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quinta-feira, setembro 18, 2008

Crise Global 19

Lenine não faria melhor!

Sept. 17 (Bloomberg) -- The U.S. government took control of American International Group Inc. in an $85 billion bailout to prevent the bankruptcy of the nation's biggest insurer and the worst financial collapse in history.

Sept. 17 (Bloomberg) -- Morgan Stanley is weighing a merger with Wachovia Corp. and several other banks as the securities firm seeks to regain investor confidence after its shares sank 42 percent this week, people familiar with the matter said.

... Morgan Stanley and Goldman, the biggest U.S. securities firms, tumbled the most ever after a government rescue of American International Group Inc. failed to ease the credit crisis. The cost to protect against a default by the Wall Street firms rose to a record. Wachovia, the fourth-largest U.S. bank, plunged 21 percent after saying it would support $494 million of Lehman Brothers Holdings Inc. credits held by its Evergreen Investments money market funds.

Bear Stearns, Fannie Mae, Freddie Mac, Lehman Brothers e AIG (American International Group), cinco das maiores instituições financeiras do planeta, caíram a pique dos píncaros vertiginosos da sua inacreditável ganância, volúpia e prepotência sibilina, tendo alguns destes gigantes sido temporariamente "resgatados" sob a forma de uma espécie de nacionalização temporária, pelos bancos da chamada Reserva Federal americana (FED.) O gigante que se segue é, ao que parece, o Washington Mutual. E os prognósticos sobre o J.P Morgan, a Goldman Sachs e o Wachovia Corp (quarto maior banco comercial dos EEUU) estão cada vez mais reservados.

Um dos avisos mais sérios feito esta tarde por um antigo governador do banco da Reserva Federal de Wisconsin, numa entrevista dada ao canal televisivo da Bloomberg, é que as operações de socorro têm limites. De facto, para salvar as maiores empresas financeiras do mundo, a Reserva Federal não dispõe de liquidez suficiente, e continuar a inventá-la, como tem vindo a fazer há anos, agora sob os holofotes da comunicação social global, poderá levar o dólar ao suicídio e a economia americana ao charco ainda antes do Natal! Segundo o Europe 2020, no final deste ano 1 euro deverá custar aos americanos qualquer coisa como 1,7 dólares (e o petróleo regressará aos 110-112 USD...). Os Estados Unidos há muito que estão falidos e dependem dos japoneses, dos chineses e dos árabes, para segurar os seus descomunais gastos, nomeadamente militares e com os pesados desastres naturais que têm atingido o seu território desde o Katrina. É pois provável que o J. P. Morgan e a Goldman Sachs já não existam, pelo menos com os nomes e as configurações actuais, dentro de dias, semanas ou meses. Ou então, se forem verídicas as teorias da conspiração que dão como certo serem estes bancos de investimento parte da família secreta de banqueiros (sobretudo europeus!) que comanda a finança Ocidental, vê-los-emos devorar boa parte do sistema financeiro americano, que tem aliás vindo a tombar como um dominó.

A Reserva Federal americana (FED) -- tal como o Bank of England -- não é, na realidade, um banco central, i.e. uma instituição pública, governamental, estatal, ou federal, como por exemplo o Banco de Portugal, ou o Banco do Brasil, nem supra-estatal, como por exemplo o Banco Central Europeu, mas antes uma entidade privada, regulamentada e com deveres públicos estatutários mais ou menos claros. Para alguns, os dois falsos bancos centrais -- Federal Reserve e Bank of England -- são os mais sofisticados cartéis financeiros à face da terra.
"Examining the organization and function of the Federal Reserve Banks, and applying the relevant factors, we conclude that the Reserve Banks are not federal instrumentalities for purpose of the FTCA, but are independent, privately owned and locally controlled corporations." -- Lewis v. United States, 680 F.2d 1239 (1982); in Global Research.

Por exemplo, quando o FED, que é uma gigantesca rede de bancos privados americanos reunidos por um pacto votado pelo Congresso dos Estados Unidos, protagoniza o salvamento "em último recurso" do Fanny Mae, do Freddy Mac, da Lehman Brothers, ou do American International Group (AIG), poderá argumentar-se que é o próprio sistema bancário no seu todo que se protege à custa do cidadão, recorrendo a instrumentos político-financeiros poderosíssimos, de que a subida e descida das taxas de juro (i.e. o preço do dinheiro e a manipulação da inflação), a par da produção puramente digital de "liquidez" financeira são certamente os mais decisivos e os que melhor revelam a impotência dos restantes actores económicos, políticos e sociais perante as decisões tomada ao domingo à noite pelo presidente do FED. Bastou o motorista dum qualquer banco regional da Reserva Federal na Califórnia atropelar um inocente cidadão, para que os tribunais americanos viessem clarificar o que há muito se sabia: isto é, que o FED é uma rede de corporações independentes, pertencentes aos seus membros, localmente administradas. Mas então, em nome de que interesses falam e decidem os senhores Ben Bernanke (FED) e Henry Paulson (Secretário do Tesouro e ex-Goldman Sachs)?
"If the America people ever allow private banks to control the issuance of their currencies, first by inflation and then by deflation, the banks and corporations that will grow up around them will deprive the people of all their prosperity until their children will wake up homeless on the continent their fathers conquered." -- Thomas Jefferson.

OAM 434 18-09-2008 01:27

sábado, setembro 06, 2008

Estados Unidos, Estados Falidos

Os pobres que paguem a crise!

Governo americano inicia processo de falência vigiada dos gigantes Fannie Mae e Freddy Mac.

As duas maiores seguradoras de investimento imobiliário do mundo, Fannie Mae e Freddy Mac, faliram. Estão desde hoje sob controlo do governo dos Estados Unidos. Quem diria!

Liberalizar a economia e privatizar os lucros quando a economia capitalista e a especulação prosperam, mas socializar os prejuízos e proteger os ladrões quando o sector financeiro e especulativo rebenta como um balão cheio de nada, eis, em resumo, o que já sabíamos desde Karl Marx, mas que o caloiro do PSD (Pedro Passos Coelho), em ridículo contra-ciclo conceptual, desconhece absolutamente. Mais um ponto a favor de Manuela Ferreira Leite (PSD), e contra a tardia e mal-disfarçada moda neoliberal portuguesa, que os anafados spin-doctors do Bloco Central do Betão: António Vitorino (P"S"), Jorge Coelho (P"S"), Manuel Pinho (BES), Augusto Mateus (P"S"), Ângelo Correia (PPD), Mira Amaral (BIC), e outros, disseminam como verdades de Estado. O ano de 2009 vai reduzir a pó a manipulação mediática a que estes senhores se dedicam com zelo (pago a peso de ouro a montante dos próprios "órgãos de comunicação social"), sob os auspícios de empresas de propaganda que agem impunemente ao abrigo da dita liberdade de imprensa.

Nada de novo na declinante América. Só que desta vez os principais credores da pornográfica dívida americana conseguem disparar mísseis intercontinentais e abater satélites em órbita!

A recessão mundial (estagnação+inflação?) já começou e vai durar, pelo menos, até 2010.

A probabilidade de ocorrência de grandes guerras é elevada. Com McCaine ou com Obama, tanto faz. Não tenhamos ilusões!

Cavaco Silva deveria falar com Angela Merkel e impedir que os "socialistas" vendam alegremente os Açores por um prato de lentilhas ao bando de criminosos actualmente na Casa Branca (usando para tal todos os meios constitucionais de que dispõe.) Os Portugueses não querem ser parte da estratégia de agressão mundial e de destruição da União Europeia, há muito seguida pelo trio anglo-americano-israelita -- de que os governos georgiano, polaco, ucraniano e checo, são meros agentes provocadores



REFERÊNCIAS
Comrade Paulson, nationalised banks & socialism for the rich.

You have to admire the spin. The US Treasury Secretary, Comrade Hank Paulson, pictured here, announced today, Sunday 7th September, 2008 that the US government is natonalising two huge US banks, Fannie Mae and Freddie Mac. Which means in effect that Comrade Paulson is socialising the losses of the shareholders and investors in these banks - $5.4 trillion of guaranteed mortgage-backed securities (MBS) (mortgage backed securities) and debt outstanding. These liabilities are equal to all the publicly held debt of the United States. This in the words of Prof. Roubini is ’socialism for the rich, the well connected and Wall St.” (see below).

Only Comrade Paulson didn’t say that he was socialising losses or nationalising banks. He said they were placing them ‘in conservatorship’.

I like it. Please can we place the NHS safely in ‘conservatorship’ - conserve it for the nation, ensuring it is not privatised. And please, please can we place the railways in ‘conservatorship’……No, we’re not a bunch of communists, honest guv. We don’t want to nationalise; we simply want to conserve. That’s my party line from now on...

...

As Professor Nouriel Roubini argues:” Fannie and Freddie are insolvent and the Treasury bailout plan (the mother of all moral hazard bailout) is socialism for the rich, the well connected and Wall Street; it is the continuation of a corrupt system where profits are privatized and losses are socialized. Instead of wiping out shareholders of the two GSEs, replacing corrupt and incompetent managers and forcing a haircut on the claims of the creditors/bondholders such a plan bails out shareholders, managers and creditors at a massive cost to U.S. taxpayers.”

We know, because of Brad Setser’s sustained and diligent research, that the central bankers of Russia and China have exposed their taxpayers to losses at Fannie and Fred to the extent of about 10% of their countries respective GDPs. Those are huge potential losses. -- Ann Pettifor, in Debtonation.

U.S. Rescue Seen at Hand for 2 Mortgage Giants
By STEPHEN LABATON and ANDREW ROSS SORKIN
Published: September 5, 2008

WASHINGTON — Senior officials from the Bush administration and the Federal Reserve on Friday called in top executives of Fannie Mae and Freddie Mac, the mortgage finance giants, and told them that the government was preparing to place the two companies under federal control, officials and company executives briefed on the discussions said.

The plan, which would place the companies into a conservatorship, was outlined in separate meetings with the chief executives at the office of the companies’ new regulator. The executives were told that, under the plan, they and their boards would be replaced and shareholders would be virtually wiped out, but that the companies would be able to continue functioning with the government generally standing behind their debt, people briefed on the discussions said.

It is not possible to calculate the cost of any government bailout, but the huge potential liabilities of the companies could cost taxpayers tens of billions of dollars and make any rescue among the largest in the nation’s history.

...

Under a conservatorship, the common and preferred shares of Fannie and Freddie would be reduced to little or nothing, and any losses on mortgages they own or guarantee could be paid by taxpayers. Shareholders have already lost billions of dollars as the stocks have plunged more than 80 percent this year.

...

The declines in the housing and financial markets apparently forced the administration’s hand. With foreign governments increasingly skittish about holding billions of dollars in securities issued by the companies, no sign that their losses will abate any time soon, and the inability of the companies to raise new capital, the administration apparently decided it would be better to act now rather than closer to the presidential election in two months.

Just five weeks ago, President Bush signed a law to give the administration the authority to inject billions of dollars into the companies through investments or loans. In proposing the legislation, Treasury Secretary Henry M. Paulson Jr. said that he had no plan to provide loans or investments, and that merely giving the government the authority to backstop the companies would provide a strong shot of confidence to the markets. But the thin capital reserves that have kept the two companies afloat have continued to erode as the housing market has steadily declined and the number of foreclosures has soared.

As their problems have deepened — and the marketplace has come to expect some sort of government rescue — both companies have found it difficult to raise new capital to absorb future losses. In recent weeks, Mr. Paulson has been reaching out to foreign governments that hold billions of dollars of Fannie and Freddie securities to reassure them that the United States stands behind the companies.


Weaning the banks off the Old Lady's teat
By The London Banker

Friday, 5 September 2008. There is a warm sense of security that comes from suckling liquidity from the teat of the central bank rather than foraging for capital and earnings in a harsh world full of threats and predators. Nonetheless, there comes a time when a good mother pushes away her importunate young and forces them to fend for themselves subject to her stern guidance and supervision.

Central banks have been suckling their broods of commercial banks since the credit crunch first exploded on the scene in August 2007. Now there are signs that the Bank of England and European Central Bank, at least, are keen to push their broods toward self-sufficiency, even at the risk that not all survive independently.


OAM 427 06-09-2008 13:39 (última actualização 07-09-2008 23:57)

domingo, julho 13, 2008

Crise Global 15

Miguel Angelo, Juízo Final (detalhe), Vaticano
Miguel Ângelo, Juízo Final (detalhe), Vaticano

A queda de um anjo

Colapso do sistema financeiro ocidental: Vaticano no vermelho e Indy Mac na falência.

Eu creio que Bush esteve no Vaticano para falar do "fim dos tempos" com o Papa alemão. Ou melhor, para falar do colapso financeiro da América, do G7... e do Vaticano!

Sim, tudo isto está falido ou prestes a falir. E a alternativa parece ser apenas uma de duas: ou deixar que o Oriente tome conta de nós, ou pulverizar metade do planeta com uma apocalíptica nuvem nuclear!

As três maiores instituições de crédito hipotecário americanas -- Freddie Mac, Fannie Mae Indy Mac -- estão à beira da falência.

A Indy Mac acaba de fechar as portas, prometendo reabrir na próxima segunda-feira sob a custódia da entidade de supervisão, chamada Office of Thrift Supervision (OTS).

A Freddie Mac e a Fannie Mae, responsáveis por metade do mercado imobiliário americano, avaliado em 6 biliões (6E12) de USD, perderam entretanto 50% do seu valor em bolsa, podendo seguir a breve trecho o caminho da Indy Mac.

Três biliões de US Dólares (3E12 USD) é o buraco potencial de cada uma destas instituições responsáveis por segurar os empréstimos bancários concedidos a centenas de milhar de americanos para estes poderem comprar casa própria, mas também, durante demasiado tempo, especular com elas.

A Reserva Federal americana, dirigida por banqueiros privados com ar sério, pretende porém continuar a injectar liquidez fictícia no circuito monetário, para assim permitir a sobrevivência virtual de um número crescente de bancos e instituições financeiras falidas. Para isso, terá no entanto que aumentar ainda mais o número de rotativas e a velocidade de impressão de notas verdes. Estas, além de contribuírem para uma verdadeira epidemia inflacionista mundial, nomeadamente no sector da energia e das matérias primas industriais e alimentares (ver mapa da Bloomberg), terão um valor cambial cada vez menor. O GEAB prevê que no fim de 2008 sejam necessários 1,75 US dólares para comprar um único euro. O petróleo deverá chegar aos 200 US dólares por barril já no próximo Natal! Por cá, as grandes obras portuguesas estarão, enfim, no tapete, à espera de revisão técnica e sobretudo de melhores dias. Alguns banqueiros poderão mesmo estar na prisão!

Commodity Prices Increase


One of the largest US mortgage lenders, the California-based IndyMac Bank, has collapsed amid a growing credit crisis.

Federal regulators seized the bank's assets, fearing it might not be able to meet withdrawals by depositors.

It is the second-largest financial institution to fail in US history, regulators say.

The failure came on a day when shares in the two biggest US home loan institutions - Freddie Mac and Fannie Mae - fell at one stage by almost 50%.

IndyMac had been struggling to raise funds and stay in business in one of the states worst hit by the US housing market slump.

The bank's primary regulator, the Office of Thrift Supervision (OTS), said depositors had withdrawn more than $1.3bn in the past 11 days.

"This institution failed today due to a liquidity crisis," OTS Director John Reich said. -- BBC News.

O Vaticano, curiosamente, também não escapa aos efeitos do euro alto/dólar baixo e à crise financeira internacional. Para já, anunciou prejuízos de 9,1 milhões de euros em 2007 (The Australian Business), e envia o Papa à Austrália, como que para apimentar o peditório organizado pela Opus Dei, entre exibições ecuménicas e pedidos de desculpa pelos pedófilos que, pelos vistos, abundam no seu exército celestial!

Finalmente, uma pergunta que não faço há meses: como estão as finanças da Caixa Geral de Depósitos? E as do Montepio Geral? Se alguém tiver mapas, que mos envie!


ÚLTIMA HORA!

Casa Branca pede ao Congresso para "nacionalizar" as duas maiores instituições de crédito do país, ambas completamente falidas: Fannie Mae e Freddie Mac.

É caso para exortar o Partido Comunista Português a ser mais ousado nas suas rezas parlamentares!
WASHINGTON (last update: 14-07-2008) -- Alarmed by the sharply eroding confidence in the nation’s two largest mortgage finance companies, the Bush administration on Sunday asked Congress to approve a sweeping rescue package that would give officials the power to inject billions of federal dollars into the beleaguered companies through investments and loans.

In a separate announcement, the Federal Reserve said it would make one of its short-term lending programs available to the two companies, Fannie Mae and Freddie Mac. The Fed said that it had made its decision “to promote the availability of home mortgage credit during a period of stress in financial markets.”

An official said that the Fed’s decision to permit the companies to borrow from its so-called discount window was approved at the request of the Treasury but that it was temporary and would probably end once Congress approved Treasury’s plan. Some officials briefed on the plan said Congress could be asked to extend the total line of credit to the institutions to $300 billion. -- New York Times.

OAM 391 13-07-2008, 2:30 (última actualização 15-07-2008 00:09)