terça-feira, dezembro 27, 2016

Portugal 2015 — evolução do regime

Júlio César [em duplicado]; 13 de julho de 100 a.C. – 15 de março de 44 a.C.

600 anos depois da conquista de Ceuta

Do rotativismo a dois (Bloco Central) passámos a uma espécie de cesarismo bicéfalo civil e demo-populista, apoiado numa maioria parlamentar pendular suportada por duas instituições simbióticas de sinais opostos — na versão que hoje conhecemos, um PS de 'centro-esquerda' e um Presidente da República de 'centro-direita'.

No dia em que o PCP e o Bloco virem as suas proporções parlamentares reduzirem-se para metade das que hoje detêm —os seus votos tenderão a fugir para o PS e sobretudo para a direita—, e o CDS/PP duplicar a sua atual representação parlamentar —sem com esta subida prejudicar a força eleitoral central do PSD—, haverá condições para uma alternância entre o atual cesarismo bicéfalo civil de centro-esquerda para um cesarismo bicéfalo de centro-direita.

Quando é que tal rotação irá ocorrer?

Muito provavelmente quando a Geringonça sucumbir à pressão das dívidas pública e externa, e do consequente agravamento do nosso cada vez menos autónomo sistema financeiro, ambos induzidos por uma subida dos preços da energia, das matérias primas e do dinheiro. Poderá ocorrer já em 2017, mas o mais provável é que aconteça nas próximas eleições legislativas, em 2019.

Esta é uma razão suficiente para Pedro Passos Coelho apoiar a candidatura de Assunção Cristas à Câmara Municipal de Lisboa. E condição bastante para supor que Marcelo Rebelo de Sousa cumprirá apenas um mandato, e que o próximo presidente da república será de centro-esquerda.

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