Artilharia, como também pelos restantes oficiais. De facto, não se verificou a execução da ordem, quer porque o Imediato teria informado, primeiro, o Comandante dessa recusa, quer porque o chefe de Serviço de Artilharia teria “inventado", depois, "problemas na artilharia", facto que, sem que o Comandante Louçã tivesse, sequer, procurado averiguar quais eram especificamente e que peças afectavam, o levou a informar o Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada da existência de problemas na artilharia que impediriam o cumprimento das ordens recebidas, embora sem justificar a natureza dos mesmos. Na verdade, a execução da ordem de fogo, em sentido estrito, só se verificaria quando e se o chefe do Serviço de Artilharia mandasse dar fogo à peça, proferindo a expressão consagrada “Fogo”!

— in FRAGATA “GAGO COUTINHO”, Esclarecimentos necessários (pdf)

Um tiro no porta-aviões do Bloco

Francisco Louçã na Vi Convenção do Bloco de Esquerda (2009)
Foto: José Goulão/ Wikimedia


Francisco Louçã já não é, de facto, um trotskysta


Se este fim de semana não destruir o Bloco de populistas e especuladores capitaneado pelo beato Louçã, então é porque o país está definitivamente perdido. Já o efeito colateral deste escândalo é simples de imaginar: o fim da Geringonça e a maioria absoluta do PS nas próximas eleições.

Miguel Esteves Cardoso (MEC), na sua crónica no Público, escreve: “A pergunta que eu faria a Ricardo Robles é esta: a quem é que ele queria vender o imóvel? Quem é que ele acha que seria capaz de pagar os 5,7 milhões de euros que ele pedia?”

Ricardo Robles não pode obviamente responder a esta pergunta, sob pena de se auto-incriminar—ideologicamente, claro. Ocorre o mesmo, aliás, às criaturas perdidas que tomaram conta do dito Bloco de Esquerda: o conselheiro Acácio Louçã, a serviçal do conselheiro, Catarina Martins, o Alves dos Robles e a ex-futura ministra Mariana Mortágua.

Eu também tenho duas perguntas de algibeira:

1. Quanto vai custar a rescisão do contrato robliano com a Christie's?

2. Onde está o projeto e o alvará (obrigatórios) que permitiram a Ricardo Robles adicionar um piso (recuado) aos prédios que comprou?

MEC está, porém, enganado, num ponto: o Roblespierre do Bloco de Especulação despejou mesmo, pelo menos, um inquilino, mandou para o desemprego quatro funcionários dum café, e acossou ainda o dono dum prédio vizinho que reclamou contra as obras de ampliação que o dito trotskysta degenerado empreendeu com os favores da Câmara Muncipal de Lisboa e da Caixa Geral de Depósitos. Até prova em contrário estas deduções e suspeitas são mais do que legítimas. São flagrantes!

Não vejo, pois, como é que a malta do Bloco vai poder continuar a socorrer esta espécie chic de Capitão Roby fascinado pela Christie's. Se a criatura continuar na Câmara Municipal de Lisboa, e no Bloco, os fiéis do bloquismo não poderão mais abrir a boca sempre que alguém lhes fizer uma das três perguntas anteriores, sob pena de se transformarem em personagens anedóticos do Little Portugal.



Pobre Mariana. Pensei que ia mais longe...

Da imprensa deste fim de semana:
“Quem é rico e tem dinheiro fica com uns bons prédios em boas áreas”, criticou Mariana Mortágua na Assembleia Municipal de Lisboa em 2014. Robles estava ao lado e já tinha comprado o prédio.
“A cidade planeada à medida dos especuladores e o respeitinho pelo capital”.  
“O pequeno comércio expulso e os últimos residentes enxotados para a periferia” pelos grandes proprietários imobiliários.  
O sector privado “que desenha a cidade e a transforma ao seu gosto, decide quem fica e quem sai.”  
Estas três frases foram ditas a 14 de outubro de 2014 por Ricardo Robles, numa reunião da Assembleia Municipal de Lisboa para criticar a reabilitação que abria caminho a fins especulativos.  
Os que o ouviam ainda não sabiam, mas cinco meses antes o deputado municipal do Bloco de Esquerda tinha vencido um leilão para comprar à Segurança Social um prédio em Alfama por 347 mil euros, que anos mais tarde colocaria à venda no mercado por 5,7 milhões de euros. Ainda hoje recusa que se trate de especulação.  
A remodelação do imóvel de Ricardo Robles - vereador do BE na Câmara de Lisboa -, em Alfama, levou a que quatro funcionários de um café ficassem sem emprego.”Podiam ter sido cinco, mas eu optei por ir para a reforma, dado que já tinha 63 anos”, contou ete sábado ao CM o gerente do Pão com Manteiga, que pediu para o seu nome não ser publicado. Adiantou, ainda, que acabou por ser “despejado” por “decisão do tribunal”, porque “não aceitou vagar” o “primeiro esquerdo” do prédio que utilizava como “armazém” e “quarto de arrumos do pessoal”. “Era o local onde eu tinha duas arcas frigoríficas. Quis aumentar-me a renda de 270 euros para 400 euros, com a condição de eu sair do andar de cima. E como eu não aceitei, ele colocou-me uma ação de despejo, que foi concretizada em outubro de 2016.”
Esta é a definição, que o Bloco sempre usou, de um despejo
O arrendatário de duas frações do imóvel de Alfama - que Robles chegou a colocar à venda por 5,7 milhões de euros, tendo custado 347 mil euros ao político e à sua irmã Lígia - afirmou também ao CM que já avançou “para tribunal com um pedido de indemnização de 120 mil euros”. “Esta verba tem a ver com benfeitorias que fiz ao longo de 28 anos de arrendamento. Os últimos tempos que passei no café foram difíceis. Pela pressão de ter de sair e pelas obras de remodelação. Havia sempre muito ruído e muito pó. Fiquei muito desgastado e decidi ir para a reforma”, vincou. 

sexta-feira, julho 27, 2018

O Bloco de Especulação


Esta Geringonça não passa de caca ideológica

OBSERVADOR: Ricardo Robles dizia que a política de Fernando Medina na área da habitação era uma política que, “no essencial, tem falhado”. “Há uma visão especulativa: os terrenos, os prédios de Lisboa são para negócio, não são para habitação, não são para quem quer viver na cidade. E isso não é uma política de esquerda”.
Esta Geringonça é uma verdadeira vacina contra a demagogia, a hipocrisia, o populismo e a corrupção da Esquerda Rasca - um sucedâneo da velha utopia socialista, que não passa de caca ideológica.

Depois de um especulador imobiliário que engana velhinhos, sob o manto de silêncio indigente da imprensa indígena—o PM da Geringonça, António Costa—, e dos deputados do Bloco que vivem em Lisboa mas declaram residência oficial em Leiria ou na sede do Bloco em Braga, temos agora o engenheiro vereador do Bloco, Ricardo Robles, que barafusta contra a gentrificação, ao mesmo tempo que especula nesse mesmo pardieiro de oportunidades comprando barato —presumo que à custa de informação privilegiada e tráfico de influências— e salivando, qual aprendiz de 'pato bravo', por mais valias escandalosas (5,7 milhões - 350 mil = 5,35 milhões de euros!)

Ao contrário do que dizem, face à corrupção geral da esquerda à esquerda do corrupto PS, mais o colapso iminente do PSD, e a anomia do CDS, prevejo que uma boa parte da classe média acabe por dar a maoria absoluta a António Costa. Sempre será uma maneira de arrumar de vez as botas aos degenerados herdeiros do imprestável marxismo-leninismo, enquanto ficamos todos à espera de Godot.

Caviar na barriga, caca marxista na mioleira

O Bloco de Esquerda tornou-se uma galdéria irrelevante do regime. António Costa acaba de chegar à maioria absoluta.

Pórtico da página Facebook do especulador-mor do Bloco de Esquerda.

Ao contrário do que pretende o bronzeado senador Francisco Louçã...

(mensagens recebidas)
1) O ministério da segurança social tem que explicar esta pessegada. A CML tem que explicar este processo. Nós já percebemos, mas a CML tem que vir a público explicar os contornos destas transações. E a Caixa Geral Depósitos, que aprovou o crédito, tem que explicar publicamente em que bases o fez: qual a entrada de capital, e de que base salarial partiu.
2) RICARDO ROBLES E A IRMÃ compraram vários prédios e não um à Segurança Social por 350.000 euros… A cair? Pelas fotos que vemos no vídeo, não parecem ruínas...
A PGR devia investigar... 
Vendeu-se propriedade do Erário Público, i.e. da Segurança Social, por um valor muito abaixo do real. Esta forma de alienação do património público não foi revertida pela Geringonça (curiosamente...) e Ricardo Robles aproveitou a deixa, em vez de a denunciar! O senhor Robles conseguiu aliás, em tempo recorde, aprovar uma operação de loteamento e até acrescentar mais um andar. Onde está o suporte legal desta operação? Houve ou não favor camarário ao vereador? 
Gostava de ver em que condições foi feito o projeto e se cumpriu sequer os regulamentos mínimos anti-sísmicos. 
Isto é mesmo muito nebuloso… e nada tem a ver com o que dizem as Televisões e os Jornais. 
Não é um, mas sim vários prédios que estão em causa na Rua Terreiro do Trigo, números 6 a 26, em Alfama, e MAIS UM PISO! 
Gostava mesmo de ver o projeto do imóvel, porque não se tratou de uma reabilitação (falso) mas sim de uma reconstrução… pois levou mais um andar...
E ainda, como foi obtido o empréstimo na Caixa Geral de Depósitos? Quanto custa por mês? Etc. 
Isto não é inveja do sucesso dos outros. A Segurança Social, a caminho da falência, é paga com os nossos pesados descontos todos os meses! 
ISTO É MESMO MUITO GRAVE


Mais sobre o especulador imobiliário Ricardo Robles, num comentário de Marcos Soromenho Santos, proprietário de um prédio contíguo ao prédio do Robles
“Barbara, é mais grave do que isso. Eu tenho um prédio contíguo ao dele [Ricardo Robles] e as obras que ele fez (e foi ele e não a irmã, que nunca sequer apareceu nas reuniões que tivémos, sendo que o prédio foi comprado a meias pelos dois) não eram de todo permitidas por vários motivos (edificou sem parecer prévio sobre a muralha fernandina, subiu paredes sobre dois saguões prejudicando a qualidade do ar dos cómodos dos res do chão, que são meus, modificou o sistema de águas dos telhados sobre o meu prédio sem o meu consentimento, chegou a fazer intervenções definitivas de obra num terraço que é meu, apesar de previamente eu não ter consentido. Fiz por isso queixa à Câmara que lhe deu razão em tudo, num parecer vergonhoso que me foi remetido, com a clara conivênciade pelouros do PS (leia-se Medina). Esta gente não é séria, está lá para se servir pessoalmente, tal como aconteceu no caso da compra do andar do Medina à Isabel Teixeira Duarte. Lisboa está a saque, com prejuízo para quem é de facto da cidade.”



A notícia de O Jornal Económico não é falsa
1. Todos os factos noticiados foram devidamente comprovados ao longo da nossa investigação, com base em documentos públicos e nas declarações do próprio Ricardo Robles. E os factos da notícia são estes, entre outros: em 2014, Robles, um dos principais críticos da especulação imobiliária em Lisboa, comprou a meias com a irmã um prédio da Segurança Social, por 347 mil euros. Fez obras de reabilitação e de expansão, negociou com os inquilinos a subida da renda e/ou a sua saída e, no final de 2017, colocou o imóvel à venda na imobiliária Porta da Frente, com o intuito de o vender, tendo por base uma avaliação de 5,7 milhões de euros. Alguns meses mais tarde, o imóvel deixou de estar à venda, mas, tal como o próprio Ricardo Robles admite na notícia, o objetivo é voltar a colocar esse prédio no mercado, “a breve trecho”.

Ler mais aqui

Atualizado em 29/7/2018 10:26 WET