Let's Call the Whole Thing Off
A oposição indígena ao Acordo Ortogtráfico é um dos muitos sinais da nossa arrogância desfeita e da nossa fraqueza moral e intelectual. Cada qual é livre de escrever com a ortografia antiga, ou outra qualquer, salvo em documentos oficiais. Saberão os nossos sobas da língua o que são emoticons, ou para k serve a letra k num SMS? Impedir o pragmatismo estratégico no uso de um idioma que é língua oficial de mais de 200 milhões de pessoas, 9 países e milhares de instituições, querer atrasar o relógio da oralidade dinâmica quando este acelera, ou lutar contra o princípio da preguiça linguística que existe em todos os idiomas, além de inútil, apenas revela preconceito e resquícios de colonialismo cultural da parte de quem o pratica. Nisto, Marcelo excedeu as suas competências, e sobretudo errou na missão presidencial.
Mas o pior de tudo é que, com ou sem AO, predomina o analfabetismo funcional, a torrente de erros ortográficos, a ausência de semântica e uma sintaxe de pôr os cabelos em pé. Basta ler o Diário da República!
1 comentário:
Bem, perante tanto desconchavo e tanta ignorância, é difícil acertar umas linhas para lhe dirigir, por se temer que não as compreenda. Colonialismo é respeitar as ortografias nacionais de países independentes? Ou será a lengalenga imperial da língua dos 200 milhões do Minho a Timor, com nova lança no Brasil? Quer juntar a imposição de uma ortografia (que também é língua) em democracia? E como se o acordo fosse unificar alguma coisa e não continuasse a haver duas normas da língua como dantes... Isso, meta títulos em inglês, a tal língua arcaica sem dinamismo, cheia de consoantes mudas e duplas e aqueles pê agás esquisitos que por cá eram um horror em "pharmacia". Nós somos mais modernos, fazemos reformas ortográficas a cada 30 anos. Não lhe chamo burro para não ser indelicado.
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