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quinta-feira, junho 28, 2012

Estado on-demand

Casa de pedra na Aldeia da Gralheira, em abril, 2012 Foto © ACP

Criem a figura do Juiz Peregrino!

“Mais valia fecharem o interior”. Público, 28.06.2012 - 14:56 Por Natália Faria

As urgências já fecharam, as escolas idem aspas, agora são 54 os tribunais a desaparecer do mapa. No dia em que os autarcas protestam em Lisboa, reportagem no distrito de Viseu, onde, sem autocarros nem dinheiro para táxis, já há gente a fazer dez quilómetros a pé para conseguir chegar ao juiz.

‎Criem a figura do juiz peregrino e adaptem/ simplifiquem o Código de Processo Penal às circunstâncias — LOCALIZEM-NO.

Por outro lado, diminuam drasticamente a carga fiscal e as custas judiciais nas ZONAS ULTRA-PERIFÉRICAS DO CONTINENTE. Porque há-se ser só nos Açores e na Madeira?

O que não faz sentido nenhum é manter infraestruturas e burocracias caras para comunidades com 100 almas ao abandono. Porque não criar serviços ambulatórios no campo educativo, da justiça e da saúde, tal como noutros tempos existiram? Hoje, com todo o apoio tecnológico disponível?

O governo deveria, além do mais, perante este estado de emergência, que vai agravar-se ao longo de toda a década, patrocinar um levantamento sociológico, cultural e audiovisual do empobrecimento em curso, não para especularmos com o resultado, mas para encontrarmos soluções que mitiguem efetivamente o desastre que se adivinhava há muito e hoje está à vista de todos, e para que nós, ex-rurais e urbanícolas em boa medida suburbanos e a empobrecer possamos compreender melhor o que realmente se passa, sem o filtro corrompido da corja partidária.

Este levantamento deve ser adjudicado através de bolsas de investigação e criação abertas a técnicos e artistas (antropólogos, sociólogos, psicólogos, geógrafos humanistas, fotógrafos, cineastas, dramaturgos, artistas plásticos, filósofos...), com o máximo de transparência, sem burocracias escusadas, deixando completamente de lado os predadora dos grandes gabinetes, escritórios e consultoras que há décadas se servem do regime, nomeadamente através do sangue partidário que lhes corre nas veias.

Há um exemplo histórico, vindo da América da Grande Depressão. Chamou-se Farm Security Administration. Copiem-se os bons exemplos!

Walker Evans, for the Farm Security Administration / Office of War Information / Office of Emergency Management / Resettlement Administration (Wikipedia)

POST SCRIPTUM — Escreve-me um amigo:

“... o problema está no parlamento que tem competência legislativa e de fiscalização do Governo.

Se não exercem com competência as suas funções, teremos de responsabilizar um a um os deputados que foram eleitos. São apenas 230 neste mandato, poderemos ir um pouco atrás mas não deve haver mais do que mil pessoas com responsabilidade máxima nas decisões .

Os estudos estão feitos, o resto é retórica.”


Última atualização: 28 jun 2012 21:51