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sábado, janeiro 12, 2019

Social-fascismo mediático

Pormenor de uma fotografia de Robert Mapplethorpe, exposta no Museu de Serralves


O jornalismo, na sua guerra insane pelas audiências, está a transformar-se rapidamente numa forma pidesca de fascismo mediático. Ana Leal, por exemplo [ver “Ana Leal”: grupo secreto quer “curar” homossexuais — TVI24], tem vindo a destruir tudo o que revelou sobre a corrupção, à medida que percebemos os métodos inaceitáveis, e provavelmente ilegais, do seu jornalismo infiltrado.

Ninguém vai a um médico, ainda por cima a um psicólogo, ou a um psiquatra, se não se sentir mal, quer dizer, doente, neste caso, dos cornos. Quer isto dizer que a homossexualidade é uma doença? Não! Então o que é? Será um estado absolutamente natural da personalidade? Também me parece que não. Um defeito biológico, ou genético? Até agora ninguém demonstrou que seja o caso. Então o que é, porra? Ninguém sabe ao certo, embora haja muitas teorias psicológicas e culturais sobre o assunto. Mas lá que por vezes é um problema que causa transtornos psíquicos e comportamentais a milhares ou milhões de pessoas, é.

E já agora, não confundamos amor com sexo. Podem estar juntos, mas estão muito mais vezes separados. Quando a crise da SIDA atingiu nos Estados Unidos e na Europa a sua fase epidémica e o seu pico mediático, não por acaso, se desenvolveu uma moral monogâmica entre os gays, e se promoveu até a adoção dessa instituição conservadora que é o casamento entre os homossexuais e lésbicas. O objetivo principal desta restauração cultural era apenas um: diminuir o grau de promiscuidade decorrente do facto, de todos conhecidos, de os homossexuais serem muito pouco ou nada fieis e estáveis nas suas relações amorosas e sexuais.

Estas questões são complexas e sensíveis. Devem ser discutidas de forma racional e substantiva, em vez de servir de palco à voragem canina e desmiolada dos novos gladiadores do circo das audiência televisivas. Mas mais importante ainda, as sexualidades alternativas, desviantes, ou fraturantes não devem extravasar em espaço mediático e poder político a sua real e histórica representatividade social. Nem muito menos ser englobadas nessa espécie de federação das causas fraturantes e politicamente corretas que tem servido de elevador eleitoral a vários partidos urbanos mais ou menos populistas, como é o caso, entre nós, do Bloco de Esquerda. A bolha de misandria que se tem vindo a formar ao longo das duas últimas décadas começou, aliás, a rebentar sob a forma de fenómenos de grande magnitude eleitoral, política e cultural, como foram os casos recentes das eleições de Donald Trump e de Jair Bolsonaro. Mas esta é uma discussão para outro post.

Atualização: 12/1/2019 11:43 WET