24-30 Novembro 2008
Bloco de Estalinistas
PS acusa BE de fazer purga e de perseguir Sá Fernandes
26-11-2008 10:23 (SIC) Bloquistas terminam "entendimento" com vereador da Câmara de Lisboa. O porta-voz do PS, Vitalino Canas, acusou hoje o Bloco de Esquerda de ter práticas anti-democráticas, de intolerância e de fazer purgas internas ao cortar com o seu vereador independente da Câmara de Lisboa José Sá Fernandes.
Eu sempre disse que o BE é uma plataforma oportunista de funcionários públicos estalinistas capitaneada por um trotskysta sem cafeína. O resultado está à vista!
Eu também estranho o comportamento do outrora agitador de cidadania José Sá Fernandes relativamente à presidência de António Costa. Contam-se as histórias mais incríveis sobre o assunto, uma delas, pelo menos, com contornos judiciários inacreditáveis (que obviamente não reproduzo). Admitamos, no entanto, a hipótese mais plausível: o vereador independente eleito pelo BE, tal como Helena Roseta, eleita pela lista Cidadãos por Lisboa, decidiram não infernizar a vida ao actual presidente, como fazem naturalmente o PSD e o CDS. Ou seja, Sá Fernandes, que tem a seu cargo um dos pelouros da CML, decidiu-se por uma colaboração crítica com o governo PS da capital. Não deixa de ser uma posição razoável, sobretudo se pensarmos que o regresso dos comandos da cidade aos esquadrões de Santana Lopes seria uma tremenda regressão no esforço de saneamento cívico da autarquia.
Mas o importante nesta notícia, depois de termos assistido ontem à amena cavaqueira entre Louçã e Pedroso em volta de um livro de Celso Cruzeiro sobre a necessidade uma política menos "light", é o modo tipicamente estalinista como o senhor Fazenda coligiu uma votação pseudo-democrática para retirar a confiança ao vereador eleito nas listas do Bloco.
Claro está que isto é a ilustração perfeita de duas evidências: que o Bloco de Esquerda continua a ser uma pequena seita, e que a estirpe dominante da seita é tipicamente estalinista.
É por isso que insisto: socialistas do PS retomem o controlo do vosso partido! Corram com os pedófilos e os piratas. Regressem à confiança de quem em vós tem votado e hoje desespera.
O conselheiro inimputável
2008-11-26. Pensando um pouco melhor, creio que todas as manobras mediáticas de Dias Loureiro nos últimos dias tiveram um único objectivo: envolver Cavaco Silva, actual Presidente da República, no affair BPN. E Cavaco deixou-se envolver inexplicavelmente, com uma aflitiva falta de jeito para improvisar respostas aos jornalistas.
Sem dever especiais explicações ao país a propósito de uma procissão que ainda vai no adro, o PR decidiu pôr as mãos no fogo por alguém cuja actividade empresarial inspira as maiores desconfianças a qualquer um que tenha lido a imprensa destes últimos dias (cuja síntese transcrevemos mais adiante), ou ouvido o ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios desmultiplicar-se em explicações bizarras sobre o modo sublime como gere a sua actividade empresarial.
Alguém entende? Eu não! A menos que haja rabos de palha nesta telenovela, envolvendo ainda que ao de leve Cavaco Silva e familiares seus. O Expresso de 22-11-2008 refere explicitamente o próprio Cavaco Silva e a sua filha Patrícia, como ex-accionistas do BPN. Já agora pergunto: teve ou tem o seu genro Luís Montez, dono da promotora de espectáculo Música no Coração, bem como de outras empresas (Radar, Oxigénio e Rádio Capital), qualquer relação com o banco caído em desgraça? O esclarecimento destas dúvidas desanuviaria de imediato quaisquer especulações sobre as ligações potencialmente perigosas entre a família presidencial e a bomba relógio em que se transformou o Banco Português de Negócios, mais a Sociedade Lusa de Negócios a que pertence.
De uma coisa estou convicto: o sincronismo das ocorrências relatadas por Camilo Lourenço e pelo ex-vice-governador do Banco de Portugal a propósito das pressões exercidas por Dias Loureiro sobre quem questionou ou levantou suspeitas relativamente ao comportamento irregular do BPN, demonstra à evidência que o inimputável conselheiro mente.
Dias Loureiro foi enganado...
«Dias Loureiro é crédulo e incompetente. Durante 30 minutos foi esta a sua explicação para a original participação que teve no BPN. Assinava as contas, mas nunca deu por nada porque "havia um administrador do banco em quem eu confiava completamente". Em quatro anos, o BPN mudou quatro vezes de auditores de contas, mas Dias Loureiro nem se apercebeu do facto. A mesma coisa com o Banco Insular. Igual ignorância no negócio do Siresp, do seu braço-direito Daniel Sanches, mas com quem Dias Loureiro nunca trocou uma palavra sobre o assunto. A vida do BPN era um mistério para o conselheiro de Estado. Afinal, ele só se preocupava com os cimentos. É verdade que as empresas que comprou em Porto Rico não apareceram nas contas, mas Oliveira e Costa explicou-lhe que era só até ser criada uma holding tecnológica que aguardava autorização do Banco de Portugal. Dias Loureiro nunca deu por nada, nunca soube de nada, ninguém lhe contava nada. Mas, pelo sim pelo não, vendeu todas as acções e tirou todo o dinheiro que tinha no banco. A credulidade tem limites, convenhamos. Dias Loureiro conhece-os bem.» — Pedro Sales in Os irreverentes têm destas crítica demolidoras.
BPN: memória curta
"Março de 2001. A revista "Exame", que na altura dirigia, dizia na capa que o Banco de Portugal tinha passado um cartão amarelo ao BPN. Dias depois recebi um telefonema de Pinto Balsemão. Assunto: Dias Loureiro tinha-lhe telefonado por causa do artigo e, na sequência dessa conversa, queria falar comigo. Acedi prontamente.
A conversa com o ex-ministro foi breve... mas elucidativa: Dias Loureiro estava desagradado com o tratamento dado ao BPN; o assunto tinha criado um problema imagem do banco; não havia qualquer problema com o BPN; Oliveira e Costa estava muito "incomodado" com a matéria de capa (para a qual tinha contribuído, com uma entrevista) e pensava processar a revista (como efectivamente aconteceu).
Depois da conversa comuniquei a Pinto Balsemão que não tinha ficado esclarecido com as explicações de Dias Loureiro e que, por mim, a "Exame" mantinha o que tinha escrito. O que aconteceu depois é conhecido...
Ao ouvir Dias Loureiro na RTP fiquei espantado. Porque o ex-ministro disse que ficara tão preocupado com o artigo que foi, de "motu propriu", ao Banco Central comunicar que a instituição devia estar atenta. Das duas uma: ou Dias Loureiro soube de algo desagradável entre a conversa comigo e a ida ao Banco de Portugal; ou fez "fanfarronice" nessa conversa para esconder os problemas do BPN. Há uma terceira hipótese... Feia. Mas depois do que vi no assunto BPN já nada me espanta!" — Camilo Lourenço.
António Marta diz que faz confusão ou mente
Ex-vice governador do Banco de Portugal desmente Dias Loureiro
22.11.2008 - 08h59 PÚBLICO
O ex-vice governador do Banco de Portugal António Marta nega que Manuel Dias Loureiro, actual conselheiro de Estado e ex-administrador da empresa que controlava o BPN, lhe tenha pedido para a supervisão bancária dar atenção a este banco recém-nacionalizado para não falir.
“Se o dr. Dias Loureiro anda a dizer isso [que informou o Banco de Portugal de problemas de gestão do BPN] ou está a fazer confusão com a pessoa, ou a mentir”, afirmou António Marta, em notícia publicada hoje pelo jornal “Expresso”.
O ex-vice governador do BdP diz ainda que Dias Loureiro, ex-ministro quando Cavaco Silva era chefe do Governo, saiu do banco central a dizer que as pessoas à frente do BPN “eram boa gente”, acrescentando que “se fosse uma coisa como ele diz” que a “teria transmitido” a Vítor Constâncio.
Segundo o relato de António Marta, Dias Loureiro até lhe terá perguntado porque é que a supervisão bancária não largava o BPN, conta a TSF.
Ontem à noite, numa entrevista na RTP1, Dias Loureiro disse que em Abril de 2002 teve uma reunião com António Marta, então vice-presidente do Banco de Portugal com o pelouro da supervisão bancária, onde alertou para a necessidade de o banco central dar atenção especial ao BPN.
“Disse-lhe o seguinte: não tenho conhecimento de nada nem qualquer desconfiança em relação à Sociedade Lusa de Negócios (SLN), mas a SLN tem um banco, tem accionistas e estou preocupado com isso. O que lhe queria pedir era que tivesse uma atenção especial ao BPN”, afirmou. “Não tinha nenhum facto concreto, apenas o que se ouvia cá de fora”, continuou, esclarecendo que não tinha qualquer controlo sobre a gestão do BPN.
Suspeitas de tráfico de influências foram arquivadas pelo MP em Março
Estado gastou 485 milhões em negócio que valia um quinto
02.06.2008 - 09h31 Mariana Oliveira PÚBLICO
O Estado está a pagar por uma rede de comunicações do Ministério da Administração Interna um total de 485,5 milhões de euros, cinco vezes mais do que poderia ter gasto se tivesse optado por outro modelo técnico e financeiro.
A conclusão vem num relatório escrito em Maio de 2001 pelo primeiro grupo de trabalho que estudou a estrutura desta rede de comunicações e a baptizou de Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP). Este sistema permitirá aos elementos das várias forças de segurança, dos serviços de informação, da emergência médica e da protecção civil comunicarem entre si.
O presidente desse grupo de trabalho, Almiro de Oliveira - um especialista em sistemas e tecnologias da informação com mais de 30 anos de docência universitária -, não consegue encontrar justificação para a discrepância de números, até porque o equipamento que foi adjudicado tem quase as mesmas funcionalidades do que aquele que idealizou.
"No nosso relatório prevíamos um investimento inicial entre 100 e 150 milhões de euros. A isso acrescentávamos dez por cento por ano, que corresponderia ao custo de exploração", precisa o professor universitário, que recorda que hoje, face à desvalorização da tecnologia, os valores do investimento inicial rondarão entre 70 e 105 milhões de euros. Quanto aos dez por cento de custos de exploração, Almiro de Oliveira sustenta que estes não estariam sempre a somar ao investimento inicial.
"Dever de cidadania"
"Tínhamos como princípio base o princípio do utilizador-pagador, ou seja, cada entidade utilizadora do sistema pagaria uma factura de acordo com o seu tráfego. No fim de cada período, a entidade gestora ou tinha prejuízo ou lucro: se tivesse prejuízo esse valor somava-se ao investimento adicional, se tivesse lucro abatia", justifica o perito, consultor de empresas e da administração pública.
Almiro de Oliveira explica que só agora decidiu falar sobre o SIRESP porque nunca foi ouvido no inquérito aberto pelo Ministério Público (MP) à polémica adjudicação do sistema - feita pelo ex-ministro da Administração Interna Daniel Sanches, já quando o Governo de Santana Lopes se encontrava em gestão corrente. "Esperei três anos pelos trabalhos e conclusões das autoridades judiciais num Estado de Direito... Entendi falar agora por este ser um dever de cidadania", diz.
Ligações perigosas
O inquérito, motivado por suspeitas de tráfico de influências e participação económica em negócio na adjudicação do SIRESP a um consórcio liderado pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), foi arquivado em Março deste ano. O relatório final do grupo de trabalho de Almiro de Oliveira também consta do "dossier", mas ninguém lhe deu importância. Nem os relatórios da Polícia Judiciária nem o despacho de arquivamento, assinado pelo inspector do MP Azevedo Maia, fazem qualquer referência ao documento. Nenhum dos membros que fizeram parte do grupo foi ouvido.
No despacho de arquivamento, Azevedo Maia admite que não se esgotou a produção de prova, mas considerou que mais não seria necessário para a sua decisão. Quanto ao comportamento do ex-ministro Daniel Sanches, o inspector descreve os vários cargos que este tinha no grupo SLN antes de entrar para o Governo, mas remata dizendo: "Não resulta porém dos autos que, ao proferir o despacho de adjudicação do concurso para a criação e implementação do SIRESP já durante o Governo de gestão, isso tivesse algo a ver com as suas ligações àquelas empresas do grupo SLN", a quem o sistema seria então adjudicado por 538,2 milhões de euros.
O ministro António Costa veio depois decretar a nulidade da adjudicação com base num parecer da Procuradoria-Geral da República, mas decidiu voltar a renegociar o contrato com o mesmo consórcio liderado pela SLN (onde também entraram a PT Venture, a Motorola e a Esegur). Retirando algumas funcionalidades ao sistema, Costa acabaria por adjudicá-lo por 485,5 milhões de euros.
Polícias usam a maioria dos 5000 terminais
Neste momento são elementos da GNR e da PSP que estão a usar a maioria dos 5000 terminais de comunicações do SIRESP, uma rede que também permitirá, por exemplo, que elementos da Judiciária falem através de um aparelho parecido com um telemóvel com membros dos bombeiros, do SIS, da PSP, dos serviços prisionais ou do INEM, entre outros.
Actualmente, cada instituição tem um sistema de comunicação próprio, normalmente incompatíveis entre si, o que impede que em casos de catástrofe ou grandes eventos se faça uma boa articulação dos meios no terreno.
Segundo nota escrita enviada pelo Ministério da Administração Interna (MAI), existem neste momento 5000 terminais a funcionar em Lisboa, Santarém, Coimbra, Portalegre e Leiria. Ainda este ano acrescerão os utilizadores do município de Lisboa, ou seja, a protecção civil e os bombeiros locais, além da polícia da autarquia. Apesar de serem públicas algumas queixas das polícias quanto à dificuldade de comunicarem com os terminais dentro de algumas esquadras, o MAI garante que não têm surgido queixas operacionais sobre o SIRESP.
Segundo o ministério, já foram pagos 24 milhões de euros à sociedade que ficou de receber os montantes a pagar pelos serviços do consórcio vencedor, a SIRESP, SA. Os valores em falta deverão ser pagos, duas vezes ao ano, até 2020. Nessa data ficarão saldados os 485,5 milhões de euros por que o SIRESP foi adjudicado ao consórcio liderado pela Sociedade Lusa de Negócios. Quanto à instalação total do sistema no terreno, ela deve terminar bem antes, no final de 2009.
Segundo o planeamento da rede, estão neste momento em instalação as estações base (antenas) de Beja, Viseu, Évora e Metro de Lisboa. Se tudo correr como previsto, seguem-se, no segundo semestre deste ano, Porto, Aveiro, Setúbal, Madeira e o Metro do Porto, ainda em estudo. Em 2009 deverão ser instaladas antenas em Castelo Branco, Braga, Guarda, Faro, Viana, Bragança e Vila Real.
Na passada quinta-feira, o Governo aprovou o procedimento que permitirá a aquisição de um mínimo de 18 mil e um máximo de 40 mil equipamentos. O montante máximo definido para cada terminal é de 850 euros, ou seja, 15,3 milhões de euros para os 18 mil terminais rádio. (...)
Manuel Dias Loureiro
Foi ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, deputado do PSD e presidente da mesa do congresso, sendo um dos notáveis do partido. O seu nome aparece ligado desde o início ao negócio do sistema de comunicações do Estado, já que na altura em que Daniel Sanches adjudicou o SIRESP à SLN, Dias Loureiro era administrador não executivo do grupo. Fazendo questão de dizer que não tinha qualquer quota na "holding", nunca soube explicar que interesses defendia no grupo, já que não era um administrador de carreira. Por outro lado, foi, como Daniel Sanches, administrador da Pleiade e também esteve com este na Vsegur, antes de Sanches integrar o Governo de Santana Lopes.
Entre pedófilos e corruptos...
Pedroso e Louçã apresentam «manifesto contra a política light»
Por Manuel A. Magalhães, Sol.
2008-11-25. "O deputado socialista e o líder do BE reflectiram em conjunto sobre os caminhos de uma alternativa política, na apresentação do livro A Nova Esquerda, de Celso Cruzeiro [o advogado de Paulo Pedroso no caso Casa Pia]. «Um dos mais consistentes manifestos em Portugal contra a política light», chamou-lhe Paulo Pedroso"
Eu nem queria acreditar! No momento em que o caso judicial mais vergonhoso e mediático que o país conheceu em muitos anos chega à fase das alegações finais, um dos seus protagonistas, ainda que não tendo ido a julgamento —por efeito da incompetência do Ministério Público e força de todo o tipo de manobras jurídicas praticadas para o salvar do juízo—, o dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, junta-se-lhe em amena cavaqueira sobre as virtudes da "Esquerda". Este incrível evento ocorre por ocasião do lançamento dum livro do advogado que defendeu o mesmo Paulo Pedroso —Celso Cruzeiro— das denúncias de pedofilia que sobre ele existiam e continuam a ser reiteradas, não estando a opinião pública minimamente convencida da inocência do deputado PS.
Vale a pena ler os comentários à notícia do semanário Sol, para avaliar o sentimento geral do país sobre este escabroso caso.
Entre pedófilos e corruptos venha o diabo e escolha! Será esta a mensagem que o poder político quer fazer chegar aos Portugueses?
Post scriptum — tenho recebido vários e-mails de apoiantes do Bloco de Esquerda, simplesmente escandalizados com a atitude de Francisco Louçã. Tal como nos comentários enviados ao Sol, muitos deles testemunham a sua vontade de abandonar o Bloco.
Para mim, as coisas são claras há já muito tempo. Ou há força suficiente no interior do PS para afastar os pedófilos e a tríade de piratas que o colonizam, ou o Partido Socialista afundar-se-à paulatinamente, de escândalo sexual em escândalo económico-financeiro.
Quanto ao Bloco de Esquerda, não é nem nunca foi uma alternativa ao PS, e muito menos ao PCP. O BE não passa de uma frente oportunista, comandada por um quadriunvirato composto por um trotskysta sem cafeína e um trio de estalinistas sem emenda (ex-PCP, ex-UDP e ex-MRPP), cuja branda retórica enganou muito boa gente. Nenhum dos protagonistas pensou alguma vez governar. Não passam de lapas da burocracia político-partidária dominante e mais não querem que deliciar-se com os fios de ovos que decoram os orçamentos de Estado. Não têm, e isso basta para chumbá-los como putativa alternativa política, uma única ideia realizável na cabeça. Vivem, quase todos eles, no limbo informe das universidades e dos corredores da política. Não sabem nada da vida. Quanto mais fazer contas ou sonhar com o seu país.
Precisamos urgentemente de um novo partido político, antes que a situação se deteriore ao ponto de só uma intervenção militar poder interromper o descalabro e a fuga maciça de capitais em curso. O aeródromo de Tires não pára, sem qualquer fiscalização nem policiamento.
Alguém se referiu na RTP, ou na SIC, à reportagem da TVI sobre o processo Casa Pia, exibida no passado Domingo, uma vez mais para escândalo de todos nós? Os abusados voltaram a reiterar acusações e Catalina Pestana disse para quem quis ouvir que os testemunhos que guarda sobre o caso, e nomeadamente sobre todos os implicados ocultos nesta vergonha, serão um dia tornados públicos. Alguém protestou? Não ouvi.
Banco Privado ao fundo
Corrida aos depósitos no Banco Privado. Governo prepara-se para deixar cair o BPP.
2008-11-25 (Público) - O Governo não vai apoiar financeiramente o Banco Privado Português (BPP), preparando-se para deixar cair a instituição. Uma dificuldade que se soma à provável recusa do Banco de Portugal (BdP) ao pedido feito pelo BPP para um aval do Estado no valor de 750 milhões de euros.
Nesta situação, a única solução para evitar a falência do banco liderado por João Rendeiro é a de que, ao abrigo do regime geral que regula o sector, se avance para um plano de recuperação e saneamento junto do Banco de Portugal (BdP).
Ontem, o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, já veio dizer, em declarações ao Jornal de Negócios, que a falência do BPP não provoca risco sistémico (ou seja, de propagação ao resto do sector), dando a entender que está fora de hipótese o banco ser nacionalizado como aconteceu com o Banco Português de Negócios (o BPP não é um banco comercial e não é "um caso de polícia"). O Governo também não estará disposto a injectar fundos na gestora de fortunas de forma a evitar a criação de um precedente que poderia ser usado, caso uma empresa de outro sector também declarasse falência. Por outro lado, não encontra justificação para nacionalizar prejuízos, quando os lucros são privatizados.
Corrida aos depósitos
Com um capital de 150 milhões de euros, e três mil clientes, o BPP foi alvo nas últimas duas semanas de uma corrida às contas que resultou num levantamento de fundos de 500 milhões de euros (no final de 2007 o BPP tinha em depósitos 584,8 milhões de euros). O movimento concentrado colocou a gestora de patrimónios em situação de quase insolvência, o que tem levado nos últimos dias os accionista e membros de órgãos sociais a desdobrarem-se em contactos junto das supervisores e do Governo no sentido de evitar a ruptura. Uma acção que se segue à tentativa falhada do Ministério das Finanças para encontrar um comprador para o BPP. A CGD, o BCP, BES e BPI recusaram o apelo do secretário de Estado, Costa Pina.
(Ler texto integral no Público).
É bom que o governo dê mostras de ter algum juízo relativamente ao desvairado gestor de fortunas cujas principais fontes de angariação se situavam, curiosamente, junto à fronteira com Espanha: Valença, Elvas e Vila Real de Santo António. Não basta, porém, deixar falir este shadow banker. É preciso investigar as prováveis irregularidades que o conduziram ao descalabro. Pois nem todo o dinheiro que por lá circulou seria negro!
Talvez não seja o momento certo para substituir Victor Constâncio. Mas ponha-se a Judiciária e a Procuradoria na rota do desmantelamento das lavandarias dedicadas ao branqueamento de capitais. Dêem-se-lhe, pois, todos os meios necessários.
Já que o Teixeira dos Santos vai mexer no défice orçamental, ajuste o necessário suporte financeiro para uma limpeza policial efectiva das zonas tenebrosas do nosso sistema financeiro. Vai ter que ser assim em todo o lado, pelo menos no falido Ocidente euro-americano!
Relvas lança ‘think-tank’ para preparar 2009
2008-11-25. "Alexandre Relvas apresenta, na próxima quinta-feira, o Instituto Sá Carneiro, o ‘think-tank’ do PSD para ajudar a lançar o um programa de Governo alternativo nas legislativas de 2009.
O co-CEO da Logoplaste promete revolucionar a forma de pensar e apresentar ideias políticas em Portugal recorrendo a uma plataforma na internet, através da qual um conjunto de 50 pessoas (entre gestores, professores universitários, especialistas e jovens) vão apresentar “projectos para o país, propostas para a vida nas cidades e debater os indicadores estruturais de Portugal ao longo desta legislatura”, explica Alexandre Relvas, presidente do instituto.
"Os objectivos do novo Instituto Sá Carneiro
Viver nas cidades - Discutir o dia-a-dia dos portugueses
Pegando num problema do quotidiano dos portugueses, o objectivo é colocá-lo em debate na internet, para que se possam discutir soluções alargadas. A estrutura é, neste caso, semelhante à de um fórum, interactivo e visual.
Acompanhar o país - Comentar os principais indicadores
Completa a primeira etapa do “think-tank” e anexa ao assunto em discussão um especialista da área em causa. Desta forma, os debates ganham em conhecimentos técnicos e assim também se adequam melhor as soluções.
Criar ideologia - Ajudar o PSD a preparar 2009
Por fim, através deste capítulo pretendem-se concretizar propostas específicas que respondam às necessidades do país e definam quais as prioridades por que o PSD se deve pautar durante a agenda que preparar para 2009." -- in Diárío Económico.
Hummmm...
Vamos ver se isto casa com o registo de Manuela Ferreira Leite. Ela bem precisa de uma tempestade mental, e de passar o Natal na Dinamarca, ou em qualquer outra democracia civilizada. Se as sondagens não descolarem em Janeiro, deveria mesmo demitir-se e dar lugar aos jovens turcos do partido. O Pedro Passos Coelho, se não tiver teias de aranha nos sótãos por onde andou, talvez seja a melhor alternativa do PSD nas presentes circunstâncias.
E sempre gostaria de saber se o PS se depura ou cinde em dois, entretanto. Como está, caminha para o suicídio político. Com a perda certa da maioria absoluta por parte do PS, a renovação do tecido partidário é inevitável. E quem chegar atrasado fica para trás.
A sensação de que o país está nas mãos de pedófilos e corruptos tem que mudar rapidamente, doa a quem doer.
OAM 479 25-11-2008 16:35