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quinta-feira, março 05, 2015

Too big to jail?


A cleptocracia portuguesa e os cêntimos do relapso Pedro Passos Coelho


500 milhões para pagar papel comercial foram para clientes do “private”
Jornal de Negócios, 05 Março 2015, 00:17 por Maria João Gago | Diogo Cavaleiro

O BES terá usado conta bancária destinada a reembolsar os clientes de retalho com papel comercial do GES para pagar a clientes do “private”. Além dos clientes com rendimentos mais elevados, o dinheiro destinado a reembolsar o retalho com dívida do GES, serviu para pagar a clientes institucionais, conclui a auditoria forense ao BES.

ESI pagou a BCP e Montepio com dinheiro do papel comercial
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/esi_pagou_a_bcp_e_montepio_com_dinheiro_do_papel_comercial.html

O Millennium bcp recebeu 80 milhões de euros e o Montepio 40 milhões para liquidar empréstimos à ES International, destinados ao reembolso de papel comercial, conclui a auditoria forense da Deloitte feita a pedido do Banco de Portugal

Poupanças privadas, nomeadamente de muitos emigrantes, serviram para satisfazer a clientela 'private' e 'institucional' dos piratas do BES, através do roubo do dinheiro investido em 'papel comercial' do GES vendido aos balcões e por gerentes de conta do BES a uns milhares de incautos.

Quem são os clientes 'private' e 'institucionais' que beneficiaram deste assalto?

Ou será que a única coisa que importa ao país e à imprensa é o relapso cidadão Pedro Passos Coelho e os juros que pagou ao estado por se atrasar ou ignorar dívidas à segurança social e dívidas fiscais que entretanto saldou?

A imprensa endoideceu de vez, ou vai também publicar os cadastros fiscais e da segurança social, e todas as transações imobiliárias, de todos os deputados, ministros e ex-ministros e autarcas da nossa desgraçada e incorrigível democracia?

E porque não publica, já agora, a lista de tachos dos politocratas indígenas nos conselhos de adminisytração das principais empresas sedeadas no burgo lusitano? Que acha a imprensa portuguesa da passagem do putativo candidato presidencial António Vitorino, de presidente da mesa da AG do banco espanhol Santander-Totta, para administrador não-executivo (claro!) dos novos e privados de fresco CTT?

O incómodo extremo exibido ontem por António Costa ao ser apanhado desprevenido por uma jornalista de microfone em riste, cujas perguntas obviamente ignorava, dá bem a dimensão do pânico instalado na classe partidária desde que os pecados veniais entraram na ementa da perseguição mediática e da luta partidária num tristemente regime exangue, corrupto e manifestamente insolvente.

Os contabilistas que agem em benefício dos seus clientes, mas dolosamente contra o estado, são levados a tribunal e presos, se for caso disso. Mais, são expulsos da respetiva agremiação profissional, soubemos ontem. Já os advogados que patrocinam notórios gangsters parecem viver num verdadeiro Olimpo de impunidade e fama mediática incompreensivelmente amoral.

O caso BPN, que se arrasta pelos labirintos do nosso corrompido código de processo penal, ou a proteção de que gozam os gangues proto-fascistas das chamadas comissões de praxe académica, são exemplos do cancro que corroeu a nossa democracia ao ponto de já nada ser possível para remediar a situação, se não mudar de democracia, e quanto mais depressa, melhor!

A estupidez e a indigência deveriam, apesar de tudo, ter limites.


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