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segunda-feira, janeiro 26, 2015

Good morning Mr. Tsipras

Alexis Tsipras, Primeiro Ministro da Grécia

O que irá amaciar a esquerda radical grega


Como bem observou Paulo Rangel, a diferença entre o Syriza de Alexis Tsipras e os nossos estalinistas, maoistas e trotsquistas revisionistas, é que o primeiro queria e obteve o poder, enquanto que os segundos se entretêm há décadas numa espécie de macumba anti-sistema. O protesto conjugado com o utopismo infantil é a sua chave para a sobrevivência burocrática nas fraldas orçamentais da democracia. Por isto mesmo, o eleitorado nunca os levou a sério, nem levará enquanto permanecerem nesta espécie de suspensão ideológica oportunista.

O que o Syriza quer (ver artigo do Observador), nem parece nada de extraordinário.

Parte do seu programa tem sido realizado, em Portugal, pelo próprio Pedro Passos Coelho e a sua coligação pragmática. Exemplos: a captura de milhares de milhões de euros que escapavam da receita fiscal, por exemplo, em IVA e IRS por pagar; energia, casa e alimentação de borla, ou quase, para dezenas de milhar de portugueses em situação desesperada; IRS abaixo dos 112€ para mais de 65% dos contribuintes, etc.

Por sua vez, na UE, também encontramos alguns dos desideratos do programa radical do Syriza, seja nas medidas dissimuladas de reestruturação das dívidas soberanas europeias, sucessivamente anunciadas e implementadas pelo BCE, seja nas promessas de um novo Plano Marshall por parte do recém empossado presidente da Comissão Europeia.

Quanto à manutenção de empresas públicas mal geridas, despesistas e corruptas até ao tutano, que pesam sistematicamente na dívida pública a crescer, veremos o que fará Alexis Tsipras. Eu faço uma aposta: se não as privatizar, terá que proceder a reestruturações draconianas, separando a prestação de serviços à comunidade do capitalismo de estado burocrático e indolente.

Vamos, pois, ver como é que a esquerda radical grega fará, ou não fará, as reformas indispensáveis à recuperação do país.

Se espreitar o que foi feito em Espanha, Portugal e na Irlanda, encontrará seguramente muita inspiração!

Desde logo, para conduzir um indispensável combate contra os setores rendeiros e devoristas da sociedade grega, os quais, como sabemos, vão da direita à esquerda, dos patrões aos sindicatos, dos parasitas profissionais às burocracias partidárias sem fim...

Por fim, o novo poder grego aprenderá, mais depressa do que julga, a ponderar sobre as complexidades objetivas —que não são nem ideológicas, nem maiqueístas— do mundo atual. Um mundo onde o fim do colonialismo e a globalização, a par do arrefecimento da explosão demográfica e consequente envelhecimento das populações, mudança do paradigma energético e entrada numa era duradoura de crescimento lento e deflacionista, exigem ideias frescas e coragem executiva.

Boa sorte Senhor Tsipras!