terça-feira, agosto 31, 2004

Women on Waves 4

Tenho vergonha deste País


OAM #44
31 Agosto
2004

Sr. Primeiro Ministro,
Lamentável, o comportamento do seu Governo na questão do barco das Women Waves. Invocar a questão da soberania neste caso, não só é completamente ilícito, como estampa nos olhos da EUROPA uma imagem retrógrada e hipócrita dum País que até hoje apenas recebeu e ainda nada pagou pela sua condição Comunitária. O Sr esqueceu-se que a soberania nacional dos Países Comunitários caminha para uma soberania partilhada (e não tosca e ridiculamente Nacionalista, como atesta este seu comportamento face às Women on Waves). O Sr esqueceu-se que impediu a entrada no nosso País de cidadãos Comunitários, como se fossem perigosos terroristas! O Sr esqueceu-se do dever de auxílio e solidariedade aos navegantes que clara e honradamente anunciaram os propósitos da sua viagem a Portugal (deixando-os ao largo das 12 milhas, sem alimentos frescos e sob condições climatéricas adversas). Tenho realmente vergonha do comportamento do seu Governo, e temo que o seu Ministro da Defesa tenha avançado muito mais depressa do que previ na transformação ideológica do seu Partido. O PPD que começa a desenhar-se no horizonte tem todas as características oníricas sonhadas pelo seu aliado de circunstância, e nenhuma das sonhadas por Sá Carneiro. O Senhor, se nada fizer, ficará na História como o ingénuo veículo desta aberração.
Atentamente,

AC-P

PS — incito quem ler este Blog a manifestar a sua opinião no Portal do Governo, enviando uma msg de protesto contra este comportamento ilícito, hipócrita e desumano do Governo de Santana Lopes

segunda-feira, agosto 30, 2004

Convenção Bush

Smart mobs e Tactical media: a nova cultura democrática em acção.


Bush no moreOAM #43
30 Agosto
2004
Sou um dos muitos espectadores Portugueses que não perdem The Daily Show de Jon Stewart (na SIC Radical). Depois dos dois últimos filmes de Michael Moore, este é sem dúvida o mais corrosivo e inteligente programa mediático contra o descalabro da América de Bush. No entanto, não se fique com a ideia de que a contestatação criativa e humorística à sinistra pandilha de ladrões que ocupou o poder nas terras do Tio Sam se fica por estes dois excelentes protagonistas galácticos. Activistas de todos os credos e múltiplos colectivos de arte pós-Contemporânea formam já uma imensa rede de enxames inteligentes (os chamados Smart Mobs) anti-Bush.
A Convenção Nacional Republicana, que começa hoje em Nova Iorque, e durará até dia 3 de Setembro, promete pois atrair sobre si uma sucessão de ondas de protestos com os mais diversos matizes e intensidades. Estas eleições deixaram há muito de ser um problema local, dada a hegemonia prepotente exercida pelos Estados Unidos sobre todo o planeta. Desde que a Direita Republicana tomou de assalto as principais instâncias do Poder naquele País, boa parte do mundo ficou suspensa do que sai ou deixa de sair dos sinistros neurónios da cáfila de aldrabões e assassinos capitaneada por Bush. Creio que cada um de nós vota, pelo menos abstractamente, nestas eleições. Tal é a importância que instintivamente atribuimos ao respectivo “day after”. Uma boa táctica, neste novo contexto tecnológico e de cidadania global, seria organizar uma votação virtual à escala planetária, paralelamente ao escrutínio Norte-americano.
Para quem estiver interessado no tema, recomendo alguns destaques recentes, que reuni no blog Radar de hoje.

domingo, agosto 29, 2004

Women on Waves 3

O ridículo Ministro da Defesa Nacional não vive na Europa!


Paulo Portas: metamorfoseOAM
#42
29 Agosto 2004
O imprestável Ministro da Defesa acabou por levar adiante a sua provocação contra a esperada visita a Portugal das Women on Waves. Interpretando a Lei Internacional sobre acolhimento de navios em águas territoriais com aquele calculismo cínico que tão bem caracteriza os pequenos ditadores, o Sr. Portas decidiu impedir a entrada de um navio Europeu num porto Português. Trazia bombas? Droga? Imigrantes escondidos em caixotes de bananas? Mafiosos ligados às redes criminosas de prostituição infantil? Não. Trazia, tão só, um grupo de mulheres e uma causa.
As mulheres são cidadãs europeias, e a causa — a da interrupção voluntária da gravidez — há muito que vem sendo debatida e votada em todos os países da Comunidade.
Para além do oferecimento de serviços de aconselhamento médico, as Women on Waves proporcionam ainda a possibilidade de realizar abortos em águas internacionais, sempre que reunidos os pressupostos previstos na generalidade das legislações comunitárias (e em particular na legislação Holandesa). O Governo Português não tem, pois, nada a ver com este assunto. Tal como não teria se iniciativa cívica similar viesse a ter lugar, por exemplo, no interior de um autocarro Espanhol que viesse a Lisboa defender as mesmas ideias e oferecer a prestação dos mesmos serviços, desta vez em Badajoz, ou se ainda um avião Francês viesse à Portela, fretado por uma ONG determinada a realizar acção idêntica. A interdição executada por este Governo de opereta não passa assim de uma ilegalidade e de uma prepotência manifestas. Aliás graves, se tivermos em conta que ambas se dirigiram contra cidadãos europeus no uso dos seus direitos e liberdades democráticas.
A Direita Portuguesa que actualmente nos desgoverna (por pouco tempo, felizmente) é de uma hipocrisia caricata. Na sua impotência empresarial, política e militar, rasteja como uma pedinte queixosa e baba-se diante dos divinizados Fundos Comunitários (que logo rouba, corrompe ou desbarata em parvoíces). Quando lhe convem, porém, puxa dos pergaminhos inexistentes e transforma o exercício da Política numa Revista nacionalista ao estilo do mais decadente Parque Mayer.
Como previa, o Paulo Portas continua muito bem colocado para destruir ou tomar conta do PPD. Quanto a Santana Lopes, vamos vê-lo frequentemente a assobiar para o ar e a passar intermináveis férias de trabalho em Ibiza. Do Sr. Sampaio, nem pio.

Post-scriptum [22:00] — O PPD pronunciou-se formal e pomposamente, através dum qualquer néscio recentemente promovido por Santana Lopes, a favor do “combate” contra a terrível ameaça à soberania nacional chamada Women on Waves. Que vergonha! Onde já vai o PPD de Paulo Portas...
Toda a gente sabe que as fragatas e as aeronaves do Paulinho nada fazem que se veja, em matéria de controlo da pesca ilegal nas águas territoriais Portuguesas (que aliás, para este efeito, são naturalmente e cada vez mais águas territoriais comunitárias), ou na caça aos traficantes de droga que desembarcam as suas mercadorias de Norte a Sul do País, ou no ataque às redes de tráfico e exploração de seres humanos (mulheres e crianças principalmente), ou na luta contra o expatriamento fraudulento de capitais para o “off-shore” da Madeira e similares. O Paulinho e o novo PPD são impotentes (coitados!) para fazer face a qualquer destas guerras. Mas têm uma coragem do caraças para bloquear, como se de uma armada hostil se tratasse, um pequeno rebocador com 8 mulheres ao serviço de uma causa ideológica comum à esmagadora a maioria da população europeia. Os Espanhóis têm uma expressão muito engraçada para este tipo de exercício virtual do poder: “paja mental” (i.e. pívia mental!).

sábado, agosto 28, 2004

Women on Waves 2

O ridículo Ministro da Defesa Nacional


Paulo Portas: des-foto oficialOAM
#41
28 Agosto 2004
Como era de esperar, a turma de direitinhas que comanda este Governo de opereta tinha que asnear na questão da visita do Women on Waves a Portugal. Gostam de Audis, de Nokias, de Personal Trainers, mas em tudo o resto, estes indígenas, permanecem atávicos, pacóvios, manhosos, e néscios. Falam do alto do seu machismo duvidoso contra o sexo oposto, como se a sorte deste último dependesse dos seus frágeis neurónios. São boçais quando assomam pomposamente no pequeno écrã. Não sabem que a sociedade civil não é uma repartição, nem uma paróquia do Governo. Em suma, divertem-se a fazer figuras betinhas e tristes, enquanto lhes não dermos um valente pontapé eleitoral pela espinha acima!

Teoria da conspiração: o Sr Portas gostaria imenso de aproveitar a visita do Women on Waves para criar incidentes de toda a ordem. Para além do frenesim que seria lançar a sua Armada poderosa contra o rebocador holandês, não deve deixar de aproveitar todas as ocasiões que se lhe ofereçam para entalar suavemente o Santana Lopes, ensinando-lhe pacientemente a meta do futuro PPD, a que PP, um dia, voltará (como líder, claro!). Vamos ver como reage o nosso Chavez.

quinta-feira, agosto 26, 2004

Women on Waves 1

Aborto: a coragem de agir


Women on Waves rumam a PortugalOAM
#40
26 Agosto 2004
O navio da Organização Women on Waves zarpou do porto Den Helder (Holanda) no passado dia 23 de Agosto rumo a Portugal. Esta viagem de apoio à implementação de leis justas sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG) tem origem num apelo e num convite feitos sucessivamente pela Psicóloga Cecília Costa e pelas Organizações Não te Prives, Youth Action for Peace, UMAR e Club Safe.
O nosso País, por influência hipócrita e malévola das hostes mais reaccionárias da Igreja e dos partidos de direita (PP e PPD), continua tendo a lei do aborto mais vil de toda a Europa.
Numa sondagem do Jornal de Notícias, publicada a 26 de Agosto, ficámos a saber que 63% dos Portugueses acolhem favoravelmente esta viagem solidária e activista da Organização Holandesa. É um bom indicador, mais um, do sentimento maioritário que vem crescendo contra os efeitos desastrosos e venais da Direita no Poder.
Parece que o Sr. Portas quer, a este propósito, puxar dos seus ridículos galões de Ministro da Defesa, por um lado, pedindo explicações ao Governo Holandês sobre esta acção cívica, e por outro, ameaçando intimidar as pessoas que decidirem acorrer aos diversos portos onde o Women on Waves atracar. Como se não bastasse, uma qualquer alegada Organização Pró-vida recomenda acções de vandalismo de Estado contra o Womens on Waves! Vamos a ver no que vai dar mais esta provocação da Direita do Sr. Portas e do Sr. Santana Lopes.
É tempo de mostrar ao pequeno provocador do regime (Paulo Portas) que o seu tempo de governante tem prazo. Como?
— Indo ao encontro do Women on Waves, para saudar a iniciativa e dar-lhe um apoio bem visível.
— E recorrendo a todos os meios de esclarecimento público possíveis: Blogs, SMS, telefonemas e mensagens de correio electrónico dirigidas ao Ministério da Defesa, ao Primeiro Ministro (apesar de estar em férias...), ao Presidente da Assembleia da República e ao Presidente da República.
O importante é que cada de nós pense na insensatez da actual situação; na vergonha de termos uma lei e um Estado tão cretinos em matéria tão importante; no facto de mais de 20 mil mulheres Portuguesas abortarem clandestinamente em cada ano que passa, sujeitando-se a perigar a sua própria vida, a agravar ainda mais a tensão psicológica inerente a uma IVG, e sujeitando-se a ser perseguidas policialmente, julgadas e condenadas a pesadas penas de prisão.
O importante é que cada um de nós se mobilize para conversar com os amigos sobre este assunto, e por si só ou em grupo, decida fazer alguma coisa. Não custa nada enviar um mail com duas linhas de protesto aos principais responsáveis deste País.

QUEREMOS UMA LEI DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ, DEMOCRÁTICA E JUSTA!
FIM À HIPOCRISIA DA DIREITA!
FIM À CLANDESTINIDADE E EXPLORAÇÃO DAS MULHERES QUE ABORTAM!
FIM À HUMILHAÇÃO!

Links:

segunda-feira, agosto 23, 2004

Ciber politicos

Com vai a nossa partidarite electrónica?


m.alegre: sitio WebOAM
#39
23 Agosto 2004

Passei a tarde de Domingo a visitar as estratégias Web dos três candidatos à liderança do PS. O resultado foi algo decepcionante. E foi-o por três causas distintas: o das opções informáticas; o da fraca usabilidade e deficiente qualidade da escrita para Web; e o da rarefacção e assimetria dos conteúdos. Esperava que a Web Política surgisse finalmente nesta competição intra-partidária como uma pedrada no charco preguiçoso das nossas práticas eleitorais. Esperava que o exemplo das Presidenciais norte-americanas, actualmente em curso, exercesse maior influência no modo como os três candidatos aderiram à peculiar fricção digital que caracteriza a tecnosfera. Continuo a pensar, apesar do que vi, que o oportunismo enquistado nas articulações aparelhísticas do PS só irá começar a ceder quando as suas óbvias entorses cívicas forem claramente expostas à opinião pública; e quando os eleitores socialistas (os fieis, os estratégicos e os tácticos) começarem a exercer uma influência séria na vida interna do Partido Socialista. O PS, ao contrário do que afirma jacobinamente João Soares, não é nem deve ser um partido de militantes, mas um partido de eleitores — o que faz toda a diferença! Esperava muito mais pica destes ciber-candidatos. Mas vamos, então, às ditas causas...

Opções informáticas
jsocrates: sitio web Neste ponto, as opções não são nada alternativas, nem “modernas”, à excepção do Blog de Manuel Alegre, feito com o Movable Type e animado por Helena Roseta e José Magalhães, e que poderia, apesar da sua frescura, ter sido menos preguiçoso no desenho e concepção do respectivo ‘template’. Na realidade, os três domínios Web usam (na Web de Manuel Alegre) e abusam (nas páginas de José Sócrates e de João Soares) das tecnologias — e sobretudo dos pacotes comerciais — da Microsoft.
Esta empresa, como todos sabem, tem actualmente um gigantesco processo contra a Comunidade Europeia por causa da Guerra das Patentes em volta da criação computacional e informática. Esta empresa exerce um predomínio comercial absolutamenhte ilegítimo, imoral e inexplicável junto do Estado Português. A famosa fuga de informação sobre as putativa existência de ADM no Iraque, que viria a propiciar o suicídio (ou assassinato) de David Kelly, teve origem numa fragilidade típica dos produtos Microsoft, neste caso no Word (cujos rascunhos subsistem invisivelmente arquivados no DOC final). Os produtos desta empresa têm, como toda a gente sabe, mais buracos de segurança que um queijo Gruyère. Estados, regiões, cidades, grandes e pequenas empresas, por esse mundo fora, começaram há já algum tempo a declinar os cantos Evangelistas do Sr. Gates. Muitos deles passaram, ou estão em vias de passar, para o outro lado da barricada, na guerra informática em curso entre os defensores do Código Secreto e os defensores do Código Aberto (Open Source). E o mais importante, no caso que aqui analisamos, é isto: para publicar documentos na Web não se precisa, para nada, das soluções engatadas da Microsoft.
Os resultados de usarem e abusarem do Microsoft Visual Studio estão à vista no modo como, por exemplo, alguns browsers correntes se recusam a ler os chamados caracteres especiais incluídos nos documentos XML do Sr. Sócrates. Nesta matéria, Senhores candidatos, menos seguidismo, mais contemporaneidade técnica e táctica, e um nadinha de radicalismo, seriam bem-vindos.

Usabilidade e escrita para Web
Ler documentos escritos num livro ou numa revista de papel não é a mesma coisa que ler (e não VER, como aparece anacronicamente no site de M. Alegre) esses mesmos documentos na Web, numa agenda electrónica, ou num telemóvel. Embora a arrumação de ideias e de conteúdos seja mais cuidada no Sítio de Manuel Alegre que nos outros dois (rarefeita na DOT COM! de José Sócrates, e gongórica na página de João Soares), a verdade é que todos revelam desconhecimento absoluto das noções elementares de comunicação na tecnosfera, a que há muito damos os nomes de USABILIDADE e ESCRITA INTERACTIVA. Assim como estão, os manifestos e as moções não chegam a lado nenhum! E sabem porquê? Em primeiro lugar, porque foram ali enfiados com grande desprezo pela funcionalidade e elegância próprias do HTML, e com um lamentável exibicionismo Microsoftiano (dos pacotes Visual Studio e Word ao insuportável Power Point). Em segundo lugar, porque foram publicados na Web, não para serem lidos, mas para que a gente os imprima e depois leia no intervalo do almoço! Ora não é nada disto que se espera de uma guerra de candidaturas animada na Web. E não sendo animada, não suscitando atenção junto de quem se espera que surta efeito, em primeiro lugar, i.e., os internautas, para que serve? Para inglês ver?
Uma nota ainda sobre os formulários de apoio e votação. Se posso votar consecutivamente num mesmo candidato, aumentando artificiosamente o seu score (caso patente na página de João Soares), ou se posso inscrever apoios fictícios, inflaccionando alegremente a corte virtual dum candidato (caso patente na página de José Sócrates), então estamos a brincar à Net. E isso é péssimo, tanto para os Digitais que navegam nas suas águas, como para os Analógicos que vierem a saber da marosca.
A possibilidade de rentabilizar politicamente alguma vantagem competitiva, esperável deste tactical media, parece de momento condenada. Esta perspectiva pouco ou nada afectará a campanha aparelhística de Sócrates. Pouco poderá acrescentar ou diminuir às hipóteses de Soares. Mas, curiosamente, poderá fazer toda a diferença na campanha de Manuel Alegre. Este candidato, tal como antes o malogrado Sousa Franco, caíu bem junto de uma opinião pública farta de jovens ambiciosos sem palavra. Eu compraria um automóvel em segunda mão ao Manuel Alegre. Aos seus rivais, muito provavelmente, não.

Conteúdo
jsoares: sitio web João Soares quer este mundo e o outro; é ligeiro no discurso e ainda mais ligeiro nas ideias; é demasiado reiterativo; exibe um narcisismo em torno da sua pureza partidária que irrita qualquer mortal; afunda-se, resumindo, num demagógico oceano de generalidades. José Sócrates parece uma esfinge! Ele e a sua DOTCOM tiveram uma ideia luminosa: chama-se Plano Tecnológico. E nem mais uma ideiazinha para o debate; nem mais uma elucubração programática, pequenina que fosse, para o País atónito com o seu fantástico Plano Tecnológico. Nada... Sorri como Gioconda e espera que os aparatchiks façam o resto.
Finalmente, Manuel Alegre: li a sua moção, que deveria ter disponibilizado gratuitamente na Web, usando a sua linguagem própria, ie, o HTML, em vez de nos obrigar a comprar licenças Microsoft para o efeito. Até ao momento, é a única coisa produzida com pés e cabeça para o Congresso do Partido Socialista. Sem entrar na discussão dos temas, a sensação com que fiquei foi de que se trata de uma proposta de trabalho simultaneamente realista, corajosa e imaginativa. Recolhe preocupações actuais de muita gente. Reitera que as coisas não podem continuar como estão. Arrisca soluções. Revela-se combativo. Anuncia uma esperança.

É bem possível que o PS ganhe as próximas eleições, independentemente de quem esteja no comando das suas hostes. Seria uma pena que em vez de uma visão clara a nortear as energias positivas deste País, caíssemos de novo no pântano dos compromissos endogâmicos do extremo-centrismo. Temos que derrotar a Direita dos interesses. Temos que impedir a reedição do Bloco Central dos interesses. Mas temos, também, que saber evitar a Esquerda dos interesses — que também existe...

Precisamos de regras justas, de transparência e de responsabilidade.

LINKS: Manuel Alegre [Sítio] [Blog] José Sócrates [Sítio] João Soares [Sítios]

sábado, agosto 21, 2004

EUA 1

Espião da CIA denuncia o desatino da actual política externa americana


OAM
#38
21 Agosto 2004
Through our Enemies' Eyes e Imperial Hubris: Why the West is Losing the War on Terror, escritos pelo agente da CIA Mike Scheuer, compilam dados terríveis de uma política imperial cada vez mais intolerável. O radicalismo islâmico pode muito bem ser apenas a vanguarda de uma resistência muito mais vasta à ganância, à pirataria e ao autismo suicida do Senhor Bush e das pandilhas que o manobram e seguem.
Vale a pena ler o artigo do Guardian sobre o último livro de Mike Scheuer.

RSS Feed—We could have stopped him. CIA spy warns 'war on terror' could plunge US into even greater danger. Julian Borger reports. [Guardian Unlimited]