quinta-feira, maio 01, 2014

TAP privatizada só em 2016

TAP terá que ser privatizada em breve...

 

TAP sem capital, ou seja, sem privatização, não pode crescer


Pelas minhas contas os doze Airbus A350-800/900 encomendados por Fernando Pinto custarão qualquer coisa como três mil milhões de euros. A TAP não os tem. O BES que com o Credit Suisse gere e avaliza a operação financeira correspondente, está na situação que se sabe e suspeita. O governo, depois de maio, apesar da famosa 'saída limpa' vai continuar sob vigilância apertada. Os bancos como o BES vão estar sob vigilância redobrada por parte do Banco de Portugal, mas sobretudo do BCE. A economia mundial vai entrar em prolongado período de crescimento zero. A deflação já chegou e é pessima para os sobre endividados, públicos e privados, que verão os juros das suas dívidas crescerem mais depressa do que os preços dos bens e serviços. Ou seja, de onde virá a massa para pagar os doze Airbus A350-800/900, cujo primeiro exemplar deveria chegar à Portela ainda este ano?

Numa entrevista dada recentemente por Fernando Pinto ao Económico, que confirma dados parciais enviados pela empresa à comunicação social, ficámos a saber que a empresa tem tido lucros operacionais desde 2009, que a empresa de manutenção sediada no Brasil tem vindo a recuperar a bom rtimo, abatendo a sua descomunal dívida, que afinal a compra da PGA foi um caso de sucesso, e que, em suma, a TAP precisa de crescer, tem todas as condições para crescer mas, para que isso aconteça, precisa de capital — o que não vê possível sem a privatização da empresa.

Estranho a falta de publicação do Relatório e Contas de 2013, e o modo manhoso como a empresa filtrou alguma informação parcial para a imprensa, através da sua agência de comunicação e propaganda. Suspeito que haja rabos de palha por conhecer. Seja como for, uma coisa é certa: o primeiro Airbus da dúzia encomendada ainda não chegou. E fica a pergunta: chegará antes de haver comprador para a TAP, e portanto antes de o processo de privatização recomeçar?

Diz quem sabe, que o gaúcho Fernando Pinto, há 14 anos a dirigir a TAP, dotou a empresa de um capital indiscutível: fazer de Lisboa-Porto o hub aeroportuário da ligação Brasil-Europa. Falhou, pensamos nós, ao não ter respondido a tempo ao desafio das Low Cost, e sobretudo na compra da VEM, hoje TAP Maintenance and Engineering. Defende a PGA, que diz ser um caso de sucesso. E afirma que a TAP continuará a crescer até 2016 a bom ritmo.

Quererá esta previsão dizer que a privatização será adiada até 2016? Estará à espera do regresso dos piratas do PS?

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