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terça-feira, maio 12, 2015

EUA: 22 estados falidos


Estados americanos com défices fiscais perigosos e ameaças pendentes de suspensão de pagamentos

Os PIIGS não passam de uma manobra de distração


Portugal, tal como os outros países visados pelo odioso acrónimo, chegaram à pré-bancarrota em grande medida por causa da fantasia de um crescimento virtual assente em dívidas públicas, empresariais e familiares exponenciais, políticas públicas neoneoneokeynesianas, e consumo conspícuo. Mas as grandes bolhas estão noutros lugares: Japão, Estados Unidos, Inglaterra. Não se vêm com a mesma acuidade porque os respetivos governos e bancos centrais mentem permanentemente sobre o que se passa. Olhando, porém, para a pobreza e instabilidade social crescentes nesses país compreendemos perfeitamente que o buraco negro criado —nomeadamente o Grande Buraco Negro dos Derivados Especulativos (OTC Derivatives)— poderá, a qualquer momento, empurrar o planeta para um colapso financeiro e económico bem pior do que o de 2008.

Quase metade dos estados dos EUA está oficialmente falida. E no entanto as agências de notação de crédito mantêm o país em AA+ (excellent) !!!

Via AP/ Zero Hedge:

An Associated Press analysis of statehouse finances around the country shows that at least 22 states project shortfalls for the coming fiscal year. The deficits recall recession-era anxiety about plunging tax revenue and deep cuts to education, social services and other government-funded programs.

The sheer number of states facing budget gaps prompted Standard & Poor’s Ratings Service to call the trend a sort of “early warning.”

“After all, if a state is grappling with a budget deficit now, with the economic expansion approaching its sixth anniversary, what will be its condition when the next slowdown strikes?” credit analyst Gabriel Petek wrote in a recent report.


[...]

The forces at work today are somewhat different than when the recession took hold in 2008. In some states, revenue growth has been stagnant, missing projections and making it difficult to keep pace with expanding populations and rising costs for health care and education. Other states have been hurt by a steep decline in oil prices or seen their efforts to promote growth through tax cuts fail to work as anticipated...

A majority of states have failed to climb back to their pre-recession status, in terms of tax revenue, financial reserves and employment rates, said Barb Rosewicz, who tracks the fiscal health of states for The Pew Charitable Trusts.

Alabama, for example, faces a $290 million shortfall after a voter-approved bailout expires at the end of the current fiscal year. If nothing is done, the courts will not have the staff to send jury notices, monitor juvenile delinquents, process protection orders and collect and distribute child support payments, he said.

“This is an insane proposition,” Hobson said. “The public would suffer.”

Nationally, total tax revenue coming to the states has been rising, but the pace has been slow as employment continues to lag pre-recession levels in more than half the states, according to the Pew Charitable Trusts. Pew also found that 30 states are collecting less revenue than at their peak.

The Census Bureau recently reported that total state government tax collections in fiscal year 2014, which in most states ended last June, increased 2.2 percent over the previous fiscal year. That represented the fourth consecutive overall increase, but 17 states reported declines in tax revenue from the previous fiscal year, according to the report. Alaska saw the biggest drop, of $1.7 billion.

In Illinois, lawmakers are trying to figure out how to close a $6 billion projected shortfall for the next fiscal year, due largely to the expiration of a temporary tax increase [and] in Kansas, the Republican governor and GOP-dominated Legislature now confront budget deficits after aggressive tax cutting that prompted them to reduce school funding this spring.


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terça-feira, novembro 20, 2012

Onde está o porco?

©ASN para O António Maria

Os ataques constantes aos PIIGS escondem uma falência bem maior: a da América e a do Reino Unido

“Every day that the markets are open the US government borrows an additional $4billion, roughly. For 5 years running the country’s budget deficits were considerably in excess of $1 trillion. Britain is among the world’s most highly indebted societies if you combine private and public debt, and despite all the blather in the press about ‘austerity’, the public sector keeps going more into debt. Japan has long been a bug in search of a windshield.”

Some personal thoughts on surviving the monetary meltdownBy Detlev Schlichter On November 17, 2012 .

A dívida bruta dos Estados Unidos (dívida nacional/PIB) excede os 120% (105% de dívida federal, 7% de dívidas estaduais, 11% de dívidas municipais). As dívidas da Freddie Mac e do Fannie Mae, ambas garantidas pelo estado americano, correspondem a 40% do PIB. Ou seja, a dívida bruta americana reconhecida oficialmente (1), que já é de 105% do PIB, e não 102,94 (2011), na realidade, se incluirmos as dívidas estaduais e locais sobe para 124% do PIB, e se considerarmos as garantias dadas pelas dívidas colossais das falidas agências governamentais de crédito imobiliário, chega aos 164% do PIB, acima, portanto, da dívida grega em 2011. Isto não são malabarismos, são números!

Por outro lado, o défice anual do governo americano ultrapassa os 6,8% do PIB. O défice real português será em 2012, segundo o Boletim Económico de Outono Banco de Portugal, de 6,2%.

Outra medida do empobrecimento acelerado da sociedade americana: segundo o Banco Mundial, o rendimento per capita (2007-2011) dos EUA é de $48,442, enquanto que o da Suíça é de $80,391, o da Holanda é de $50,087, o da Alemanha é de $43,689, o do Reino Unido é de $38,818, e o de Portugal é de $22,330.

A tragédia que se aproxima da América, tão rapidamente quanto o furacão Sandy, poderá ter consequências muito mais funestas: chama-se falésia fiscal (fiscal cliff), ou seja, a imposição de uma redução automática do défice americano, a partir do dia 1 de janeiro de 2013, no montante de 4% do PIB, ou seja, mais de 600 mil milhões de dólares —500 mil milhões de aumentos fiscais e 100 mil milhões de cortes na despesa.

Quanto ao caso inglês, mede-se por um único gráfico: o da situação das responsabilidades do governo britânico em sede de pensões de reforma: 343% do seu PIB!


Fonte: ONS (através do ZeroHedge)


Para termos uma ideia aproximada do que a falésia fiscal e o colapso dos sistemas de segurança social podem causar no sistema financeiro americano, inglês e mundial, apenas temos que ter em conta que o mesmo assenta basicamente num pilar: a confiança, ou fidúcia. Se este ruir, o sistema cairá como um castelo de cartas, de um momento para o outro. O estrago será tanto maior quanto maior for o lixo escondido atrás da confiança. Por exemplo...

Há dois buracos negros, e não apenas um, no sistema financeiro mundial, que vem, desde meados dos anos 80 do século passado, criando um vácuo que acabará por sugar o sistema financeiro mundial para as suas profundezas sem saída. Um destes buracos é formado pelos derivados financeiros não regulados (OTC), e o outro é constituído pelo chamado Shadow Banking: intermediários financeiros não bancários —edge funds, special investments vehicles (SIV) e money market funds. O primeiro buraco negro (2) tem um potencial máximo de destruição na ordem de 10x PIB mundial (ou seja, 639x10E12 USD, em novembro de 2012), o segundo buraco negro (3) representa algo muito próximo do PIB mundial de 2011, ou seja, 70 milhões de milhões de dólares. No momento em que os bancos, companhias de seguros, fundos de pensões, ou governos deixarem de poder honrar contratos, nomeadamente por efeito da fadiga crescente da monetização das dívidas, o castelo começará a ruir. Com as economias paradas, a borregar, ou em fase de abrandamento dos crescimentos rápidos (países emergentes), como e quando poderão ser honrados compromissos equivalentes a 10x o PIB mundial, ou equivalentes mesmo a 1x o PIB mundial?

São, em suma, duas borbulhas horrorosas que acabarão de rebentar por si se entretanto não as soubermos espremer devagarinho. E quando rebentarem, vai ser tão trágico quanto a sorte do senhor Creosote dos Monty Python.

Não deixa de ser sintomático que cerca de 96% da exposição americana a este mercado de derivados fora de controlo (basicamente associados à especulação com taxas de juro, mercados cambiais, equities, commodities, e CDS) esteja na posse de cinco bancos apenas, quatro dos quais são americanos, e um inglês: J.P.Morgan, Citi Group, Bank of America, Goldman Sachs e o inglês HSBC.

Por alguma razão a América, o Reino Unido e as suas ratas sábias, a que chamam agências de notação, olham e querem que todos olhemos apenas para a tragédia grega!

Estamos cada vez mais perto do que David Hackett Fischer chama o fim de uma vaga de revolução nos preços (price revolution), a qual teve início no fim da chamada Era Vitoriana e exibe agora todas as características do colapso de uma longa era: crise energética e de recursos alimentares à escala global, excesso populacional, envelhecimento demográfico, inflação e desvalorização monetária (disfarçadas até a crise deo Subprime e colapso do Lehman Brothers pela criação imparável de dinheiro fictício e destruição das taxas de juro), perda de rendimentos, insolvência das empresas, das pessoas e dos governos, amplificação das desigualdades sociais.





Keynes teorizou, Krugman papagueou e Obama está mais perto de, sob a pressão constante do lóbi sionista de Israel e dos industriais de armamento americano, repetir a Grande Experiência. Só que desta vez vão precisar de milhares de drones (UAV), pois carne para canhão jovem e tenra é coisa que escasseia e a que existe está cheia de químicos imprevisíveis nas veias :(




  •  (19 nov 2012) — Declaração da CE, do BCE e do FMI sobre a sexta missão de avaliação em Portugal: “Em termos globais, a avaliação confirma que estão a ser feitos sólidos progressos. A existência de um amplo consenso político e social continua a ser um elemento importante para o êxito do programa.” Vale a pena comparar as receitas experimentadas pelos PIIGS e o programa de Obama para vencer o fiscal cliff...
FMI-aval_6-pr12448p

  • Portugal: 2012 Article IV Consultation
    Concluding Statement of the IMF Mission1
    November 20, 2012 (LINK)

    1. Portugal’s crisis is due to a legacy of policy failures in the face of a rapidly changing environment. Economic institutions and policies proved ill-adapted to the demands and opportunities of monetary union and globalization. The rapid transition from decades of financial repression and monetary instability was proving difficult. Monetary union, instead of delivering on the promise of sustainable catch-up growth to EU living standards, facilitated the accumulation of economic and financial imbalances. The competitiveness of the tradable sector eroded. Abetted by a banking system prone to allocating too much credit to poor risks, leverage in the non-tradable sector increased markedly, notwithstanding weak productivity growth. The public sector in turn financed rapidly growing spending, particularly on social protection, through higher taxes and accumulating debts. And in the face of all this, the policy response was, at best, muted. Consequently, in the first half of 2011, Portugal’s government and banks were shut-out from financial markets. [texto integral]

    Esperemos que a nossa imprensa traduza e publique mais este violenta paulada nos devoristas do regime português: bancos, monopólios rendeiros e nomenclatura partidária, corporativa e sindical.

NOTAS
  1. Estas cifras verdadeiras contrastam com alguns números oficiais, resultantes, no fundo, do desenho dos chamados perímetros orçamentais, os quais se prestam a martelar as contas públicas em vários países sobre endividados. Para um gráfico negro dos PIIGS e cor-de-rosa pálido dos EUA do Reino Unido, com a teia europeia do endividamento, ver esta atualização sofrível (mas incompleta) da BBC: Eurozone debt web: Who owes what to whom? (BBC News).
  2. ZeroHedge.
  3. ZeroHedge.

Última atualização: 22 nov 2012 ; 00:03