terça-feira, abril 04, 2017

Democracia online?


Falta uma alternativa às democracias populistas dominantes


A democracia online e os referendos deparam-se com alguns problemas. Se as perguntas não forem meticulosamente discretas, enquadradas e oportunas, correm-se riscos sérios de obter resultados absurdos ou indesejáveis. O Brexit que o diga!

A democracia deliberativa é uma coisa diferente, e uma alternativa lógica possível, procurando escapar às armadilhas populistas das chamadas democracias direta e referendárias, sem deixar de promover uma relação mais verdadeira e racional entre decisores e decisões. No fundo, precisamos de desenhar uma democracia simultaneamente cognitiva e inclusiva, em vez de deixarmos os regimes atuais apodrecerem sob o império da prepotência cesarista crescente, das burocracias partidárias e tecnocráticas, ou do populismo.

O artigo de Vinay Menon no The Star (1) sobre os acidentes que hoje ocorrem no marketing viral é um bom começo de reflexão.
Shall we ruin everything? Let’s put it to an online vote: Menon 
Asking the public to help name something is asking for trouble. 
Didn’t this lesson sail into clear view after theBoaty McBoatface imbroglio? Or five years ago, when Mountain Dew solicited names for a new apple-flavoured drink? That campaign, “Dub the Dew,” was hastily aborted when the company suddenly realized it might be forced to sell a beverage dubbed “Hitler Did Nothing Wrong.” 
— in The Star. By VINAY MENON
Sun., April 2, 2017

NOTA
  1. Devo esta leitura ao Pedro dos Reis. 

1 comentário:

pvnam disse...

---»»» Democracia Semi-Directa «««---
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-» Isto é, votar em políticos não é (não pode ser) passar um cheque em branco... isto é, ou seja, os políticos e os lobbys pró-despesa poderão discutir à vontade a utilização de dinheiros públicos... só que depois... a 'coisa' terá que passar pelo crivo de quem paga (vulgo contribuinte).
-» Explicando melhor, em vez de ficar à espera que apareça um político/governo 'resolve tudo e mais alguma coisa'... o contribuinte deve, isso sim, é reivindicar que os políticos apresentem as suas mais variadas ideias de governação caso a caso, situação a situação, (e respectivas consequências)... de forma a que... o contribuinte/consumidor esteja dotado de um elevado poder negocial!!!
-» Dito de outra maneira: são necessários mais e melhores canais de transparência!
[mestres/elite em economia já 'enfiaram' juros colossais para pagar, buracos enormes na banca para tapar, etc... quem paga, vulgo contribuinte, não pode deixar de ter uma palavra a dizer]
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Exemplo:
Todos os gastos do Estado [despesas públicas superiores, por exemplo a 1 milhão (nota: para que o contribuinte não seja atafulhado com casos-bagatela -» a Democracia Directa tem precisamente este inconveniente!!!)], e que não sejam considerados de «Prioridade Absoluta» [nota: a definir...], devem estar disponíveis para ser vetados durante 96 horas pelos contribuintes na internet num "Portal dos Referendos"... aonde qualquer cidadão maior de idade poderá entrar e participar.
-» Para vetar [ou reactivar] um gasto do Estado deverão ser necessários 100 mil votos [ou múltiplos: 200 mil, 300 mil, etc] de contribuintes.
{ver blog « http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/ »}