sábado, março 31, 2007

Sócrates 8

Anjo caído

Universidade Independente: Diploma final de curso de Sócrates assinado
num domingo (1) - Expresso

Lisboa, 31 Mar (Lusa) - O primeiro-ministro José Sócrates completou a sua licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente (UnI) num domingo de Setembro de 1996, dia em que foi assinado o diploma de final de curso, noticia hoje o semanário Expresso.

Na manchete da edição de sábado, o semanário cita "documentos sobre o processo do aluno José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa", que concluiu em 1996 na UnI a sua licenciatura, iniciada anos antes no Instituto Politécnico de Coimbra.

Na Independente, Sócrates realizou cinco cadeiras: Análise de Estruturas; Betão Armado e Pré-Esforçado; Estruturas Especiais; Projecto e Dissertação, leccionadas por António José Morais, e Inglês Técnico, dada pelo ex-reitor da universidade, Luiz Arouca.

Em declarações ao Expresso, António José Morais afirmou que o facto de o diploma ter sido assinado a um domingo "não é estranho", alegando que "nas universidades privadas, muitas vezes trabalha-se ao domingo".

O professor António José Morais confirma ter dado quatro das cinco cadeiras ao primeiro-ministro, mas Luiz Arouca afirmou ao Expresso nunca ter dado qualquer aula nem feito qualquer avaliação a Sócrates.

Também Frederico Oliveira Pinto, que, segundo o Expresso, diz ter sido o primeiro presidente do conselho científico da UnI e, na altura, professor de todas as cadeiras de Cálculo das licenciaturas de Engenharia, afirmou ao semanário nunca ter visto José Sócrates naquela instituição, "a não ser muitos anos mais tarde, durante uma oração de sapiência, em que estava na assistência".

No entanto, Carlos Gomes Pereira e Alberto Santos garantiram ao jornal ter sido colegas de curso de Sócrates em 1996, assegurando que tiveram aulas e fizeram exames com o actual primeiro-ministro.

Segundo o Expresso, José Sócrates, o seu gabinete e o ministério do Ensino Superior escusaram-se a comentar a notícia. -- ER/JH. Lusa/fim
1 -- O diploma não foi assinado num Domingo, mas sim no dia 14 de Setembro de 1996, um Sábado. A data da declarada licenciatura é que foi um Domingo (8 de Setembro de 1996)! Curiosamente, esta notícia do Expresso surge alguns dias depois de um comentário publicado no blog Do Portugal Profundo sobre o mesmo assunto:

Mais uma curiosidade para termos em conta
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27.03.07 - 2:48 am. Segundo o PÚBLICO, o certificado de habilitações de José Sócrates certifica que o actual Primeiro-Ministro concluiu a licenciatura no dia 08 (oito) de Setembro de 1996. O certificado tem data de 14 de Setembro.
Como se sabe, a data de conclusão de uma licenciatura é a da conclusão da última disciplina dessa licenciatura, portanto, data coincidente com um dia de exame (no qual o examinado, obviamente, foi aprovado)
Ora, estranhamente, o dia 8 de Setembro foi Domingo - veja-se.
Já não bastava ao pobre portuense registado em Alijó conciliar as ciclópicas tarefas da governação com o estudo profundo (e com elevadas classificações!) da Engenharia Civil, como, ainda por cima, até exames realizava no dia em que até Nosso Senhor descansou.
Por aqui se vê também o muito que trabalhava o pessoal da Independente, mantendo a actividade em dia de descanso obrigatório - esperemos que com a devida retribuição por horas extraordinárias.
Já agora, proponho que se investigue se o nosso esforçado governante teve outras actividades nesse dia, nomeadamente do foro governativo ou partidário, para melhor ainda podermos compreender os sacrifícios a que sempre se prestou. -- Irnério, Do Portugal Profundo.
Como já escrevi, o primeiro ministro deixou de ter alternativa à necessidade de se explicar sobre esta dúvida que assalta os portugueses. Foram ou não prestadas informações incorrectas sobre o seu curriculum académico? Se não o fizer rapidamente, estará a consentir o natural alastramento de dúvidas e especulações sobre as suas habilitações literárias, e mais grave, sobre se faltou ou não à verdade nas informações que prestou ao país sobre este assunto, nomeadamente através dos canais institucionais onde tais dados são facultados publicamente. É certo que a coisa começou por ser uma especulação bloguista, mas o caso mudou de figura quando as perguntas começaram a ser formuladas com pés e cabeça, nomeadamente por blogs como Do Portugal Profundo, e saltaram depois para os OCS e para a esfera partidária (por iniciativa do PSD.) Por outro lado, o descalabro e posterior anúncio de encerramento da Un. Independente torna a situação pouco menos do que explosiva. O ministro da ciência e do ensino superior deve explicações ao país, nomeadamente no que diz respeito à célebre documentação que na dita Un. Independente, ao fim de cinco anos, costumava ir "para o maneta". Em suma, a menos que José Sócrates tome a iniciativa de esclarecer cabalmente os portugueses sobre as dúvidas que se avolumam, a situação irá apodrecer... até à inevitável decisão presidencial.

OAM #185 31 MAR 07

6 comentários:

Anónimo disse...

É caricata a manchete.

O melhor é todos os licenciados verificarem se o reitor da sua Universidade se lembrou de assinar com data de Domingo, pedirem novo certificado nao vá alguém pensar que o documentp é suspeito!

Diogo disse...

Se Sócrates ainda não esclareceu é porque não o pode fazer. Ergo…

António Maria disse...

Gabinete do primeiro-ministro actualiza, pela segunda vez, o CV de José Sócrates, atribuindo responsabilidades pelas confusões existentes à Un. Independente, ao mesmo tempo que denuncia o aproveitamento político dos problemas desta fábrica de canudos para lançar o descrédito sobre a figura do primeiro ministro.

Na SIC online pode ler-se: "Em comunicado, o gabinete informa que o primeiro-ministro tem, de facto, uma licenciatura reconhecida pelo Ministério do Ensino Superior. Os procedimentos assumidos pela Universidade para lhe conferir o grau, lê-se no texto, são matéria da exclusiva responsabilidade da Universidade e não do aluno.

O gabinete entende igualmente existir aqui um aproveitamento político da situação – o caso só surge agora, interpreta um dos assessores, pela vontade de descredibilizar o primeiro-ministro associando-o ao conturbado processo de que a independente se tornou dependente.

Excerto do currículo de José Sócrates escrito pela pena do gabinete:

- Bacharelato em Engenharia pelo ISEC,
- Licenciatura em Engenharia Civil pela Universidade Independente, com frequência também no ISEL,
- Pós-graduação com MBA em gestão de empresas pelo ISCTE.

Esta última versão oficial oficializa o MBA e deixa cair uma outra Pós-graduação que sempre constou do currículo oficial do primeiro-ministro: a Pós-graduação em Engenharia Sanitária."

Comentários para quê?!

Link

António Maria disse...

01.04.2007. Sobre as dúvidas existentes em volta da licenciatura de José Sócrates: "Não há nada como tornar as coisas claras. Todas as explicações devem ser dadas. A gestão do silêncio não é a mais adequada", recomenda o eurodeputado socialista Manuel dos Santos. Afirmando alto e bom som o que outros por agora vão dizendo em tom mais baixo. -- in DN online

Anónimo disse...

MAS AFINAL QUEM É ESSE PROFESSOR ANTÓNIO JOSÉ MORAIS ?-?-?

FONTE SEGURA: Este professor também falsificou o diploma. mais grave ainda, comprou-a nos EUA. Investiguem que facilmente vão descobrir.

MAIS: O sr. António José Morais é um MAFIOSO! investiguem os concursos falsos do GEPI (Ministério da Administração Interna) e do Ministério da justiça!

O esquema era simples: Os alunos do professor António José Morais, que trabalham no atelier particular do homem, recebiam cartinhas em casa a dizer que tinham ganho Concurso Público (!) que nunca chegaram a participar!!!

As provas existem! investiguem por favor! A bem da Nação!

É esse o homem que assinou as notas das quatro disciplinas do Engenheiro Civil Sócrates.

Este país é a República das Bananas! É A TERRA DOS MAFIOSOS!

Anónimo disse...

Não são só os Diplomas de engenharia civil da Universidade Independente, que não valem o papel em que estão escritos, a maioria das pessoas nem imaginam o que para ai vai. Há caso de instituições a leccionar licenciaturas em engenharia civil, em que o corpo docente não possui um único engenheiro civil. Alguém devia perguntar ao Sr. Ministro Mariano Gago ou á Inspecção Geral do Ensino Superior, quantos estão nestas condições.