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terça-feira, junho 23, 2009

Crise Global 67

Bolha mediática prestes a rebentar

Está esclarecido o mistério da candidatura de José Eduardo Moniz à direcção do Benfica: o homem sabe que o porta aviões da TVI, isto é o Grupo Prisa, vai a pique, tal como o Titanic!


Dívidas obrigam Grupo Prisa a procurar sócios minoritários


O grupo Prisa, proprietário do jornal espanhol ‘El País’, já tem mais de cinco mil milhões de euros em dívida acumulada.

Esta situação obriga à procura de sócios para vender participações minoritárias dos seus negócios, incluindo da Media Capital, que detém a TVI e a editora Santillana.

Encarando as dificuldades em fechar o acordo com a Vivendi e a Telefónica para vender a Digital +, o grupo Prisa duplicou os esforços para procurar novos sócios para as suas empresas. — in Económico.

PT sozinha na corrida para comprar a TVI

A Portugal Telecom (PT) está em negociações para comprar 30% da Media Capital, a empresa que detém a TVI. Segundo o jornal Expresso, a Ongoing saiu do negócio por só aceitar uma posição maioritária. — in DN TV&Media.

Spain's Prisa to cut pay, dividends

MADRID, June 18 (Reuters) - Debt-burdened Spanish media group Prisa (PRS.MC) will ask staff to take pay cuts and is suspending dividends probably until 2011 as it steps up its restructuring efforts, its CEO said on Thursday.

The owner of newspaper El Pais did not rule out a capital hike, as shareholders approved last year, and will press to find business partners, Juan Luis Cebrian told the company's annual shareholders' meeting, as the group battles a heavy debt burden and a downturn in advertising.

... "We are going through an extremely difficult situation, but it is not desperate ... nor is the group's future threatened," Cebrian said. — in Reuters.

Quem haveria de dizer que a estrela luminosa do jornalismo e da comunicação mediática global saída desse extraordinário diário espanhol chamado El País não passa neste momento de uma estrela cadente? Que se passou? Deixou de fazer bom jornalismo? Perdeu audiências? Não resistiu às quebras de receita no sector publicitário? Cresceu demais?

Bom jornalismo e audiências não perdeu certamente. Basta comprar o El País do próximo Sábado, ou ouvir a Manuela Moura Guedes na Sexta, para concluir que continuam em alta em matéria de bem confeccionar notícias e capacidade de atrair audiências.

Já que no que se refere a receitas de publicidade, excesso de endividamento e grandes perdas em bolsa, a coisa muda de figura.

Depois de ter batido no fundo em 9 de Março deste ano (ver Bolsa PT), as acções da Prisa lá se foram levantando até chegar ao máximo deste ano —4,34 euros— no passado dia 8 de Junho, estando desde aquela data em queda. Mas o pior pode estar por vir! Há quem sussurre sobre o colapso a curto prazo do altamente endividado sector mediático espanhol, que como o resto da economia espanhola viveu anos de ouro à sombra da especulação imobiliária e bolsista, endividando-se ruidosamente, como se o mundo não tivesse fim, ou parte do explorado terceiro mundo e algumas ex-colónias europeias não tivessem emergido como pujantes economias do século 21, declaradamente indispostas a mimar por muito mais tempo um Ocidente consumista, cheio de retórica humanista, mas cada vez mais endividado e a perder hábitos de trabalho.

As televisões autonómicas espanholas estão virtualmente falidas. Mas sobretudo só agora começamos a conhecer os enormes estragos que a Internet veio e continuará a provocar no grande sistema mediático inventado na América, por volta de 1928, depois da publicação do decisivo e pouco conhecido livro Propaganda, de Edward Bernays, sobrinho de Sigmund Freud e fundador do conceito de Relações Públicas. O Broadcast big-brotheriano tem vindo a ser paulatinamente substituído por uma nova e radical turba multa mediática chamada Netcast, muito mais democrática e incontrolável, como se tem visto nos recentes conflitos bélicos internacionais e nas manifestações contra o autoritarismo e a criminalidade de Estado por esse mudo fora: Bush, Iraque, Líbano, Afeganistão, Irão, etc.

Há quinze anos que falo disto. Mas nem o Pinto Balsemão, nem alguns governos autonómicos do país vizinho ligaram às minhas palavras quando amigavelmente as transmiti em modo de aviso. O problema agora é que os governos estão falidos, sobretudo depois de injectarem biliões de dólares e euros nas economias americana e europeia para salvar a obsoleta indústria automóvel e as máfias banqueiras. Não vai haver igual benesse para salvar os jornais e as televisões, até porque haverá outras prioridades no futuro imediato: empresas energéticas com passivos gigantescos (veja-se o caso patético da EDP), sistemas de segurança social à beira do colapso e um incomensurável buraco negro financeiro chamado Derivados, ou Derivatives, cujo valor nocional, i.e. de potencial desastre, corresponde a qualquer coisa como quatro vezes o PIB mundial!

A única saída para evitar o colapso dos governos será muito provavelmente imprimir dinheiro à toa, de onde sairá, se o fizerem, uma inevitável onda de hiperinflação. Mugabe já deve estar a rir-se à gargalhada. Até lá, contem com mais falências —a bolha mediática pode ser a próxima a rebentar—, mais impostos, mais desemprego, escassez e subida generalizada do preço do dinheiro, hipotecas a subir, e uma viragem das vossas vidas como nunca imaginaram.

Sobretudo não dêem crédito aos governantes, que continuarão a mentir como mentiram até agora — isto é, com todos os dentes!


OAM 593 23-06-2009 23:07