Reserva Federal Americana sem limites! A caminho de Weimar?
Na Europa, a próspera Irlanda, à beira da falência! E Portugal?
U.S. Senate Approves $700 Billion Financial-Rescue
By Nicholas Johnston and James Rowley
Oct. 1 (Bloomberg) -- The U.S. Senate tonight approved a $700 billion financial-rescue plan that funds the biggest government intervention in the markets since the Great Depression. The package now goes to the House of Representatives, which rejected an earlier version of the measure.
The bill, a bipartisan effort to restore confidence in the nation's banking system, passed 74-25 with 40 Democrats, 33 Republicans and independent Joe Lieberman of Connecticut voting for it. The two presidential nominees, Democrat Barack Obama and Republican John McCain, returned from the campaign trail to cast votes for the plan.
Backed by the Bush administration, the measure authorizes the government to buy troubled assets from financial institutions reeling from a record number of home foreclosures.
Ireland puts up €400bn to protect six big lenders
Wednesday October 1 2008 (Guardian).
Ireland announced yesterday that the state would safeguard all deposits, bonds and debts in six banks and building societies for two years following a huge share sell-off on Monday.
The €400bn package covers Allied Irish, Bank of Ireland, Anglo Irish Bank, Irish Life and Permanent, Irish Nationwide Building Society, and the Educational Building Society. British depositors with accounts in their UK branches will be covered, as will savers at the UK's Post Office whose deposits are run by Bank of Ireland.
The department of finance in Dublin said it was still considering whether the scheme could be extended to subsidiaries of Irish banks in the UK; it was awaiting a ruling by Ireland's financial regulator.
Opposition leaders warned that if the scheme failed it had the potential to bankrupt the republic. In Britain, ministers were also critical, suggesting it could breach European Union state aid rules.
Brussels made it clear yesterday that it was refusing to suspend such rules to meet the crisis Britain, Belgium, France, Germany and other states have all notified Brussels of their bail-outs, with European Commission officials promising urgent and swift decisions.
Another European bank was bailed out yesterday, the third within 48 hours, as €6.4bn was injected into Dexia. An emergency overnight meeting saw the Belgian government agree to invest €3bn, an amount matched by the French state which is to become a 25% shareholder. Luxembourg is supplying the remainder.
Dexia is the world's biggest lender to local government, but also has more than 5m retail customers. Its shares fell 30% on Monday.
Os 700 mil milhões não vão chegar. E como não vão chegar, pois representam apenas uma gota de água do imparável défice da América, está em curso um golpe de Estado legislativo -- chamado Emergency Economic Stabilization Act of 2008, H.R. 3997 -- cujo resultado, se passar incólume na Câmara dos Representantes (1), permitirá à Reserva Federal, ou seja ao cartel de bancos privados também conhecido por FED, criar do zero todo o crédito de que precisar para alimentar a voragem de um império a caminho da hiperinflação e do crash.
O impacto desta espécie de regresso sombrio da República de Weimar, vai lançar a Europa no caos. Para os que pensam que a corrida aos bancos ainda não começou, esclareço o seguinte: não há grandes bichas de clientes às portas dos bancos pela simples razão de que boa parte deles não têm senão dívidas acumuladas! Os fundos das grandes contas, pelo contrário, estão há mais de um ano a ser desviados pelos respectivos depositantes, accionistas e especuladores, em direcção aos países fiscais e à aquisição de activos capazes de resistir à sucção ciclónica do buraco negro dos derivativos. A prova do que afirmo é o número de instituições financeiras que já quebraram desde o Verão de 2007. Prova do que afirmo é o montante astronómico de dólares, libras, euros e francos suíços que os mealheiros públicos de uma trintena de países já injectou no mercado financeiro euro-americano. Prova do que afirmo e clamorosa demonstração desta corrida para o abismo, é a pré-falência já não de um grande banco, mas de um país inteiro, um país que ainda há um ano exibia orgulhosamente crescimento anual de 8%. Esse país chama-se Irlanda!
Ao contrário do que afirmam os optimistas profissionais, em Portugal, a situação pode evoluir num ápice para o desastre. Basta meditar uns segundos nesta notícia do Correio da Manhã de 1 de Outubro.
Milhões da UE aguentam banca portuguesa
Montante emprestado subiu 23,5 vezes desde Agosto de 2007
A Banca portuguesa tem recorrido cada vez mais ao Banco Central Europeu (BCE) para cedência de dinheiro como consequência da crise financeira mundial. Segundo dados do último boletim estatístico do Banco de Portugal, a cedência de liquidez às instituições financeiras que trabalham no nosso país quase triplicou desde o início do ano e subiu 23 vezes desde que a crise do Subprime se iniciou em 2007. No último mês de Agosto, o banco central cedeu 5,5 mil milhões de euros ao sistema financeiro nacional. Em Janeiro, as necessidades de liquidez da Banca estavam nos 1,8 mil milhões. E, se recuarmos a Agosto de 2007, as necessidades de financiamento dos bancos portugueses não iam além dos 234 milhões de euros.
Como disse Manuela Ferreira Leite, com razão, "não há dinheiro para nada!"
Hoje o Estado português, central, regional e autárquico, vai buscar dinheiro aos bancos (e ao sector financeiro desregulado!) para pagar os vencimentos da Função Pública. Tendo por outro lado em conta que o "endividamento das famílias portuguesas era da ordem dos 37% do rendimento disponível (1985), 87% (2000) e 124% (2006)" [Medina Carreira, 2007; A Economia Portuguesa, MFAP/DGEP, 2004, 2005, 2006], podemos intuir facilmente a gravidade do problema de tesouraria que poderá ocorrer no curto e médio prazo.
Temo ainda que à medida que tomarmos consciência de que empresas tão estruturantes como a TAP podem estar à beira da ruptura -- 200 milhões de euros de prejuízos previsíveis para o fim de 2008, e a compra da PGA ainda por contabilizar! (2) --, ou de que os "grandes investimentos" -- novo aeroporto, Alta Velocidade (3), nova travessia do Tejo, novas autoestradas (4) e barragens -- muito dificilmente encontrarão o financiamento exterior de que precisam, e portanto serão em breve abortados (ou adiados sine die), o espectro de uma desvalorização catastrófica em bolsa do lóbi do betão arraste todo o sector financeiro para a lama das falências. É por isso que os sound bite do Governo começam a ser contraditórios: Manuel Pinho asneira para um lado, o inenarrável dromedário das Obras Públcias, para o outro!
Não podemos esperar que o mundo desabe, nem confiar nas palavras irresponsáveis do senhor Durão Barroso, que de economia e gestão de crises já provou nada saber. A Euro-América está no meio de um ciclone alimentado por três poderosas forças destrutivas: a crise energética, a crise climática e a crise económico-financeira. Para debelar esta crise sistémica é necessária uma visão ampla e compreensiva da natureza intrínseca dos problemas. Doutro modo, o ciclone transformar-se-à num furacão bélico de consequências imprevisíveis. O aumento de 27% nas despesas militares russas para o ano de 2009 é o sinal mais evidente do potencial destrutivo da presente crise de supremacia do "mundo ocidental".
NOTAS
- Bush pressiona Câmara dos Representantes após Senado aprovar Plano Paulson
02-10-2008 09:10 (Lusa/ Diário Económico). "Os americanos esperam e a nossa economia exige que a Câmara [dos Representantes] adopte esta semana esta boa lei e a reenvie ao meu gabinete", comentou Bush, citado pela Lusa, após o Senado ter aprovado o plano para injectar 700 mil milhões de dólares (501 mil milhões de euros) no mercado monetário, com 74 votos a favor e 25 contra.
O Presidente norte-americano aplaudiu o voto do Senado satisfeito com o facto de republicanos e democratas terem superado as divergências partidárias para adoptarem o plano do secretário do Tesouro, Henry Paulson.
"Depois dos melhoramentos introduzidos pelo Senado, creio que os membros dos dois partidos na Câmara podem apoiar esta lei", acrescentou Bush. - TAP vai registar os maiores prejuízos de sempre desde a chegada de Fernando Pinto
02.10.2008, Raquel Almeida Correia (Público)
A transportadora perdeu 133 milhões até Agosto e prevê-
-se que as contas piorem até ao final do ano. A tentativa de acordo com os sindicatos parece estar condenada
Quando Fernando Pinto apresentou os resultados do primeiro semestre de operação da TAP (136 milhões de euros de prejuízos), ainda restava a esperança de que o Verão, período de pico da indústria aérea, ajudasse a recuperar a empresa. Ontem, o gestor brasileiro regressou à mesma sala para anunciar que os meses de Julho e Agosto apenas reduziram as perdas em três milhões de euros.
Os dados acumulados dos oito primeiros meses do ano mostram uma TAP a caminho dos piores resultados de sempre desde a chegada de Fernando Pinto, no ano 2000. Desde Janeiro, a companhia registou prejuízos de 133 milhões e "o mais provável é que o resultado líquido seja pior no final do ano", avançou Michael Conolly, administrador financeiro da transportadora, ao PÚBLICO. - Alta Velocidade: Prazo para entrega de propostas termina hoje
02-10-2008 11:53 (Rádio Renascença.) O prazo para a entrega das propostas para concessão e construção do primeiro troço do projecto de alta velocidade ferroviária Poceirão-Caia termina hoje.
...As grandes empresas de construção portuguesas estarão em concurso, como por exemplo a Mota Engil, a Edifer, Zagope e Soares da Costa.
O concurso tem por objecto a atribuição da concessão do projecto, construção, financiamento, manutenção e disponibilização, durante os 40 anos de concessão, das infra-estruturas ferroviárias que integram o troço Poceirão-Caia, numa extensão de 170 Km, compreendendo ainda a exploração da estação de Évora, que integra a gestão e comercialização das áreas comerciais e dos parques de estacionamento.
O projecto realizar-se-á com uma parceria público-privada (PPP) integrando ainda a construção da linha convencional entre Évora e Caia, que ficará sob a responsabilidade do consórcio vencedor.
O plano de construção português de alta velocidade será dividido em seis PPP: cinco para a concepção, construção, financiamento e manutenção da infra-estrutura e uma para os sistemas de sinalização e telecomunicações.
Quando aos prazos definido, o Governo português prevê a entrada em funcionamento da linha Lisboa-Madrid em 2013 e da linha Lisboa-Porto em 2015.
Apesar da forte crise nos mercados financeiros internacionais – e recorde-se que a banca comercial é um parceiro decisivo neste projecto – o Governo mantém, por enquanto, o calendário dos concursos públicos. -- BM. - Estradas de Portugal garante 200 milhões com nova concessão
A Mota e a Edifer são as concorrentes finais à auto-estrada do centro.
Nuno Miguel Silva
2008-10-02 00:05 (Diário Económico.) A Estradas de Portugal (EP) vai encaixar 200 milhões de euros de receitas até ao fim do ano com o pagamento à cabeça proposto pelos consórcios da Mota e da Edifer, que foram apurados para a ‘short list’ do concurso da Auto-estradas do Centro. Em declarações ao DE, Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, sublinhou que este concurso tem várias novidades”. “Em primeiro lugar, os consórcios privados, qualquer deles, propõe pagar à cabeça 200 milhões de euros à Estradas de Portugal”, revela Paulo Campos.
Este responsável acrescenta que, em segundo lugar, quer os estudos da EP, quer as estimativas dos concorrentes apresentam valores em que as receitas geradas são superiores aos custos logo no prazo de 30 anos da concessão, e não no prazo de 75 anos [referente ao novo contrato-programa da EP]. “Por último, o Valor Actualizado Líquido [pagamentos solicitados pelos privados à EP ao longo da concessão] das duas propostas apresentam valores inferiores às estimativas iniciais da Estradas de Portugal”.
OAM 450 02-10-2008 03:56 (última actualização: 13:20)