Mostrar mensagens com a etiqueta Ricardo Salgado. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ricardo Salgado. Mostrar todas as mensagens

domingo, março 05, 2017

O Assalto ao Banco de Portugal (novos episódios)

Sede do Banco de Portugal
Foto ©desconhecido

Saberá Carlos Costa demasiado para continuar onde está?


A reportagem da SIC é uma espécie de embuste mediático destinado a facilitar o assalto da Geringonça ao Banco de Portugal. Oculta, por um lado, o histórico do BES desde 2006, e por outro também oculta o simples facto de os principais bancos portugueses estarem sob supervisão direta do Banco Central Europeu, e não de Carlos Costa, desde 4 de novembro de 2014. Por fim, o que é evidente foi ter existido um triângulo político-financeiro inexpugnável montado por José Sócrates, Ricardo Salgado e os capturados BES (imparidades de, pelo menos, 6 mil milhões de euros), BCP (imparidades de, pelo menos, 7 mil milhões de euros) e Caixa Geral de Depósitos (imparidades de, pelo menos, 5 mil milhões de euros).
Fuentes próximas a la investigación han explicado que la investigación, que se inició hace dos años, se dirige hacia un entramado de empresas tipo trust que tiene su origen en una filial del banco portugués Espírito Santo en Madeira y que habría utilizado a Cahispa para efectuar inversiones sin pagar al fisco. 
— in Bloqueados más 1.500 millones de euros de cuentas de los bancos Espírito Santo y BNP, El País, 2/11/2006.
Nessa palestra sobre a estratégia de Pequim em África, citada numa publicação ligada ao Departamento de Estado dos EUA, o analista sul-africano apenas aflorou as "ligações estratégicas" entre Pequim e companhias e bancos portugueses com influência em países como Angola. 
Ontem por telefone, Davies-Webb salientou ao PÚBLICO o caso da Eskom (1), empresa do Grupo Espírito Santo, com um papel preponderante de ligação entre Pequim e o poder em Luanda, junto do qual a instituição portuguesa tem influência. 
(1) Davies-Webb referia-se certamente à ESCOM. 
— in Portugal "ajudou a aproximar" China e Palop, Público, 12/12/2006.

Carlos Costa talvez tivesse tido razões ponderosas para não provocar uma corrida ao BES e ao resto dos bancos instalados no nosso país. Há muito, pelo menos desde quando Vitor Constâncio pontificava no Banco de Portugal, e José Sócrates no país, que o Grupo BES deveria ter merecido outra atenção dos reguladores e do poder político. São por isso muitos os co-responsáveis pelos danos causados ao país pelo colapso do BES. Encurralar agora Carlos Costa como um bode expiatório do desgraçado estado financeiro em que Portugal se encontra, quando nem José Sócrates, nem Ricardo Salgado, nem vários outros arguidos foram ainda acusados pelo que supostamente fizeram, diz bem da degradação a que chegámos.

Desde novembro e dezembro de 2006 (buscas nas sucursais do BES em Espanha e alerta sobre papel do BES em Angola), tal como desde maio de 2013 (relatório do BPI sobre o BES), e sobretudo depois de 22 de maio de 2014 (notícia da Reuters sobre investigações no Luxemburgo sobre o GES), ou ainda desde a revelação da SIC, feita por José Gomes Ferreira a 20 de junho de 2014, sobre o pedido de ajuda de Ricardo Salgado a Pedro Passos Coelho (recusado), que as campainhas de alarme sobre o Grupo Espírito Santo soavam sem cessar.

Durante todos este tempo, e sobretudo depois do alerta do BPI de janeiro-maio de 2013, dado a conhecer ao Banco de Portugal em agosto do mesmo ano, e até 21 de julho de 2014, não apenas os socialistas, mas também Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes e a imprensa económica em geral asseguravam publicamente a saúde do BES.

A resolução do BES foi anunciada por Carlos Silva no domingo, dia 3 de agosto, às 23:15 minutos. 

Ou seja, segunda-feira, 00:15 da madrugada do dia 4 de agosto em Bruxelas e Frankfurt. 

Por incrível que pareça, até hoje nenhum órgão de comunicação, jornalista, ou analista se deteve sobre este pormenor. Porquê este dia e esta hora? Completava-se a 4 de agosto de 2014 os vinte dias mínimos necessários à entrada em vigor do mecanismo de resolução bancária aprovado pelo Parlamento Europeu no dia 15 de julho de 2014. Antes desta data teria sido impossível, ou ilegal, resolver o BES, cuja sangria era já imparável.

Até à data e hora em que ocorreu a resolução do BES o governador do Banco de Portugal não tinha nenhum instrumento que impedisse a falência descontrolada do BES em caso de uma denúncia explícita da situação real do universo Espírito Santo. Ações de persuasão sobre Ricardo Salgado não tiveram qualquer efeito. Mas acima de tudo, não podia decidir nada de essencial sem a aprovação do BCE.

Carlos Costa não teve outra alternativa que não fosse esperar pelo mecanismo de resolução bancária e pelo BCE. Ou seja, foi o BCE quem determinou o curso dos acontecimentos, em linha, aliás, com o futuro mecanismo único de supervisão bancária que entraria em vigor a 4 de novembro de 2014.

Em junho de 2014 Pedro Passos Coelho disse não a Ricardo Salgado, em primeiro lugar porque os bancos portugueses já se encontravam sob controlo do BCE, e depois porque sabia que um empréstimo de 2500 milhões de euros ao GES através de um sindicato bancário patrocinado pela Caixa Geral de Depósitos seria transformar o suicídio do BES/GES num genocídio bancário.

As medidas determinantes desenhadas para impedir que o colapso do GES-BES se transformasse numa derrocada completa do sistema financeiro português foram desenhadas e lançadas pelo Banco Central Europeu. Não pelo Banco de Portugal. Logo...

A caravana do populismo prefere agora, porém, usar a confusão para eleger um bode expiatório e, assim, tentar tomar de assalto o Banco de Portugal, peça essencial para proteger a Caixa Geral de Depósitos recauchutada das suas próximas avarias.

PS1: Cheguei a pedir no Facebok e no Twitter a demissão de Carlos Costa logo após a reportagem da SIC, mas bastaram 48 horas para rever os meus próprios posts neste blogue e perceber que estava errado. Carlos Costa pode muito menos do que a sua circunstância. E o Governo de Portugal, em matéria de bancos, já não manda nada, ou muito pouco. Por um lado, porque mais de 60% dos bancos portugueses foram desbaratados por um regime corrupto e incompetente (BPN, BCP, BPI, Banif), e por outro, porque quem manda no Banco de Portugal é o BCE.

PS2: Se alguém puxar por um fio da meada Caixa Geral de Depósitos, chamado ARTLAND, saberemos a razão de tanto nervosismo no seio da Geringonça a propósito do Banco de Portugal e da Caixa. Mas para que tal aconteça é preciso que uma fonte mistério se sente ao colo de um jornalista, não é?


A DECISÃO DO BCE E OS ÚLTIMOS DIAS DO BES

2014

30 junho
Termina Programa Assistência Económica e Financeira (PAEF), acordado em maio de 2011 entre as autoridades portuguesas, a União Europeia e o FMI. Segue-se uma fase de monitorização pós-programa – Post-Programme Surveillance, no âmbito da supervisão das instituições europeias; Post-Program Monitoring, no âmbito da supervisão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Estima-se que este programa de vigilância/monitorização se manterá até 2035, com visitas semestrais ao país.

15 julho
—Parlamento Europeu aprova regulamento do resolução bancária (entra oficialmente em vigor passados 20 dias da data da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia).
—Goldman Sachs: compra 2,27% do BES.

21 julho
—Cavaco Silva afirmou que os portugueses podiam confiar no BES de acordo com informações que recebia do Banco de Portugal.

22 julho
—BES revela à CMVM que a Goldman Sachs comprou 127,6 milhões de ações a que então correspondia 2,27% do capital.

23 julho
—Imprensa portuguesa entusiasma-se com o apetite da Goldman pelo BES
—Citi recomenda a compra de ações do BES...
—Muitos idiotas dão ordem de compra, e muitos ingénuos adiam a sua saída do buraco chamado BES...
—Goldman vende neste mesmo dia 4,4 milhões de acções, ficando fora da participação qualificada.

29 julho
— A-G do BES é adiada sine die a pedido da ESFG depois de ver aceite por parte das autoridades luxemburguesas o seu pedido de protecção contra credores.

30 julho
—Publicação no Jornal Oficial da União Europeia do regulamento da resolução bancária (entra em vigor 20 dias após esta data: 19/8/2014.

01 de agosto, sexta-feira
—BCE retirou o estatuto de contraparte ao BES, suspendendo assim o acesso do banco às operações de política monetária.
—BCE exige ao BES a devolução, até dia 4 de agosto, dos 10 mil milhões de euros emprestados.
—A imprensa anuncia, oito dias depois do sucedido, que a Goldman Sachs deixou de ter uma participação qualificada no capital do BES após vender mais de 4,4 milhões de ações, ficando com menos de 2% da instituição. Esta alienação da posição ocorreu, recorde-se, no dia 23 de julho!
Ou seja, a Goldman vendeu, não dia 30 de julho, o que comprara no dia 15. No dia em que os brokers e a imprensa económica recomendaram a compra de mais lixo ao BES, a Goldman Sachs vendeu o dito lixo!

03 de agosto, domingo, 23:15/ ; 04 de agosto, segunda-feira, 00:15, em Bruxelas e Frankfurt
-Resolução do BES

04 de novembro
—Os principais bancos portugueses—BCP, Novo Banco, BPI, CGD— passam a estar sob controlo direto do BCE.

2016

03 de agosto
O Banco Central Europeu revogou a autorização do Banco Espírito Santo para o exercício da atividade de instituição de crédito. A decisão de revogação da autorização do BES implicou a dissolução e a entrada em liquidação do banco.



DESENVOLVIMENTO DO TEMA NOS MÉDIA

Assalto ao Castelo, que caíu no colo do jornalista Pedro Coelho, é apenas mais uma árvore da floresta que ninguém quer mostrar, nem ver. Desde logo, e a começar, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa.
Expresso, 06.03.2017 às 11h06 WET 
Carlos Costa enviou esta segunda-feira uma carta à presidente da Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFAP), Teresa Leal Coelho, pedindo para ser ouvido para prestar esclarecimentos sobre o seu papel e o do Banco de Portugal no caso BES, depois de na reportagem da SIC, "Assalto ao Castelo", ter-se admitido que o governador ignorou informações que lhe teriam permitido afastar mais cedo Ricardo Salgado da liderança do banco da família Espírito Santo.

Publicado: 05/03/2017, 02:46 WET
Atualização: 06/03/2017, 12:47 WET

sábado, julho 25, 2015

Sem pulseira eletrónica

Ex-DDT

1415-2015


O ano 2015 ficará para a História Portuguesa como o ano em que um secular sistema de poder centralista, reacionário, autoritário, endogâmico, clientelar, corporativo, manhoso e corrupto finalmente colapsou ao estatelar toda a sua matriz genética contra um muro de credores insensíveis à prosápia indígena.

Desde 1640 que andámos a financiar o endividamento crónico português, uma sociedade essencialmente extrativa e rural, com o ouro e as pedras preciosas do Brasil, o algodão e o caju de Moçambique, o café e o petróleo de Angola, as remessas dos emigrantes e, finalmente, fundos comunitários e novas remessas de emigrantes.

O ciclo que agora se fecha tem estas cristas assinaláveis
  • 1415 — conquista de Ceita/ expansão
  • 1640 — guerras da Restauração/ início do declínio
  • 1808 — abertura dos portos brasileiros aos ingleses/ declínio
  • 2015 — fecho de um longo ciclo de ascensão e queda

O pânico entre as nossas distraídas elites começa verdadeiramente agora, isto é, depois da prisão domiciliária, sem pulseira eletrónica, de Ricardo do Espírito Santo Silva Salgado, antigo Dono Disto Tudo.

quinta-feira, abril 16, 2015

Ricardo Salgado manipulou e escondeu



Pedro Saraiva: "Considera-se provado que Salgado fez manipulação intencional das contas" da ESI

De acordo com os dados apresentados, a dívida financeira da ESI chegou a mais de 8.000 milhões, o que tinha custos em juros de mais de 400 milhões anuais. "A ESI estava falida desde 2009. Com prejuízos acumulados de mais de 2.000 milhões de euros. E o GES tentou ocultar esta situação", afirmou Pedro Saraiva.

Negócios online. 6 Abril 2015, 10:52 por Maria João Gago

Espírito Santo caiu do altar. Falta agora a Justiça fazer o seu trabalho até ao fim. E para capitalismo familiar, autoritário e provinciano, basta. Esperemos que sirva de lição aos demais. Ou muito me engano, ou as próximas vítimas serão os rendeiros da família Mello. É só espreitar a parte visível dos livros...

Basicamente, a independência económico-financeira do país morreu, 600 anos depois da conquista de Ceuta (22 de agosto de 1415). Acabaram-se as patacas, e agora é a vez da Isabel dos Santos ir comprando as rendas e os cacos do ido império. Menos mal que ainda há quem compre!

PS: a citação do Negócios foi entretanto 'corrigida' para "Considera-se provável que Salgado fez manipulação intencional das contas". Ora esta emenda é pior do que o soneto! A sintaxe "Considera-se provável que (...) fez ..." não existe na língua portuguesa, nem em nenhuma quadro lógico.

Atualização: 16/04/2015, 12:39 WET 


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

quinta-feira, março 05, 2015

Too big to jail?


A cleptocracia portuguesa e os cêntimos do relapso Pedro Passos Coelho


500 milhões para pagar papel comercial foram para clientes do “private”
Jornal de Negócios, 05 Março 2015, 00:17 por Maria João Gago | Diogo Cavaleiro

O BES terá usado conta bancária destinada a reembolsar os clientes de retalho com papel comercial do GES para pagar a clientes do “private”. Além dos clientes com rendimentos mais elevados, o dinheiro destinado a reembolsar o retalho com dívida do GES, serviu para pagar a clientes institucionais, conclui a auditoria forense ao BES.

ESI pagou a BCP e Montepio com dinheiro do papel comercial
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/esi_pagou_a_bcp_e_montepio_com_dinheiro_do_papel_comercial.html

O Millennium bcp recebeu 80 milhões de euros e o Montepio 40 milhões para liquidar empréstimos à ES International, destinados ao reembolso de papel comercial, conclui a auditoria forense da Deloitte feita a pedido do Banco de Portugal

Poupanças privadas, nomeadamente de muitos emigrantes, serviram para satisfazer a clientela 'private' e 'institucional' dos piratas do BES, através do roubo do dinheiro investido em 'papel comercial' do GES vendido aos balcões e por gerentes de conta do BES a uns milhares de incautos.

Quem são os clientes 'private' e 'institucionais' que beneficiaram deste assalto?

Ou será que a única coisa que importa ao país e à imprensa é o relapso cidadão Pedro Passos Coelho e os juros que pagou ao estado por se atrasar ou ignorar dívidas à segurança social e dívidas fiscais que entretanto saldou?

A imprensa endoideceu de vez, ou vai também publicar os cadastros fiscais e da segurança social, e todas as transações imobiliárias, de todos os deputados, ministros e ex-ministros e autarcas da nossa desgraçada e incorrigível democracia?

E porque não publica, já agora, a lista de tachos dos politocratas indígenas nos conselhos de adminisytração das principais empresas sedeadas no burgo lusitano? Que acha a imprensa portuguesa da passagem do putativo candidato presidencial António Vitorino, de presidente da mesa da AG do banco espanhol Santander-Totta, para administrador não-executivo (claro!) dos novos e privados de fresco CTT?

O incómodo extremo exibido ontem por António Costa ao ser apanhado desprevenido por uma jornalista de microfone em riste, cujas perguntas obviamente ignorava, dá bem a dimensão do pânico instalado na classe partidária desde que os pecados veniais entraram na ementa da perseguição mediática e da luta partidária num tristemente regime exangue, corrupto e manifestamente insolvente.

Os contabilistas que agem em benefício dos seus clientes, mas dolosamente contra o estado, são levados a tribunal e presos, se for caso disso. Mais, são expulsos da respetiva agremiação profissional, soubemos ontem. Já os advogados que patrocinam notórios gangsters parecem viver num verdadeiro Olimpo de impunidade e fama mediática incompreensivelmente amoral.

O caso BPN, que se arrasta pelos labirintos do nosso corrompido código de processo penal, ou a proteção de que gozam os gangues proto-fascistas das chamadas comissões de praxe académica, são exemplos do cancro que corroeu a nossa democracia ao ponto de já nada ser possível para remediar a situação, se não mudar de democracia, e quanto mais depressa, melhor!

A estupidez e a indigência deveriam, apesar de tudo, ter limites.


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

sábado, fevereiro 21, 2015

Bataglia entala Espírito Santo

Helder Bataglia na Assembleia da República
Img. derivada de foto original © Manuel de Almeida @ Lusa

Estou francamente mais preocupado com as responsabilidades do Governador do Banco de Portugal e do Presidente da República no colapso do GES-BES do que com Helder Bataglia


O senhor Bataglia é um middleman que cobra bem pelas suas informaçãoes e pelos seus serviços de intermediação. Contra isto, nada a dizer.

O Grupo BES recorreu a este homem muito bem relacionado para obter bons investimentos em África (contra isto, nada a dizer), na sua tentativa de fugir à tenaz financeira de Frankfurt, que jurou destruir o banqueiro de Salazar, que, relembremos, trouxe para o nosso país (de forma legal, entenda-se) ouro sequestrado aos judeus pelo regime nazi de Hitler, a troco do volfrâmio essencial ao endurecmento do aço das blindagens de tanques e navios de guerra, e que Portugal então vendeu em grandes quantidades ao governo alemão chefiado por Adolf Hitler, mas também aos Aliados.

O que, por outro lado, diz tudo do gansgsterismo financeiro, de que o Grupo BES foi um dos principais braços, e que tem mantido, até hoje, o país no bolso, é o diagrama da obscuridade, da dissimulação, das cumplicidades, da ilegalidade e da corrupção que vamos conhecendo.

Não esquecer nunca que as cumplicidades da banca, de que o BES é caso exemplar, vão até ao PCP (a quem o BES pagava uma espécie de avença publicitária à Festa do Ávante!), e englobam, obviamente, os sindicatos, nomeadamente através do atual SG da UGT—que saiu em defesa do seu posto de trabalho, mas não em defesa dos clientes do banco que foram assediados por gerentes de conta com Papel Comercial que hoje sabemos não ter passado de uma burla.

Bastaria publicar uma listagem de todos os administradores não executivos e presidentes de mesas de assembleias gerais das 500 maiores empresas do país (incluindo a União das Misericórdias e as recentemente privatizadas a 100%%—como os CTT, por exemplo), para termos uma radiografia perfeita da captura do regime e respetivos trastes partidários pela lógica rendeira, devorista e especulativa que atirou e continua a atirar Portugal para o lixo.

Para terminar, este instantâneo do Jornal i:

“Até agora, foram poucos os convocados à Comissão de Inquérito ao BES que admitiram saber da existência deste veículo: um deles foi Bataglia, os outros foram Francisco Machado da Cruz e José Castella, que confirmaram ser administradores desta sociedade, mas que afirmaram nunca ter olhado para as contas da sociedade.”


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

terça-feira, janeiro 06, 2015

Pobre Mário

Mário Soares
Foto ©Ana Nabais/ Sol

Ó Mário, meio milhão chega, não?


Quem diria! Como não há-de defender o Marquês de Maçada... atualmente a fazer jogging numa prisão alentejana.

SOL, 30 dez 2014: Desde 2011, o BES atribuiu à Fundação Mário Soares um apoio financeiro de 570 mil euros. O grupo liderado por Ricardo Salgado é assim o maior financiador da instituição do ex-Presidente da República, avança o Correio da Manhã.

O último financiamento no valor de 300 mil euros foi feito em Março de 2013, cerca de um ano antes da crise no Grupo Espírito Santo.

Ou seja, como o BES recorreu à lei do Mecenato para apoiar a Fundação Mário Soares, afinal fomos nós, os contribuintes saqueados, quem financiou, mais uma vez e mais uma vez por baixo da porta, dando, ainda por cima, os louros ao Tio Ricardo, a famosa fundação do Pai da Pátria.

O património desta fundação compõe-se, supomos, dos livros escritos, lidos e colecionados por Mário Soares, mais as cartas da prisão e as diplomáticas. Mas uma fundação tem que possuir fontes de rendimento próprias. Quais são, neste caso? Apenas a massa sacada anualmente aos contribuintes nacionais e autárquicos pela nomenclatura instalada, sem que os ditos contribuintes tenham uma palavra a dizer sobre o assunto?

É triste ver uma criatura descer tanto em tão pouco tempo. A III República será, pelo andar da carruagem, mais uma anedota da rápida decadência de Portugal à medida que foi perdendo o império, sem abdicar, porém, da mania das grandezas à custa do sistémico empobrecimento indígena.

PS: o último artigo publicado por MS no DN não deixa de ser mais uma prova do lamaçal em que este regime se afoga dia a dia. Então não é que Mário Soares propôs a Cavaco Silva um acordo de cavalheiros (ainda que sob a forma de ameaça grosseira) que não passa da falsa e básica alternativa do Dilema do Prisioneiro? Assim não se safa...


Última atualização: 6 dez 2015, 11:14 WET

sábado, dezembro 20, 2014

2015: os dois erros fatais de Mário Soares e o fim deste regime

Soares diz que o Governo está "moribundo" e "vai cair" (outubro, 2013)
© Daniel Rocha/Arquivo

José Sócrates e Jorge Coelho foram os testas de ferro de Mário Soares, e perderam. Nem Ricardo Salgado os salvou. Muito pelo contrário!


Soares começou por avaliar mal a China e Angola, crendo que a Europa e os amigos do seu amigo Frank Carlucci, que cairiam parcialmente em desgraça depois do 11 de Setembro, nomeadamente em Portugal, lhe manteriam as costas quentes para dizer o que quisesse, de modo cada vez mais incontinente, e para mover as suas tropas à vontade no território manifestamene exíguo do país que sobrara da implosão do nosso exangue império colonial.

Soares não estudou e por isso não conseguiu ver o óbvio: que a China precisaria de África e da América do Sul para a sua própria sobrevivência estratégica e crescimento sustentado. Não percebeu que a projeção global da China em direção ao Atlântico se faria naturalmente através de uma ligação entre Pequim (com Xangai e Macau) e Maputo, Luanda, Lisboa e Brasília (além de Buenos Aires e Caracas). Não leu os meus posts, onde escrevi, entre outras coisas, que a China estabelecera o ano de 2015 para se tornar o banco do mundo (incluindo o banco da América, da Rússia e da Europa), e assim passar a ser, de facto, a nova e única potência global em condições de desafiar a supremacia do império americano.

Observação: nesta nova divisão do mundo é preciso lançar a iniciativa de uma espécie de novo Tratado de Tordesilhas (a que chamei Tordesilhas 2.0), sob pena de, se algo de semelhante não for conseguido, Ocidente e Oriente cairem outra vez numa dinâmica de confrontação extremamente perigosa. Um alinhamento acéfalo e cobarde da Europa com os Estados Unidos só poderá dar péssimos resultados, como estamos neste momento a ver e perceber, finalmente.

A desastrosa política da NATO, comandada desde Washington, acossando e provocando as fronteiras da Rússia, mergulhou a Europa numa gravíssima crise de liderança.

Esperemos que Angela Merkel, que conhece bem os russos, tenha a sabedoria de reencaminhar a União Europeia para uma cooperação estratégica com Moscovo, em nome de uma Eurásia livre da prepotência americana. A Rússia precisa da ligação ferroviária entre Lisboa e Vladivostoque para se proteger da excessiva importância da ligação ferroviária Pequim-Madrid—que só não chega ainda a Lisboa porque o lóbi pirata do aeroporto da Ota em Alcochete conseguiu, até agora, condicionar a ação de Passos Coelho (1).

Por todos os motivos, neste particular aspeto da movimentação tectónica em curso, Portugal só tem uma opção estratégica que valha o nome: manter-se fiel à sua geografia, fiel às suas velhas alianças, mas também fiel à memória histórica, à sua memória histórica!

Ser um pequeno mas confiável parceiro do Ocidente e do Oriente onde estivemos ao longo dos últimos 600 anos—de facto até ao início deste século, pois Timor só obteve a sua independência efetiva em 2002— é uma missão histórica e a nossa principal estratégia para todo o século 21. Quem não percebeu ou não quer perceber esta subtileza histórica não tem lugar no futuro e deve, desde já, deixar de atrapalhar o presente.

Em Macau, para onde Mário Soares enviou uma tropa fandanga de aventureiros, ficou uma mancha terrível de corrupção grosseira e insaciável. Em Angola, Soares não só apoiou o cavalo errado, como teve mau perder e, desde então, foi sempre fustigando José Eduardo dos Santos, movendo sempre que quis a indigente imprensa local para denunciar a cleptocracia de Luanda.

José Sócrates bem tentou agarrar a areia com as mãos, quer dizer, bem tentou entrar no novo filão estratégico a que os país está destinado, viajando para Luanda, Maputo, Macau, Pequim, Caracas, Brasília. Até enviou o BES para Angola e para a China, onde mal estava presente. Até destacou a Mota-Engil para Angola, Moçambique, Brasil e alguns países mais da América Latina. Mas houve algo que falhou. O que foi? Só encontro uma explicação: a perceção de que Sócrates, Jorge Coelho e o resto da tríade de Macau era afinal a malta fixe do velho Mário Soares e do seu ajudante de campo, António Almeida Santos!

Que há de errado nesta configuração? Talvez isto: o aliado africano de Mário Soares foi Jonas Savimbi, e o aliado chinês chamou-se Stanley Ho — um milionário que perdeu 89% da sua fortuna em 2008 e cujos numerosos descendentes andam envolvidas em disputas de herança.

Como Mário Soares nunca fez as necessárias agulhas para os verdadeiros poderes da China e de Angola, e em Moçambique se manteve neutro, dificilmente se poderia esperar que o futuro das estratégias de Pequim e de Luanda passasse por velhos inimigos, ou por gente que se portou tão mal em Macau e nunca verdadeiramente olhou para Pequim com a atenção devida.

Na linhagem descendente e alinhada de Mário Soares, ninguém tentou mudar de direção exceto, em boa verdade, José Sócrates. Acontece, porém, que a mudança de direção teve mais de deriva oportunista do que estratégia. Basta ver a sanha moralista da deputada Ana Gomes, ou do filho de Mário Soares, João Soares, contra a cleptocracia angolana e a ditadura chinesa, para que fique claro que o Partido Socialista e os seus governos não são aliados confiáveis da China, nem muito menos de Angola.

Entretanto, José Sócrates e a sua turma de corruptos e irresponsáveis levaram o país à pré-bancarrota, deixando a maioria dos bancos portugueses na ruína, entregues a uma fuga criminosa de capitais e à ocultação de passivos mais ou menos clandestinos. Sem dinheiro, os banqueiros despediram Sócrates e o governo. O PS viria a perder compreensivelmente as eleições a favor de uma nova geração do PSD, capitaneada por Pedro Passos Coelho.

À medida que foi preciso corrigir o país, os casos de corrupção começaram a saltar.

Por outro lado, a estratégia diplomática portuguesa acertou o passo com a racionalidade e o pragmatismo, obtendo um significativo apoio por parte da China e de Angola. Foi isto que enfureceu Mário Soares e a corja corrupta do PS, mas também muita gentinha igualmente corrupta do PSD e do CDS/PP.

O timoneiro Soares chegou então à conclusão de que era preciso derrubar o governo de Passos Coelho fosse como fosse. António José Seguro não alinhava? Despediu-se o Tozé! A pressão sobre Cavaco Silva foi enorme, e veio dos dois lados: do PS de Soares e do PSD de Durão Barroso. Passos Coelho, porém, resistiu melhor do que se esperava.

Nem o golpismo impotente e de última hora de Mário Soares, atraindo toda a esquerda partidária neocorporativa e indigente para a rua, com as tropas de choque sindicais assediando continuamente ministros e comunicação social, empurrando os trabalhadores para greves que são becos sem saída (Professores, Metro, CP, Carris e TAP são bons exemplos da criminalidade sindical à solta), nada disrto derrubou a coligação, nem chegará para salvar o PS de uma mais que provável extinção partidária.

O carreirista limitado que é António Costa foi obviamente empurrado para o papel que hoje, sem jeito algum, e apesar da babada e desmiolada imprensa indigente que o apoia, desempenha: o de testa de ferro de segunda ordem de Mário Soares.

Esperemos que a Justiça que entretanto se libertou do disléxico Monteiro e de toda a canga de invertebrados judiciários que serviram a casta que nos arruinou, faça o seu trabalho depressa e bem, destapando um a um os potes da riqueza sequestrada aos portugueses, e recupere, se não todo o saque, pois parte dele foi delapidado em obras inúteis, contratos ilegítimos que terão que ser denunciados e corrigidos, e muita festa regada com Champagne, pelo menos nos ajude a restaurar, como povo, a honra perdida.

NOTAS
  1. O governo português, nesta particular mas importante matéria, só tem que fazer uma coisa: cumprir os acordos com Espanha e fazer a sua parte na construção da nova rede ferroviária europeia em bitola europeia. Para isto tem dinheiro europeu. Para as parvoíces que enfiaram no GTIEVA não tem, nem terá.

quinta-feira, dezembro 11, 2014

BES: quem pergunta e quem dispara ao lado?

Ricardo Salgado na Assembleia da República.
Foto@Sol

O Espírito Santo vai nu, e parte do parlamento também!


Infelizmente os 'socialistas' no poder tornaram-se uma casta corrompida pelo dinheiro.

No inquérito aos piratas do BES que neste momento decorre no parlamento, o PS e o PCP têm atacado o Governador do Banco de Portugal, cujo papel, todos sabemos, oscilou entre obedecer à nomenclatura do regime enquanto lhe foi possível, e cumprir expeditamente e in extremis as ordens dos credores de Bruxelas e sobretudo do Banco Central Europeu, quando estas chegaram.

Ricardo Salgado correu Meca e seca, até convocou um Conselho de Estado, mas de nada lhe serviu. A resolução estava tomada, e disso mesmo deu conta o PM a quem o quis ouvir. Na realidade, depois do que acontecera em Chipre, e com o BPN, o que nem Pedro Passos Coelho, nem a Comissão Europeia e BCE queriam era outro resgate bancário com uma fatura passada exclusivamente aos contribuintes, obrigacionistas e depositantes distraídos e/ou aventureiros.

A 'esquerda', pelo que se vai percebendo, teria preferido cair outra vez em cima dos pobres indígenas lusitanos, por exemplo, nacionalizando mais um banco falido e cravejado de dívidas, imparidades e buracos negros de especulação, atirando depois as culpas do assalto fiscal ao governo e aos grandes capitalistas (onde estão eles?) pelo sucedido.

É o que dá termos tido até hoje um regime populista dominado por uma simbiose entre as castas partidária e corporativa alimentadas pela famosa banca portuguesa que, como vemos, se esvaiu no exercício e, sobretudo, na sua crassa ignorância económico-financeira e incorrigível ganância e soberba.

Boa parte dos banqueiros do regime sabiam sacar rendas e angariar negócios sem risco junto do neocorporativismo instalado (de direita e de esquerda, empresarial, partidário e sindical), distribuindo 10 a 15% das negras margens, sob a forma de comissões, aos facilitadores. Não sabiam inovar, nem competir. Mas deram emprego ao pessoal do Bloco Central da Corrupção durante décadas. Até que tudo isto entrou num processo irreversível de bancarrota.




As perguntas do PS, PCP e CDS/PP não são assertivas. Porque será?

Os deputados do PS, PCP e CDS-PP fazem festinhas a Ricardo do Espírito Santo Silva Salgado, e colocam sintomaticamente a tónica da inquirição nas responsabilidades do Banco de Portugal, de outros organismos de regulação financeira, e no governo, como se, como bem disse a Mariana Mortágua, mas não no sentido em que o disse, Ricardo Salgado e o BES fossem as vítimas disto tudo!

Os deputados do PSD, partido maioritário do governo, têm-se portado bem no inquérito da década. Et pour cause — pois foi o atual primeiro ministro que, sob instruções claras do BCE e de Bruxelas, recusou liminarmente salvar os piratas do BES com mais dívida pública! Por outro lado, o fim do BES e do BPN são excelentes notícias num país que, embora falido por piratas, quer sair do buraco e reformar a sua democracia.

O CDS, um partido com várias trapalhadas de corrupção nas mãos da Justiça, e uma ligação muito perigosa ao BES, dá uma no cravo e outra na ferradura. Compreende-se!

Infelizmente, boa parte da 'esquerda' mundial tornou-se uma coisa oportunista, corrupta, burocrática, semi-religiosa e reacionária, acantonada nos sucessivos traumas da sua história, e basicamente com medo do futuro. Esta 'esquerda', que precisa de uma nova racionalidade e de novas ferramentas analíticas, em vez de litanias que já ninguém ouve, para compreender o mundo e ajudar a transformá-lo, precisa também de libertar-se dos donos que já não a servem, mas que dela se servem, com a mesma arrogância que temos visto no semblante de Ricardo Salgado. Fizeram asneiras tremendas, mas continuam cheios de si!

Mariana Mortágua

As mais acutilantes e bem preparadas linhas de interrogação desenvolvidas ao longo do inquérito parlamentar em curso têm a assinatura de uma jovem economista do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, filha do lendário Camilo Mortágua. O pai deve estar orgulhoso, e tem boas razões para estar.

Que pena ser do Bloco de Esquerda! Ou talvez não...

Com sorte, ainda veremos a brigada do reumático estalinista-maoista-trotskista, que tem vindo a pulverizar alegremente o Bloco, ser varrida pela enxurrada que está a mudar este regime.

O BE poderia tornar-se rapidamente um partido muito útil à nossa exangue democracia, se ganhasse o juízo que infelizmente os fundadores há muito perderam.

O blogue de Mariana Mortágua —DISTO TUDO— criado expressamente para explicar a complexidade do inquérito ao BES, é um magnífico sinal de que podemos ter esperança no futuro.

Que venha a Geração Milénio, que venham as mulheres tomar conta disto tudo!


ÚLTIMA HORA

O Banco Espírito Santo aprovou em Março deste ano um donativo de 11 mil euros para a realização da Festa do Avante!, avança a edição do jornal Público desta quinta-feira. O PCP já veio negar ter recebido qualquer verba do banco, mas um documento interno do banco revela o contrário.

O Público teve acesso a um documento do Departamento de Municípios e Institucionais do BES, datado de 24 de Março, no qual se pode ler: O PCP “solicita que o BES mantenha o apoio à realização da Festa do Avante (que ocorre este ano nos dias 5, 6 e 7 de Setembro) nomeadamente [com um] donativo no valor de 11 mil euros”.
Sol
Percebe-se agora melhor porque é que o Jerónimo de Sousa prefere atacar o Banco de Portugal a interrogar como deve ser o BES?

terça-feira, dezembro 02, 2014

A Maria Luís recusou? Ganda ministra! Um beijinho daqui, do António Maria :)


Conversa fiada dum submarino do Cavaco no BES!


De acordo com o então CEO do Banco Espírito Santo, o encontro com Maria Luís Albuquerque serviu para saber se o Governo estaria disposto a adiantar um financiamento provisório ao banco, para superar a fase mais difícil do impacto da divulgação das contas do primeiro semestre. No plano adiantado por Vítor Bento, essa verba seria depois substituída por capital privado. Mas a ministra recusou.

O ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, diz que foi "surpreendido" com a aplicação da medida da resolução do BES e que "não houve tempo" para saber se haveria investidores privados interessados em investir no banco.

Ler mais no JN

O destino fatal do BES começou quando recusou abrir os seus livros ao Banco de Portugal, e entrou na rampa do cadafalso no dia em que o Luxemburgo iniciou um processo de investigação judicial sobre o grupo, culminando com o telefonema do Draghi, ou de alguém por ele, a explicar ao pobre Carlos Costa que não podia anunciar a Resolução do BES antes das 00:00 do dia 4 de agosto — segunda-feira, por motivos óbvios, mas que até hoje, nem o governador do Banco de Portugal, nem a maioria dos ministros, nem as cagarras do parlamento entenderam. O motivo era, afinal, simples: sem a publicação da legislação sobre o Mecanismo Único de Resolução bancária, aprovada in extremis no dia 15 de julho de 2014 pelo parlamento europeu, no Jornal Oficial da União Europeia, facto que só se verificaria no dia 4 de agosto, não haveria, pura e simplesmente, mecanismo para invocar!

Foi por isto que a célebre conferência de imprensa do Governador do Banco de Portugal, anunciada para o dia 3 às 20:30, escorregou para as 22:30, mas só viria a começar às 23:15 do dia 3 de agosto, em Lisboa, ou seja, às 00:15 do dia 4 de agosto, em Bruxelas e Frankfurt. Capiche?
Entretanto, o inquérito ao BES não passa de mais uma fantochada para indígena ver, e pagar, claro.

Quanto às ajudas do fundo de capitalização bancária ao BES, foi Ricardo Salgado que as recusou e por motivos óbvios, como a seu tempo identificámos: não queria que se soubesse o que viemos todos a saber depois e determinou o fim de um dos principais alicerces (podre, é certo) do sistema financeiro português.

Ricardo Slagado fez tudo para sacar a massa de que precisava para tentar tapar um buraco negro sem fundo. Até convocou um Conselho de Estado para o efeito! Em desespero de causa, embora tarde demais, exigiu aos seus rapazes da Portugal Telecom (Granadeiro e Bava) a renovação do empréstimo da Rio Forte à PT, no montante de 900 milhões de euros — ou até a conversão desta em capital da PT. O resultado é também o que se conhece: o colapso e alienação forçada da PT pelo melhor preço.

O Professor Pardal, perdão, Marcelo, e todas as restantes aves canoras dos médias asseguraram, a mãos e pés juntos, que o sistema bancário português era um dos mais sólidos da Europa. Era, não foi? Já alguém ouviu algum dos opinocratas que venderam o prestígio e fiabilidade dos nossos bancos aos indígenas pedir desculpa pela péssima avaliação que fizeram? Então porque andam todos a chater o governo? Esta corja de rendeiros e devoristas chegou felizmente ao fim do seu prazo de validade. O que virá depois não sabemos, mas pior é impossível.

Triste e indigente é a forma como a imprensa continua a vender as ilusões deste poder corrupto, falido e que já não manda nada no que é essencial nas nossas finanças e na nossa economia.

sexta-feira, novembro 28, 2014

Na Avenida Presidente Wilson

Avenue du Président-Wilson, Paris

Sonho presidencial e bancos podres, o tsunami soma e segue


“Faço um desmentido formal de que tenha havido qualquer decisão antes de dia 1 ao inicio da tarde”; “Eu não posso decidir algo e ser desmentido pelos meus colegas governadores...”

— in "Carlos Costa reafirma que resolução do BES só arrancou a 1 de agosto", Expresso, 8 outubro 2014, 9:36.

A aceleração do colapso deste regime começou, como escrevemos oportunamente (1), quando o BES foi alvo de uma investigação judicial decisiva no Luxemburgo, a qual rapidamente alastrou à Suíça, França, Estados Unidos, etc., tendo desencadeado ao mesmo tempo um plano de ação urgente por parte do BCE, o qual envolveu a aceleração do processo legislativo comunitário relativo ao Mecanismo Único de Resolução (SRM), sem o qual Carlos Costa, ou seja o Banco de Portugal, não teria podido intervir decisivamente como acabaria por intervir às 23:15 do dia 3 de agosto —00:15 do dia 4 em Bruxelas e Frankfurt (2). Uma repetição do que se passara em Chipre estava fora de causa.

Quem se der ao trabalho de ler o que diz a legislação europeia sobre a entrada em vigor dos seus documentos legais e em particular do Single Resolution Mechanism (3) —coisa que a maioria dos nossos deputados e a imprensa em geral ainda não fez— perceberá que só a 4 de agosto de 2014, se cumpria o prazo mínimo de 20 dias necessários ao SRM ter alguma validade legal. Tudo o resto é barulheira populista.

A importância das instituições portuguesas nesta precipitação do colapso é acessória, ou melhor, coadjuvante e arrastada pela pressão externa. Basta ver o comportamento das autoridades locais a este respeito. Governo, Parlamento, Banco de Portugal e Presidência da República foram empurrados para a ação judicial, única e exclusivamente, por pressão da Troika, dos tribunais de outros países e pelo BCE. As investigações e processos judiciais em curso no nosso país foram sucessivamente travados politicamente ao mais alto nível pela corja partidária, rendeira e devorista que capturou o estado, o sistema financeiro e o país.

Abertas, porém, as comportas do dique da corrupção, o tsunami não deixará de inundar o país, afogando uma parte dos seus protagonistas.

Como refere Rui Rodrigues,
“Há várias décadas que a Suíça é acusada de acolher fortunas que escapam ao fisco nos seus países de origem e de não cooperar com as autoridades fiscais desses Estados como forma de tornar mais atrativa a atividade do seu sistema bancário. Mas, nos últimos anos, para além da pressão sobre a autoridade política, o país viu também muitos dos seus bancos começarem a ser investigados por governos estrangeiros. A UBS será o grupo que mais escândalos protagonizou. Nos Estados Unidos, a UBS já foi multada em cerca de 800 milhões de euros por ter apoiado esquemas de fraude e evasão fiscal e, em França, foi obrigada a depositar uma caução milionária no âmbito de uma acção similar.

Em Abril de 2009, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) incluiu a Suíça numa lista negra de paraísos fiscais não cooperativos, lista que o país conseguiu deixar uns meses mais tarde após assinar 12 acordos bilaterais de troca de informação fiscal, o limiar necessário para ser retirado da lista negra. Mas organizações como a Tax Justice Network insistem que os critérios usados pela OCDE para elaborar a lista negra são “inadequados e ineficazes”.”


NOTAS
  1. BES: o golpe de coelho veio de Frankfurt” — OAM 
  2. Comunicado do Banco de Portugal sobre a aplicação de medida de resolução ao Banco Espírito Santo, S.A. 
  3. Single Resolution Mechanism (SRM)

Atualização: 29 nov 2014 19:51 WET

Tempo de mandar calar os DDT

Jane Fonda e Michael Sarrazin em They Shoot Horses, Don't They? (1969)

Não confundir os criminosos com os 'humilhados' é uma tarefa essencial 


Um povo que assiste à tragédia de um país, o seu, sobre endividado, corrupto até à medula dos mais altos dirigentes partidários e económico-financeiros, que empobrece a uma velocidade assustadora, que tolera a escravatura dissimulada que adia criminosamente a imprescindível reforma do estado, e que vê emigrar os seus cidadãos às centenas de milhar, não pode perder tempo com as manobras das tríades de piratas que capturaram parcialmente o país. Tem que se revoltar e exigir uma democracia menos cara, mais transparente e sobretudo mais justa. E é tempo de mandar calar os DDT!

Abater um cavalo doente e esfomeado é um ato de misericórdia. Empurrar milhões de portugueses para a emigração, o empobrecimento sistémico e a morte é um crime intolerável e os seus responsáveis devem ser chamados a responder pelas ações praticadas. O país não pode morrer às mãos da corrupção e da indigência partidárias.

“Se as pessoas não têm dinheiro para manter os seus cavalos, então deveria ser criada uma organização social (ou programa de abate) devidamente financiada. E a polícia ou autoridades precisam de ser capazes de apreender os animais se estes não são bem tratados”.

Susan Clark, advogada inglesa, à agência Lusa/ Jornal i
Motif de cette détention inédite : «fraude fiscale» et surtout «corruption» et «blanchiment de capitaux». Le montant des sommes qu’aurait détournées Socrates n’est pas connu, mais la presse nationale parle de dizaines de millions. Depuis environ un an, la brigade financière portugaise, la DCIAP s’était étonnée de son train de vie à Paris, où il réside : un appartement de 2,8 millions d’euros, la fréquentation de restaurants de luxe… Des écoutes téléphoniques auraient fait le reste.

Sócrates, la chute d’un «opportuniste sans idéologie»
François MUSSEAU MADRID, de notre correspondant 26 novembre 2014 à 14:59, Libération
Ricardo Salgado e restante administração do Banco Espírito Santo (BES) são os alvos de uma megaoperação da Polícia Judiciária que decorreu esta quinta-feira, apurou o Correio da Manhã, com buscas às residências dos visados, a bancos, escritórios e à sede do Grupo, em Lisboa. O juiz Carlos Alexandre acompanhou as buscas na sede da instituição bancária que agora tem o nome de Novo Banco.

[...]

“Nas investigações, relacionadas com o denominado universo Espírito Santo, estão em causa suspeitas dos crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal”, refere uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR adianta que, no âmbito de investigações, dirigidas pelo Ministério Público, realizam-se durante esta quinta-feira várias diligências, designadamente 34 buscas domiciliárias, uma a um advogado e seis buscas a entidades relacionadas com o exercício da atividade financeira.

Salgado alvo de buscas por crimes no BES — Já terminaram as 41 buscas da Operação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ “ao universo Espírito Santo”. Correio da Manhã, 27.11.2014  09:50.

sábado, setembro 27, 2014

La cagaron

Novos Brasões de Portugal
©Toyze, 2014


A conspiração contra PPC fracassou. Houve acordo ou alguém foi obrigado a encolher as unhas...


Despesas de representação não precisam de ser declaradas no IRS
Jornal de Negócios. 26 Setembro 2014, 14:11 por Elisabete Miranda

Em síntese, diz Manuel Faustino, antigo director do IRS, e "no quadro da informação e dos dados fornecidos pelo primeiro-ministro", as despesas de representação auferidas não constituiram rendimento nem precisavam de ter sido declaradas. "Não estamos perante rendimentos do próprio", esclarece, acrescentando que "nunca houve no âmbito do IRS quaisquer limites para este tipo de despesas".

Afinal PPC estava bem assessorado e a Tecnoforma meteu a viola no saco. Ninguém quer perder os últimos faisões de Bruxelas. E assim se foi, ao longo do dia 26 de setembro, roendo a corda ao senhor Ricardo, ao senhor Mário, ao senhor Ângelo, e às cagarras do costume que infetam a Assembleia da República de inutildade pastosa.

Legislar sobre o enriquecimento ilícito, sobre conflitos de interesses, sobre grupos de pressão legítimos (lobbying), ou sobre a diminuição do número de deputados para o limiar mínimo previsto na própria lei do parlamento (180) sem prejudicar a representatividade democrática, isso é que não!

Esta democracia populista, corrupta e falida precisa de uma grande varridela. Que virá de uma maneira ou doutra, esperemos que dos mais novos e novas. O caminho menos espinhoso desta lavagem passa, convençam-se do que vos digo, pelo afastamento, dos centros de poder, de quem nos trouxe até à pobreza e vergonha de um país que desperdiçou milhares de milhões de euros a empanturrar cretinos de toda espécie, com caviar, perdizes, pérolas, charutos de Cuba e contas bancárias secretas, na Suíça e nas famosas ilhas piratas de Isabel II.

Por fim, e ainda a propósito da conspiração partidária-financeira para derrubar na secretaria o PM que foi capaz de afrontar o mais temido e pelos vistos mais corrupto grupo financeiro do país, é preciso deixar claro que António José Seguro perdeu uma grande oportunidade de estar calado, ou de mostrar que pode ser líder do que quer que seja. Poderia ter feito a diferença no interrogatório dirigido a Pedro Passos Coelho, mas ladrou como os demais radicais desmiolados, oportunistas e sobre representados das bancadas à sua esquerda (1).

Ainda assim, quem for votar no próximo Domingo não se esqueça que o pior que poderia ocorrer ao PS seria o regresso dos socratinos e dos soaristas ao poder. Já provaram que não prestam.

NOTAS
  1. Há quem afirme a pés juntos que o Cerejo e o resto da imprensa foram municiados com artilharia suficiente para destruir a carreira política de Pedro Passos Coelho nas próximas semanas e meses. Talvez seja assim, mas não estou nada convencido, e passo a explicar a minha conjetura:

    — o blitzkrieg contra o PM foi planeado ao pormenor e tinha como objetivo conseguir a sua demissão antes da chegada da nova missão da Troika e das próximas provas de esforço à indigente banca portuguesa, no próximo mês de outubro ;
    — os beneficiários potenciais deste golpe de estado vão desde Ricardo Salgado a Cavaco Silva, passando por Mário Soares e a corja socratina, pelos cadáveres adiados da dita 'esquerda à esquerda do PS' e até, pasme-se, por António José Seguro, que veria numa inesperada queda deste governo a oportunidade de ouro para atropelar o socratino Costa fosse qual fosse o resultados da eleições primárias de amanhã;
    — todos os principais interessados na destruição política de Passos Coelho, curiosamente ligados ao mais corrupto dos banqueiros indígenas, estão igualmente interessados na destruição política de António José Seguro, pois são ambos considerados cartas fora do baralho da oligarquia política, empresarial e financeira corrupta e incompetente que destruiu o país e quer continuar a fazê-lo;
    — se PPC se tivesse demitido, e se não conseguisse indicar um(a) sucessora) a Cavaco Silva, este entraria em cena recuperando provavelmente uma solução de emergência envolvendo o PS e o PSD, desejavelmente (na perspetiva de Cavaco e da oligarquia do regime) protagonizada por Rui Rio e António Costa. O PP de Portas tornar-se-ia obviamente dispensável e a pequena travessia do deserto até às próximas Legislativas seria eventualmente suficiente para fazer regressar os populares ao táxi.
    — que correu então mal aos conspiradores? Não sabemos, mas um dia se saberá. O episódio da conferência de imprensa da Tecnoforma, depois do debate parlamentar onde Pedro Passos Coelho foi severamente interrogado, é um mistério. Teria a Tecnoforma sido pressionada para realizar uma tarefa que acabou por não executar? Aproveitou esta empresa de vão-de-escada (exemplar típico do que é a economia clandestina dos partidos políticos portugueses) esta oportunidade para negociar com PPC o próximo bolo comunitário, em troca de um esvaziamento do processo desencadeado pela denúncia anónima do tal Vasco? Ou simplesmente teme esta empresa a continuação das investigações e do folhetim mediático? Não sabemos.
    — para um assunto sem relevância criminal alguma, e ainda por cima com provas circunstanciais que acabam de estatelar-se contra a parede das 'despesas de representação', a ambição dos conspiradores foi certamente exagerada, e agora, sobretudo se Seguro ganhar as primárias do PS, Passos Coelho poderá contra-atacar em profundidade até às eleições legislativas, operando a imprescindível limpeza de que o PSD precisa para não colapsar, como colapsou o BES...

quinta-feira, julho 10, 2014

BES afunda PT, TAP, a Bolsa e o... regime

Ricardo Salgado, o líder de um império desfeito


Um maremoto chamado BES


Última hora: CMVM suspende ações do BES!
Espírito Santo Financial Group suspende negociação das ações em bolsa  - Observador/Lusa, 10-07-2014
“This ensures that in times of crisis mainly owners and creditors will contribute to solving the crisis, and not taxpayers.”
— Germany OKs plan to make creditors prop up banks, Market Watch, July 9, 2014

BES arrasta país para o vermelho! E Alemanha avisa que os bancos falidos vão ter que recorrer ao pelo do próprio cão, i.e. aos depositantes e outros credores para satisfazerem as responsabilidade principais das instituições insolventes...

Entretanto, dadas as relações parasitárias entre a Dona Branca Espírito Santo e empresas estratégicas como a PT, a TAP, Brisa e outras, o efeito dominó sobre as cotadas em Bolsa, sobre o sistema financeiro, sobre a economia e sobre o regime está em curso e é de susto. Era a isto que nos referíamos quando dissemos ironicamente que o BES convocara o último Conselho de Estado, o qual serviu basicamente para nomear a troika laranja que vai tomar conta dos cacos do bankster do regime.

Não ficará pedra sobre pedra desta teia rentista, incluindo a pedra chamada TAP e a pedra chamada ferrovia de bitola europeia (Lisboa-Madrid, Porto-Galiza, Aveiro-Salamanca) cujos desenvolvimentos estiverem sempre dependentes e foram gravemente distorcidos pelos interesses do Bloco Central da Corrupção, de que a Dona Branca Espírito Santo foi o principal pivot financeiro. Era esta Senhora que dizia ao Álvaro onde e como queria uma nova cidade aeroportuária (em Alcochete), ou que esteve embrulhada profundamente na privatização da EDP (a mesma que já conduziu à irradiação do senhor Cao Guanjing, por nepotismo...), tendo o senhor Ricardo aproveitado para comprar dois milhões de ações durante a operação, e que continua no grupo de assessores financeiros da privatização da insolvente TAP, sendo, como se sabe, um dos bancos que garantiu a operação, que será sem dúvida abortada, de compra de 12 Airbus A350-900.

Abrindo-se uma cratera neste pivot, o resto só poderá mesmo ruir em dominó.

A vigilância popular é neste momento decisiva, para impedir que os três mil milhões do buraco da TAP, e os aviões que andam a cair aos bocados (aquisições/alugueres recentes de material de terceira), sigam o seu curso suicida em direção a um estrondo monumental. Esta vigilância cívica e democrática é decisiva para forçar a retoma, de forma racional e previsível, da política ferroviária há muito acordada entre Portugal, Espanha e Bruxelas.

Quanto aos jornalistas, editores e donos da nossa indigente imprensa pedimos-lhes que façam um crash course gratuito sobre política de transportes e sobre política de energia aqui mesmo, lendo as dezenas de artigos que a nossa equipa pro bono foi tecendo honestamente e sem interesses económicos ou profissionasi envolvidos. Leiam O António Maria. Desde 2008 que alertámos para o que se iria passar se nada fosse feito.


ALERTA SOBRE A TAP


A TAP é uma das vítimas propiciatórias do Bloco Central da Corrupção, da indigência e corrupção partidárias e parlamentares do regime, e dos banksters deste país, a começar, claro, pela Dona Brana Espírito Santo.

Enquanto o senhor Salgado exigia ao Álvaro um aeroporto em Alcochete para aviões intercontinentais Airbus A380, enquanto a TAP encomendava 12 aviões Airbus A350-900, e alguns adiantados mentais exigiam uma cidade aeroportuária para os aviões Low Cost na Margem Sul —ao mesmo tempo que boicotavam por todos os meios, incluindo o uso e abuso da voz 'soprada' do senhor Miguel de Sousa Tavares, o plano ferroviário de ligação da Península Ibérica ao resto da Europa—, as Low Cost iam tomando paulatinamente conta do mercado do transporte aéreo em Portugal e no resto da Europa, fazendo do turismo, em plena crise aguda da dívida soberana, a principal indústria exportadora indígena. A própria Lufthansa decidiu recentemente apostar nos serviços aéreos Low Cost, não apenas nos voos europeus e de médio curso em geral, como nos próprios voos intercontinentais e de longo curso em geral.

Em Portugal, sob a batuta dos condottieri Monteiros, todas as decisões foram não só erradas, como potencialmente criminosas. Basta compilar o registo desde 2007 dos incidentes e cancelamentos inexplicados de voos ocorridos com aeronaves da ou ao serviço da TAP, para percebermos a gravidade do que tem vindo a acontecer:

20) TAP cancela voo Maputo-Lisboa por "questões técnicas"
Económico, 25/7/2014

19) Passageiros de voo da TAP cancelado queixam-se de falta de assistência
Lusa e PÚBLICO, 22/06/2014 - 07:52

18) Avião da Portugália voa com "problemas técnicos". Aeronave do grupo TAP partiu da cidade do Porto com destino a Milão, mas regressou ao aeroporto passada uma hora.
Correio da Manhã, 14-07-2014

17) "Explosão" em reator de avião da TAP danifica viaturas
Lusa | 14:21 Sábado, 12 de Julho de 2014
Atualização (14-7-2014, 20:39)
A aeronave acidentada, segundo comunicou a companhia, é um Airbus A330-200 (CS-TOO ‘Fernão de Magalhães’) adquirida à Airbus em 2008.
16) Avaria de avião da TAP impede passageiros de ver jogo de Portugal
TVI24, 17-06-2014

15) Avião da TAP retido ontem no aeroporto de Belém do Pará, Brasil
SIC, 09-06-2014

14) TAP afasta risco de penhora do seu avião no Brasil
Negócios, 24 Abril 2014, 16:28

13) O voo da TAP que fazia domingo a ligação Lisboa-Recife aterrissou no início da tarde de segunda-feira (10) no aeroporto dos Guararapes, na capital pernambucana.
Portugal Digital, 10-03-2014 15:45

12) Passageiro de avião da TAP retido em Milão reclama tempo de espera e falta de alternativas
SIC, 23:36 26-12-2013

11) Passageiros retidos em Zurique regressaram a Lisboa
DN, 25-12-2013

10) Avião da TAP retido em Moscovo há mais de 24 horas
SIC, 25-05-2013

09) 103 passageiros da TAP retidos em S. Tomé devem regressar a Lisboa no sábado
Lusa, 27-12-2013

08) Avião da TAP retido em Caracas faz desesperar 250 passageiros
JN 28-06-2012

07) Avaria no trem de aterragem obrigou avião da TAP a regressar a Lisboa
JN, 03-10-2011

06) Brasil: Avião da TAP aterra de emergência com avaria
Expresso/Lusa | 02-04-2011

05) Avião da TAP continua retido em Maputo
Lusa, 01-09-2010

04) Avião da TAP retido em Joanesburgo devido a avaria
TSF, 06-05-2010

03) Passageiros retidos em Roma devido a avaria em avião da TAP
Diário Digital, 08-02-2010

02) Avião da TAP retido em Kinshasa e piloto preso
DN, 01-10-2008

01) Aviação: Avião da TAP retido em Lisboa por avaria partiu 20 horas depois do previsto para a Venezuela
Expresso, 22-09-2007


Atualização: 27-07-2014, 20:40 WET

sexta-feira, junho 27, 2014

BES convoca Conselho de Estado


Sistema partidário sem banca: o fim de um regime e o começo de outro


Tudo começou a rolar muito depressa no dia 22 de maio último, quando a Reuters divulgou que o Luxemburgo começara a investigar irregularidades graves do Grupo Espírito Santo (GES) numa das suas empresas no Luxemburgo, detetadas numa auditoria da KPMG realizada a pedido do Banco de Portugal e divulgada no dia 20 de maio passado.

Em causa estão irregularidades nas contas da Espírito Santo International, que foram detetadas numa auditoria realizada pela KPMG a pedido do Banco de Portugal, informação que foi divulgada na noite de terça-feira no prospeto de aumento de capital do Banco Espírito Santo. A ES International é uma holding de topo na estrutura do império Espírito Santo, que concentra as participações na área financeira (o BES) e na área não financeira (a Rio Forte) — Expresso, 22.05.2014
(Reuters, 27-06-2014) - Luxembourg justice authorities have launched an investigation into three holding companies of Portugal's Espirito Santo banking family, the biggest shareholder in Portugal's largest listed bank which bears their name, a spokesman for the authorities said on Friday.

The three companies - Espirito Santo International SA, Espirito Santo Control SA and Espirito Santo Financial Group SA - are all holding companies in a complicated, cascading ownership structure by the family.

Banco Espirito Santo (BES) warned last month of "material irregularities" at one of the companies, Espirito Santo International.

The spokesman for Luxembourg's justice authorities said the investigation was launched on May 22 over alleged breaches of company law. He declined to give any further details about the investigation.
Recorde-se, porém, que já em 29 de março deste ano o Expresso revelava que a auditoria do Banco de Portugal à ESI detetara insuficiências financeiras na ordem dos 2,5 mil milhões de euros.
Possível extinção da Bespar torna BES "opável"Expresso, 8:43 Sábado, 29 de março de 2014

A auditoria à ESI, com sede em Luxemburgo, revela que esta tem insuficiências financeiras que podem ascender a 2,5 mil milhões de euros. O relatório final da auditoria do Banco de Portugal encomendada à  KPMG será entregue a 1 de abril, apurou o Expresso. As conclusões desta poderão trazer novas exigências ao grupo.

A situação é hoje clara: o grupo financeiro Espírito Santo está numa clara situação de insolvência, e começou a ruir às claras diante de todo o mundo no dia em que Ricardo Salgado tentou sucessivamente e sem sucesso um financiamento de urgência, no valor de 2.500 milhões de euros, junto dos governos português e angolano.

A abébia que o Banco de Portugal lhe dera há cerca de um mês, autorizando um empréstimo do BES, no valor de 100 milhões de euros, ao insolvente Rio Forte, uma das holdings do GES, foi apenas uma tentativa desesperada de impedir que o dique GES desabasse em plena operação de aumento de capital do BES.

O dique, entretanto, cedeu depois de Maria Luís Albuquerque, Pedro Passos Coelho e José Eduardo dos Santos terem recusado atirar dinheiro para um buraco negro que, soube-se hoje por uma nota do BPI citada pela Reuters (ler notícia no Dinheiro Vivo), andará pelos 7.300 milhões de euros.

“...de acordo com fontes da imprensa, a ESI tem entre 2.000 e 2.500 milhões de euros de ‘book value’ negativo e a dívida total do GES está nos 7.300 milhões de euros”.

Para agravar este colapso irremediável soube-se ainda que a PT decidiu, sem consultar 90% dos seus acionistas, ajudar um dos seus sócios comprando 900 milhões de euros de papel comercial ao insolvente Rio Forte. Resultado: as ações do BES fecharam hoje a cair 11,43%, as do ESFG cairam 18,51%, as da Portugal Telecom, 5,64%, e o PSI20 1,65%.

Entretanto Cavaco Silva convocou ontem o Conselho de Estado para o dia 3 de julho. Até lá iremos assistir a uma verdadeira derrocada bolsista da Senhora Dona Branca Espírito Santo e Comercial de Lisboa


Apesar dos motivos oficialmente invocados, parece evidente que quem convocou de facto o Conselho de Estado foi o GES, ou melhor, a implosão acelerada do banqueiro do regime. Ninguém sabe que parte do BES poderá vir a ser engolida pela implosão do grupo. Ninguém sabe, aliás, muitas coisa, nomeadamente sobre os fundos de capitalização do grupo, sobre submarinos, herdades, aeroportos, campanhas eleitorais, e muito mais. Mas sabe-se, isso sim, que o sistema partidário indígena está neste momento em estado de choque, a começar pelo CDS, que tentou in extremis levar Pedro Passos Coelho a usar dinheiro da Troika, via CGD e BCP, para acudir à família Espírito Santo sem lhe exigir, como vem estabelecido nas regras da Troika, a abertura do baú das contas.

Como escrevemos a 20 de junho, o colapso do BES pode arrastar o regime para uma crise sem precedentes!

A promiscuidade entre alguns banqueiros indígenas e a partidocracia que capturou o regime foi a base de uma estabilidade democrática ilusória, sustentada por uma desastrosa alocação de recursos financeiros importados, pelo consequente processo de endividamento que nos levou até à pré-bancarrota, e pela corrupção pandémica do regime e do país.

No entanto, depois da implosão do BPN e do BPP, da redução a cêntimos do BCP e Banif, e do grande estouro em curso do BES-GES, a base oculta, mas até agora decisiva, do nosso sistema partidário e do nosso regime pseudo-constitucinal ruíu.

Os principais responsáveis políticos e financeiros da tragédia que se abateu sobre o país tentam ainda e desesperadamente agarrar-se aos destroços do navio Portugal, em nome dos vícios que não conseguem abandonar. Mas o mais provável é que tenham um dia destes que responder em tribunal pelo mal que fizeram.

Neste sentido, Pedro Passos Coelho e António José Seguro—e esperemos que António Guterres, ou até Rui Rio— são a porta estreita que se entreabre entre um passado que não consegue e sobretudo não pode voltar, e um futuro incerto, mas de rigor e esperança que falta e é urgente construir.

Quem nos trouxe até a este buraco merece a mão pesada da Justiça. Se a indígena por corrupta, se não servir, que venham os tribunais europeus recolocar este país nos carris!


PS: vale a pena ouvir o que disse José Gomes Ferreira na SIC sobre a crise no BES.

E ainda o que disse Ana Gomes sobre o BES-GES (Youtube):
Ana Gomes desanca o BES Caso BPN foi um sucesso, BES queria repetir a façanha.

No Conselho Superior da Antena 1 desta manhã, Ana Gomes diz compreender "o esforço de tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o GES está para o BES como a SLN para o BPN".
Segundo a eurodeputada socialista, o "banco foi e é instrumento da atividade criminosa do grupo". "Se o BES é demasiado grande para falir, ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso", sublinha.

"Nem os empregados do BES, nem as Donas Inércias, nem os Cristianos Ronaldos se safam se o Banco de Portugal, a CMVM, a PGR e o Governo continuarem a meter a cabeça na areia, não agindo contra o banqueiro Ricardo Salgado e seus acólitos, continuando a garantir impunidade à grande criminalidade financeira, e não só, à solta no Grupo Espírito Santo", alerta.

Ouvida pelo jornalista Luís Soares, Ana Gomes recorda como começaram a ser investigadas as contas do grupo e afirma que o líder do BES, Ricardo Salgado, dizia não querer financiamento do resgate "para não ter que abrir as contas do grupo à supervisão do Estado, esse Estado na mão de governantes tão atreitos a recorrer ao GES/BES para contratos ruinosos contra o próprio Estado".

Para além de acusar Ricardo Salgado de tentar "paralisar as tentativas de investigação judicial" em vários casos -- como o dos submarinos, Furacão ou Monte Branco --, Ana Gomes argumenta que a mudança das regras da supervisão bancária a nível europeu "obrigou o Banco de Portugal a analisar as contas do GES/BES a contragosto e com muito jeitinho".

A eurodeputada socialista critica a escolha da consultora PMG -- "uma empresa farta de ser condenada e multada nos Estados Unidos, no Reino Unido e noutros países por violação dos deveres de auditoria e outros crimes financeiros" e que "foi contratada pelo BES desde 2004, pelo menos, para lhe fazer auditoria" --, só que "a borrasca era tão grossa que nem a PMG se podia dar ao luxo de a encobrir".

Finalmente, mais estas três peças vídeo sobre o ainda maior banco privado português:
Octávio Teixeira analisa a situação no BES e a execução orçamental — SIC-N, 25/6/2014.
Editor de Economia da TVI explica importância do BES no sistema bancário português exibindo alguns gráficos sugestivos — Público/TVI, 20-06-2014

O fim da era Ricardo Salgado, cujo grupo deveu o seu rápido crescimento pós reprivatização à canalização de uma parte substancial dos fundos comunitários para as suas áreas de negócio, cortesia dos políticos que sempre soube trazer no bolso — Diário Económico, 20-06-2014

Última atualização: 29 jun 2014, 15:44

quarta-feira, junho 18, 2014

«Ricardo Salgado devia estar preso»

Cristiano Ronaldo e Dona Inércia promovem BES

Ana Gomes (PS) dá murro no estômago de Ricardo Salgado, e uma cotovelada valente no Costinha socratino.


Foi uma indireta muito pesada para o sargento de Sócrates. O Pinho dos chifres era uma carta da Dona Branca Espírito Santo num dos lugares chave do último e socratino governo PS, por onde Costa se fartou de andar, se bem se lembram...

Percebe-se agora cada vez melhor porque andam todos os piratas deste país com o Costa ao colo. E porque motivo o ex-ministro de Sócrates quer um consenso, mas só se for por baixo da mesa. Falar do consenso? Nem pensar!

Ana Gomes: "Ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso"
RTP Notícias, Sandra Henriques 17 Jun, 2014, 09:30 / atualizado em 17 Jun, 2014, 09:33

No Conselho Superior da Antena 1 desta manhã, Ana Gomes diz compreender “o esforço de tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o GES está para o BES como a SLN para o BPN”.

"O Grupo Espírito Santo está para o BES como a SLN estava para o BPN"
Por Carlos Diogo Santos
i online, publicado em 18 Jun 2014 - 05:00

A eurodeputada Ana Gomes disse ontem que o BES recusou o financiamento da troika para "não ter de abrir as contas do banco à supervisão do Estado". BE defende que Salgado não tem idoneidade

A eurodeputada socialista Ana Gomes comparou ontem o Banco Espírito Santo (BES) ao BPN, afirmando que ambos são ou foram instrumentos de actividade criminosa. Ana Gomes disse ainda, em declarações à Antena 1, que "ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado Santo para ir preso".

A reacção surge dias após ter sido tornado público que o antigo contabilista da Espírito Santo International (ESI) Francisco Machado da Cruz acusou o presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, de ter autorizado a manipulação das contas daquela holding. Na prática, foi ocultado um passivo de 1,3 mil milhões de euros.


«Ricardo Salgado devia estar preso»
Ana Gomes e Carlos Abreu Amorim discutiram o perdão fiscal
na TVI24, 2014-02-14

E mais:
Poirot e o BES
Pedro Braz Teixeira, Observador, 14/6/2014, 13:25
É preciso ser totalmente destituído de “celulazinhas cinzentas”, ou, em alternativa, ser patologicamente ingénuo para acreditar na mais do que inverosímil versão de Ricardo Salgado.

domingo, junho 08, 2014

Cleptocracias

Os interesses de Álvaro Sobrinho. Infograma de "Os Donos Angolanos de Portugal"

BES ou DDT: dono de tudo? Como acabará esta família?


BES Angola não sabe a quem emprestou 5,7 mil milhões de dólares
in Esquerda.net — 7/6/2014

Segundo o Expresso, o buraco das contas do Banco Espírito Santo Angola deve-se a créditos, que representam 80% do total da carteira, sobre os quais não há informação de quem são os beneficiários nem para que fins serviram. Decisão de conceder os empréstimos foi do empresário Álvaro Sobrinho, presidente do banco até 2012 e acionista de diversos meios de comunicação em Portugal. 

Quando se verbera a cleptocracia angolana, na verdade deveríamos verberar a cleptocracia luso-angolana. Com uma diferença: Angola é um país em formação, onde a acumulação primitiva e a formação de elites está em pleno desenvolvimento —processo que, como qualquer nascimento, tem partes violentas e sujas que ninguém gosta de ver, mas que são geralmente aceites como historicamente inevitáveis. Já no caso de Portugal a coisa deveria ser diferente.

Mas não é. E sabem porquê?

Porque ao fim de 600 anos de cosmopolitismo comercial e colonialismo (1415-2015), Portugal  regressa ao seu exíguo território e está de mãos a abanar. Pior, precisa de uma sociedade transparente, institucionalmente justa, onde prevaleça o mérito, a livre concorrência, mas também a solidariedade genuína, e nada disto existe. Deixar a nossa cleptocracia à solta, fingir que não vemos, já não nos levará a parte alguma e pode causar grandes estragos à nação.

Os lunáticos que propõem a saída de Portugal da União Europeia e do euro deveriam meditar um pouco mais sobre estas questões. Os velhos e os ressuscitados estalinismos, assim como o neo-corporativismo entranhado, que regressam virulentos à sociedade portuguesa nesta espécie de estertor histórico por que estamos a passar, deveriam perceber que ou mudamos para uma sociedade genuinamente democrática e livre, sem donos, nem cortesãos e cortesãs indigentes, e sociedades secretas pindéricas, ou esperam-nos no prazo de uma ou duas décadas surpresas muito desagráveis.

Uma nota final: é do interesse de Angola e de Portugal continuar e reforçar a cooperação estratégica entre os seus povos, empresários, técnicos, intelectuais e artistas, escolas e universidades, sem confundir nunca este plano com os casos de polícia.

Vale a pena ler a notícia completa do EsquerdaNet...

BES Angola não sabe a quem emprestou 5,7 mil milhões de dólares
in Esquerda.net — 7/6/2014

Segundo o Expresso, o buraco das contas do Banco Espírito Santo Angola deve-se a créditos, que representam 80% do total da carteira, sobre os quais não há informação de quem são os beneficiários nem para que fins serviram. Decisão de conceder os empréstimos foi do empresário Álvaro Sobrinho, presidente do banco até 2012 e acionista de diversos meios de comunicação em Portugal.

[...]
A notícia do buraco nas contas do BESA já fora dada pelo site informativo Maka Angola e reproduzida pelo Esquerda.net. O jornalista Rafael Marques calculava que os créditos malparados eram na ordem dos 6.500 milhões de dólares, incluindo 1.500 milhões em juros – um valor não muito diferente do que foi adiantado agora pelo Expresso.

Segundo o artigo do Maka Angola, a origem do buraco foram os empréstimos generosamente distribuídos por Álvaro Sobrinho, “a conhecidas figuras do regime angolano, incluindo vários membros do Bureau Político do MPLA”.

[...]

Uma fonte ouvida pelo Expresso afirma que há uma alta probabilidade de que o aval do governo angolano terá de ser executado, de modo a proteger o Banco Espírito Santo de impactos diretos nos resultados e no seu capital. Nesse caso, o aval poderá ser convertida em capital social do BESA, o que tornaria o Estado angolano no principal acionista do banco, cujo capital social não chega aos 700 milhões de dólares.