Parece que a lenda se cumpriu
“O meu desejo é que nunca consigam concluir as obras, porque o nosso Santo sempre esteve ali e é ali que deverá continuar”, opinou Adélia Vila, habitante de Parada—in blogue de Santo Antão da Barca, 4 de dezembro de 2009.Estamos longe de perceber o alcance do processo desencadeado pela Justiça contra António Mexia, Manso e os outros. Mas uma coisa é certa, a arrogância do dandy e de toda a pandilha rentista que abriu garrafas de Champagne no dia em que o secretário de estado da energia, Henrique Gomes, se demitiu e, mais tarde, repetiu a dose quando o Álvaro foi substituído no governo do fraco Coelho, esfumou-se num ápice.
Tal como o BES, na opinião do agora presidente da república, a EDP vivia no melhor dos mundos e era um exemplo de sucesso e modernidade, apesar de uma dívida impagável de mais de 18,38 mil milhões de euros em 2016 (FT) e de uma cotação em bolsa miserável. Vamos ver até onde os chineses estarão interessados em sustar a derrocada reputacional da empresa.
Em 2014 alguém me contou a lenda de um lugar sagrado entretanto profanado pelo gangue das barragens inúteis. A história, bem contada, daria um filme gótico perfeito. Escrevi então um texto que agora recordo:
A maldição de Santo Antão da Barca
Consta que há uma lenda em Santo Antão da Barca segundo a qual quem afronta o princípio filosófico da pobreza do Anacoreta egípcio e pai de todos os santos, Antão do Deserto, é severamente punido, sobretudo se o pecado for a soberba e a luxúria.
A verdade é que desde que José Sócrates, António Mexia, Manuel Pinho e o então presidente da câmara de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, confraternizaram em nome da destruição do Rio Sabor, para nele mandarem edificar uma barragem inútil (ver vídeo), o referido autarca do PS matou a mulher e suicidou-se, Manuel Pinho viu a sua vida andar para trás desde a cena dos chifres na AR até ao humilhante encolhimento do seu vencimento no ex-BES, e José Sócrates foi preso no dia 21 de novembro de 2014 sob suspeita de vários crimes de corrupção. Só falta a Mexia ter que explicar a trapalhada das barragens e a compra das ventoinhas à Goldman Sachs para ser severamente atingido pela maldição do Eremita cuja imagem foi roubada do sítio onde esteve mais de duzentos anos, e a capela em sua homenagem removida do lugar e do caminho histórico de Santiago.
—Ler texto completo em O António Maria, 22/11/2014
Desenvolvimentos...
1)
António Mexia faltou à conferência Bilderberg
A notícia apareceu no final de maio e início de junho por todo o lado: este ano, três portugueses iam participar no encontro anual do grupo Bilderberg, Durão Barroso, José Luís Arnaut e António Mexia. O ex-presidente da Comissão Europeia, agora “chairman” do Goldman Sachs Internacional, e o seu antigo ministro adjunto e sócio do escritório de advogados Rui Pena & Arnaut marcaram presença em Chantilly, no Estado norte-americano da Virgínia, mas o presidente da EDP não aparece.
— in Expresso diário, 08.06.2017 às 18h00, WETNote-se que este é, nem mais nem menos, o trio indígena mais querido da Goldman Sachs. A grande e criminosa promiscuidade entre o gangue português e a Goldman Sachs terá seguramente começado em março de 2007, quando a EDP comprou à Goldman Sachs, por 2,5 mil milhões de dólares, a Horizon Energy (ver notícia da Reuters).
2)
Os colegiais
Durante a conferência de imprensa dada pela EDP, na sequênca do processo criminal que visa os seus dois principais executivos, António Mexia fala em decisão "colegial, e o sempre patusco Catroga, sem vergonha nenhuma nas ventas, ameaça de perseguição judicial o anónimo autor da denúncia, com a arrogância típica das bestas que mandam na EDP, e ainda o Estado português, com a China! Mas não é o processo em curso um assunto de corrupção relacionado com factos ulteriores às decisões políticas? Tradução deste jogo de sombras: se houve corrupção, foi colegial. So sexy!
Última atualização: 9/6/2017 20:37 WET