Um discurso irrepreensível
O seu a seu dono: Cavaco surpreendeu tudo e todos neste discurso comemorativo do 25 de Abril de 1974. Não só a referência primeira a Salgueiro Maia, mas também o facto de o 25 de Novembro ter ficado no tinteiro, deixou certamente perplexos todos os deputados!
Apesar das críticas que aqui ultimamente temos dirigido ao actual presidente da república, a verdade é que o seu discurso de Abril não estabelece apenas o arranque da sua recandidatura presidencial, não configura só a evolução presidencialista inevitável do regime, mas sobretudo desenha um novo quadro de autonomia estratégica para Portugal merecedor do meu integral apoio.
Cavaco Silva começou a redefinir de forma clara o novo quadro estratégico do país quando em Andorra declarou que as prioridades portuguesas, nomeadamente em matéria de transportes, não dependem da Espanha. Aliás, a sensibilidade do actual presidente da república para as questões que afectam ou podem vir a afectar a nossa independência nacional tem sido uma constante desde a polémica em torno do estatuto de autonomia dos Açores, fruto de um processo mal conduzido pelos incompetentes e oportunistas deputados da Assembleia da República.
A eleição do mar, das indústrias criativas, e das cidades-região de Lisboa e sobretudo Porto, como lugares de uma resposta à crise objectiva do país e das suas instituições, é todo um programa alternativo à imbecilidade e corrupção corporativa e partidária que tem dominado a economia e a política portuguesas nas últimas décadas. Curiosamente, coincide com o essencial do que aqui temos vindo a defender desde 2006. Daí a minha surpresa e expectativa!
Voltaremos a este importante discurso presidencial. Agora ouçam-no!
OAM 689—26 Abril 2010 13:03
2 comentários:
Caro António,
Cavaco está é desesperado. Agora que percebe que a sua reeleição está em risco, trata de elogiar todas as franjas esquecidas e ignoradas, como o Porto e Norte.
É como se Sócrates agora viesse dizer que o NAL não é necessário. Quem acreditaria ?
Abraços
É uma possibilidade que também coloco, naturalmente. Mas o tempo para aferir a qualidade das palavras pronunciadas começou ontem a contar!
Por outro lado, não vejo alternativas credíveis. Fernando Nobre parece andar à deriva (surpreender-nos-à?) E Alegre já foi. Donde...
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