2009: futura cidade comercial Dolce Vita abre as suas portas em Belas. |
What Oil Can Buy
Não sou invejoso, nem miserabilista.
Afinal, desde a apresentação da ideia do Grande Estuário, em 1 de Maio de 2005, que afirmo a necessidade de pensar a cidade-região de Lisboa como uma metrópole para 5 milhões de habitantes. Número este a que provavelmente chegará antes de 2030, ainda que num panorama civilizacional bastante alterado pelas consequências catastróficas do pico petrolífero, das persistentes e agravadas crises alimentares globais, das alterações climáticas e de conflitos militares apocalípticos.
O potencial do atraso geral de Portugal e da evolução desconexa e muito recente da grande área suburbana de Lisboa (A REGIÃO DOS GRANDES ESTUÁRIOS) é enorme, sobretudo por causa das deslocações demográficas internas, internacionais e intercontinentais que muito provavelmente ocorrerão em consequências da crise sistémica da nossa civilização, cujos contornos começam agora a ser visíveis para todos. Há muito espaço disponível, há energia (salvo petróleo) e alimentos por toda a parte, e a mistura demográfica é de muito boa qualidade! Falta apenas capital (não falta), clientes (não faltam), mão-de-obra variada (não vai faltar...) e uma visão certeira integrada, com poderes de intervenção especiais, sobre tão inacreditável furo de oportunidade. Esta é a corrida que a cidadania galaico-lusitana tem que estudar e sobre a qual terá que saber exercer o seu magistério democrático inteligente, sob pena de assistir a uma colonização capitalista desumana do território e das gentes, sem precedentes na nossa história.
Se houver cabeça, podemos transformar esta privilegiada confluência de dois enormes e riquíssimos estuários, apesar das tragédias por vir, numa das grandes cidades-regiões sustentáveis num planeta em extrema convulsão, fazendo de Lisboa um ponto de interligação chave entre as Américas, a África e a Grande Europa. Abrindo ou fechando à China aquela que é seguramente a sua mais confiável porta de entrada na Europa.
Mas para isso precisamos previamente de fazer uma revolução política sem precedentes -- pacífica, democrática e sobretudo assente na inteligência criativa
Enquanto lá não chegarmos, veremos apenas sinais desgarrados deste futuro à vista: EXPO 98, IKEA, AVE Madrid-Lisboa, NAL de Alcochete... e o "fantástico Mike!" DOLCE VITA TEJO!
Não percam esta pérola da CULTURA PÓS-CONTEMPORÂNEA! Acabaremos todos por lá ir, entre outros motivos, porque então já os famosos estádios lisboetas do Euro 2004 estarão como hoje está o pobre Centro Comercial de Alvalade: vazios e falidos! O único estádio que escapa à implosão financeira não fica em Lisboa, mas no Porto, nas Antas. Por desgraça, nasci Benfiquista!
E se pensam que vão resistir à Dolce Vita do Tejo, por que tomam muita presunção e água benta, então comecem desde já a pensar na resposta a dar aos vossos filhos e netos quando estes vos exigirem uma visita ao Kidzania, situado na mesmíssima Dolce Vita de Belas. Olé!
OAM 360 14-05-2008, 00:58