Não admira que nunca tenhamos emigrado tanto desde a guerra colonial
Regressi a Lisboa, de Bruxelas. Mal habituado a uma semana de transportes públicos na monárquica e liberal Bélgica, resolvi fazer o mesmo na capital da nossa indigente, irresponsável, populista e desmiolada república.
Tomei o Metro em direção ao Cais do Sodré. Na estação da Alameda, o único elevador existente na plataforma está avariado. "EQUIPAMENTO FORA DE SERVIÇO", dizia o letreiro mal despachado a 50 cm do dito elevador. Eu, turistas, uma velhinha com mais de oitenta anos e visíveis dificuldades de locomoção, e ainda uma jovem mãe com bebé e carrinho, todos a pé pelas escadas de calcário até ao piso superior.
Lá seguimos, depois desta estafa, até ao Cais do Sodré. Aí chegados, a mesma informação: "ACESSO ENCERRADO". Butes, e é se queres, pareceu-me ouvir o Jerónimo de Sousa, o Costa e o Louçã vociferarem em uníssono.
Bem-vindo ao novo terceiro mundo, onde ser europeu é uma espécie de castigo que as esquerdas só mortas aceitarão.
Depois admiram-se que os portugueses, ou pasmem 24/24 em frente ao futebol das nacionais-televisões indígenas, ou prefiram aumentar a intensidade energética da sua economia e, portanto, a dívida externa e o endividamento geral desta cada vez mais desgraçada comunidade, comprando automóveis a crédito e pizzas.
Claro que, para a minoria de que faço parte, mas de que não me orgulho, a melhor forma de não aturar esta piolheira é chamar um Uber, ou nunca mais pensar na boa ação de deixar o carro na garagem e ser por uma vez um cidadão sustentável.
Já o socialista Pedro Nuno Santos, esse ou vai de Maserati, ou de Porsche, não é?
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