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quarta-feira, novembro 13, 2024

Para travar a China é preciso derrotar a Rússia


A ascensão económica da China comunista chegou ao fim. As consequências deste facto são visíveis na crescente agressividade (e ânsia de controlo) por parte de Pequim e do ditador Xi Jinping relativamente a pessoas, países, e recursos em todos os continentes 

A guerra resultante da invasão russa da Ucrânia é já uma espécie de guerra por procuração entre Pequim e Washington. Daí a sua importância para ambas as superpotências. A derrota da Rússia será uma derrota da China, e a derrota da Ucrânia será uma derrota dos Estados Unidos. Daí, portanto, a dificuldade que Donald Trump terá em vergar Vladimir Putin, forçando o fim da guerra na Ucrânia em termos desfavoráveis ao criminoso russo. Deixar a Rússia levar por diante os seu plano de reconquista e genocídio cultural da Ucrânia seria uma óbvia derrota dos Estados Unidos, da NATO, e da Europa.

Os europeus e os norte-americanos não têm, pois, nenhuma alternativa que não passe pela derrota de Vladimir Putin. E para tal, a estratégia definida por Biden, de enfraquecer Moscovo, causando um desgaste progressivo, mas brutal, dos ativos materiais, económicos, financeiros e humanos da Federação Russa, não mudará radicalmente com o regresso de Donald Trump. Haverá mais retórica e zigzagues e, eventualmente, autorização para o uso dos seus sistemas de armas em território russo.

Quer os Estados Unidos, quer a NATO, já estão envolvidos profundamente na guerra de defesa ucraniana contra o psicopata de Moscovo, mas seria um erro assumir abertamente um envolvimento que equivaleria a uma guerra declarada entre as democracias ocidentais e a Rússia. A Rússia, como se tem visto, não passa dum estado ébrio falhado e fraco, perigoso apenas porque armado até aos dentes com milhares de ogivas nucleares. 

A discussão sobre a manutenção dos Estados Unidos como poder dominante no mundo, não é para se ter com Vladimir Putin, mas com o pretendente chinês. A guerra brutal que decorre na planície ucraniana é uma derradeira tentativa de evitar os males maiores que espreitam a humanidade à medida que a sua civilização industrial, com pouco mais de duzentos anos, se aproxima dos limites inerentes à modalidade do seu próprio crescimento.

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