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quinta-feira, maio 26, 2016

Quando os petrodólares regressam a casa

Fonte: Bloomberg

Quando o endividamento insustentável for universal só haverá uma saída: um Jubileu parcial das dívidas e a introdução de um rendimento básico garantido à escala planetária. Os suíços, et pour cause, parecem querer ser os pioneiros!


Quando os produtores de petróleo se endividam, repatriam os petrodólares que alimentaram a especulação financeira, o investimento na Europa nos EUA e na Ásia (e as lojas da Prada, claro!) ao longo das últimas décadas, e emitem agora dívida pública em quantidades industriais, parece evidente que as placas geo-estratégicas da 'World-economy' entraram num imprevisível movimento browniano!

O Bill Gross falou ontem de 'basic income', não como previsão, ou aposta, mas como algo que já está a acontecer...

Qatar’s unprecedented $9 billion Eurobond sale has pressed the re-set button for the Gulf region’s debt market. 
Bloomberg, May 26, 2016 — 7:23 AM WEST Updated on May 26, 2016 — 1:08 PM WEST 
Qatar Stuns Mideast Debt Market With Record $9 Billion Bon 
The country sold $9 billion of bonds in three maturities on Wednesday, almost double the amount expected by analysts. The issue helped push 2016 offerings from the Middle East and North Africa, which includes Saudi Arabia and the United Arab Emirates, to $29.3 billion, already a record for the first half of a year, according to data compiled by Bloomberg.
Pagar 2200 euros por mês aos cidadãos para não fazerem nada? A discussão segue na Suíça 
Expresso, 23.05.2016 às 12h00109 
Os suíços estão a discutir a atribuição de um "rendimento básico incondicional" mensal na ordem dos 2500 francos (2200 euros) em substituição de vários benefícios sociais atribuídos no país. É uma medida que vai ser votada em referendo a 5 de junho e, diz a agência Bloomberg, acabaria por colocar os seus beneficiários perto do limiar da pobreza num dos países mais caros do mundo. 
Bill Gross on Monetary Policy and Asset Prices 
Bill Gross: “Japan’s a pretty good picture for the rest of the world, maybe five or 10 years ahead. I have a sense that that’s the route central banks will pursue. They’ll keep on buying debt, keep interest rates low and then ultimately the treasury doesn’t owe them anything.” 
Bill Gross, Janus Capital fund manager, comments on the performance of the Janus Global Unconstrained Bond Fund, U.S. fiscal and monetary policies, and the current state of asset prices. He speaks with Bloomberg's Erik Schatzker at the Bloomberg FI16 conference in Beverly Hills, California. (Source: Bloomberg; 2:54 AM WEST ; May 26, 2016).

sexta-feira, abril 03, 2015

Angola exit

Aproximamo-nos doutro Momento Minsky?
Clique na imagem para ampliar. Ver gráfico dinâmico Plus500

A corrida ao ouro negro angolano pode ter chegado ao fim


“Atendendo à particularidade da situação que muitos grupos portugueses vivem em Angola, nomeadamente Pequenas e Médias Empresas (PME), o Governo tomou a decisão de operacionalizar uma linha de crédito de apoio à tesouraria e fundo de maneio das empresas com uma dimensão de 500 milhões de euros, com prazo máximo de dois anos e carência de um ano”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

O ministro da Economia, Pires de Lima, explicou que cada empresa pode fazer uma utilização máxima de 1,5 milhões de euros para não ser considerada «uma ajuda de Estado», explicando que o objetivo é dar uma «almofada financeira» para as empresas poderem gerir o período que se vive em Angola, resultante da descida do preço do petróleo — in TVI24, 2 abril 2015, 13:04.

Só a TAP pode estar a ser prejudicada, na difícil reconversão de kwanzas em euros, em 40 a 96 milhões de euros por ano (1) desde que o petróleo caiu abaixo da barreira dos 75 dólares por barril e as divisas começaram a escassear em Angola.

Podemos multiplicar a repercussão desta seca de divisas por quase dez mil empresas a operar em ou com Angola, entre as quais haverá que destacar as construtoras e os gabinetes de engenharia e arquitetura portugueses que fugiram da pré-bancarrota precipitada pelos que agora querem regressar alegremente ao poder.

A linha de crédito lançada in extremis pelo governo é um sinal de alarme a que convém dar a devida atenção. Pode estar em causa o colapso de centenas de empresas portuguesas, e dificuldades acrescidas em algumas das grandes empresas e bancos do regime. Convém, pois, saber quais as empresas que recorrerão a esta corda de salvação, e como.

A procura agregada mundial começou a declinar depois de um período de redistribuição (BRICS), e responde cada vez menos aos estímulos da oferta (deflação e monetização das dívidas). Parte importante dos petrodólares e dos petroeuros terão que regressar aos respetivos países produtores de petróleo, gás natural, soja, etc. (daí a repressão dos movimentos de conversão cambial e correspondente exportação de rendimentos de trabalho e de capital), sob pena de as revoluções sociais e as guerras entre vizinhos estalarem em catadupa, varrendo boa parte das nomenclaturas que nos habituámos a considerar estáveis. Não me admiraria nada que os Estados Unidos reativassem a guerrilha em Cabinda.


NOTAS
  1. TAP condiciona venda de bilhetes em Angola
    Negócios, 27 Janeiro 2015, 16:14 por Wilson Ledo

    "A TAP realiza um voo diário entre Lisboa e Luanda. Uma viagem ida e volta entre as duas cidades, em classe turística, ronda os 1.150 euros. O ano passado, nesta rota, a companhia transportou mais de 140 mil passageiros".


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