Aceitará o BCE como colateral de próximos empréstimos o revolucionário papel higiénico preto da RENOVA? É resistente, e dura, dura, dura... |
Enquanto não expusermos e enquanto não expulsarmos do sistema a nomenclatura que nos conduziu até este colapso não sairemos do buraco
ECB accepts Portugal Bonds due Dec. 31, 9999
“No joke: the European Central Bank accepts a Portuguese bond from the year 1943 as collateral due for repayment on Dec. 31, 9999. The ECB has turned into the dumping ground for European banks’ junk bonds. The practice could harm the central bank’s reputation as well as the Euro. The ECB issues Euros for almost everything.”
Webcompact
Paul Krugman propõe alegremente que a dívida pública americana chegue até aos 130% do PIB, ou seja, mais do dobro do limite imposto pela Alemanha aos seus parceiros comunitários. Para este neo-freak-neo-keynesiano não há nada melhor para tirar a América do pântano do que copiar o destino trágico do Japão, cuja depressão, que dura há mais de vinte anos, está a conduzir o país, literalmente, ao suicídio demográfico. O Japão conseguiu aguentar até hoje tamanho período de adversidade económica, por um lado, porque se manteve durante décadas como um dos maiores exportadores mundiais, privilégio que começou entretanto a perder, sobretudo depois de os países emergentes terem começado a copiar a sua receita de sucesso (1), e em segundo lugar, porque a sua economia assenta num modelo político inaceitável nas democracias ocidentais. Krugman receita, pois, o desastre tanto para o país que Obama prometeu mudar, como para os incautos e oportunistas da Europa.
O Quantitative Easing da FED e as LTRO (Long Term Refinancing Operations) promovidas pelo BCE, que têm vindo a alimentar sem limite nem vergonha os sistemas bancários e financeiros americano e europeu, têm conseguido até agora adiar o colapso das instituições financeiras e dos governos que se lançaram ao longo das últimas décadas numa fuga em frente, tipicamente especulativa no que toca aos piratas financeiros, e tipicamente populista, corrupta e keynesiana, no que respeita ao deficit spending da esmagadora maioria dos governos europeus. A previsível eleição de François Hollande aponta, infelizmente, para a continuação desta tendência para o abismo.
É que como todos sabemos, milhões de pessoas em todo o mundo estão a pagar com desemprego, falta de emprego, perdas de salário, quebras contratuais de direitos sociais, e falências empresariais e pessoais que não param de aumentar, uma receita que consiste basicamente em continuar a alimentar um buraco negro sem fim, cavado criminosamente pelos chamados derivados financeiros dos mercados paralelos (OTC derivatives). Ou seja, os criminosos estão a ser recompensados pelos seus crimes.
O BCE empresta com base em garantias, diz Mario Draghi. Mas que garantias são essas? Papel higiénico de boa qualidade, serve? Não valerá certamente menos do que os tais títulos emitidos pelo Estado português entre 1940 e 1943, e que constam de documento oficial do BCE (2) como vencendo no ano 9999, sendo, salvo gralha não denunciada, para garantir empréstimos recentes!
EUR 01/02/1942 00:00:00 31/12/9999
EUR 15/03/1943 00:00:00 31/12/9999
EUR 01/01/1940 00:00:00 31/12/9999
A culpa também é da Matemática, mas recai sobretudo em quem contrata os matemáticos da especulação.
Investment Banks & Financial Maths
“Are financial mathematicians responsible?
Incredibly, the ‘blame’ is limited to losing trillions. The debate focussed on whether the mathematical models or data they used as input were good enough; the question of whether it is ethical to provide the mathematical instruments for creating credits out of repackaged debts and to gamble with people’s live savings and livelihoods never entered into consideration. As one investment banker was quoted saying: “Banks need high level maths skills because that is how the bank makes money.” Those deals that spiralled so badly out of control would not have been possible in the first place without the collusion of financial maths and financial mathematicians, known affectionately and awe-inspiringly as “quants” in the trade, commanding salaries typically in millions and above.”
(...)
Tim Johnson, Academic Fellow in Financial Mathematics based at Heriot-Watt University and the Maxwell Institute for Mathematical Sciences in Edinburgh, said in his own defence [10]: “I was drawn into financial maths not because I was interested in finance, but because I was interested in making good decisions in the face of uncertainty...One of the key objectives of financial maths is to understand how to construct the best investment strategies that minimise risks in the real world.” But he has not asked himself: minimise risks for whom and for what purpose that would serve humanity, or at least do them no harm.
ISIS
O debate ideológico destas questões é essencial para evitarmos o pior. Mas o silêncio sobre Ron Paul, entre muitos outros silêncios —como, por exemplo, sobre a confissão de um suposto co-autor do assassínio de um primeiro-ministro e de um ministro da defesa portugueses (3)—, é mais uma prova da clara insuficiência e falta de independência de um dos principais instrumentos do diálogo democrático: a nossa imprensa.
NOTAS
- O Japão descobriu uma fórmula para tornar-se um dos maiores exportadores mundiais ao longo das últimas décadas: manter a sua moeda escandalosamente subavaliada, emprestar ao exterior a juros próximos de zero (promovendo por esta via o célebre yen carry-trade), deslocalizar as suas indústrias para países com mão-de-obra muito barata, quase sem direitos sociais e com fraca ou nenhuma legislação ambiental e sanitária, boicotar pela via burocrática as importações (apesar de subscrever todas as regras do livre comércio), e manter uma economia de emprego muito paternalista, apoiada basicamente em dois pilares: o Estado, que alberga 1% da população (em Portugal, convém lembrar, a burocracia estatal corresponde a mais de 5% da população, 512 424 em Dezembro de 2011 — um dos pecados originais do nosso subdesenvolvimento endémico) e as corporações familiares que dominam o país, o sistema partidário rotativo e o aparelho estatal. As grandes obras públicas (que servem para substituir os empregos exportados para países baratos) e a fuga fiscal das corporações são os principais responsáveis pela gigantesca dívida pública do Japão, a maior do mundo, per capita, e em percentagem do PIB. Não deixa se ser curioso e trágico assistirmos à réplica deste modelo de capitalismo simultaneamente paternalista, autoritário e suicida nos Estados Unidos da América, e mais recentemente, na Europa!
- É impressionante o número de operações realizadas com o Banco Santander Totta, SA. (ver mapa do BCE)
- Duas citações da confissão de Farinha Simões:
"Volto a Portugal, cerca de 5 ou 6 dias antes do atentado. É marcado por Oliver North um jantar no hotel Sheraton. Necesse jantar aparece e participa um indivíduo que não conhecia e que me é apresentado por Oliver North, chamado Penaguião. Penaguião afirma ser segurança pessoal de Sá Carneiro. Oliver North refere que Penaguião faz parte da segurança pessoal de Sá Carneiro e que é o homem que conseguirá meter Sá Carneiro no Avião. Penaguião afirma, de forma fria e directa que sá Carneiro também iria no avião, "pois dessa forma matavam dois coelhos de uma cajadada!" Afirma que a sua eliminação era necessária, uma vez que Sá Carneiro era anti-americano, e apoiava incondicionalmente Adelino Amaro da Costa na denúncia do trático de armas, e na descoberta do chamado saco azul do Fundo de Defesa do Ultramar, pelo que tudo estava, desde o início, preparado para incluir as duas pessoas. Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa. Fico muito receoso, pois só nesse momento fiquei a conhecer a inclusão de Sá Carneiro no atentado. Pergunto a Penaguião como é que ele pode ter a certeza de que Sá Carneiro irá no avião, ao que Penaguião responde de que eu não me preocupasse pois que ele, com mais alguém, se encarregaria de colocar Sá Carneiro naquele avião naquele dia e naquela hora, pois ele coordenava a segurança e a sua palavra era sempre escutadda. No final do jantar, juntam-se a nós três o General Diogo Neto e o Coronel Vinhas.
Fico estarrecido com esta nova informação sobre Sá Carneiro, e decido ir, nessa mesma noite, à residência do embaixador dos EUA, na Lapa, onde estava Frank Carlucci, a quem conto o que ouvi. Frank Carlucci responde que não me preocupasse, pois este plano já estava determinado há muito tempo. Disse-me que o homem dos EUA era Mário Soares, e que Sá Carneiro, devido à sua maneira de ser, teimoso e anti-americano, não servia os interesses estratégicos dos EUA. Mário Soares seria o futuro apoio da política americana em Portugal, junto com outros lideres do PSD e do PS. Aceito então esta situação, uma vez que Frank Carlucci já me havia dito antes que tudo estava assegurado, inclusivamente se algo corresse mal, como a minha saída de Portugal, a cobertura total para mim e para mais alguém que eu indicasse, e que pudesse vir a estar em perigo. Isto é a usual "realpolitik" dos Estados Unidos, e suspeito que sempre será."
(...)
"A este respeito gostaria de acrescentar que numa reunião que tive, a sós, em 1986, com Lencastre Bernardo, num restaurante ao pé do edifício da PJ na Rua Gomes Freire, ele garantiu-me que Pinto Balsemão estava a par do que se ia passar em 4 de Dezembro. No restaurante Fouchet's, em Paris, Kissinger tinha-me dito, “por alto”, que o futuro Primeiro Ministro de Portugal seria pinto Balsemão. E importante referir que tanto Henry Kissinger como Pinto Balsemão eram já, em 1980, membros destacados do grupo Bilderberg, sendo certo que estas duas pessoas levavam convidados às reuniões anuais desta organização."
Comentário: se a confissão é um delírio, a Embaixada dos EUA e o nosso governo devem desmentir. Se não podem desmentir, então é o maior escândalo imaginável nas relações entre dois aliados. Terá a CIA encomendado o assassínio de um primeiro-ministro e de um ministro da defesa de Portugal? Como classificariam os EUA tal ação se os alvos fossem o seu presidente e o seu secretário de estado da defesa? Terrorismo, certo?