sexta-feira, maio 31, 2013

Direito de pernada

Fardas da nova Low Cost canadiana: Rouge

Além de corruptos, burros!

O maior crime económico deste governo é este: transformar Portugal numa ilha ferroviária, reduzindo o hinterland do país a uma faixa de 200Km de profundidade, ou melhor dito, permitindo que o hinterland ocidental de Espanha chegue a toda a costa portuguesa, sem reciprocidade!

Porto de Leixões e Salamanca cruzam transporte de mercadorias
Vão ser investidos 15 milhões para instalar a Luís Simões.

As administrações do Porto de Leixões (APDL) e da Plataforma Logística de Salamanca (Zaldesa) assinaram ontem um contrato-promessa que prevê a instalação física de cada uma das infra-estruturas nas instalações da sua congénere - acabando assim Leixões e Salamanca por construir uma ponte logística com benefícios mútuos.

Leixões passará a ser um destino privilegiado da expedição para fora da Península Ibérica de mercadorias que se concentrem na plataforma de Salamanca (situada no interior de Espanha, mas a poucos quilómetros da fronteira com Portugal); por outro, as mercadorias que chegam a Leixões e têm por destino o Leste de Espanha ou os restantes países da Europa passam a ter uma ‘via verde' até Salamanca, cidade a partir da qual a Zaldesa assegura ligações terrestres para todos os destinos.

in Económico, António Freitas de Sousa , 31/05/13 00:05

O que está em preparação é simples: a linha de costa, ou seja, os nossos portos, estão a recuar até à fronteira com Espanha. 

Badajoz, Salamanca e amanhã Ayamonte e depois Tuy perfilam-se como os futuros portos (secos) da frente atlântica outrora portuguesa. Punta Langosteira, na Corunha, e Algeciras, a um passo de África, tornar-se-ão concorrentes imbatíveis face aos portos de Sines, Lisboa, Setúbal e Leixões, dada a interoperabilidade dos primeiros com a rede ferroviária de bitola standard (UIC, ou 'europeia') em Espanha, no resto da Europa e, num futuro já anunciado, por toda a Eurásia. Esta sim, é uma boa e legítima razão para correr com este governo a pontapé!

Deixar Portugal fora do novo sistema de circulação de pessoas e mercadorias europeu seria um crime.

Entretanto a conspiração do Bloco Central da Corrupção em volta do NAL continua...
Direitos de passagem, por Paulo Morais

Como a Vinci é também o acionista de referência da Ponte Vasco da Gama, adivinha-se já que não deixará de construir um novo aeroporto em Alcochete, a que apenas se pode aceder pela ponte. Assim, dentro de pouco tempo, todos quantos viajem de avião de e a partir de Lisboa terão de remunerar duplamente a Vinci. Pagarão não só as taxas de aeroporto, como até o acesso a Alcochete.

Com a construção do novo aeroporto de Lisboa (NAL) na margem sul, o tráfego da ponte aumentará previsivelmente em mais de 40%. Também se multiplicarão os lucros da Lusoponte, da Vinci e dos seus parceiros.

Além disso, o desmantelamento do aeroporto da Portela irá permitir a disponibilização de terrenos no centro de Lisboa que, uma vez libertos, irão servir a especulação imobiliária. Já se antevê a construção de empreendimentos imobiliários para classe média-alta europeia na zona da Portela. Quem lucrará com isso? A Vinci, que assim financia a construção do NAL e, claro, os favorecidos de sempre, promotores imobiliários e banca.

A pressão para que este negócio se concretize é de tal ordem que até veio desembrulhar um problema insolúvel durante décadas, que opunha governo e Câmara de Lisboa: o da transferência para a ANA dos terrenos da Portela que pertenciam à autarquia lisboeta.

Com toda esta operação, privatização da ANA associada à alienação dos terrenos pelo município lisboeta, os novos donos dos aeroportos portugueses estão de mãos livres (que não limpas) para fazerem o que muito bem entenderem.

É óbvio que vão desmantelar o aeroporto da Portela e construir o NAL em Alcochete. E assim, no futuro, quem viajar até Lisboa de qualquer parte do mundo e todos aqueles que a partir de Lisboa rumem a qualquer paragem, terão de pagar a portagem da Ponte Vasco da Gama. Esta portagem será a versão pós-moderna e equivalente aos direitos de passagem que eram devidos aos senhores dos feudos da Idade Média. Com a conivência de governantes portugueses, o presidente do grupo Vinci terá poderes feudais em Portugal.

in Correio da Manhã, maio, 2013.

Porque será que os 'socialistas' andam sempre tão calados sobre este assunto?

Eu digo porquê: suspeito que o PS, através de um testa de ferro, gere um fundo imobiliário com sede na Holanda, o qual comprou terrenos na zona entre Canha, Rio Frio e Alcochete. Talvez a Ana Gomes pudesse investigar...


A TAP perdeu a corrida das Low Cost apesar de mil vezes avisada pela Blogosfera.

Tudo isto é descarado e triste, mas vamos a tempo de reagir e travar.

Reproduzo, pela sua oportunidade, um comentário que acabo de receber sobre este mesmo assunto, ou seja, sobre a interligação mafiosa que me parece óbvia entre o desastre ferroviário em curso e o embuste recorrente do novo aeroporto de Lisboa (NAL) cujo único propósito é satisfazer negociatas de terrenos e especulação imobiliária confeccionadas pelos piratas e mafiosos do Bloco Central, o qual, apesar do colapso financeiro do país, continua a controlar quem diz que governa.
De uma forma ou de outra, as posições defendidas pela Blogosfera e que estão expressas n’O António Maria, começam a aparecer junto da opinião pública, nomeadamente a passagem do monopólio publico “ANA” para mãos privadas numa estratégia que tem como objectivo a construção do NAL na Ota em Alcochete, passando pela urbanização dos terrenos da Portela (agora valorizados pelo Metro), interesses a que não será estranha a posição da “Alta de Lisboa” no nosso amigo Ho, ..., leia-se Lobby de Macau e suas melancias.

Colateralmente toda a questão estratégica de dotar o país de infra-estruturas ferroviárias em bitola UIC foi subjugada aos interesses da Ota em Alcochete, assim como outras manobras de diversão tais como o “Porto da Trafaria”. Para quê outro porto se as infra-estruturas ferroviárias estão condenadas à bitola ibérica, não indo, por isso, além da fronteira.

Hoje na imprensa escrita fala-se que do Porto de Leixões serão encaminhadas mercadorias para o porto seco de Salamanca, ou seja, por estrada e não através da utilização da rede ferroviária. Esta opção está claramente desalinhada com a electrificação do troço de via férrea entre Salamanca e Medina del Campo, do lado de lá, a qual retira custos e aumenta a eficiência do transporte ferroviário.

Ainda na passada semana a propósito das implicações do comunicado do governo espanhol ao Álvaro anunciando o encerramento de 48 linhas em bitola ibérica, anúncio esse que não é bluff, mas sim um acto de diplomacia, no sentido de Portugal se preparar atempadamente para essa realidade.

EM NOTA DE RODAPÉ REFERI QUE NESSA SEMANA, OU NA ANTERIOR, O COLOMBIANO DA AVIANCA ESTEVE EM PORTUGAL, E QUE A MARCA “TAP” SERIA SALVAGUARDADA PASSANDO A CHAMAR-SE “TAP BRAZIL”, E QUE OS PILOTOS DA TAP JÁ NÃO RECONHECEM CAPACIDADE AOS GESTORES PARA LIDAR COM O COLAPSO DA COMPANHIA.

Na verdade, as coisas parecem passar-se assim. Que o diga Faria de Oliveira, depois de ver o papel da CGD passar para a CGD alemã. Hoje, nas primeiras páginas dos jornais é anunciada a visita a Portugal da Dilma brasileira, a qual traz na bagagem os dossiers TAP e CTT. Também se sabe que parte do problema da TAP está no Brasil, por causa da ‘compra estratégica’ da VEM realizada pelo gaúcho Pinto. Foi pena ele não ter comprado logo por atacado toda a falida VARIG, pois assim esgotava-se a Portela de vez, justificando de imediato um NAL da Ota na Ota, ou em Alcochete.

Do acima —e isto destina-se ao António Maria, que num dos seus (brilhantes) posts sobre a TAP referiu que se tinha enganado nas suas previsões, quando no final do ano passado a venda da TAP esteve por um fio (post de Dezembro de 2012)— na verdade, o que se passou é que o António TEVE (E TEM) RAZÃO ANTES DE TEMPO. OS FACTOS AGORA CONHECIDOS DÃO-LHE TOTAL RAZÃO. O “governo” português sabe melhor do que ninguém o real valor da TAP, apesar das trafulhices numéricas do gaúcho. Ora não havendo parceiros europeus interessados na TAP (Lufthansa, Ibéria+BA, AirFrance+KLM), a única solução é mesmo manter o colombiano “amarrado”, repartindo “estrategicamente” os riscos com outro estado, nomeadamente o brasileiro.

O que o Gaspar foi fazer a Berlim terá muito provavelmente que ver com toda esta trapalhada. Bruxelas fechará os olhos à mais que duvidosa troca do monopólio público (da ANA) por um monopólio privado (a Vinci-Mota-Engil-Ho) e olhará para o lado relativamente à venda, ilegal de acordo com as normas de Bruxelas, de uma companhia aérea europeia (a TAP) a um gabiru extra-comunitário (a Avianca do tal Efromovitch).

António, como se tinha previsto, a TAP continua na rota da Avianca, sendo certa toda a análise estratégica adiantada pela Blogosfera, de que o interesse do colombiano está nos hubs que a TAP detém nos principais aeroportos europeus. Uma vez caçada a TAP, a Avianca reforçará as ligações directas entre a América Latina e cidades como Londres, Frankfurt, Paris, etc. O médio curso da TAP (A319, 20 e 21) não poderá competir com as Low Cost, e portanto aqueles aviões acabarão por ser vendidos a quem sabe gerir “rotas low cost”.

RVS

Mais uma análise oportuna sobre o sórdido assunto da privatização da ANA
A privatização da ANA foi uma precipitação
por Rui Rodrigues

A empresa ANA-Aeroportos é uma empresa que explora os aeroportos nacionais e integra um conjunto de empresas no sector da aviação: ANAM, Portway, ADA. O Governo decidiu privatizar a concessão da ANA, por 50 anos, num modelo em que se passou de um monopólio do Estado para um monopólio privado.

Privatizou-se primeiro uma empresa estratégica e, só após a sua venda, se decidiu questionar as autoridades europeias se a receita obtida podia ser contabilizada para reduzir o défice de 2012. Esta pretensão foi rejeitada pela Comissão Europeia. Obviamente, devia ter-se feito tudo ao contrário. O Governo de Passos Coelho tomou posse em Junho de 2011 e, desde logo, assumiu que pretendia privatizar a empresa, o que veio a ocorrer no final de 2012. Por esta razão, houve um ano e meio para confirmar a dúvida que deveria ter sido esclarecida desde o início da decisão.

Neste momento, pode ocorrer outro problema, em todo este processo. A Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia (UE) poderá rejeitar o modelo de privatização da ANA devido à criação de um novo monopólio em Portugal e à posição dominante que a ANA privada passaria a ter. Mais uma vez se tomou uma importante resolução e só depois se questionaram as autoridades europeias, quando se poderia ter feito o inverso.

Portugal foi o único país da Europa que entregou a concessão de todos os principais aeroportos a um único concessionário privado. Se todos os países da UE27 tivessem feito o mesmo, o mercado aeroportuário, na Europa, passaria a ser um grave constrangimento à livre concorrência.

A Comissão Europeia sempre foi contra a criação de monopólios. No passado, até são conhecidos diversos casos em que grandes empresas internacionais tiveram pesadas multas por tentarem criar monopólios em diferentes áreas da economia.

Ler mais no Público, 01jun2013.

Última atualização: 3 jun 2013, 12:07

quarta-feira, maio 29, 2013

Alta Velocidade Ferroviária? Altamente!

O Ferrari da ferrovia do futuro já chegou!

É claro que vai haver 'TGV'!

Afinal, haverá ou não um comboio de alta velocidade com passageiros para Madrid?

As palavras de Álvaro Santos Pereira em Madrid reabriram as dúvidas: afinal, o novo comboio de alta velocidade para Madrid vai ou não transportar passageiros? Em Fevereiro, o Governo tinha deixado cair o projeto de TGV, herdado do anterior Executivo e prometeu uma linha de alta velocidade mais barata e especializada em mercadorias.

Nessa altura, Sérgio Monteiro, secretário de Estado do Transportes, garantiu que o projeto TGV "morreu" e que a única aposta seria numa ligação LTM, "uma linha de transporte de mercadorias". Só que em Madrid, na semana passada, Santos Pereira abriu a porta e admitiu que "a ideia é desenvolver grandes corredores de competitividade, para passageiros e mercadorias. Mais, disse o ministro: "Quando falamos em ferrovia, em bibitola, estamos a falar em passageiros e mercadorias" — in Dinheiro Vivo, 27 mai 2013.

É claro que vai haver 'TGV', ou antes: vai haver uma nova rede ferroviária em bitola UIC (vulgo 'bitola europeia') com os respetivos sistemas de alimentação elétrica e de sinalização uniformizados com a rede prevista no plano ferroviário espanhol PEIT, por sua vez conforme ao TEN-T (Trans European Transport Network) previsto pela União Europeia. Basta olhar com alguma atenção para o mapa de prioridades da Ibéria.

De contrário, Portugal transformar-se-ia numa ilha ferroviária, isolada de Espanha e do resto da Europa, pois a Espanha, como previmos, perante tanta corrupção e estupidez indígena lançou recentemente o esperado ULTIMATO aos imbecis do Terreiro do Paço (quase todos motoristas do BES): ou o AVE chega a Lisboa em conformidade com os acordos assinados entre os dois governos, ou encerramos todas as linhas ferroviárias antigas (bitola ibérica) que chegam à vossa (nossa) fronteira.

A partir de agora vamos assistir a parvoíces semânticas na indigente imprensa que temos, enquanto a tríade de Macau e a máfia do PSD correm um último 'sprint' pelo embuste da Ota em Alcochete. Andam a vender ultimamente duas atoardas imbecis: o dito aeroporto Low Cost de Sintra (1), e o terminal de contentores da Trafaria (2). A lógica é esta: como são duas ideias idiotas e inviáveis, a corja tem no bolso um alternativa de crescimento para a troca: o GRANDE AEROMOSCAS DE ALCOCHETE!

Farei tudo o que estiver ao meu alcance, com a inspiração da Blogosfera lúcida deste país, e como anteriormente fizemos relativamente à Ota, para boicotar mais este buraco negro da cleptocracia instalada e dos idiotas e corruptos que conduziram Portugal à bancarrota.

PS: só mais uma coisinha: a linha Lisboa-Madrid (ou melhor, Pinhal Novo-Poceirão-Caia) terá que estar preparada para velocidades máximas até 350Km/h (e não 250Km/h).

NOTAS
  1. Basta ir ao Google maps para perceber que seria preciso arrasar toda uma montanha para ganhar os metros suficientes para que a pista do aeródromo militar da Granja do Marquês pudesse receber os aviões comerciais das companhias Low Cost. Banha da cobra, desta vez, cor-de-laranja!

    O Frasquilho do BES faz o jogo do BES e das tríades e máfias do embuste da Ota em Alcochete. A ideia é apontar para um novo aeroporto num sítio impossível, para depois justificar Alcochete, onde as tríades do PS e as máfias do PSD compraram terrenos e projetaram plataformas logísticas que, mesmo sem terem nunca saído dos computadores, já beneficiavam de linhas de crédito aprovadas pelo BEI — no caso concreto, e para começar, no valor de 60 milhões de euros.

    Este BEI precisa de ser urgentemente investigado, apesar de ter respondido diligentemente à minha pergunta:

    Dear Mr. Pinto,

    Thank you for your e-mail to the European Investment Bank (EIB), the long-term lending institution of the European Union.

    An EIB loan to the project "Plataforma Logistica Poceirão" was approved by the EIB Board of Directors in early 2011. As indicated on the EIB website, this loan has not yet been signed. Should you need further information about this project, we invite you to contact the promoter.

    General information about the role and activities of the EIB can be found on our website: www.eib.org

    Yours sincerely,
    Infodesk Team
    Communication Department
    European Investment Bank
    info@eib.org

    Vivo na rota dos Corporate Jet das principais multinacionais e 'banksters' do país. Rumam invariavelmente para o Aeródromo de Tires (onde a fiscalização é, presumo, suave). Até os Fokker 100 e o Embraer 145 da PGA lá aterram e levantam voo. No entanto, nem Tires, nem Sintra, têm os 3000 metros de pista necessários para operar os aviões Airbus e Boeing das companhias Low Cost. A única pista que pode receber estes aviões, na região de Lisboa, sem comprometer os alinhamentos de pista da Portela, nem exigir obras extraordinárias de grande monta, chama-se Base Aérea do Montijo. E mesmo para se justificar a operacionalização deste aeroporto ao serviço da Portela+1, falta ainda esgotar operacionalmente a Portela, o que está cada vez mais longe de ocorrer...
  2. O fecho da golada e a construção de um porto de águas profundas na zona da Trafaria, ou mais precisamente, entre a Trafaria e a Cova do Vapor, é uma ideia antiga, mas que só fará sentido quando associada a uma também idealizada travessia do Tejo ligando Algés e a CRIL à Trafaria. Ou seja, neste desenho (ver apontamento no Google), a travessia Trafaria-Algés, desejavelmente em túnel, permitiria completar o grande arco da CRIL, cujos fechos fluviais seriam a Ponte Vasco da Gama e o túnel Algés-Trafaria, e um círculo mais apertado, cujos fechos fluviais seriam o mesmo túnel e a Ponte 25A. Nesta solução, o túnel comportaria uma via ferroviária dupla e uma rodovia com seis faixas. Este porto de águas profundas serviria sobretudo Lisboa e a zona Oeste, enquanto Setúbal serviria sobretudo a península com o mesmo nome, e Sines continuaria a ser uma porta de entrada na Europa, com ligações ferroviárias privilegiadas a Portugal, Espanha e resto da Europa. O coelho que o Sérgio das PPP tirou da cartola na iminência do anunciado desastre do 'dossier TGV' é, pois, mais uma mistificação sem vergonha. Há muito que esta criatura deveria ter sido despedida sem indemnização, do governo e dos meandros da administração pública.

    Entretanto, uma tal Marina Ferreira, rapariga cor-de-laranja chegada em março último a presidente do Porto de Lisboa, por mérito próprio claro, e sabendo de portos a potes (é licenciada em Direito e tem uma 'pós-graduação' em 'Assuntos Europeus'), já sabe que o Porto de Lisboa estará esgotado entre 2020 e 2025. Caramba, é obra. E a imprensa indigente do costume, nem perguntas faz!

quarta-feira, maio 22, 2013

Depois deste governo


Paulo Portas: futuro primeiro ministro?

Governo de Unidade Nacional a caminho...

Com ou sem eleições antecipadas, caminhamos para a inevitabilidade de formação de um governo de unidade nacional. Resta saber se será um governo PSD-CDS-PS, ou uma Frente Populista qualquer!

Se vier a ser um governo PSD-CDS-PS, aposto em Paulo Portas para futuro PM. Se for uma Frente Populista qualquer, tal significará que houve um golpe de estado dentro do PS, que o Tó Zé foi corrido, ou completamente controlado, e que temos a tríade cor-de-rosa de volta, desta vez aliada a Mário Soares, à Maçonaria do Grande Oriente Lusitano, ao Jerónimo de Sousa, às duas centrais sindicais, e ao então regressado Louçã. É uma hipótese horrível, mas não impossível de todo...

Finalmente, em qualquer dos casos, amadurece rapidamente o tempo para uma recomposição do sistema partidário e para a emergência de novos partidos políticos. Isto porque, em qualquer dos casos, vai haver enormes divisões e cisões no interior de todos os partidos (à exceção do hirto PCP, suponho). E ainda porque o espectro partidário precisa de identidades, programas e métodos de fazer política inovadores, onde predominem, por exemplo, formas eficazes de democracia direta e participativa, não só capazes de enriquecer o exercício do poder democrático, mas também de se verem elas mesmas constitucionalmente representadas no rizoma alargado de uma democracia justa e inteligente.

O Partido Democrata, sendo embora e por enquanto uma plataforma de discussão, poderá tornar-se em breve um dos vórtices da recomposição partidária mencionada e que está a caminho.

Os ventos sopram a favor da mudança. 


©António Cerveira Pinto  
Escrito para o Partido Democrata

A bolha do emprego fictício

Suécia, a periferia a norte agita-se... ZH

Sabemos agora quem tirou o sono ao ministro alemão das finanças!

Na periferia mais a norte da Europa, na Suécia, os motins duram há três dias.

Desde os tempos de Reagan que a decisão de encaminhar dezenas de milhões de jovens para uma onda estacionária de formação permanente, com cada vez menos saídas profissionais, e saídas profissionais cada vez pior remuneradas, foi estimulando a formação de uma enorme bolha de qualificações potencialmente inúteis, a qual não parou de inchar desde então. O caminho para o desastre estava traçado. Neste momento, tal como noutras crises especulativas, a bolha estudantil e do emprego fictício começou a rebentar. E não vai ser bonito ver, nem muito menos sofrê-la na pele.

O problema do desemprego jovem é insolúvel sem uma alteração radical dos paradigmas do trabalho, da produção, do crescimento, da redistribuição da riqueza, e do consumo.


Desemprego e falta de emprego jovem: um flagelo explosivo. ZH

A única solução imediata para o enorme problema do desemprego sistémico, capaz de ganhar o tempo necessário à transição de paradigmas, passa por duas medidas claramente assumidas pelos governos:
  1. atribuir um cartão eletrónico a todas as pessoas com o mínimo de créditos para uma subsistência condigna sobretudo nas cidades (onde o problema do desemprego, por razões óbvias, é mais dramático);
  2. redução drástica das burocracias que não param de alastrar como uma mancha corrosiva que devora o que resta do tecido económico e das poupanças.
À medida que a volatilidade dos mercados passou a dominar a paisagem económica global, os seguros de investimento e o investimento virtual nas bolsas de valores, obrigações e commodities dispararam de intensidade e volume até ao ponto de se terem transformado num autêntico casino de especulação com a desgraça alheia. O resultado foi a hipertrofia do chamado mercado de derivados OTC — onde predominam os contratos de seguro de risco não regulados. Entre os produtos mais apetecidos neste mercado over the counter (em cima da mesa) estão as taxas de juros e os câmbios de moeda. O valor nocional, quer dizer, o valor facial de todos os contratos, parte dos quais se anulam mutuamente, supera em dez vezes o PIB mundial. Ou seja, mais de 700 biliões de dólares. Há quem mencione mesmo o dobro deste valor!

Este gigantesco, quase inimaginável, buraco negro tem vindo a sugar desde 2008 uma parte sempre crescente da riqueza mundial, nomeadamente para satisfazer os prémios de risco e as apostas especulativas registadas. Como boa parte destes contratos estão associados ao endividamento privado e público dos países desenvolvidos, o que a resolução dos mesmos está a provocar é, pura e simplesmente, a destruição das economias, dos aparelhos públicos e do emprego.

Vai ser preciso entrar num longo período de transição de paradigmas. A maioria das pessoas não imagina sequer do que se trata. E enquanto não percebermos todos o que está verdadeiramente em causa, a dor e a revolta alastrarão.

Precisamos de nos preparar para o que aí vem!

domingo, maio 19, 2013

Plataforma Fantasma do Poceirão

Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo (abandonada). Google.

BEI investe na Plataforma Logística do Poceirão 60 milhões de euros!

A receita do Bloco Central do Betão era simples:
  • A Portela está saturada, disseram ao longo de anos. Nunca esteve e continua a não estar. Mas o Bloco Central do Betão tentou tudo para fazer crer à populaça, que estava.
  • Logo, diziam, é preciso um Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) e uma grande Plataforma Logística. Não era, nem é.
  • Onde? Não interessa—pensaram sempre. O que aparecer por perto vende-se à populaça, com o apoio dos doutores e engenheiros que vivem de estudos cortados à medida, e dos sempre esfomeados autarcas. E assim fizeram.
  • Era para ser na Ota, o NAL, e em Castanheira do Ribatejo, a nova estação de luxo da CP, que já lá está, às moscas, e a Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo, que acabou por ser abandonada após as terraplanagens e o fim do embuste do NAL na Ota. Para este plano que borregou construiu-se, mesmo assim, a autoestrada A10, que por falta evidente de tráfego pesa sobre os bolsos dos contribuintes na forma das famosas indemnizações compensatórias.
  • Muitas centenas de milhões de euros depois, o Bloco Central do Betão, com o timoneiro Sócrates à frente, apesar do 'jamais!' do inenarrável Mário Lino, vira-se para Alcochete (NAL) e para o Poceirão (Plataforma Logística). 
  • Como se disse, e veio a ser provado pela Blogosfera, a Portela não só não está saturada, como desfruta de enormes vantagens de localização e de meteorologia imbatíveis na região de Lisboa, pelo que, se um dia vier a ser preciso aumentar a sua capacidade, deveremos começar por apetrechar a Portela com mais uma pista, deixando a hipótese de um novo aeroporto para quando tal realmente se justificar (o que provavelmente nunca sucederá...).
  • A Base Aérea do Montijo é a melhor alternativa para este prolongamento da capcidade operacional da Portela, quando e se vier a ser necessário. Por enquanto, não é.
  • Transformar a Portela em mais um paraíso imobiliário e de jogo do senhor Ho, como há muito foi congeminado pela tríade cor-de-rosa de Macau, seria sempre um crime de corrupção e um atentado a Lisboa como destino turístico de excelência que, para crescer como tem crescido nos últimos anos, precisou apenas de voos baratos e de uma estação de metropolitano à porta.
  • Quem precisava dum novo aeroporto, de uma plataforma logística e de uma nova ponte sobre o Tejo era tão só o devorismo do Bloco Central do Betão, dos rendeiros e da nomenclatura oportunista e corrupta que conduziu Portugal à insolvência.
Entretanto, o consulado de José Sócrates foi à vida, e outro governo tomou conta de um país salvo in extremis da bancarrota por um memorando assinado com os credores — a célebre Troika— e do qual têm resultado enormes sacrifícios impostos à população portuguesa, sobretudo à classe média e aos desempregados das milhares de empresas que se viram, de repente, sem crédito, sem clientes e sob uma perseguição fiscal intolerável.

Antevisão do 'master plan' da Plataforma Logística do Poceirão publicada pela logZ

O novo governo cedeu, ao contrário das expectativas iniciais, à pressão do Bloco Central do Betão e dos banqueiros do costume, que depois de verem cair a Terceira Travessia do Tejo, prevista para o corredor Chelas-Barreiro, e o NAL de Alcochete, começaram de imediato a conspirar contra a construção já adjudicada da linha férrea de bitola europeia entre Poceirão e Caia (Badajoz), por imaginar, e bem, que uma vez construída esta ligação prioritária, o embuste do aeroporto de Alcochete e da Plataforma do Poceirão cairia pela base.

O irresponsável Pedro Passos Coelho não sabe o que são contratos legitimamente e de boa-fé assinados, nem sabe o que são compromissos de estado, nem sabe aliás o que são prioridades definidas pela União Europeia. Com aquela prosápia bacoca que caracteriza os pobres de espírito resolveu declarar a morte do "TGV". Alguns ministros mais temerosos do previsível resultado de tamanha bravata e ignorância, lá foram argumentando com as dificuldades financeiras do país, para adiar o "TGV". Não deixaram, porém, de fazer a tremenda asneira de desviar o empréstimo do BEI alocado às obras da linha Poceirão-Caia para a Parpública, perdendo ainda pelo caminho (e para Espanha!) os fundos comunitários atribuídos à linha ferroviária de bitola europeia, os quais, como aqui alertámos várias vezes, não poderiam ser usados para tapar buracos da TAP, da Refer, do Metro do Porto ou de Lisboa, nem muito menos para construir uma nova linha de caminho de ferro entre Sines e Évora em bitola ibérica!!!

Assim como Portugal deu a desculpa esfarrapada da crise para o indecente boicote da ligação Poceirão-Caia, quando sabia perfeitamente que Madrid já iniciara as obras do troço Madrid-Badajoz, foi agora a vez de Espanha anunciar que, por causa da mesma crise, iria fechar dezenas de linhas férreas, entre as quais a que liga Mérida a Badajoz. Ou seja, os comboios portugueses que seguem sobre bitola ibérica de Sines, ou Lisboa, para Espanha e para o resto da Europa terão que despejar as suas mercadorias no porto seco de Badajoz, para daí seguirem em composições de bitola europeia para o resto da Espanha e para o resto da Europa!

Como é fácil imaginar, para distância tão curta, boa parte do exportadores nacionais optarão por levar os seus contentores por estrada até Badajoz. E quanto aos graneis que chegam a Sines, terão que ser transferidos para navios mais pequenos e seguir viagem por mar. Algeciras e até o novo porto de águas profundas da Corunha (Punta Langosteira) farão então o negócio que Sines perderá por causa da monumental estupidez de um primeiro ministro que não sabe o que faz, salvo colocar a voz para falar alto com os fracos e piar fininho com quem o traz ao colo.

Uma prova de que o plano sinistro do Bloco Central do Betão continua de pé, apesar de todos os ventos contrários —pois controlam este governo, como controlaram o anterior, ou não estivessem o PS, PSD, CDS-PP e autarcas comunistas metidos no mesmo caldo— é a persistência online de uma coisa chamada logZ (1), o sítio do consórcio que promoveu, e pelos vistos continua a promover a Plataforma Logística do Poceirão. inserida numa estratégia (2) de que fazem parte o NAL de Alcochete e a TTT Chelas-Barreiro! Não só continuam vivos como têm aprovada uma linha de crédito do Banco Europeu de Investimento (3) no valor de 60 milhões de euros!!!

A aprovação pelo BEI de 60 milhões de euros de empréstimo ao consórcio logZ é de 7 de janeiro de 2011.O governo em funções tomou posse a 21 de junho de 2011. O © do sítio online do consórcio é de 2013.


POST SCRIPTUM

Segundo escreve Rui Rodrigues no Público, a bitola ferroviária ibérica vai acabar em Badajoz, em Vilar Formoso e em Valença à medida que a bitola europeia chegar a estas cidades fronteiriças

“O actual Governo português, apesar dos financiamentos que existiam, optou por não fazer nada até 2015. Esta decisão levanta uma questão, ainda não esclarecida nem respondida: o que aconteceu aos fundos europeus que tinham sido assegurados para o novo troço Poceirão-Caia, do PP3?

O que se pretende fazer para que Portugal não caia na encruzilhada da “ilha ferroviária” a que os responsáveis levaram o País, apesar de todos os avisos que foram feitos?” (LINK)


NOTAS
  1. Para que não haja dúvidas aqui estão os dados da empresa:

    LOGZ – Atlantic Hub SA, empresa detida pelo consórcio OIL (grupo Odebrecht), TERTIR (grupo Mota-Engil), Espírito Santo Properties (grupo Espírito Santo), OPWAY e Sociedade Agrícola de Rio Frio (Grupo Londimo). O proponente da ligação rodoviária à A12 é a Brisa S.A. (grupo Mello e Arcus Infrastructure Partners)

    Logz - Atlantic Hub S.A. [Compra e Venda de Bens Imobiliários ]
    Lg. Jose Maria dos Santos Edf. da Antiga Estação Ferroviaria R C
    2955-119 PINHAL NOVO
    Telefone 211 061030 / 211 061 039
    URL

    NIF: 508 361 800
    Registada na Conservatória do Registo Comercial com o número: 508361800
    Código de Atividade Económica
    68100 Compra e venda de bens imobiliários
    CAE rev.3
    Capital Social: 50.000€
  2. Ler o relatório do EIA—Estudo de Impacte Ambiental, realizado pelo IDAD— Instituto do Ambiente e Desenvolvimento, de Aveiro, em 2009.
  3. O Banco Europeu de Investimento (BEI) aprovou recentemente 550 milhões de euros em linhas de crédito ao BCP, BPI e Banco Popular, escreve o BEI, para apoio às PMEs e "outras prioridades". Alguém ouviu falar disto? Que tal começar a controlar mais de perto o que faz o BEI?

sábado, maio 18, 2013

Barraca ferroviária anunciada

DB Schenker: oferece duas vezes por semana um serviço ferroviário pontual entre Portugal e a Alemanha

Esperar pelos idiotas do Terreiro do Paço seria deixar morrer os investimentos, a economia e o trabalho

Por culpa exclusiva de Pedro Passos Coelho, o governo de Madrid acaba de anunciar o bloqueio, já em 2015, da ligação do Porto de Sines à Europa, depois de, por seu lado, os alemães da DB Schenker terem dado a conhecer o seu novo serviço de transporte de mercadorias, a partir de Leixões e da Bobadela, para a Alemanha.

Este verdadeiro desastre para o transporte ferroviário nacional foi oportunamente anunciado como a mais provável consequência do comportamento irresponsável deste governo relativamente aos compromissos sucessivamente assumidos por Portugal, Espanha e Bruxelas no assunto crucial da interoperabilidade das redes europeias de energia e transportes. A bronca era inevitável, e quando a notícia surgiu no El País de Quarta-Feira, começando a circular rapidamente nas redes sociais durante todo o dia 16, a corja ministerial do costume, as agências de contra-informação de sempre, e a cada vez mais indigente imprensa portuguesa, passaram o dia de hoje, 17 de maio, a tentar enganar os leitores. Eis a pérola do Expresso:
Mercadorias de Sines com ligação ferroviária assegurada até França

“Os governos de Portugal e Espanha acordaram que não haverá supressão de qualquer parte do troço da linha de mercadorias Badajoz-Mérida em bitola ibérica sem que esteja concluída a ligação alternativa em bitola europeia” (distância entre carris que vigora na Europa), garantiu ao Expresso uma fonte oficial.
Ou seja: até 2015 a ligação Badajoz-Mérida continua a correr sobre bitola ibérica. Como é evidente, os espanhóis só mudam para bitola europeia depois de terem a bitola europeia no sítio!
A ligação ferroviária espanhola em bitola europeia até Badajoz estará concluída em 2015, enquanto a portuguesa, entre Sines e a fronteira, em bitola europeia, estará operacional em 2017. E a ligação Poceirão-Lisboa estará pronta em 2019, segundo os calendários oficiais.
Ligação Poceirão-Lisboa? Será que o jornalista queria escrever Poceirão-Caia? Em bitola europeia?! Mas foi precisamente isto que o governo e os devoristas de Alcochete boicotaram, convencendo o irresponsável primeiro ministro a atirar-se alegremente e de cabeça contra Madrid, contra Bruxelas, contra os acordos assinados, e contra o interesse nacional. O governo decidiu —em junho de 2012— ligar Sines a Évora e Badajoz em bitola ibérica — não em bitola europeia! O epílogo, pelo menos provisório, desta estupidez está à vista.
“De 2015 e 2017 o transporte ferroviário de mercadorias entre Sines e Espanha será assegurado com comboios da Renfe de eixos ajustáveis, que conseguem circular em linhas de bitola ibérica e europeia”, revelou ao Expresso uma fonte conhecedora deste dossiê. A eventual compra ou aluguer destes comboios da Renfe pela CP Carga é uma medida que será analisada e que ainda não foi decidida.

Expresso, 17 maio 2013, 14:19  (sublinhados nossos)
“Eixos ajustáveis”?!! O que é isso? Serão eixos telescópicos, ou serão “eixos intermutáveis”? No primeiro caso, não existem para comboios de mercadorias (e portanto a notícia é um embuste), nem nunca existirão na Península Ibérica (1). No segundo, a solução é tão demorada e cara (2) que, tendo que ser integralmente suportada pelo governo português (sem um cêntimo de Espanha ou de Bruxelas), também não tem qualquer hipótese de ser implementada.

O indigente Expresso fez, voluntária ou involuntariamente, mais um frete 'jornalístico' ao Bloco Central da Corrupção (dos mesmos criminosos rendeiros que a Troika, e agora Merkel e Schäuble, denunciaram com todas as letras). Esta corja boicotou a linha ferroviária de bitola europeia entre Poceirão e Caia acordada com Espanha. Como há muito escrevemos, haveria um dia em que a Espanha deixaria estes indígenas entregues à sua própria ignorância e estupidez. Esse dia chegou: “Los recortes de Fomento para los trenes de media distancia” foram anunciados pelo El País a 15 de maio último, e entre as 48 ligações ferroviárias que irão ser suprimidas até 2015 encontram-se precisamente Badajoz-Mérida e Badajoz-Cáceres!


Clicar para aumentar

Se nada for corrigido imediatamente, a partir de 2015 o Porto de Algeciras substituirá progressivamente o Porto de Sines e a sua imprestável bitola ibérica. Se nada for mudado imediatamente —afinal, parece que foi... (3)— é bem provável que não só a Siderurgia do Barreiro, mas também a Autoeuropa levantem âncora deste antro de corrupção.

O serviço de transporte contentorizado montado pela DB Schenker é útil mas limitado. De fora ficam os graneis (refinados de petróleo, gás, etc.), ou seja, tudo aquilo em que Sines se especializou.


A Alemanha não perde tempo


POST SCRIPTUM

Carlos Enes, o jornalista que melhor e excelente trabalho fez sobre o maldito "TGV" bem merece uma promoção!

Desabafo de C.E:

“Em Fevereiro, quando a TVI avançou que o Governo negociou com a Comissão Europeia uma linha de alta velocidade Lisboa - Madrid, a que por cá sempre se chamou “TGV”, um pequeno exército de jornalistas, alguns dos quais directores de jornais, apressaram-se a desmentir-me e, até, a chamar-me ignorante.

Para azar desse exército, essa não era uma notícia desmentível. Linhas de comboio são coisas concretas, não são intrigas, previsões económicas ou daquelas bocas de fontes em “off” que inundam a imprensa portuguesa.

Não ocorreu a nenhum dos jornalistas-sabichões-ferroviários verificar, por exemplo, que a poucos quilómetros da fronteira, a Espanha continua a construir pontes e viadutos para uma linha mista (não, não é uma sandocha, é um caminho-de-ferro para mercadorias e passageiros). Não ocorreu a nenhum deles perguntar ao Governo português se, neste tempo de livre circulação de bens e pessoas, os comboios de passageiros vindos de Madrid seriam proibidos de entrar em Portugal.

Os jornalistas-sabichões-ferroviários só provaram:

1) não saber nada de comboios, o que não seria grave se não escrevessem sobre eles;

2) ser vulneráveis ao «spin» mais infantil do gabinete do PM; PPC tem de programar um projecto acordado com Espanha e com a Comissão Europeia, mas fingir que não porque também não sabia nada de comboios quando andou a falar de “TGV” na campanha eleitoral.

Vou aguardar atento que se desmintam agora a si próprios: não por mim, mas pelos leitores deles.”

Ver também e integralmente esta reportagem hilariante!

Lisboa-Madrid: ligação de alta velocidade para mercadorias e passageiros

Afinal Lisboa e Madrid sempre vão ser ligadas por uma linha de alta velocidade, ao qual em Portugal se convencionou chamar de TGV. Os ministros da Economia dos dois países confirmaram hoje que a nova linha de comboio, afinal, não será só para mercadorias, mas também para passageiros. Confirma-se assim a notícia já avançada em fevereiro pela TVI.

Vídeo TVI

E ainda a opinião de um indigente ao serviço dos devoristas... ignorante e mentiroso ao mesmo tempo: o Costa do Económico.


COMENTÁRIO (by RS) PUBLICADO DA MAIS IMPORTANTE LISTA DE CORREIO (privada) SOBRE POLÍTICA DE TRANSPORTES EM PORTUGAL (desde 2005, pelo menos.)

20 de maio de 2013

Agradecendo mais uma vez o s/ interesse, bem como da restante tertúlia, com destaque para o último post do António Maria, que do meu ponto de vista peca por muito soft,..., um pouco mais de carga não faria mal, muito pelo contrário. Salvo melhor opinião julgo até que esse post devia ser enviado ao Ministério de Fomento do governo espanhol, pois pelos vistos Espanha tem feito mais pela UIC do que outros com maiores graus de responsabilidade.

Nesta coisa da "responsabilidade", sou da opinião de que o jornal Expresso deve ser responsabilizado por aquilo que escreve (ou que lhe mandam escrever). Deve pois fundamentar o que escreveu.

Do artigo publicado online pelo Expresso na passado Sexta-feira, devem pois serem tiradas as devidas consequências, não só para o jornal, como para quem o mesmo artigo se dirige (confundir a malta). Pelos menos é agora público que a bitola ibérica em Espanha agoniza e em breve estará morta. Para um tal desfecho a resposta tuga vai ser "eixos-telescópicos" - LTM (Linha de Transporte de Mercadorias).

Como consequência da posição espanhola que nos "apanhou" completamente a dormir na forma, surge como "claro que nem água" que um dos pressupostos do PET(a) [Plano Estratégico de Transportes] tuga estava completamente errado: a suspensão das obras da Linha de AV entre Badajoz e Madrid.

Os responsáveis do Pet(a) partiram do principio (criminoso) de que Espanha não iria cumprir os acordos internacionais na construção da linha, pelo que Portugal estava igualmente livre de os cumprir. Errado, perdeu-se tempo e dinheiro. Perdeu-se nomeadamente o paradeiro dos célebres 800 milhões. Tem sido fantástico a nebulosa em volta destes fantásticos 800. Muita gente continua a assobiar para o ar como se nada fosse, e agora os ditos 800 são já para ontem, pois o governo começou a "correr atrás do prejuízo".

Espanha negociou com cinismo toda esta Cimeira pois sabia bem que deste lado não se fez um único metro de UIC, estando a malta toda empanturrada com conceitos do tipo "LTM", que apenas servem para confundir papalvos. Como já se perguntou, será que o conceito de LTM passa por linhas algaliadas, ou por comboios de mercadorias com eixos telescópicos?

Perante a 'responsável' noticia do Expresso, é exactamente isso a LTM. A LTM de 'altas prestações e rendimento' é uma linha em bitola ibérica onde na junção em Badajoz "liga" à UIC tendo os comboios independentemente do seu tipo que adaptar os seus eixos à nova bitola. Espera-se pois que a indústria pesada em Portugal inicie a construção desse material ferroviário (de eixos telescópicos) dando trabalho à falida "Equimetal" do Barreiro onde se "fabricaram" os fantásticos Pandur, e consuma muito e caro aço da Siderurgia do Seixal. LTM é pois, por força da opção espanhola, COMBOIOS DE EIXOS TELESCÓPICOS, originalidade tuga candidata a um Óscar pela sua capacidade de inovar!

Outro pormenor que interessa reter das conclusões da Cimeira, a qual, pelos vistos, foi do agrado do Álvaro (tal era o estado de desnorte da parte tuga ao ouvir a sentença de morte sobre a bitola ibérica em Espanha) foi a salvaguarda da linha Porto—Vigo (registada nas conclusões da Cimeira).

Outro registo interessante da Cimeira de Madrid: a Via Verde vai ser implementada em Espanha. Deste pequeno detalhe é de esperar que a circulação de camiões (tugas) seja devidamente taxada em Espanha, situação que irá encarecer o transporte de mercadorias por estrada, sendo certamente do interesse espanhol (e europeu) que em determinadas distâncias o transporte realizado na estrada passe para a ferrovia... de bitola UIC ('europeia').

Neste pormenor das portagens chega-se ao outro conceito que nos querem vender, e que é o fantástico conceito de hinterland.

Ainda na semana passada este conceito fantástico valia 600km, mas depois da Cimeira já nem 200km vale. Segundo o 'soldador 1' e o 'soldador 2' (estão a aumentar estes altos 'responsáveis' da estratégia ferroviária tuga), a zona de influência de Sines ia até Madrid, e portanto a bitola ibérica, de Sines a Madrid, seria o caminho. Assim programaram os nossos estrategas obras de modernização das linhas de Sines até Évora, tudo em bitola ibérica!

Com o xeque-mate da posição espanhola relativamente à UIC, Sines perde completamente para os portos aquém Gibraltar, nomeadamente os 3 portos do Golfo de Cádiz.

Das infra-estruturas dos 3 portos, de Algeciras, Cadiz e Huelva, faz parte a (estratégica) bitola UIC, o que dá a esses portos um hinterland mais vantajoso do que o de Sines.

Ora se a LTM de Sines e Setúbal é para vagões com eixos telescópicos, bem podemos ficar cientes de que nenhum operador irá interessar-se pelos portos portugueses. Afinal, quem é que irá acostar um super-panamax em Sines para descarregar/carregar contentores?

Ninguém! Vão todos para Algeciras, e quanto muito lá chegarão a Sines para operações de transhipement.

Sines é um porto no contexto europeu de 6ª importância. Espanha com 60% de capacidade excedentária nos seus portos não poderia estar mais satisfeita. Como já se escreveu, a importância de Espanha neste contexto é tal que os governos alemães e franceses não ficaram indiferentes à nova realidade espanhola, deitando-lhe a mão.

Outra das conclusões que estão preto no branco é a que diz respeito à ligação ferroviária Medina del Campo-Salamanca.

Espanha estabeleceu muito simplesmente que a electrificação estará terminada em Maio, e não será apenas a electrificação, será também a integração desse eixo Medina del Campo—Salamanca na rede europeia UIC, nomeadamente dos comboios AVE que procedem da Galiza.

Será que alguma das nossas iluminadas elites vai julgar que uma cidade como Salamanca ficaria fora da rede UIC?! Todos, MAS TODOS os investimentos que Espanha está a fazer na sua rede ferroviária tem apenas como objectivo: a UIC! É claro que isso quer dizer que a seguir à linha "Sines—Poceirão—Évora—Caia", a linha da Beira Alta corre o sério risco de ser mais uma ciclovia.

Outra consequência do "ultimato" espanhol que atirou o PET(a) para o lixo é a provável reativação da linha do Leste (Entroncamento—Abrantes—Torre das Vargens—Badajoz) para dar eventualmente ligação ferroviária aos AVE que partem (e chegam) a Badajoz de e para Madrid. É claro que poderão acabar os 50km que faltam para ligar Évora a Badajoz, ou então reabilitar a antiga linha de Évora que liga Évora-Estremoz-Portalegre. Eis, em suma, um fantástico dilema relativamente ao trânsito de mercadorias dos portos de Sines e Setúbal até à Europa via Badajoz. Reabilitar/reactivar as linhas de bitola ibérica? Transformar as ditas em linhas de bitola UIC? Ou aplicar teimosamente o conceito de LTM? Alguma coisa será necessária para chegar a Badajoz. A reativação da linha do Leste é pois um revés do PET(a), evidenciando que alguém não sabe o que andou a fazer! O tráfego de passageiros foi descurado. A LTM não contemplava passageiros, mas agora, depois de Madrid, pelos vistos, já contempla ;D

Acreditar que os espanhóis vão agora levantar todas as travessas da sua linha de Alta Velocidade Badajoz-Madrid para colocar travessas de dupla fixação de forma a instalar via algaliada, não me parece! Sinceramente, não me parece rigorosamente nada, a não ser que julguem que os espanhóis ainda acreditem no Pai Natal, ou que sejam parvos. O problema está do lado de cá, e os espanhóis (cinicamente) estão dispostos a ajudar-nos. Mas ajudar em quê?!!! Só se for para nos venderem material com eixos telescópicos da TALGO e da CAF. Pelos vistos já vieram a Portugal fazer uma demonstração, muito aplaudida, e que é, ao que parece, a base do conceito LTM.

Outro pormenor em que a Blogosfera acertou em cheio diz respeito à posição da FRANÇA:

"Por último, con respecto al Corredor Ferroviario de Mercancías nº4, Pastor y Pereira han destacado el desarrollo realizado para la implantación de este Corredor entre Portugal, Francia y España,....",

— uma pista (e resposta) para onde foram parar os 800 milhões: Portugal andou a co-financiar obra em Espanha (com lobbying dos franceses).

Para os mais distraídos, a partir de 2015 a linha de AV Madrid-Badajoz estará pronta, e no final de 2015 já estarão em testes.

Relativamente à actual linha convencional em bitola ibérica que vai de Badajoz a Madrid, estando os espanhóis a colocar travessas de dupla fixação, a sua reafectação ao transporte de mercadorias em UIC está dependente eventualmente do porto de Sines. Ora se o cenário do porto de Sines e Setúbal se mantiver (conceito de LTM) é claro que os espanhóis levantam os carris, ficando apenas no terreno a linha de AV em UIC.

Porto-Vigo.

Se de Tuy a Vigo os espanhóis também estão a considerar o fecho da linha em bitola ibérica, por não ser rentável, apenas um milagre irá justificar a linha Porto-Vigo!

Fica a questão: mas alguém conhece o traçado da linha do Minho? Sabem o investimento que será necessário que suprimir curvas e contra-curvas de forma a reduzir tempos de percurso. Será que vão suprimir tráfegos regionais de forma a reduzir o número de cruzamentos, dado ser via única? Vão fazer duplicação de via em bitola ibérica?! Ou será tão só propaganda política para eleições autárquicas verem?

Espanha parece ter orçamento para essa obra, colocando mais uma vez o desafio deste lado. No caso da linha do Minho, o problema chama-se taxação da SCUT. Através da linha do Minho querem compensar as ditas SCUT, forma eventual e esperta a convidar os espanhóis a virem fazer compras a Portugal como faziam no tempo das SCUT não taxadas.

Mas será que alguém espera que a exploração dessa linha seja rentável?!!! Os custos desta operação estão contabilizados do lado espanhol. Quem paga? De qualquer das formas, será mais rápido chegar de Vigo a Madrid do que ao Porto :(

Quanto ao internacionalmente reconhecido "DIREITO DE PASSAGEM", mantêm-se, mas em bitola UIC. Quem fez, fez, quem não fez não fez. Espanha está a ultimar projectos para serem candidatos aos quadros de financiamento europeu 2014-2020. Por cá, e pelo que está cada dia mais evidente, o único projecto válido a poder ser financiado é o da ELOS. Vai continuar na gaveta, ou vai avançar!!!

PS. Quanto à privatização da TAP, continuam as negociações com o colombiano. Creio que na semana passado esteve por cá. A marca TAP tem pois muito valor, e irá passar a chamar-se "TAP Brazil". Nos quadros da TAP e para vergonha dos tugas, é admitido que não existe ninguém em Portugal com capacidade de gerir uma empresa com o valor da TAP. Pelos vistos a coisa não se fica apenas pela TAP.


 NOTAS
  1. Recebemos um comentário de quem sabe mais deste assunto a dormir do que o governo inteiro alguma vez saberá enquanto viver:

    “Comboios de mercadorias de eixos telescópicos não existem. Talvez venham a ser construídos para resolver a interoperabilidade entre a rede ferroviária europeia UIC e a Rússia —UIC/Rússia (1435/1520mm)— por ser do interesse estratégico da Alemanha.

    Comboios de mercadorias com eixos telescópicos para as bitolas UIC/ibérica (1435/1668 mm) não há nem irá haver em Espanha, pois este país está prestes a resolver o seu problema de modernização e interoperabilidade com a rede europeia, e Portugal não tem dimensão, nem escala que justifique.”

  2. Recebemos sobre a possível confusão do repórter este aviso que deixamos à consideração dos desorientados governantes:

    “A solução de eixos intermutáveis é ineficiente e com capacidades limitadas, para além de exigir a construção de instalações próprias como as que vêem no vídeo. Uma solução destas para operar apenas entre 2015 a 2017 não faz sentido.
  3.  “Os Governos de Espanha e Portugal estão a trabalhar em conjunto, para que se possa concretizar esta ligação em bitola mista e que torne compatíveis comboios de mercadorias e de passageiros”, referiu Ana Pastor, ministra espanhola do Fomento, aquando da assinatura do acordo.

    Já Santos Pereira referiu que “estamos a falar em linhas em bi-bitola na parte portuguesa”, defendendo que “a ideia é criarmos estes grandes corredores da competitividade e obviamente é para passageiros e mercadorias”— CargoNews.

Última atualização: 20 mai 2013, 23:55

segunda-feira, maio 13, 2013

26ª Cimeira Portugal-Espanha

Mapa das regiões e cidades-regiões, corrigido a partir da proposta do PS

Portugal continua a arrastar o dossier ferroviário com os pés, ou seja, a máfia e a tríade de Alcochete continuam a mandar no governo, no PSD, no CDS, no PS e no PCP!

Petisqueira (que nome lindo;) e Villarino de Manzanas têm a partir de ontem uma nova ponte para os negócios e para o amor (La Razón). Parabéns! É preciso aumentar o número, a largura e a velocidade das pontes entre Portugal e Espanha, e não atrofiá-las, como vêm fazendo as elites corruptas aninhadas em Lisboa sob o manto protetor do Orçamento e da passividade bovina dos portugueses.

De Badajoz e Vigo a Berlim, Moscovo e Pequim, de Gibraltar (Punta Palomas-Punta Malabata) a Marraquexe e Riade, a nova rede ferroviária euro-asiática, de bitola europeia e de alta velocidade caminha a passo certo, nomeadamente em Espanha (ver mapa interativo), com um único obstáculo: os manhosos e corruptos da Lusitânia, para quem o futuro continua a ser a especulação imobiliária, e portanto, somar ao aeromoscas de Beja (onde enterraram —nos seus bolsos fundos, claro— 38 milhões de euros) o embuste da cidade aeroportuária que era para ser na Ota e agora querem à viva força que seja nas imediações de Alcochete — onde piratas do PSD e do PS adquiriram terrenos para o efeito.

Entretanto, vamos na 26º cimeira ibérica. 

Desde 2002 que as ligações ferroviárias em bitola europeia entre Portugal e Espanha, por Valença—Vigo, por Vilar Formoso—Salamanca, por Elvas—Badajoz e por Vila Real—Huelva, estão em cima da mesa. Desde 2002 que os governos da Tugalândia fazem figura de chinês nas negociações, comprometendo-se com decisões de Estado que logo não cumprem, inventando sucessivas desculpas de mau pagador. Na realidade, só há uma explicação para o indecoroso comportamento diplomático português: a corrupção das tríades e máfias partidárias, financeiras e rendeiras que têm comandado o país e o conduziram à bancarrota.

É por estas e por outras que defendo sem hesitação, ao contrário das elites corruptas e do PCP, a nossa permanência na Eurolândia. É a única hipótese que temos de um dia meter na cadeia mais alguns corruptos e de refrescar radicalmente a democracia portuguesa.

Na cimeira luso-espanhola que hoje tem lugar em Madrid deveriam estar representadas as regiões fronteiriças portuguesas, além do governo central, tal como sucede do lado espanhol. O facto de a escória partidária indígena ter travado até agora a criação das regiões portuguesas previstas na Constituição (só berram pela Constituição quando lhes convém), e de nem sequer ter ainda pensado nas vantagens, em matéria de poupança pública, racionalidade e vantagens económicas óbvias, da criação das cidades-região de Lisboa e Porto (cujo estatuto político-administrativo deverá ser da mesma ordem das regiões autónoma insulares), não deveria impedir que representantes das regiões de Entre-Douro e Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Interior, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve, estivessem presentes, na qualidade de observadores competentes e cooperantes.

Portugal tem que mudar, ou morre! 

E para mudar tem que começar por baixo, isto é, tem que começar por exigir e ganhar mais poder nas freguesias, nos concelhos, e nas regiões históricas do país — o que, na realidade, significaria, menos divisão da que existe, menos despesa estúpida da que existe, e muito maior capacidade na tomada de decisões racionais, justas e proporcionadas.

Portugal tem, por outro lado, que atacar, com prisão, mas sobretudo com regras claras e sintéticas, a pandemia da corrupção que tem minado até à medula o futuro deste país.


POST SCRIPTUM — como sempre, os nossos ministros e as suas comitivas adoram viajar e ir de compras à custa do erário público. Por uma questão de produtividade, à chegada de Madrid, devemos perguntar a Passos Coelho e aos seus ministros que resultados obtiveram, de facto, do seu passeio pela Gran Vía.

Enquanto nós andamos em cimeiras, os alemães trabalham...

A DB Schenker, em Portugal, lançou um novo serviço intermodal, porta-aporta, de Portugal até a Alemanha e vice-versa
Oferecemos um serviço pioneiro – uma ligação directa entre Portugal e a Alemanha por ferrovia.
  • Tempos de trânsito fixos
  • Saídas semanais para e de Portugal
  • Transporte “amigo do ambiente”
  • Sem restrições de circulação (feriados e fins-de-semana)
  • Sem sobretaxa de combustível, portagens e Ecotaxa
  • 2700 km em 3 dias
 LINK

Em 1995 encomendei a impressão e embalagem de 1000 CDs multimédia na Alemanha. O preço era competitivo com as alternativas manhosas que eram fornecidas por cá, e os alemães entregavam os CDs 8 dias depois da encomenda. A encomenda foi feita por email, o contrato foi feito por email (em 1995), e por email recebi a confirmação da entrega na Rua Nova da Trindades, num determinado dia da semana, durante a manhã. E assim foi, pontualmente. Mais do que a velocidade anunciada das entregas, importa sobretudo a confiança no preço, na qualidade e nos prazos contratados. Será que algum dia compreenderemos estas três variáveis de sucesso?


ÚLTIMA HORA (Cimeira luso-espanhola)

Cimeira luso-espanhola, principal conclusão: implementar um projecto-piloto para a troca automática de informação em matéria tributária.

Há um novo estado policial a caminho. Chama-se fascismo fiscal. Ou seja, os governos da Europa só parecem assertivos numa coisa: o confisco fiscal dos mais fracos!

Tudo o resto é vago...

Em vez de convergirem as tabelas de impostos nos países da UE, em vez de baixarem impostos nos países cujos governos e burocracias se habituaram a viver à conta de quem produz, os governos, e logo Portugal e Espanha (!), procuram confiscar descaradamente tudo o que podem... e a todos, menos ao sector financeiro especulativo.
Cimeira Ibérica: Portugal e Espanha acordam troca de informações e políticas comuns contra fraude fiscal. Jornal de Negócios, 13 Maio 2013, 13:35 por Lusa.
Os governos de Portugal e Espanha assinaram hoje um protocolo que estabelece consultas regulares destinadas à troca de informações e experiências e a adopção de políticas comuns em matéria de combate à fraude fiscal.

e...

"O protocolo hoje assinado vem reforçar os mecanismos ao dispor de cada país para um combate à fraude e evasão fiscais mais eficaz, designadamente, através da actualização dos acordos bilaterais em matéria de assistência administrativa mútua, do estabelecimento de consultas regulares entre os dois Governos destinados à troca de informações e experiências em matéria fiscal, da adopção de políticas comuns em matéria de combate à fraude fiscal no quadro europeu e internacional e, finalmente, da prestação da assistência e consulta mútua no processo de implementação do projecto-piloto para a troca automática de informação em matéria tributária, no âmbito da União Europeia", refere a declaração final da cimeira ibérica.

Última atualização: 14 mai 2013, 22:43

quinta-feira, maio 09, 2013

Tordesilhas 2.0


Mapa estratégico para Portugal


Mais cedo ou mais tarde o Ocidente e o Oriente terão que negociar um novo Tratado de Tordesilhas. Chamo-lhe, em homenagem ao bom-senso, Tordesilhas 2.0.

Esta mapa condensa algumas linhas de força em desenvolvimento e o lugar de Portugal na geometria resultante. Numa era que vai ser determinada, digo bem, determinada pelas principais vias de acesso terrestres e oceânicas ao petróleo, carvão e gás natural, resulta evidente a nova centralidade do país.

No entanto, o Bloco Central da Burrice e da Corrupção que nos conduziu à desgraça em que estamos ainda não percebeu a gravidade de certas hesitações, como as que têm sido plasmadas nas sucessivas cimeiras ibéricas, desde Durão Barroso, na questão vital da ligação de Portugal e dos seus principais portos marítimos à Europa.

A próxima cimeira ibérica vai realizar-se a 13 de maio deste ano, em Madrid. Ou seja, na próxima Segunda-Feira! Já ouviram algumas das criaturas que se sentam em São Bento mencionar o assunto? O governo já nos contou o que tenciona defender em tão importante reunião? Já ouviram algum dos adiantados mentais que infestam as nossas televisões referir-se ao assunto? Eu não:(

Há duas coisas que Espanha está a fazer e os indígenas da Tugalândia não: avançar rapidamente numa rede ferroviária adequada a este século e ligar a dita rede aos seus principais portos marítimos e à rede europeia de transportes ferroviários de pessoas e mercadorias.

Basta olhar com olhos de ver para o mapa que tive a pachorra de povoar de indicadores, para percebermos todos o que está em causa!

quarta-feira, maio 08, 2013

Gaspar Keynes

Diz o roto ao nu...

Consumo não é crescimento
What’s the typical life of an unassisted expansion? Based on the data presented here, I’ll call it two years. (1)
O problema do euromilhões keynesiano é que está no fim da linha. E não no princípio, como sugerem os discursos populistas aflitos do PS, PSD, CDS/PP e PCP. Ou seja, o aumento da massa monetária, através do aumento das dívidas soberanas, não só não chega à economia, não só não cria emprego, não só não diminui o ritmo das falências e do crescimento do desemprego, como vem piorando todos esses índices, com a agravante maior de, depois de toda esta diarreia keynesiana, transformando o dinheiro em meras notas de Monopólio, o que vemos é uma expropriação sem limites da classe média, e uma destruição de capital produtivo sem precedentes. Os únicos beneficiários do colapso em curso —o colapso de uma era de crescimento rápido dos preços, iniciada em 1896 (Fischer, D. H.)— circunscrevem-se a 1% da população americana, e a percentagem semelhante na Europa. Os restantes 99% (ou 90%, para sermos mais precisos) têm vindo a sofrer uma erosão de rendimentos imparável.
It's worth understanding the mechanisms of this wealth transfer: in essence, the Fed extends low-cost credit (i.e. "free money") to the financier class which then uses this free money to buy rentier assets, that is, assets that generate economic rents for the owners, who add no value and create no wealth.

This is of course the neofeudal model: the financial aristocracy in the manor house own the rentier assets and the debt-serfs toil away to pay the rents and taxes. The financier class (i.e. those that benefit from the financialization of the economy) are as unproductive as feudal lords; they skim the profits generated by the debt-serfs while adding no productive value to the economy. (2)
A criação monetária em curso (Quatitative Easing, LTRO, OMT, etc.) só pode servir, neste declinar de era —a era do enorme e rápido crescimento a que o mundo inteiro assistiu, sobretudo por efeito da descoberta e uso tecnológico intensivo de fontes de energia poderosíssimas e baratas (um ciclo que atingiu também e globalmente o seu pico de expansão)—, para mitigar a Grande Contração do Crescimento, dos Preços e do Consumo que aí vem. Segundo David Hackett Fischer, se a história dos últimos oitocentos servir para alguma coisa, seguir-se-à uma nova era de 'equilíbrio' dos preços, de recessão demográfica, crescimento entre 0-1%, mas também de uma nova e provável era de explosão de criatividade — científica, tecnológica e social. Estaremos eventualmente no pior momento da transição. Quanto tempo faltará ainda para entrarmos na próxima era 'estacionária' (Adam Smith/Niall Ferguson) de crescimento e desigualdade relativa extrema? Pouco tempo, ou mesmo nenhum!

O sucesso da ida aos mercados e o chico-esperto Sérgio Monteiro
Investimento dos maiores bancos em dívida pública subiu 46% em 2012 — i online.

Sérgio Monteiro diz que economia beneficia da emissão da dívida — i online.

"The Carrot's in Reach:" The Myth of a Self-Sustaining Recovery —  Charles Hugh Smith Of Two Minds (April 5, 2013)
A banca indígena financia-se a 0,5% junto do BCE e vai buscar aos nossos bolsos 5,7% e mais, na forma de cortes nas pensões, reduções de salários e vencimentos, despedimentos e desemprego (é a 'austeridade' que paga os subsídios de desemprego, por exemplo), e ainda na forma de subida dos juros a retalho (se e quando raramente emprestam dinheiro!)

O chico-esperto das PPP diz que isto é bom 'indiretamente' para a 'atividade económica', porque melhora a perceção do país. Veremos o que diz este chico-esperto daqui a 12 meses, quando todos descobrirmos o óbvio: i.e. que o dinheiro continua a circular entre o BCE, os 'banksters' indígenas e os governos, que por sua vez continuam a endividar criminosamente os povos que dizem representar.

É este o motivo de júbilo do governo, do PSD, e do CDS? Está na altura de interrogar seriamente os bancos que operam em Portugal.

Gaspar Keynes

Gaspar adianta o passo e reclama menor 'fragmentação financeira' no seio da UE, i.e. igualdade de oportunidades no acesso aos mercados financeiros e rejeição de um Euro a duas velocidades. Algo começou a nascer do 'input' político de Poiares Maduro. Menos mal. A Oposição é que já arranca cabelos por causa desta inflexão pré-eleitoral — 'just in time'!
Novidade, novidade, foi o discurso do ministro das Finanças português, que defendeu que “a fragmentação financeira que existe actualmente exacerba o custo associado ao ajustamento e funciona como um choque de competitividade negativo para o pais sob ajuda externa”, acrescentando que a “UE tem de respeitar o que eu considero um princípio: permitir aos Estados que assegurem aos seus cidadãos os direitos sociais que estes exigem”. (3)

QREN 2014-2020 escapa (aparentemente) à captura dos rendeiros do costume.

Retirar a 'coordenação, supervisão e distribuição dos fundos' das mãozinhas untadas dos estados-maiores partidários, dos poderosos e insaciáveis lóbis que dormem no Terreiro do Paço (BES, EDP, Mota-Engil, empresas públicas falidas, dinossauros autárquicos,  etc.), foi uma boa decisão do PM. Vamos ver até que ponto Poiares Maduro entende a questão crucial dos portos e sobretudo das ligações ferroviárias em bitola europeia (para mercadorias e pessoas) entre as cidades-região portuguesas, Lisboa e Porto, e as grandes cidades espanholas e do resto da União Europeia. Talvez fosse bom começar por despedir o Sérgio das PPP...

Geração S(em emprego)
Generation J(obless): A Quarter Of The Planet's Youth Is Neither Working Nor Studying, in ZerHedge.
25% da população jovem do planeta em idade ativa não trabalha, não estuda, nem tem treino profissional. Precisamos de menos verborreia populista, e de muita imaginação e bom senso para minimizar esta verdadeira tragédia social.

NOTAS
  1. Debunking the Keynesian Policy Framework: The Myth of the Magic Pendulum — F.F. WILEY, in Cyniconomics, May 7, 2013.
  2. Bernanke's Neofeudal Rentier Economy, in Charles Hugh Smith Of Two Minds, May 6, 2013.
  3. Vítor Gaspar transfigura-se em Bruxelas e já fala de direitos sociais, in i online.

Fascismo fiscal, não!

Percentagem da economia informal na Europa: 22,1% do total da atividade económica


Os valores absolutos são muito variáveis e algo surpreendentes!


Em 16 países, incluindo Portugal, as perdas fiscais superam em 100% os respetivos défices.


Justiça, equidade e eficiência fiscais nunca são demais. Mas nada justifica expedientes arbitrários e autoritários como os que se têm verificado no governo de coligação PSD+CDS/PP

Os três gráficos acima reproduzidos fazem parte de um estudo (1) cuja conclusão principal é esta: a fuga ao fisco e a economia informal são massivas em vários países europeus, chegando em dezasseis deles a superar os montantes dos respetivos défices públicos. É o caso de Portugal.

Em 2012, segundo a Pordata, as receitas fiscais cobradas ascenderam a €32.025.200.000. Segundo o estudo referido e citado pelo Público,  a evasão fiscal desse ano foi calculada em ~€12.300.000.000. Ainda segundo relatou o Público, o défice do mesmo ano cifrou-se em €10.596.000.000. Quer dizer, a economia informal e a evasão fiscal teriam chegado para cobrir o défice público, deixando ainda mais de 1.700 milhões de euros nos cofres do Estado!


Há, como se percebe, um longo caminho a percorrer no domínio fiscal. Sobretudo se, para além da diminuição da evasão fiscal houver também um alargamento da base fiscal às transações financeiras e aos grupos económicos, e se houver convergência fiscal na União Europeia.

No entanto, este caminho só fará sentido se, em contrapartida e ao mesmo tempo, a carga fiscal descer significativamente: impostos sobre o trabalho, sobre a atividade económica e sobre a propriedade.


Doutro modo, estaríamos a dar carta branca às burocracias, nomeadamente partidárias, e às elites financeiras para instalarem progressivamente nas democracias europeias um novo e intolerável fascismo fiscal, com a subsequente burocratização das economias e das sociedades.

©António Cerveira Pinto
Escrito para o Partido Democrata


NOTAS
  1. “Closing the European Tax Gap/ A report for Group of the Progressive Alliance of Socialists & Democrats in the European Parlement, by Richard Murphy FCA (Director, Tx Research UK), 2012 (.pdf)

segunda-feira, maio 06, 2013

Sair do euro?

A nova nota de 5 euros, 2013

Rendeiros do regime preferem derrubar o governo e regressar ao escudo, a perder privilégios

Ferreira do Amaral e Jerónimo de Sousa defendem regresso ao escudo. Que dois!

O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, e o economista João Ferreira do Amaral defenderam hoje o abandono da moeda única europeia por parte de Portugal para evitar "o diretório" e "domínio" alemães. DN, 19mar2013.

An Unqualified Apology

During a recent question-and-answer session at a conference in California, I made comments about John Maynard Keynes that were as stupid as they were insensitive.

I had been asked to comment on Keynes’s famous observation “In the long run we are all dead.” The point I had made in my presentation was that in the long run our children, grandchildren and great-grandchildren are alive, and will have to deal with the consequences of our economic actions.

But I should not have suggested – in an off-the-cuff response that was not part of my presentation – that Keynes was indifferent to the long run because he had no children, nor that he had no children because he was gay. This was doubly stupid. Niall Ferguson, 4mai2013 (web).

Niall Ferguson, o historiador de economia e conhecido crítico da diarreia keynesiana que conduziu a América e a Europa, depois de trinta anos de endividamento irresponsável e bolhas especulativas sucessivas, à beira do colapso financeiro, económico e social, respondendo a uma pergunta da audiência de uma conferência sua na Califórnia (The Guardian), disparou uma metáfora considerada homofóbica pela hipersensível comunidade gay da Califórnia. Na realidade, tratou-se de um comentário tipicamente espontâneo e ácido (very Scottish, and bitchy) à célebre e brutal frase de John Maynard Keynes quando perguntado sobre os efeitos a longo prazo do endividamento das empresas, das famílias e dos governos. Keynes, num tom tipicamente espontâneo e ácido (very British, and bitchy), respondeu: “In the long run we are all dead.”

À parte a sensibilidade hipócrita dos sindicatos gay, onde predomina uma falta de humor pedante e estalinista, que não deve ser confundida com o sentido de humor saudavelmente gay de muitos amigos meus, a verdade é que os críticos da diarreia keynesiana andam cada vez mais nervosos. Estão com medo de perder o caviar, os pequenos-almoços no Ritz, e sobretudo estão em pânico pelo que o povo ainda possa vir a fazer-lhes à medida que for conhecendo o que a corja devorista e burocrática andou a fazer com dinheiro que não existia e que agora cai em cima de centenas de milhar de empresas e milhões de pessoas inocentes sob a forma de uma pesadíssima e injusta dívida por pagar.

As democracias americana e europeia degeneraram e são hoje regimes apenas formalmente democráticos, na realidade capturados pelas máfias bancárias e partidárias (e por alguns cartéis de matérias primas, energia, equipamento militar e produtos químicos) que controlam a economia, os governos, os média e as sociedades, como nunca antes fizeram, salvo quando geraram bestas humanas da laia de Hitler, Mussolini, Estaline ou Mao. Esta degenerescência é, na realidade, consequência da aplicação sucessiva da diarreia keynesiana, para lá de todos os limites que ele próprio poderia ter imaginado.

Os derivados OTC, contratos especulativos (Swaps e Credit Default Swaps) celebrados no éter global e sem fronteiras, nem supervisão, dos chamados mercados financeiros, representam hoje um valor nocional na ordem 1200 biliões de dólares (US$1.200.000.000.000.000), ou seja, qualquer coisa como 20x o PIB mundial! Se apenas 30% deste valor corresponder a contratos mal parados, isso significa que estamos a falar de um buraco negro na ordem dos US$360.000.000.000.000, ou seja, 6x o PIB mundial! Não pagar? Será que Jerónimo de Sousa e João Ferreira do Amaral sabem do que estão a falar? Creio que não. O que os preocupa é tão só o medo de perderem aquilo que muito provavelmente irão perder: públicos, eleitores e rendas.

A consolidação fiscal, bem ou mal feita, é algo a que não podemos escapar, e que continuará a ser dolorosa, mas que tem uma génese que só por má fé pode ser agora imputada a quem tem que aplicar a maldita austeridade — Passos Coelho e Paulo Portas, em Portugal, Barak Obama, nos Estados Unidos, David Cameron, no Reino Unido, ou François Hollande, em França.

Portugal sem o euro prejudicaria de forma fatal a maioria dos portugueses, e beneficiaria apenas as elites do costume, de Esquerda, de Extrema Esquerda, de Direita, de Extrema Direita. Só a classe média e as forças que muito mal a têm representado institucional e no plano partidário sairiam derrotadas. Pior: seriam esmagadas ao ponto de não serem capazes de se levantar durante mais de uma geração. Seria o regresso ao medo generalizado, à ignorância cultivada, à prepotência, e ao reino absoluto dos chulos!

Os movimentos populistas sem rosto, género Que se lixe a Troika, partem do princípio de que as democracias europeias são ditaduras asiáticas que é preciso derrubar de qualquer maneira. Usam para tal as táticas de Gene Sharp, não percebendo, porém, porque não têm resultado completamente. A razão é simples: apesar de degeneradas e falidas, as democracias ocidentais ainda não são ditaduras, e as liberdades cívicas impedem por isso que manifestações de rua e conspirações palacianas (como a que Mário Soares patrocinou e continua a patrocinar) levem ao derrube de governos legítimos por meios inconstitucionais, ilegítimos e com fins realmente inconfessáveis.

Há uma guerra contra o euro, em grande medida patrocinada e conduzida pela aliança anglo-americana dos interesses, em nome de um império falido, desesperado e agressivo. O inimigo não declarado é mesmo a União Europeia (basta ouvir Nigel Farage), mas como seria insuportável mencionar abertamente esta verdade, desvia-se a atenção das populações europeias para a Alemanha, apresentando-a como a verdadeira besta da situação. Que não foi, nem é.

A propósito: vale a pena ver este documentário recente da Amagifilms, En defensa del Euro. Neles se desmonta claramente a manobra anglo-americana contra a nossa moeda, que apesar de toda a especulação continua a valorizar-se acima dos 1,30 dólares, revelando desta forma clara a importância crescente da Europa no mundo.