Mário Centeno Foto—autor: desconhecido |
O lençol não estica!
“O Estado e o setor privado continuam muito endividados. Só graças às taxas de juro baixas aplicadas pelo BCE é que estes custos são suportáveis”.
“Os problemas de Portugal não acabaram. Estão piores”, avisa Commerzbank
Observador, 21/9/2017
A euforia da Geringonça não passa de uma armadilha em que iremos cair outra vez, ou não fossemos governados, e eleitoralmente dominados, por uma minoria agarrada aos impostos e à dívida.
Não há nenhum mérito indígena nas estatísticas económico-financeiras mais recentes.
São só ventos favoráveis, mas efémeros, que sopram de leste: juros historicamente baixos, petróleo a menos de metade do seu preço mais alto de sempre (2012), turismo em fuga da Europa oriental, do Médio Oriente e norte de África, bolha da aviação LowCost, e deslocações de capitais do Brasil, Angola, França, Estados Unidos e China, para um país ameno e ainda barato chamado Portugal.
Bastará que os juros do BCE comecem a subir (1), ou que o preço do barril regresse aos 90-100 USD pb (2), ou ainda que o despesismo recomendado pelos nossos funcionários-economistas tome o lugar de Mário Centeno (mortinho por zarpar de Lisboa em direção à Europa!), para que entremos em águas agitadas.
A tendência da nomenclatura oportunista de esquerda no poder será a de compensar a subida do preço da dívida que então crescerá mais rapidamente, com novos agravamentos de impostos e expropriações de riqueza alheia, e uma ainda maior degradação das infraestruturas e do funcionamento dos serviços públicos.
O empobrecimento mais acelerado das classes médias fará depois o resto: ou teremos um novo partido de esquerda radical populista a caminho do poder, ou uma radicalização ainda mais populista do PS (venezuelização bolivariana!), ou então, acabará por aparecer um partido de direita populista a sério, capaz de ir buscar votos a todo o espetro partidário vigente.
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