TAP terá que ser privatizada em breve... |
TAP sem capital, ou seja, sem privatização, não pode crescer
Pelas minhas contas os doze Airbus A350-800/900 encomendados por Fernando Pinto custarão qualquer coisa como três mil milhões de euros. A TAP não os tem. O BES que com o Credit Suisse gere e avaliza a operação financeira correspondente, está na situação que se sabe e suspeita. O governo, depois de maio, apesar da famosa 'saída limpa' vai continuar sob vigilância apertada. Os bancos como o BES vão estar sob vigilância redobrada por parte do Banco de Portugal, mas sobretudo do BCE. A economia mundial vai entrar em prolongado período de crescimento zero. A deflação já chegou e é pessima para os sobre endividados, públicos e privados, que verão os juros das suas dívidas crescerem mais depressa do que os preços dos bens e serviços. Ou seja, de onde virá a massa para pagar os doze Airbus A350-800/900, cujo primeiro exemplar deveria chegar à Portela ainda este ano?
Numa entrevista dada recentemente por Fernando Pinto ao Económico, que confirma dados parciais enviados pela empresa à comunicação social, ficámos a saber que a empresa tem tido lucros operacionais desde 2009, que a empresa de manutenção sediada no Brasil tem vindo a recuperar a bom rtimo, abatendo a sua descomunal dívida, que afinal a compra da PGA foi um caso de sucesso, e que, em suma, a TAP precisa de crescer, tem todas as condições para crescer mas, para que isso aconteça, precisa de capital — o que não vê possível sem a privatização da empresa.
Estranho a falta de publicação do Relatório e Contas de 2013, e o modo manhoso como a empresa filtrou alguma informação parcial para a imprensa, através da sua agência de comunicação e propaganda. Suspeito que haja rabos de palha por conhecer. Seja como for, uma coisa é certa: o primeiro Airbus da dúzia encomendada ainda não chegou. E fica a pergunta: chegará antes de haver comprador para a TAP, e portanto antes de o processo de privatização recomeçar?
Diz quem sabe, que o gaúcho Fernando Pinto, há 14 anos a dirigir a TAP, dotou a empresa de um capital indiscutível: fazer de Lisboa-Porto o hub aeroportuário da ligação Brasil-Europa. Falhou, pensamos nós, ao não ter respondido a tempo ao desafio das Low Cost, e sobretudo na compra da VEM, hoje TAP Maintenance and Engineering. Defende a PGA, que diz ser um caso de sucesso. E afirma que a TAP continuará a crescer até 2016 a bom ritmo.
Quererá esta previsão dizer que a privatização será adiada até 2016? Estará à espera do regresso dos piratas do PS?