De pedra e cal?
Défice em novembro: 2,4%. Mesmo que venha a ficar nos 2%, estará ainda acima do défice previsto para a Zona Euro: 1,5%.
# Convergência? Népias!
source: tradingeconomics.com
Quanto ao crescimento, a comparação também não é assim tão risonha quanto a propaganda costista quer fazer-nos crer:
A previsão para o ano 2017, plasmada no Trading Economics, é a seguinte:
- Portugal (2,4%)
- Zona Euro (2,6%)
# Convergência? Népias!
Basta reparar no crescimento dos países abaixo listados, nomeadamente da Espanha, Irlanda e Polónia, para desvalorizarmos a entorse informativa da imprensa comprometida com a Geringonça, suas agências de comunicação, e seus duvidosos institutos de sondagens, sobre a excelência intrínseca da troika frente-populista pós-moderna que temos, e a genialidade do senhor Centeno.
- Alemanha (2,8%)
- Suécia (2,9%)
- Holanda (3%)
- Finlândia (3%)
- Espanha (3,1%)
- Áustria (3,2%)
- Noruega (3,2%)
- Polónia (4,9%)
- Vietname (7,65%)
- Irlanda (10,5%)
- Turquia (11,1%)
Os ventos favoráveis da conjuntura internacional determinaram os resultados sofríveis da coligação envergonhada das esquerdas. A conjuntura internacional (políticas monetárias dos bancos centrais e petróleo abaixo dos $60/b), o turismo, o saque fiscal e a teta do BCE foram os principais fatores da melhoria do saldo entre despesas e receitas.
Menos impostos para todos, e menos segmentação da carga fiscal ao serviço do populismo reinante e das borlas especiais para os rendeiros e partidos do costume, teriam dado resultados bem mais satisfatórios, e sobretudo consistentes e duradouros. Basta olhar para pequenos países como a Irlanda, a Holanda, ou a Áustria, para se constatar o óbvio: a canga burocrático-partidária portuguesa impede o país de sair da cepa torta.
# Em 2018 não se esperam alterações bruscas na tendência apesar de tudo positiva de 2017 *
- O petróleo de Brent andará em média, em 2018, pelos $64/b, em vez dos $54,8/b (2017)*.
- O BCE deverá travar qualquer subida empinada das taxas de juro de referência.
- Os técnicos de Bruxelas e as agências de notação financeira continuarão de olho nas contas públicas dos países da UE e em particular da Zona Euro, impondo assim balizas claras aos devaneios populistas do PCP e do Bloco.
# Resumindo: a Geringonça vai perdurar por mais algum tempo, a menos que estoure alguma guerra nuclear pelo caminho, ou que os portugueses emigrem menos e resolvam desparasitar o país.
NOTA: esta previsão talvez se venha a revelar demasiado otimista. Na realidade, a subida consistente dos preços do petróleo, agarrada por sua vez à depreciação do USD, parece apontar para um preço médio do crude de Brent, em 2018, na ordem dos $64/b. É bom para Angola e Venezuela, mas mau para as nossas exportações e importações, que ficam mais caras. O impacto da subida do petróleo na nossa dívida e nosso défice é, por outro lado, muito significativo.
Atualizado em 5/1/2018, 20:33 WET