Treino anti epidemias virais na Bielo-Russia |
Contagem decrescente?
Previsões pessimistas realizadas por vários observadores independentes, normalmente expressando-se através de canais online (os média comerciais chegam cada vez mais tarde...), têm vindo a chamar a atenção do mundo para a extrema perigosidade do actual declínio da hegemonia anglo-saxónica. Tal supremacia custou à humanidade duas guerras mundiais atrozes, os dois primeiros bombardeamentos nucleares da história, uma guerra fria interminável (pois parece que continua...) e dezenas de "conflitos regionais" sangrentos e derrubes de regimes políticos instituídos, ao longo de todo o século 20. A profunda crise da economia estado-unidense, associada ao seu imparável belicismo (1), por um lado, e a emergência de uma Eurásia territorialmente extensíssima, multitudinária, repleta de fontes energéticas essenciais e em rápido crescimento económico, por outro, configuram uma situação potencialmente explosiva. Até agora, vimos ingleses e norte-americanos (acolitados por uma Europa sem rei nem roque) tentando aplicar as receitas da dissimulação, mentira, guerra e pilhagem que tantas vantagens trouxeram à Europa e aos Estados Unidos durante todo o século 20. Entretanto, algo começou a dar para o torto...A guerra contra Iraque, assente numa mentira rasteira (que todos engolimos com indisfarçável desconforto), é um atoleiro horrível. O Afeganistão continua tão perigoso como antes (Dick Cheeney, que ontem escapou por pouco a uma execução às mãos de um homem-bomba da Al Qaeda, em plenas instalações militares "aliadas" - a Base Aérea de Bagram - sabe-o melhor que ninguém). O Dólar não pára de deslizar, havendo quem diga que valerá apenas meio euro no fim deste ano! O fim do boom imobiliário nos EU e uma simples frase do ex-governador da Reserva Federal americana - Alan Greenspan - sobre a possibilidade de a maior economia do planeta entrar em recessão no fim de 2007, provocou um ataque cardíaco nos mercados bolsistas de todo o mundo, agudizado pela queda de 9% na bolsa de Xangai. A obsessão militarista de Bush-Cheney parece, porém, não ter limites. Ou será que tem?
A superioridade militar norte-americana é esmagadora. Com a ajuda da NATO (uma sobrevivência descaracterizada e perversa do velho tratado atlantista anti-soviético), os EUA prosseguem uma perigosa estratégia de cerco das principais reservas petrolíferas e de gás natural situadas no Médio Oriente, nas antigas repúblicas soviéticas e na Rússia. O objectivo táctico é garantir o acesso às preciosas fontes energéticas da região. O objectivo estratégico é mais amplo ainda: impedir a emergência da Eurásia como o império que se segue. Para atingir este objectivo, Bush e Cheney crêem que é preciso impedir a formação de um eixo entre Moscovo e Pequim, transformando o Iraque e o Irão num inferno e as suas reservas energéticas em coutada privada. A simples hipótese de um ataque nuclear de precisão e limitado ao Irão dá uma arrepiante dimensão dos actuais perigos. A guerra nuclear e o aquecimento global parecem ter acertado os cronómetros da extinção da humanidade actual!
É neste cenário de guerra que teremos que saber interpretar a oratória de Putin, ou o modo expedito e silencioso como a China calou a Coreia do Norte. O que está neste momento em jogo é demasiado importante para se deixar perturbar por jogos de guerra subsidiários. Todos queremos saber quem está em condições de ir a jogo nesta roleta russa. Tenho para mim que a desproporção de território e de populações não é nada favorável ao Ocidente. E que seria muito bom para todos que as mentes sãs deste lado do problema conseguissem agir em tempo útil, de modo a evitar a catástrofe certa que ocorrerá se as mentes doentes que alimentam a alcolémia do Sr Bush tiverem êxito nos seus sinistros cálculos e desenhos de poder.
Notas
1. (16/02/07) "As anticipated last January in GEAB N°11, the « fog of statistics » is now clearing and US economic trends appears clearly (retail sales at a standstill in January 2007, record high trade deficit in 2006, downward revision of US growth for 2006, Fed's confirmation of economic slowdown, serial defaults among mortgage lending organisations, continued collapse of US housing market,...). Therefore, according to LEAP/E2020, and contingent on the specific evolution of each component of the US economy, the month of April will account for the inflexion point of the impact phase of the global systemic crisis, that is to say the moment when all negative consequences of the crisis pile up exponentially. More precisely, April will be the time when negative trends will converge, transforming many « sectorial crises » into a generalised crisis, a « very great depression », involving all economic, financial, commercial and political players.
In April 2007, nine practical consequences of the unfolding crisis will converge:
1. Acceleration of the pace and size of bankruptcies among US financial organisations: from one per week today to one per day in April
2. Spectacular rise of US home foreclosures: 5 million Americans out on the street
3. Accelerating collapse of housing prices in the US: - 25%
4. Entry into recession of the US economy in April 2007
5. Precipitous rate cut by the US Federal Reserve
6. Growing importance of China-USA trade conflicts
7. China's shift out of US dollars / Yen carry trade reversal
8. Sudden drop of US dollar value against Euro, Yuan and Yen
9. Tumble of Sterling Pound"
in Global Europe Antecipation Bulletin.
Global systemic crisis - April 2007: Inflexion point of the phase of impact / US economy enters recession
Algumas leituras oportunas:
"The former Soviet Union disintegrated after attacking Afghanistan. It created a train of events that eventually led to the birth of Al Qaeda. We will wait and see what the United States attack on Iraq means for the future of the United States. In the meanwhile, it has created 50 new terrorist organisations."
(...) Approximately 400 millions died in the wars of the last two millennia. About 100 million of them died in the last century alone. If a major war takes place in this century, and if it escalates to such an extent that some of the players use nuclear weapons, we can foresee at least 4 or 5 times these deaths sometime in the next few decades. A world moving towards a war is also bound to neglect poverty, health, climate change and other priorities of human development. Such policy neglect will result in the death of at least 500 million children in the next 50 years at the current rate. Thus, we face the prospect of about a billion people being killed for no fault of their own if our leaders do not make conflict prevention and poverty alleviation their top priorities – in particular conflict prevention involving the big powers. -- Sundeep Waslekar. "Preventing Global Conflicts". February 27, 2007
(...) we are already deep in a New Cold War, which literally threatens the future of life on this planet. The debacle in Iraq, or the prospect of a US tactical nuclear pre-emptive strike against Iran are ghastly enough. In comparison to what is at play in the US global military build up against its most formidable remaining global rival, Russia, they loom relatively small. The US military policies since the end of the Soviet Union and emergence of the Republic of Russia in 1991 are in need of close examination in this context. Only then do Putin’s frank remarks on February 10 at the Munich Conference on Security make sense.
(...) A new Armageddon is in the making. The unilateral military agenda of Washington has predictably provoked a major effort by Russia to defend herself. The prospects of a global nuclear conflagration, by miscalculation, increase by the day. At what point might an American President, God forbid, decide to order a pre-emptive full-scale nuclear attack on Russia to prevent Russia from rebuilding a state of mutual deterrence?
The new Armageddon is not exactly the Armageddon which George Bush's Christian fanatics pray for as they dream of their Rapture. It is an Armageddon in which Russia and the United States would irradiate the planet and, perhaps, end human civilization in the process." -- F William Engdahl -- "Putin and the Geopolitics of the New Cold War: Or what happens when Cowboys don`t shoot straight like they used to ..." . February 18, 2007
"Can anyone stop them? Possibly. There is the now widespread and quite vocal resistance within the armed forces. For the first time in my lifetime, I have seen speculation in the press about a military coup. I doubt it would occur, but the very speculation shows how extensive are the misgivings." -- Immanuel Wallerstein - "Bush's Healong Rush Into Iran" . February 15, 2007
"O Pentágono já redigiu planos para ataques patrocinados pelos EUA ao Irão e à Síria. Apesar da dissimulação pública da diplomacia dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, tal como na Invasão do Iraque, o Irão e a Síria sentem outra guerra anglo-americana no horizonte. Ambos os países têm estado a fortalecer as suas defesas para a eventualidade da guerra com a aliança anglo-americana." -- Mahdi Darius Nazemroaya - "Marcha para a guerra: Concentração naval no Golfo Pérsico e no Mediterrâneo Oriental" . Outubro 1, 2006
OAM #176 28 FEV 07
1 comentário:
Atravessamos, de facto, talvez o mais perigoso momento da história da humanidade. O complexo militar-industrial americano tem por objectivo controlar as reservas energéticas do Médio Oriente e do Cáspio (70% das reservas mundiais). O 11 de Setembro, a invasão do Iraque, a planeada invasão do Irão, são apenas os preliminares. O que se prepara é o confronto com a Rússia e a China. Quantos vão sobreviver?
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