Israel comete crimes de guerra
5-01-2009 (Le Monde Diplomatique) ... No seu livro Just and Unjust Wars, o filósofo americano Michael Walzer notava o seguinte: «O tiro aos pássaros não é um combate entre combatentes. Quando o mundo se vê irremediavelmente dividido entre os que lançam as bombas e os que apanham com elas, a situação torna-se moralmente problemática».
Eu sempre gostava de saber porque carga de água a televisão portuguesa e boa parte dos jornalistas pátrios descrevem a invasão criminosa de Gaza —sob as ordens dum sionista corrupto que ainda não está na prisão, nem destituído, por mero conluio da oportunista classe política israelita— como se toda a culpa fosse do Hamas e dos foguetes caseiros que este disparou contra Israel, matando, ao todo, 17 pessoas.
Não sabem que só depois de Israel ter comprovadamente violado as tréguas de Junho de 2008, promovidas pelo Egipto, o Hamas recomeçou a lançar engenhos explosivos vários?
Israel violou este cessar-fogo a 5 de Novembro, e os lançamentos de rocktes do Hamas recomeçaram a 8 do mesmo mês. Estes factos constam do mapa do próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, que acima reproduzimos. Desafio pois o Mário Crespo e outros jornalistas a divulgá-lo.
A propaganda sobre o apoio do Irão ao Hamas é um não argumento. O apoio sistemático e incondicional dos Estados Unidos e do Reino Unido ao Estado-terrorista de Israel é um dado constante há largas dezenas de anos. Quem arma e paga as formidáveis Forças Armadas israelitas? Quem impede nas Nações Unidas uma investigação ao arsenal nuclear, químico e biológico, completamente ilegal, do Estado de Israel? Quem boicota na ONU a investigação dos crimes de guerra das FFAA israelitas? Então, depois de tudo isto, alguém acha ainda que o Hamas está interdito de procurar aliados para se defender de Israel?
Israel tem vindo a violar o direito humanitário e a cometer crimes de guerra ao longo de décadas, como demonstra Gilles Devers no seu blogue Actualités du droit, num texto intitulado «O que é um crime de guerra?» («Qu’est-ce qu’un crime de guerre?», 30 de Dezembro).
«Cada um analisará como entender os acontecimentos de Gaza, nas suas implicações militares, diplomáticas e de política interna. Não é esse o meu objectivo. Mas há realidades objectivas que estão aí, aos olhos de todos. Esclareço: Israel está a controlar as imagens, mas a televisão Aljazeera transmite toda a informação que é suficiente para dizer que é evidente que nestes dias Israel está a cometer crimes de guerra em Gaza.»
«E é um caso de reincidência. A Convenção de 1949 sanciona além disso no seu artigo 49 a construção de colonatos nos Territórios Ocupados, e no artigo 53 a destruição de propriedades na ausência de imperativos militares. A instalação de colonatos e a edificação do muro em território palestiniano também são contrárias à Convenção, como afirmou o Tribunal Internacional de Justiça numa deliberação de 9 de Julho de 2004. O massacre de Sabra e Chatila de Setembro de 1982 – para citar apenas um – nunca foi julgado.»
Obama quebrou finalmente o seu pesado silêncio sobre a agressão assassina de Israel. Sabemos todos, e ele também, que o cerco criminoso e agressão militar a Gaza por parte dos sionistas de Israel, irá ser (já está a ser) a primeira, e porventura decisiva, prova de fogo do mandato do novo presidente eleito dos Estados Unidos. O sinal dado por Obama em direcção à suspensão imediata da agressão e ao retomar do diálogo entre judeus e palestinianos chegou tarde, mas foi suficiente para transmitir ao lóbi judeu mundial, e em particular, americano, que o sucessor de Bush II não estará porventura disposto a tolerar a cobrança e usura antecipadas pela não obstrução do voto judeu à sua eleição.
O tempo joga contra Israel, não porque seja impossível a convivência entre judeus, árabes, filisteus e católicos nas terras da Palestina, onde convivem há milhares de anos, mas porque o sionismo que se erigiu em Estado de Israel apostou em destruir e/ou expulsar os palestinianos das suas terras, para aí instaurar a lei judaica e a sua corrupta democracia militar.
O pêndulo dos equilíbrios tectónicos da geopolítica mundial desloca-se cada vez mais em direcção ao Oriente. É lá que está o dinheiro, o trabalho produtivo e quase tudo o que consumimos! É uma viragem de ciclo cujo alcance está longe de ser intuído pela generalidade dos políticos em exercício. Na realidade, o ciclo da supremacia Ocidental, iniciado em 1415, com a conquista de Ceuta ao Islão pelos portugueses, e o começo do primeiro ciclo de globalização, chegou ao fim. Precisamos de um Novo Tratado de Tordesilhas!
A segunda globalização não é bem aquilo que muitos de nós pensam. Na realidade, a globalização de que se fala, com início na queda do Muro de Berlim e na implosão da União Soviética, foi até agora apenas o preâmbulo da deslocação tectónica do epicentro mundial do poder, da Euro-América para a Ásia. O pico do abalo deverá ocorrer por volta de 2015-2020, se até lá os falcões do Ocidente, de que o sionismo mundial é protagonista de topo, não resolverem precipitar o planeta num novo holocausto.
A hegemonia Ocidental no Médio Oriente acabou. Todo o gasto inútil para segurar esta areia movediça apenas contribuirá para a nossa ruína. Parecemos cada vez mais um bando de fantasmas a caminho da penúria resultante da armadilha do consumismo e da substituição do nosso tecido económico pelo transe da especulação financeira e da criação imparável de dívidas individuais e colectivas.
É por esta razão que teremos que calar as armas de Israel quantos antes!
Silence has become complicity
By Paul Woodward, War in Context, December 29, 2008
Rocket fire did not resume until Israel broke the truce on November 5.
What we now know, is that Israel did not view the truce as a means to bring calm to southern Israel but instead used it as an aid for gathering intelligence in preparation for war.
ÚLTIMA HORA
Jimmy Carter, que teve uma importância decisiva no estabelecimento do cessar-fogo entre o Hamas e Israel, desfeito por mais esta ofensiva do genocídio planeado pelo sionismo mundial contra as populações palestinianas, acaba de publicar um artigo no Washington Post, que faz um ponto simultaneamente crítico e independente sobre os crimes de guerra israelitas.
An Unnecessary War, By Jimmy Carter
Thursday, January 8, 2009; Page A15
I know from personal involvement that the devastating invasion of Gaza by Israel could easily have been avoided.
After visiting Sderot last April and seeing the serious psychological damage caused by the rockets that had fallen in that area, my wife, Rosalynn, and I declared their launching from Gaza to be inexcusable and an act of terrorism. Although casualties were rare (three deaths in seven years), the town was traumatized by the unpredictable explosions. About 3,000 residents had moved to other communities, and the streets, playgrounds and shopping centers were almost empty. Mayor Eli Moyal assembled a group of citizens in his office to meet us and complained that the government of Israel was not stopping the rockets, either through diplomacy or military action.
Knowing that we would soon be seeing Hamas leaders from Gaza and also in Damascus, we promised to assess prospects for a cease-fire. From Egyptian intelligence chief Omar Suleiman, who was negotiating between the Israelis and Hamas, we learned that there was a fundamental difference between the two sides. Hamas wanted a comprehensive cease-fire in both the West Bank and Gaza, and the Israelis refused to discuss anything other than Gaza.
We knew that the 1.5 million inhabitants of Gaza were being starved, as the U.N. special rapporteur on the right to food had found that acute malnutrition in Gaza was on the same scale as in the poorest nations in the southern Sahara, with more than half of all Palestinian families eating only one meal a day.
... Since we were only observers, and not negotiators, we relayed this information to the Egyptians, and they pursued the cease-fire proposal. After about a month, the Egyptians and Hamas informed us that all military action by both sides and all rocket firing would stop on June 19, for a period of six months, and that humanitarian supplies would be restored to the normal level that had existed before Israel's withdrawal in 2005 (about 700 trucks daily).
We were unable to confirm this in Jerusalem because of Israel's unwillingness to admit to any negotiations with Hamas, but rocket firing was soon stopped and there was an increase in supplies of food, water, medicine and fuel. Yet the increase was to an average of about 20 percent of normal levels. And this fragile truce was partially broken on Nov. 4, when Israel launched an attack in Gaza to destroy a defensive tunnel being dug by Hamas inside the wall that encloses Gaza.
... After 12 days of "combat," the Israeli Defense Forces reported that more than 1,000 targets were shelled or bombed. During that time, Israel rejected international efforts to obtain a cease-fire, with full support from Washington. Seventeen mosques, the American International School, many private homes and much of the basic infrastructure of the small but heavily populated area have been destroyed. This includes the systems that provide water, electricity and sanitation. Heavy civilian casualties are being reported by courageous medical volunteers from many nations, as the fortunate ones operate on the wounded by light from diesel-powered generators.
REFERÊNCIAS
Recomendo vivamente à desmiolada e subserviente imprensa portuguesa que leia os artigos seguintes:
- Wikipedia — Gaza–Israel conflict
- A história de Israel-Palestina num PDF indesmentível
- Le Monde — GAZA: Minute par minute : le suivi des événements
- Wikipedia — Violence in the Israeli–Palestinian conflict (2000-2008 Total Death Toll)
- 2006 — Palestinian death toll triples this year
30-12-2006 (The Independent) — The number of Palestinians killed by Israeli security forces in the West Bank and Gaza Strip tripled this year, according to an Israeli human rights organisation. B'Tselem said 660 Palestinians had been killed during 2006, including 141 minors. The report claimed that at least 322 of those killed were not fighters.
At the same time, B'Tselem recorded a drop in the number of Israelis killed during the year. Palestinians killed 17 civilians, including one minor, and six members of the security forces.
In Gaza alone, since the kidnapping of Corporal Gilad Shalit in a cross-border raid on 25 June, Israel has killed 405 Palestinians, including 88 minors. Of this total, 205 were defined as non-combatants. B'Tselem said the number of civilians killed showed a "deterioration in the human rights situation in the occupied territories". That impression was reinforced by the demolition of 292 homes, housing 1,769 people, 279 of them in the Gaza Strip. Israel also demolished 42 Arab homes in East Jerusalem built without a permit. - 2002 — Palestinian death toll mounts
7-04-2002 (BBC News) — The Israeli army says it has killed at least 200 Palestinians in its sweeping 10-day offensive in the West Bank.
Reports have spoken of dozens of dead bodies lying in the streets of Jenin refugee camp where the army met much stiffer resistance than expected from Palestinian fighters. Seven of its own soldiers have died there. - The Angel of Death, by Elaine Supkis Meinel (uma excelente introdução histórica aos equívocos sobre os judeus e o Estado de Israel inoculados na consciência ocidental pela propaganda sionista internacional, senhora dalguns dos mais importantes órgãos de comunicação de massas mundiais.)
"Israel won’t protect Jews from annihilation. Love of humanity, the desire to share, the feelings of mercy and the desire to save, not steal: this is the golden key to Life. Picking up the sword and killing everyone in the way in the Middle East and beyond will only sow dragon’s teeth. The Bible itself is quite clear about this. Even the Death God mentions it, occasionally."