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quinta-feira, dezembro 04, 2014

Regulação bancária ditou a sorte do BES



Governo e Banco de Portugal limitaram-se a seguir o novo guião mundial da supervisão bancária


Tudo o resto, incluindo a comédia do inquérito ao colapso do BES, não passa de dinheiro dos contribuintes deitado à rua pelo imprestável bando partidário que há décadas alimentamos com perdizes, ostras e champagne no recreio a que chamamos Assembleia da República. Pelos vistos a predileção das criaturas que habitam aquelas carteiras não passa de futebol e meninas avantajadas!

Entretanto, bem mais importante do que o que pensa ou deixa de pensar o Bloco de Esquerda ou o socratino PS, é a leitura deste sucinto relatório do Boston Consulting Group sobre o momento de recuperação da atividade bancária, que começa a apresentar lucros em todo o planeta salvo na Europa. Veremos o que Mário Draghi nos reserva para amanhã, quinta-feira, no BCE.

A questão da regulação e do aumento dos níveis de transparência parece um dado adquirido que a banca ou incorpora a bem, ou a mal, i.e. aumentando desmesuradamente as suas faturas com litigâncias e advogados, ou mesmo, no limite, perdendo os bancos para a concorrência, como sucedeu ao Grupo BES.

Gostei de ouvir esta noite na TVI o líder do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha. Assertivo, seguro de si, ágil, otimista e civilizado, o oposto, portanto, da maioria dos australopithecos que têm estado a gerir o sistema financeiro indígena.

Foi importante ouvir, pela primeira vez, alguém reconhecer o óbvio, i.e. que o sistema bancário português está sob apertadíssima vigilância do BCE, quer dizer, que nada do que é essencial se faz sem autorização deste.

O que poderia ser uma coisa má e humilhante, no caso vertente é uma coisa boa e provavelmente a única que evitará cairmos na indigência completa que os senhores Jorge Sampaio, António Costa e outras araras socialistas, estalinistas, maoistas e trotsquistas certamente gostariam de ver em Portugal, mesmo depois de todo o mal que fizeram ou deixaram fazer.




Do relatório:

The new era in banking is characterized by a rigorous enforcement of sanctions. As of September 2014, the cumulative litigation costs for EU and U.S. banks since the onset of the financial crisis has reached some $178 billion.

Most of the costs originated with U.S. regulators' mortgage-related claims, and the remaining litigation costs are divided among claims focused on misselling, violations of U.S. sanctions, improper conduct, market manipulation, tax evasion and misrepresentation. Litigation costs of banks headquartered in the U.S. leapt higher in 2011, driven by mortgage-related claims, which continue to dominate. EU bank costs were kick-started in 2012, beginning with redress payments for misselling payment protection insurance in the UK, followed by market manipulation issues-for example, those related to the London Interbank Offered Rate scandal-as well as improper-conduct litigation, such as anti-money-laundering cases.

The current wave of litigation cases has not yet been settled, and potential-still hidden-litigation risks are substantial. Meanwhile, regulators have shifted their view toward more unified and sanction-based supervision, adopting regulations with a stronger focus on business conduct.

All of these developments reflect the persistent character and future burden of litigation-a new cost of doing business.

Global Risk 2014-2015
BUILDING THE TRANSPARENT BANK
The Boston Consulting Group
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