terça-feira, outubro 29, 2013

Poupar, mas onde?

Imagem do suíço Défense, protection de la population et sports

Menos estado na economia e na sociedade!

Reduzir o insuportável peso do Estado na economia e na sociedade é condição sine qua non para nos vermos livres da pesada canga em que se transformou a dívida pública.

No entanto, basta olhar para os números do Orçamento para se perceber que não é desejável, seria injusto, e corre o risco de se tornar socialmente explosivo, operar mais cortes em pensões e salários. 

OE2014 - Despesa (em euros): 172 033 969 466
  • Operações da dívida pública: 118 313 000 000 (Class. Econ.)
  • Juros e outros encargos da dívida pública: 7 239 118 126  (Class. Econ.) 
  • Despesas correntes c/ pessoal: 8 365 309 489,00 (Class. Econ.)
  • Orçamento da Segurança Social: 56 359 074 291
    • Caixa Geral de Aposentações: 9 314 603 486 (Class. Econ.)
    • Segurança social:  9 508 206 832 (Class. Econ.)
  • Saúde: 8 493 696 643 (Class. Func.)
  • Educação: 6 627 311 432 (Class. Func.)
  • Segurança e ordem pública: 2 897 580 973 (Class. Func.)
  • Defesa nacional: 1 852 142 583 (Class. Func.)
    • Ação governativa e serviços centrais de suporte: 464 197 450
    • Exército: 606 744 414
    • Marinha: 487 519 005
    • Força Aérea: 341 621 307
  • Instituições sem fins lucrativos da Segurança Social: 1 913 512 439 (Class. Econ.)

Percebe-se que o nosso quase insolúvel problema tem um nome: endividamento excessivo!

Os responsáveis por este precipício são principalmente os partidos com assento parlamentar e a corja devorista que alimentaram e de que se alimentaram. O governo PS de José Sócrates foi o último e mais gravoso responsável pelo descalabro do país e pelas décadas de sacrifício financeiro e social que temos pela frente. Basta pensar no buraco das PPP, com encargos superiores a mais de 60 mil milhões de euros, no refinanciamento público dos bancos piratas, o qual supera os 12 mil milhões de euros, e no ainda mal conhecido buraco dos SWAP, que poderá ultrapassar em muito os 1,5 mil milhões anunciados, para entender a gravidade do consulado do mentiroso compulsivo que tem vindo a provocar o país como se de um simples arruaceiro se tratasse. Pinóquio Sócrates? Nunca mais!

Passos Coelho desafiou esta tarde o PS (e já agora, o PCP e o Bloco) a apresentarem orçamentos de estado alternativos ao do governo. Ora aí está uma forma de entalar a Oposição despesista e populista nas suas próprias antinomias.

A minha proposta de Orçamento alternativo é simples: 
  • menos deputados, 
  • menos autarquias (criação das cidades-região de Lisboa e Porto), 
  • renegociação de todas as PPP e contratos SWAP, 
  • menos subsídios às obscuras IPSS (recebem mais do que toda a Defesa Nacional!!!), 
  • fim do Exército e criação de um Sistema Unificado de Defesa e Proteção Civil como pilar essencial da estratégia de defesa nacional, com grande ênfase estratégico na marinha e na aviação costeira, 
  • criação imediata de condições efetivas de entrada da iniciativa privada comercial e cooperativa nos sistema educativo e de saúde, 
  • contração drástica da burocracia judicial, 
  • transparência absoluta de todos os gastos de dinheiros públicos por parte das fundações e instituições particulares de solidariedade social, de que são exemplo o Banco Alimentar, a Cáritas, a Cruz Vermelha, a  União das Misericórdias e a recém criada Confederação Portuguesa do Voluntariado.

Nada disto pagará instantaneamente a pesada dívida que a cleptocracia que capturou a democracia contraiu em nome do povo português. Pagá-la vai custar sangue, suor e lágrimas. Mas só depende dos portugueses consegui-lo. Não da corja que nos trouxe até aqui.


POST SCRIPTUM

A propósito do 'milagre económico' lusitano (em Espanha a conversa é a mesma)
Pires de Lima diz que Portugal está a viver um "milagre económico"- RTP

Companhias low cost garantem mais de 60% dos turistas no Norte - PÚBLICO

As ‘low cost’ foram um verdadeiro balão de oxigénio para o Norte ( para Lisboa e Algarve, também!)

O aeroporto de Porto, devido às low cost, aumentou em mais de 3 milhões o nº de passageiros transportados.

Se cada um dos novos 1,5 milhões de turistas (ida-e-volta*2=3M) gasta, em média, 300 euros por estadia, como refere a notícia, então temos uma ideia das vantagens económicas para  a região norte: 500 milhões de euros frescos na região!

Outra grande surpresa é saber que os turistas vindos de Espanha estão quase em 1º lugar. Isto dá uma ideia do crime cometido relativamente à ligação ferroviária entre a região de Lisboa e todas as cidades de Espanha, através da linha de Alta Velocidade Lisboa-Madrid, que poderia estar pronta em 2016, não fosse Portugal ter sido capturado pelas tríades dos aeroportos, das autoestradas e do betão imobiliário alimentado por fundos de especulação financeira indígenas e multinacionais.

Só de pensar que houve cretinos em Lisboa a defender o encerramento do aeroporto Sá Carneiro, em nome da rentabilidade das infraestruturas aeroportuárias, ficamos com uma ideia da dimensão da asneira no nosso país. De facto, se o NAL da Ota tivesse ido para a frente, o Sá Carneiro teria sido condenado à irrelevância!

A corja do novo aeroporto que felizmente borregou deveria ir toda a tribunal!

Foi isto que Pires de Lima se esqueceu de referir no seu vago discurso sobre o ilusório 'milagre económico' português!

Juntem a desvalorização fiscal (menos consumo/ menos importações) ao impacto do turismo e das vendas de refinados petrolíferos no PIB e terão boa parte do milagre económico português explicado às criancinhas.

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 30 out 2013, 11:17 WET

2 comentários:

Bmonteiro disse...

«fim do Exército e criação de um Sistema Unificado de Defesa e Proteção Civil...»
Sacrilégio: um coronel (inconveniente*), capaz de apoiar esta proposta com um pequeno senão.
'fim do, aliás, deste Exército', sem abdicar de um pequeno dispositivo terrestre. Aliás integrado, com Marinha e Força Aérea, num Comando/Estrutura comum, para a finalidade que indica, para um espaço aero-naval.
*Do resultado de um texto DN: "Defesa: crimes económicos" que levou um pequeno grande chefe militar a ter um ataque de liderança - proibição de acesso aos quartéis (dele!).

Bmonteiro disse...

Resumindo: um Ministério da Segurança e Defesa.